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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Crítica: The Batman (2022)

"From your secret friend / Who? Haven't a clue / Let's play a game / Just me and you."

The Riddler

*6.5/10*

Matt Reeves trouxe um novo Batman aos cinemas, assumindo o risco de reescrever a história de uma personagem já inúmeras vezes retratada nos ecrãs. A surpreendente escolha de Robert Pattinson para o papel principal deu que falar e aumentou a curiosidade em torno de um filme que não era fundamental, mas foi capaz de revelar mais uma faceta do actor e de um realizador ainda com muitas cartas para dar.

"Há dois anos a assombrar as ruas como Batman (Robert Pattinson), incutindo medo no coração dos criminosos, Bruce Wayne foi forçado a mergulhar nas zonas mais sombrias da Cidade de Gotham. Com apenas alguns aliados de confiança - Alfred Pennyworth (Andy Serkis) e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) – entre a rede corrupta de funcionários e figuras proeminentes da cidade, o vigilante solitário estabeleceu-se como a personificação da vingança entre os seus cidadãos. Quando um assassino ataca a elite de Gotham com uma série de máquinas sádicas, um rasto de pistas misteriosas e obscuras levam o 'Maior Detetive do Mundo' a investigar o submundo, onde encontra personagens como Selina Kyle/Catwoman (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot/The Penguin (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton/The Riddler (Paul Dano)".

Se por um lado, The Batman peca pelo excesso de personagens - Carmine Falcone, The PenguinThe Riddler e até um vislumbre de Joker - e enredos, que resultam num filme de quase três horas, por outro, há um grande enfoque no passado do protagonista e de Selina Kyle. A partilha da história familiar de cada um e as descobertas que ambos vão fazendo, tornam-nos mais humanos e próximos da plateia. Contrariamente, os vilões são mal explorados, bem como as suas motivações e passado.


Há bons momentos de acção - como uma perseguição de tirar o fôlego - e alguns planos e sequências impactantes, que sugerem a qualidade de Matt Reeves enquanto realizador - claramente condicionada pelo filme de grande orçamento. A opção da narração na primeira pessoa que é feita ao longo de todo o filme começa por estranhar-se, mas vai-se tornando mais natural com o decorrer da acção - ainda assim, ganharia muito se fosse  menos presente.

Destaque para a interpretação de Paul Dano que com pouco é capaz de tanto na pele do macabro Riddler. Também Robert Pattinson e Zoë Kravitz, que formam um par com muita química no ecrã, fazem uma positiva reconstrução das suas personagens, ambas marcadas pelo desgosto e pelo desejo de justiça.


No ambiente de crime e desconfiança de uma Gotham ainda mais obscura que o habitual, Matt Reeves acompanha The Batman, enquanto persegue criminosos e é ele mesmo perseguido pelo seu passado tormentoso. Eis mais uma investida cinematográfica no mundo do Cavaleiro das Trevas para experienciar.

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