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terça-feira, 13 de maio de 2025

Sugestão da Semana #665

Das estreias da passada Quinta-feira (e para aproveitar os dias que restam - 13 e 14 de Maio - com filmes a 3,5€ no Cinema em Festa), a Sugestão da Semana destaca o filme Sonhar com Leões, de Paolo Marinou-Blanco, protagonizado por Denise Fraga e João Nunes Monteiro.

SONHAR COM LEÕES


Ficha Técnica:
Título Original: Sonhar com Leões
Realizador: Paolo Marinou-Blanco
Elenco: Denise Fraga, João Nunes Monteiro, Joana Ribeiro, Sandra Faleiro, Alexander Tuji Nam, Victoria Guerra, António Durães, Roberto Bomtempo, Dinarte de Freitas
Género: Comédia, Drama
Classificação: M/16
Duração: 87 minutos

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Sugestão da Semana #639

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana chega a dobrar e destaca dois filmes portugueses: Estamos no Ar, de Diogo Costa Amarante, e Por ti, Portugal, eu Juro!, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso. Os dois filmes têm crítica no Hoje Vi(vi) um Filme (Estamos no Ar e Por ti, Portugal, Eu Juro!).



Ficha Técnica:
Título Original: Estamos no Ar
Realizador: Diogo Costa Amarante
Elenco: Carloto Cotta, Sandra Faleiro, Valerie Braddell, Anabela Moreira, Cucha Carvalheiro, João Pacola, Marco Paiva, Pedro Almendra, Romeu Runa, Sónia Balacó
Género: Drama
Classificação: M/12
Duração: 92 minutos





Ficha Técnica:
Título Original: Por ti, Portugal, Eu Juro!
Realizadores: Diogo Cardoso, Sofia da Palma Rodrigues
Género: Documentário
Classificação: M/12
Duração: 98 minutos

domingo, 26 de maio de 2024

IndieLisboa 2024: Estamos no Ar / We're on Air (2024)

"Estava um bocado farta de estar ali sentada a rir e a bater palmas"
Júlia


*6.5/10*

Diogo Costa Amarante estreia-se nas longas-metragens com Estamos no Ar, uma comédia dramática inspirada, inesperada e visualmente apelativa. 

"Fátima diz que não sente nada, mas sonha com o polícia que se mudou recentemente para o apartamento ao lado. Vítor, o filho, usa secretamente a farda do vizinho na expectativa de que o rapaz que conheceu online sinta alguma coisa por ele. Júlia, a avó, quer fugir do lar, mas sente-se cansada de andar às voltas para não ir a lado nenhum. Uma espiral de insónias e ilusões nocturnas leva a mal-entendidos e relações impossíveis, todos em busca de um pouco de ar."


As personagens vivem numa incessante busca de mudança, de ultrapassar o estado em que se encontram e alcançar algo mais, mas parecem andar aos círculos, sem grandes avanços ou recuos. Nessas tentativas, tantas vezes goradas, surgem os mais inesperados acontecimentos ou experiências, que não chegam a quebrar a rotina de mãe, filho ou avó, mas ajudam a acalentar a esperança em dias melhores.

Imaginação não falta a Diogo Costa Amarante, que usa de um humor subtil e assertivo - muitas vezes hilariante -, sempre a par com uma tranquilidade que paira na longa metragem, em contraste com as inquietações e vontade de mudança dos protagonistas.


Estamos No Ar tem uma estética muito diferenciada, que se denota, desde logo, nas opções de cores dos décors, mas o grande destaque visual do filme vai para um excelente trabalho da direcção de fotografia de Sabine Lancelin (que trabalhou em alguns filmes de Manoel de Oliveira) que joga com a iluminação e cores de forma quase fantasiosa, psicadélica, e criando, outras vezes, autênticos quadros vivos na tela do cinema.

A fazer as delícias da plateia estão, entre outros, Sandra Faleiro, Carloto Cotta, Anabela Moreira, Romeu Runa, Cucha Carvalheiro, João Pacola, e uma extraordinária Valerie Braddell.


Diogo Costa Amarante tem aqui uma estreia auspiciosa, depois de um percurso muito prometedor também nas curtas-metragens. 

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A Herdade - versão série - estreia na RTP1 a 30 de Abril e 1 de Maio

A versão série de A Herdade, filme de Tiago Guedes, estreado nos cinemas em 2019, chega à RTP  nos próximos dias 30 Abril e 1 de Maio, às 21h45.


A série terá quatro episódios, sendo exibidos dois em cada dia. Protagonizado por Albano Jerónimo e Sandra Faleiro, A Herdade acompanha a história de uma família proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, ao mesmo tempo que faz o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a Revolução do 25 de Abril e até aos dias de hoje.

