sábado, 31 de maio de 2025
sexta-feira, 30 de maio de 2025
Estreias da Semana #668
quarta-feira, 28 de maio de 2025
Curtas Vila do Conde regressa de 12 a 20 de Julho
A 33.ª edição do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema decorre de 12 a 20 de Julho.
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The Last Days of Disco, Whit Stillman |
Entre os destaques desta edição estão as secções temáticas Last Film, dedicada às últimas obras de cineastas consagrados; In Focus, com retrospectivas dos realizadores Whit Stillman (EUA) e Mahdi Fleifel (Dinamarca/Palestina); New Voices, centrado na cineasta francesa Maureen Fazendeiro (com a exibição de curtas como Les Habitants, de 2025, e a longa Diários de Otsoga, de 2021, correalizada com Miguel Gomes); e Stereo, que volta a cruzar música e cinema com três cine-concertos.
Na secção Last Film, o Curtas apresenta títulos raros e derradeiros como Scenarios (2024), de Jean-Luc Godard, Bourbon Street Blues (1979), de Douglas Sirk, ou O Velho do Restelo (2014), de Manoel de Oliveira. Já em In Focus, o visado é o universo de Whit Stillman, com a exibição de longas como Metropolitan (1990) e Love & Friendship (2016), e ainda o percurso de Mahdi Fleifel, cujo mais recente filme, To a Land Unknown, estreou no Festival de Cannes.
A arte contemporânea ganha espaço com uma exposição da realizadora iraniana Maryam Tafakory, na Solar – Galeria de Arte Cinemática, que terá ainda carta branca para apresentar obras suas e de outros autores, reflectindo sobre questões de género, memória e invisibilidade.
Na secção Stereo, Lee Ranaldo (ex-Sonic Youth) musicará Quick Billy, de Bruce Baillie; Felicia Atkinson recriará a banda sonora de Les Yeux Sans Visage (1960), de Georges Franju; e John Carrol Kirby apresentará uma peça original ao lado da artista visual Nika Milano.
A programação completa do Curtas Vila do Conde 2025 será divulgada em breve.
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Sugestão da Semana #667
domingo, 25 de maio de 2025
Crítica: Missão: Impossível - O Ajuste de Contas Final / Mission: Impossible - The Final Reckoning (2025)
"I need you to trust me. One last time."
Ethan Hunt
*7/10*
E ao oitavo filme da saga, Missão: Impossível - O Ajuste de Contas Final, Tom Cruise ainda está aí para as curvas. O actor e o realizador Christopher McQuarrie anunciaram que este é o derradeiro filme Missão: Impossível, mas será mesmo assim?
"Após escaparem de um violento acidente de comboio, Ethan Hunt (Tom Cruise) e a sua equipa continuam a enfrentar o maior adversário de sempre: a Entidade, uma inteligência artificial implacável e manipuladora, capaz de alterar o mundo tal como o conhecemos. Hunt e os seus companheiros da IMF, Luther (Ving Rhames), Benji (Simon Pegg) e Grace (Hayley Atwell), esta última, entretanto, convertida à causa, enfrentam um futuro incerto. Perseguidos pelos agentes Briggs e Degas e enfrentando Gabriel, precisam da ajuda da antiga oponente Paris, enquanto tentam recuperar a única arma capaz de destruir a Entidade. Uma arma que se encontra sob o gelo da calota polar, no fundo do Mar de Bering, entre os destroços de um submarino russo afundado, o Sevastopol."
Com o poder desmedido da Inteligência Artificial como mote, e no seguimento do filme anterior, Missão: Impossível - O Ajuste de Contas Final traduz-se numa luta contra vários inimigos, sendo o mais perigoso deles invisível: a Entidade.
Assim que começa este oitavo filme de Tom Cruise como Ethan Hunt, percebe-se que há um saudosismo antecipado a pairar. Há um recordar - ligeiramente insistente - de missões anteriores e personagens, desde 1996 até à actualidade, especialmente na primeira metade do filme. A acção tarda em chegar, entre muitas conversas, ameaças ou teorias demasiado técnicas que fazem antever os desafios "impossíveis" que se seguirão.
E eis que Ethan tem de salvar o Mundo e começa a verdadeira Missão. Christopher McQuarrie oferece fabulosas sequências de acção de suster o fôlego, seja a muitos metros de profundidade, nas águas geladas do Mar de Bering, explorando submarinos afundados, seja com os pés bem assentes na terra, a correr sem parar, ou a muitos metros de altura, fazendo acrobacias em avionetas. E, apesar de ser o protagonista que vive as mais entusiasmantes aventuras, o realizador não esquece a importância do trabalho em equipa, que tudo faz para que a Entidade não vença o Bem.
Tom Cruise, o motor desta saga com quase três décadas, mostra-se tão bem ou melhor do que quando tinha 33 anos, em 1996. A maturidade e a experiência deram-lhe o rigor e perfeccionismo que pretende alcançar a cada novo filme e, mais uma vez, não precisou de duplos.
