segunda-feira, 4 de março de 2024

Crítica: Dune - Duna: Parte Dois / Dune: Part Two (2024)

"I am Paul Muad'Dib Atreides, Duke of Arrakis. The Hand of God be my witness, I am the Voice from the Outer World! I will lead you to Paradise!"

Paul Atreides


*7/10*

Depois de vários adiamentos, Dune - Duna: Parte Dois viu a luz (do dia e do projector da sala de cinema, em IMAX, de preferência), dando seguimento ao filme de 2021, que trouxe para o grande ecrã - mais uma vez - o inadaptável livro de ficção científica de Frank Herbert.

"Dune - Duna: Parte Dois explora a jornada mítica de Paul Atreides, que se une a Chani e aos Fremen durante um golpe de vingança contra os conspiradores que destruíram a sua família. Ao enfrentar uma escolha entre o amor da sua vida e o destino do universo, ele lutará para evitar um futuro terrível que só ele pode prever."

A clareza que o filme anterior já apresentava continua a ser uma das grandes forças de Denis Villeneuve nesta segunda parte de Duna. O respeito pelo texto, pelo tempo da acção e das personagens, aproxima a plateia da história. E Villeneuve é exímio ao dotar as sequências de acção mais intensas de uma epicidade muito característica: mistério, ritmo e clareza. São bons exemplos disso o momento em que Paul Atreides (Timothée Chalamet) surfa um verme; a luta de Feyd-Rautha Harkonnen (Austin Butler) na arena, qual gladiador; ou a batalha final entre os dois rivais.

Por outro lado, a maior fraqueza de Dune - Duna: Parte Dois é a duração, com a jornada pelo planeta Arrakis, até ao Imperador (Christopher Walken), a ser demasiado longa - menos 20 minutos e o filme não teria quebras de ritmo. Com um início cativante, a longa-metragem segue os passos da integração de Paul e Jessica (Rebecca Ferguson) entre os Fremen, entre alguns combates com os Harkonnen, e a aprender a lidar com as desconfianças de uns e a fé de outros, que acreditam que Paul é mesmo o tão esperado Messias. Ao mesmo tempo, o clima de romance com Chani (Zendaya) intensifica-se e as visões de Paul tornam-se mais claras e frequentes.

De regresso estão as questões religiosas, sociopolíticas e até mesmo ambientais que já a primeira parte de Duna abordava. Também Hans Zimmer segue ao comando da banda sonora, assombrosa e épica, em continuidade com a sua predecessora, bem como o trabalho de fotografia, direcção artística, guarda roupa e efeitos especiais, que flutuam entre um imaginário futurista e a decadência do universo de Herbert.

Nas interpretações, as atenções viram-se para Austin Butler com uma fabulosa transformação física e psicológica para interpretar o psicopata Feyd-Rautha, herdeiro dos Harkonnen.

Em Dune - Duna: Parte DoisDenis Villeneuve termina o que bem começou no filme de 2021, deixando as pistas e o caminho aberto para os próximos episódios desta complexa saga de ficção científica.

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