Podes ler a crítica do Hoje Vi(vi) um Filme ao filme, aquando da estreia nos cinemas, em Setembro de 2019, aqui.

domingo, 22 de setembro de 2019

Sugestão da Semana #395

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o filme português A Herdade, de Tiago Guedes, protagonizado por Albano Jerónimo e Sandra Faleiro. Lê a crítica do Hoje Vi(vi) um Filme.

A HERDADE


Ficha Técnica:
Título Original: A Herdade
Realizador: Tiago Guedes
Elenco: Albano Jerónimo, Sandra Faleiro, Miguel Borges, João Vicente, João Pedro Mamede, Ana Vilela da Costa
Género: Drama
Classificação: M/12
Duração: 166 minutos

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Crítica: A Herdade / The Domain (2019)

"Roubou-me metade da minha vida, já não me rouba mais nada".
Leonor


*8/10*

Os campos alentejanos, a política do Estado Novo e personagens intensas juntam-se para contar a história de uma família portuguesa em A Herdade. Se fosse um livro, A Herdade poderia ter sido escrito por alguém que fundisse o crítico Eça de Queirós e o apaixonado Camilo Castelo BrancoRui Cardoso Martins escreveu o guião, posteriormente alterado por Tiago Guedes, e ainda com algumas ideias de Gilles Taurand, que resulta numa história contada a três tempos.

O filme de Tiago Guedes tem uma dimensão pouco usual no cinema português. É um drama histórico, que se pode confundir, por vezes, com uma novela - das boas -, e cujo visual ficará na memória, qual quadro em movimento.


A Herdade apresenta-nos a uma família proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, e leva-nos a mergulhar nos segredos da sua herdade, fazendo o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a Revolução do 25 de Abril, até aos anos 90.

O homem rico e poderoso está habituado a dominar, ser dono e senhor das suas terras, mais ainda em tempos de ditadura. João, contudo, não é um patrão insensível e distante, bem pelo contrário, ele não quer saber de política e tem uma estreita relação com os seus trabalhadores. Na sua herdade, a lei que impera não é bem a mesma que no resto do território nacional. Já dentro das portas da sua casa, ele mantém a frieza e brusquidão com que foi educado pelo seu pai - que a primeira cena do filme, ainda antes do título surgir, nos demonstra com crueldade - e não admite a fraqueza.


João é um homem frio, poderoso, intransigente, de amores fugazes e opiniões sólidas. Albano Jerónimo é capaz de encarná-lo com dignidade, com uma sensualidade que contrasta com a sua rudez. Ao seu lado, Sandra Faleiro é a maior estrela do filme. Os seus cabelos loiros, olhos azuis, pele clara, de ar angelical, nórdico e frágil, compõem uma mulher muito mais forte e firme do que aparenta. Leonor sofre em silêncio mas não se deixa rebaixar em momento algum, acomoda-se mas não se deixa humilhar, é independente, apesar do marido infiel e do pai general da PIDE. Os seus olhos dizem muito mais do que qualquer palavra.

O tom novelesco que percorre esta história não incomoda, pelo menos até à chegada dos anos 90 em que o socio-político que até então dominava a narrativa muda o foco para a tragédia familiar. Os filhos já são adultos e não há espaço para as suas personalidades crescerem tanto como os seus corpos. Miguel - um intenso João Pedro Mamede - ganha protagonismo e a importância que sempre espreitou atrás das portas ao longo do filme; mas não chega para conquistar a plateia da mesma maneira que os seus pais já conseguiram.


Elementos fundamentais e simbólicos surgem em A Herdade, quase como parte dos protagonistas. Os cavalos de João, com quem parece ter uma relação mais próxima que com a própria família; o vento, omnipresente naqueles campos a perder de vista; o sótão dos que não querem ser encontrados; a vedação onde Miguel encontra alguma liberdade, tal como o pequeno forte em ruínas onde João se refugiava em criança; a árvore que desde o início é quase um membro da família...

Um dos mais marcantes momentos do filme de Tiago Guedes coincide com o 25 de Abril de 1974. Imagens e som de arquivo entram em cena para contar a História. Testemunhamos a revolução a nascer lá fora mas não dentro daquela casa.


Tecnicamente, A Herdade consegue proporcionar-nos imagens inesquecíveis através da direcção de fotografia de João Lança Morais (que joga da melhor forma com luz e escuridão, adequando-as através dos tempos), entre planos sequência memoráveis (o do baile, com cerca de oito minutos, não escapará a ninguém), o simbolismo das personagens que surgem nas sombras ou os planos filmados junto à árvore ao longo dos tempos. Os silêncios são trabalhados de forma eficaz pela equipa de som que merece igualmente destaque.

A Herdade é quase um épico do cinema português e Tiago Guedes teve a coragem de assumir as rédeas de um projecto de grande dimensão, quer no elenco, responsabilidade histórica, duração (166 minutos) e beleza estética. Cada personagem é toldada pela infância que teve. João, com todos os seus fantasmas e vícios, só quer salvar o património da família e manter o poder que sempre julgou seu de direito.