Ainda no elenco, destaque para a presença poderosa - e quase política, tendo em conta os dias que correm - de Angela Bassett como Presidente dos Estados Unidos da América. Com o Mundo num autêntico caos, onde ninguém sabe o que é verdadeiro ou falso e os arsenais nucleares dos países em perigo, só o mais ponderado dos líderes saberá como reagir.
Missão: Impossível - O Ajuste de Contas Final assume-se como uma despedida, construída com esse propósito, num início lento que resulta depois numa explosão de impossibilidades que só Tom Cruise é capaz de resolver. Fica a vaga esperança de que este fim possa, um dia, tornar-se num regresso.
sexta-feira, 23 de maio de 2025
quinta-feira, 22 de maio de 2025
Estreias da Semana #667
quarta-feira, 21 de maio de 2025
Crítica: A Savana e a Montanha (2024)
Sugestão da Semana #666
sexta-feira, 16 de maio de 2025
IndieLisboa 2025: Duas Vezes João Liberada / Two Times João Liberada (2025)
"Não me faz sentido nenhum fazer isto à personagem... Desculpem."
João
*9/10*
Duas Vezes João Liberada marca a estreia de Paula Tomás Marques nas longas-metragens, após uma muito prometedora filmografia de curtas.
No seguimento do que já aconteceu em Dildotectónica (2023), Paula volta a criar uma personagem ficcional, construída através de registos reais. Sem medo de correr riscos, a realizadora quebra e desmistifica tabus, ao mesmo tempo que a inspiração histórica - com a personagem de Liberada a nascer a partir de uma vasta investigação da realizadora e da protagonista June João (que assinam o argumento em conjunto) nos registos da Inquisição em Portugal e relatos de historiadores - torna tudo ainda mais mágico e entusiasmante.
"João, uma actriz lisboeta, protagoniza um filme histórico biográfico sobre Liberada, uma jovem dissidente de género perseguida pela Inquisição. Após o realizador do filme ficar misteriosamente paralisado, João é assombrada pelo espírito da personagem."
Eis que Duas Vezes João Liberada mostra o filme dentro do filme, guiado por uma metanarrativa, com nuances históricas e uma desmistificação da dissidência de género ao longo dos séculos. A desconstrução dos acontecimentos é feita de forma competente e cativante, revelando os bastidores da rodagem do filme sobre Liberada e a divergência de pontos de vista entre realizador e actriz principal. Aí, entra em acção um elemento terror/fantástico: o fantasma da "verdadeira" Liberada a assombrar a equipa de filmagens, mas principalmente, João (numa excelente prestação de June João) e o realizador.
É como se apenas João fosse capaz de compreender qual é a correcta representação, a partir do Presente, de uma (suposta) figura histórica. É também isso que Paula Tomás Marques pretende fazer com esta personagem fictícia, que poderia representar outras que realmente existiram, mas sobre quem não se sabe toda a história e, como tal, seria impossível replicá-las dignamente. É fundamental deixá-las livres de preconceitos.
Sem apoios financeiros públicos, a equipa de Duas Vezes João Liberada criou uma obra notável, com grande empenho e entreajuda de todos os elementos. Paula Tomás Marques optou por filmar em película de 16mm, o que confere ainda maior magia à longa-metragem. Se, por um lado, toda a equipa pôde experienciar a necessidade de economia que a fita exige, verdade é que o resultado é surpreendente, com planos exemplares e um trabalho que tira o maior partido da luz e cores. Ao mesmo tempo, a montagem e os efeitos visuais práticos funcionam com uma naturalidade que torna a assombração ainda mais "realista".
Na sua primeira longa-metragem, Paula Tomás Marques mostra, cada vez mais, uma enorme criatividade e inteligência na abordagem dos temas que têm caracterizado o seu trabalho. Não falta algum humor, uma fantasma que sabe o que quer e muito respeito pelas pessoas queer e dissidentes de género que ficaram registados na História.
quinta-feira, 15 de maio de 2025
Estreias da Semana #666
terça-feira, 13 de maio de 2025
Sugestão da Semana #665
domingo, 11 de maio de 2025
IndieLisboa 2025: Vencedores
O IndieLisboa 2025 anunciou este Sábado, 10 de Maio, os premiados desta 22.ª edição do festival lisboeta. On Becoming a Guinea Fowl, de Rungano Nyoni, conquistou o Grande Prémio de Longa-metragem da Competição Internacional. Nos galardões nacionais, destaque para Hanami, de Denise Fernandes, eleita a Melhor Longa a concurso, e para Paula Tomás Maques, que venceu o prémio de Melhor Realização por Duas Vezes João Liberada.
