Percorro agora os nomeados para o Oscar de Melhor Actor Secundário. É uma categoria com três desempenhos que poderiam todos partilhar o primeiro lugar da minha lista. Mas o quarto actor segue-os de perto. Não vi o filme de Tom Hanks e, por isso, não o posso avaliar. Eis os nomeados, por ordem de preferência.
Sei que ele é um dos melhores actores da sua geração, mas não consigo deixar de admirar cada nova personagem como se fosse a primeira vez. Em The Irishman, eis mais um estrondoso Al Pacino, o sindicalista irreverente, intransigente e orgulhoso, que desafia a máfia sem querer saber das consequências.
Brad Pitt surge discreto mas nem por isso menos impactante, numa personagem secundária que depressa assume o protagonismo, em especial após a metade do filme. Sempre jovial e sem deixar o seu ar de galã, o actor interpreta o duplo da personagem de DiCaprio. De destacar que os dois actores trabalharam pela primeira vez juntos neste filme de Tarantino, ficando provado que vamos gostar de vê-los mais vezes a contracenar.
Quando pensávamos que Joe Pesci já não precisava de provar nada a ninguém, eis que é ele a maior surpresa do elenco de The Irishman. O actor (que fez uma pausa na reforma só porque Martin Scorsese insistiu muito) surge reinventado, comedido, limitando-se a seguir as regras da máfia, para que nada saia do seu controlo - bem diferente da sua personagem de Tudo Bons Rapazes.
Sempre talentoso, Anthony Hopkins, incorpora o austero e conservador Papa Bento XVI, conferindo-lhe, ainda assim, a humanidade que muitos cristãos não lhe associavam. Ao mesmo tempo, o actor dá-lhe a dignidade que merece, para lá da ostentação que exibia, a par dos costumes tradicionais da Igreja, e mesmo que o seu papado tenha ficado marcado por escândalos financeiros e padres acusados de abusos sexuais. Mais um desafio superado para o veterano.
Tom Hanks (A Beautiful Day in the Neighborhood)
Sem avaliação
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