A 5.ª edição do Festival Política regressa de 22 a 25 de Abril, no Cinema São Jorge, em Lisboa, e de 6 a 8 de Maio, no Centro de Juventude, em Braga, em formato híbrido, com apresentações físicas e online.
O Festival Política quer promover "uma maior consciência política e social na comunidade através de diversas formas de expressão artística". A programação está relacionada com o tema Fronteiras - "barreiras físicas, psicológicas e políticas que muitas vezes se apresentam como entraves à inclusão de pessoas no território" - e é composta por 18 filmes, que abordam também direitos humanos e discriminações.
O documentário Collective, de Alexander Nanau, terá antestreia no evento no dia 22 de Abril, às 18h30, na Sala Manoel de Oliveira, no Cinema São Jorge. O filme está nomeado para os Oscars de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Documentário e foi eleito Melhor Documentário nos European Film Awards 2020 está também nomeado para o Lux Audience Award.
"O filme recupera a história do incêndio na discoteca Coletiv de Bucareste, em 2015, que provocou 27 mortos e 180 feridos. Após o incêndio, várias vítimas de queimaduras começaram a morrer nos hospitais por feridas que não eram fatais. Collective acompanha a equipa de jornalistas de investigação do Gazeta Sporturilor que revela uma fraude no sistema de saúde da Roménia, que enriqueceu empresários e políticos, ao mesmo tempo que provocava a morte a cidadãos inocentes."
A secção competitiva é constituída por sete filmes, dois deles portugueses. São eles: Maria Cobra Preta, de Erika Nieva da Cunha (Portugal e São Tomé e Príncipe), apresenta um bairro de Lisboa agastado pela gentrificação, onde uma jovem rapper, interpretada pela artista Mynda Guevara, e os seus antigos vizinhos aguardam pela expulsão; o documentário Chelas Nha Kau, dos colectivos Bataclan 1950 e Bagabaga Studios (Portugal), mostra o que significa ser jovem na Zona J; My Country So Beautiful, de Grzegorz Paprzycki (Polónia), constitui um retrato do nacionalismo na Polónia, onde duas forças chocam com visões opostas do país e do mundo; We are Russia, de Alexandra Dalsbaek (Rússia), revela os bastidores da corrida para as eleições presidenciais de 2018, onde um grupo de jovens activistas se junta à oposição liderada por Alexei Navalny, para convencer as pessoas a não votarem em Vladimir Putin; Encara Hi Ha Algú Al Bosc, de Teresa Turiera-Puigbò (Espanha), relata a história de Lejla Damon, uma jovem de 25 anos, fruto de uma violação durante a Guerra dos Balcãs que, 25 anos depois, junta-se a outros sobreviventes na luta para quebrar o silêncio das 25 mil a 50 mil mulheres vítimas de violência sexual nesse conflito; Farewell Daddy, de Bianca Sescu (Roménia) reconstitui a última refeição numa família de camponeses antes do pai partir para a Inglaterra, onde encontrou trabalho; e Libertà, de Savino Carbone (Itália) dá a conhecer a realidade de dois imigrantes homossexuais requerentes de asilo, na Itália de Matteo Salvini.
Fora de competição, serão exibidos The Rape Clause, de Jared Watmuff (Reino Unido); Danza sin Miedo, de Sol Dugatkin (Chile); The Black Veil, de A.J. Al-Thani (Qatar); Ekai, de Arantza Ibarra (Espanha); Quien Eres, de Alberto Molina Jiménez (Espanha); Go On, de Majid Asghari (Irão); Uno de Nosotros, de Facundo Sosa Ferreira (Uruguai); The Angel of History, de Eric Esser (Alemanha, França e Espanha); Dos Mundos, de Iván Fernández de Córdoba (Espanha); The Recess, de Navid Nikkhah Azad (Irão), e o documentário produzido pelo canal Arte, Aufbruch In Belarus, dedicado à oposição bielorrussa.
O júri da competição Filme do Ano é constituído por Andreia Barbosa (realizadora), Giovanni Allegretti (investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra), José Gabriel Andrade (professor auxiliar da Universidade do Minho) e Raquel Freire (realizadora). Serão ainda atribuídos o Prémio do Público e o Prémio Sub-30 - entregue por um grupo de jovens estudantes e activistas de direitos humanos (Saliu Djau, Sofia Grilo, Sofia Canteiro, Carla Barroso, Brenda Tenório, Marilia Barros, Raquel Banha, Beatriz Capão e Jessica Oliveira).
Para além do cinema, o Festival Política traz outras actividades artísticas como as propostas inéditas de André Murraças, a poesia de Valério Romão e José Anjos, o humor de Carlos Pereira, performances, workshops, concertos, exposições e debates centrados nas fronteiras políticas, bem como nas divisões e clivagens que fomentam a discriminação, o racismo, a intolerância e o desrespeito pelos direitos humanos.
O Festival Política é de acesso gratuito sendo necessário levantar bilhete no próprio dia para as actividades presenciais. Todas as sessões de cinema estão legendadas em português – incluindo as de língua portuguesa, e as restantes actividades têm tradução em Língua Gestual Portuguesa.
Para os workshops online e a sessão Cara-a-Cara com Deputados é necessária a inscrição prévia através do e-mail participa.politica@gmail.com.
Toda a informação sobre o Festival Política pode ser consultada em www.festivalpolitica.pt.
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