Eis a lista completa de premiados:
Competição Internacional de Longas-Metragens
Grande Prémio de Longa-Metragem Cidade de Lisboa (15 mil euros)
On Becoming a Guinea Fowl, de Rungano Nyoni
Prémio Especial do Júri Canais TVCine (garante a aquisição dos direitos do filme para Portugal)
Vitrival – The Most Beautiful Village in the World, de Noëlle Bastin e Baptiste Bogaert
Competição Internacional de Curtas-Metragens
Grande Prémio de Curta-Metragem EMEL (4000 euros)
Their Eyes, de Nicolas Gourault
Prémio Especial de Júri (500 euros) ex aequo
Servicio necrológico para usted, de María Salafranca
The Building and Burning of a Refugee Camp, de Dennis Harvey
Prémios Competição Nacional
Prémio MAX para Melhor Longa-Metragem Portuguesa (5000 euros)
Hanami, de Denise Fernandes
Prémio Melhor Realização para Longa-Metragem (1000 euros)
Duas Vezes João Liberada, de Paula Tomás Marques
Menção Especial
Deuses de Pedra, de Iván Castiñeiras Gallego
Prémio Melhor Curta-Metragem Portuguesa (2000 euros)
Antígona ou a História de Sara Benoliel, de Francisco Mira Godinho
Prémio Novo Talento McFly (5000 mil euros convertíveis em serviços de pós-produção de som)
La Durmiente, de Maria Inês Gonçalves
Novíssimos
Prémio Novíssimos (1000 euros e a promoção e venda do filme em questão pela Portugal Film)
Em Reparação, de Beatriz Machado Oliveira
Menções Honrosas
Winners, de Edgar Gomes Ferreira
Entre o Mar e a Ilha, de José Rodrigo Freitas.
Silvestre
Prémio Honda Silvestre para Melhor Longa-Metragem (1500 euros) ex aequo
Ariel, de Lois Patiño
little boy, de James Benning
Prémio Silvestre Escola das Artes para Melhor Curta-Metragem (1000 euros)
Razeh-del, de Maryam Takafori
Prémio IndieMusic (1000 euros)
Orlando Pantera, de Catarina Alves Costa.
(Orlando Pantera tem sessão extra no IndieLisboa este Domingo, 11 de Maio, às 18h30, no Auditório Emílio Rui Vilar, Culturgest)
Prémio Amnistia Internacional (1500 euros)
On Becoming a Guinea Fowl, de Rungano Nyoni
Prémio MUTIM (250 euros) - curta-metragem da secção Novíssimos que melhor contribua para um imaginário cinematográfico não estereotipado no cinema português
Amanhã Não Dão Chuva, de Maria Trigo Teixeira.
Menção Honrosa
Entre o Mar e a Ilha, de José Rodrigo Freitas.
Prémio Escolas para Melhor Curta-Metragem
Antígona ou a História de Sara Benoliel, de Francisco Mira Godinho
Prémio Universidades para Melhor Longa-Metragem Portuguesa
Deuses de Pedra, de Iván Castiñeiras Gallego
O Prémio do Público [para as categorias de longa-metragem (1000 euros), curta-metragem (750 euros) e IndieJúnior (500 euros)] será conhecido na segunda-feira.
Toda a informação sobre o IndieLisboa 2025 em https://indielisboa.com/
sexta-feira, 9 de maio de 2025
IndieLisboa 2025: Zodiac Killer Project (2025)
*8/10*
Zodiac Killer Project é um filme sobre o filme que Charlie Shackleton nunca chegou a realizar. O cineasta pretendia adaptar ao cinema o livro The Zodiac Killer Cover-Up: The Silenced Badge, de Lyndon E. Lafferty, mas o que parecia quase certo, acabou por não acontecer, por oposição da família do autor em ceder os direitos do livro.
"Tal como nunca se provou quem foi o Zodiac Killer, também Charlie Shackleton não conseguiu avançar com a adaptação ao grande ecrã do livro The Zodiac Killer Cover-Up: The Silenced Badge de Lyndon E. Lafferty, que acreditava saber a identidade do criminoso elusivo. Mas isso não impediu Shackleton de fazer um-filme-sobre-o-filme-que-iria-fazer, numa evocação cinematográfica do género true crime. Zodiac Killer Project é imaginativo, intrigante e uma desconstrução magistral com direito ao mais belo pôr-do-sol."
Filmado em película de 16mm, Zodiac Killer Project leva a plateia aos (possíveis) locais onde o realizador queria filmar, enquanto relata todas as ideias já planeadas para cada local, para cada personagem. Ao mesmo tempo, recorre a excertos de conhecidos documentário e séries de true crime (que Shackleton parece ter devorado ao longo dos anos), nos quais ponderaria inspirar-se, recorrendo aos maiores clichés do género. E todos eles surgem na muito dinâmica e mordaz montagem do documentário.
Este filme resulta da frustração de Shackleton, que tinha todas as ideias já bem definidas, aplicando-as no documentário com muita criatividade e humor. É ele quem narra - mais ou menos - espontaneamente cada cena, e como deveria ter sido filmada, nessa obra que nunca chegou a acontecer. O realizador consegue tornar toda a experiência de visualização de Zodiac Killer Project numa entusiasmante caça ao assassino nunca descoberto. Tal como Shackleton, a plateia alinha facilmente nas teorias de Lyndon, por mais improváveis e divertidas que possam ser.
O realizador Charlie Shackleton esteve presente na sessão de abertura do Foco dedicado a si pelo IndieLisboa, na Cinemateca Portuguesa, e respondeu a algumas questões da plateia.
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