quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Crítica: Salgueiro Maia - O Implicado (2022)

*6/10*

Um dos grandes heróis da História portuguesa, que não teve o devido reconhecimento em vida, é o foco do filme Salgueiro Maia - O Implicado, de Sérgio Graciano. Um olhar sobre a vida do Capitão de Abril, desde a entrada na Academia Militar, ao papel fulcral que teve no 25 de Abril de 1974, nos primeiros anos pós-revolução, até ao seu afastamento e desencantamento com a vida militar.

Salgueiro Maia - O Implicado "retrata as histórias que ainda não foram contadas sobre o Capitão de Abril. As pequenas revelações que permitem  perceber  melhor  de  onde  vinha  a  moderação,  a  valentia,  a  educação  e  a  firmeza  com  que sempre se apresentou publicamente, e que foram a chave para que a Revolução dos Cravos tenha sido como foi"

A noite de 25 de Abril de 1974 é o ponto de partida do filme de Sérgio Graciano, que viaja atrás no tempo para contar, paralelamente, os primeiros tempos de Maia na Academia Militar, na Amadora, e os anos passados em África, na Guerra Colonial. É nesta fase que a sua personalidade forte e desafiadora se começa a moldar, primando pela humanidade e justiça.

Depois da Revolução, e por não ter preferências políticas, a carreira do Capitão de Abril entra em decadência, e, apesar de na vida pessoal ser feliz, a mágoa para com a falta de reconhecimento por toda a sua dedicação nunca o deixou.

Na pele de Salgueiro Maia, Tomás Alves é mesmo a alma da longa-metragem. O jovem actor a mostrar-se à altura do desafio, das emoções e do conflito interior da personagem: um homem que transformou a rebeldia da juventude em confiança, capaz de comandar os homens e lidar com as situações mais tensas com a coragem e a calma de poucos.

Mais televisivo do que cinematográfico, Salgueiro Maia - O Implicado é uma merecida homenagem a um homem a quem Portugal tanto deve, e que não foi capaz de agradecer-lhe em vida. Tomás Alves dignifica a figura do militar e do homem dentro da farda.

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