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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Crítica: Lamento de uma América em Ruínas / Hillbilly Elegy (2020)

"Don't make us your excuse, J.D."

Lindsay

*3.5/10*

Lamento de uma América em Ruínas (Hillbilly Elegyé o mais recente filme de Ron Howard, com selo Netflix, baseado no livro homónimo de J.D. Vance, o protagonista. O filme é, contudo, um rol de clichés e estereótipos, onde até as críticas são em jeito de elogios. 

"J.D. Vance (Gabriel Basso), antigo fuzileiro naval oriundo do sul do Ohio e atualmente aluno do curso de direito em Yale, está prestes a conseguir o emprego com que sempre sonhou, quando uma crise familiar o obriga a regressar a casa e a reencontrar uma vida que queria esquecer. J.D. terá de lidar com a complexa dinâmica da sua família rural, incluindo a relação volátil com Bev (Amy Adams), a sua mãe toxicodependente. Tocado pelas memórias da avó Mamaw (Glenn Close), a mulher forte e sagaz que o criou, J.D. percebe que para realizar os seus sonhos, terá primeiro de aceitar as suas raízes."

Entre flashbacks, o protagonista conta-nos a história da sua família e as dificuldades por que passou até ingressar em Yale: cresceu numa família de mulheres sofridas de poucas posses, entre a violência doméstica e a toxicodependência, sofreu bullying, mas contra todas as expectativas foi Marine, formou-se, tem uma relação estável e está à beira de conseguir o emprego de sonho. Um conto de fadas cheio de lugares-comuns e cujas reviravoltas só vêm desculpar as falhas do sistema norte-americano, que, no fundo, J.D. tanto admira e do qual ambiciona fazer parte (e não é que lá está ele, na vida real?).

Mas mesmo que o único a singrar neste filme tenha sido um homem, é nas mulheres que encontramos a força de Lamento de uma América em Ruínas. Se Amy Adams está competente na pele da mãe toxicodependente, e Haley Bennett como Lindsay, a irmã dedicada mas conformada, o que dizer da fabulosa interpretação de Glenn Close, como a avó Mamaw? A veterana incorporou uma forma de andar e falar muito característica e está transfigurada, de aspecto descuidado e modos grosseiros - e, no final, a partir de vídeos caseiros da família Vance, podemos constatar como está igual à verdadeira avó de J.D.

No fim de contas, Ron Howard criou um filme superficial, sem personalidade, nem grandes intenções. A família branca desestruturada de uma América profunda, abandonada à sua sorte e cheia de preconceitos associados, onde a culpa dos problemas parece ser apontada, única e exclusivamente às vítimas, serve de caricatura para a história de superação deste rapaz. Não há empatia, nem admiração, bem pelo contrário. Vale pelas interpretações femininas.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Momentos Para Recordar #59

Hoje, o Momentos para Recordar destaca um filme que retrata um dos momentos marcantes do jornalismo televisivo norte-americano - e mundial. Ron Howard transformou em filme a peça de Peter Morgan, que dramatizou as entrevistas concedidas em 1977 pelo ex-presidente dos Estados Unidos da América, Richard Nixon, ao jornalista britânico David Frost.

Das dificuldades iniciais, negociações, aos obstáculos que se sucederam ao longo da produção, Frost/Nixon, qual combate de boxe, recria não apenas os momentos cruciais da entrevista como os bastidores e toda a pesquisa envolvida - muitas vezes em tom documental. Relembremos os grandes desempenhos de Frank Langella e Michael Sheen, num filme que faz ressoar no presente muitos ecos do passado.

Frost/NixonRon Howard (2008)

domingo, 18 de setembro de 2016

Sugestão da Semana #238

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o documentário The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Years.

THE BEATLES: EIGHT DAYS A WEEK - THE TOURING YEARS


Ficha Técnica:
Título Original: The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Years
Realizador: Ron Howard
Actores: Paul McCartney, Ringo Starr, John Lennon, George Harrison
Género: Documentário, Thriller
Classificação: M/12
Duração: 137 minutos

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Crítica: No Coração do Mar / In the Heart of the Sea (2015)

"The tragedy of the Essex is the story of men. And a Demon."
Thomas Nickerson
*5/10*

Essencialmente visual, assim é o mais recente filme de Ron Howard, No Coração do Mar. A longa-metragem tem apenas a função de contar uma história verídica e serve-se do facto desta ter inspirado Herman Melville para escrever Moby Dick como factor catalisador de atenções. O marketing a funcionar.

O problema é que pouco mais funciona tão bem. Howard apoia o seu filme essencialmente nos efeitos visuais e em todo esse espectáculo que distrai ligeiramente do argumento, tão mal suportado. Uma história verídica nem sempre é sucesso garantido, precisa ser bem narrada, bem explorada. As baleias não podem fazer todo o trabalho. Realizador e argumentista deveriam ter feito melhor.

Baseado no livro de Nathaniel Philbrick sobre a verdadeira e dramática viagem do navio baleeiro Essex, No Coração do Mar leva-nos a 1820. O navio é atacado por uma baleia gigante. Com a tripulação a ser levada ao limite e forçada a fazer o impensável para sobreviver, enfrentando tempestades, fome, pânico e o desespero, os homens vão colocar em causa a suas crenças mais profundas, desde o valor real das suas vidas à moralidade do seu ofício. Nesta histórica viagem, o capitão (Benjamin Walker) procura uma saída no mar imenso e o imediato Owen Chase (Chris Hemsworth) uma maneira de destruir a gigantesca baleia.


O questionar de valores, o desespero que coloca os instintos mais primitivos à frente do socialmente aceite, e mesmo o dilema moral - afinal, será mesmo a baleia a má da fita? - não são explorados na sua plenitude e o clímax nunca é atingido. As personagens têm pouca personalidade, à excepção de Owen Chase e do jovem Thomas Nickerson (Tom Holland novamente a dar nas vistas depois de O Impossível) - eles são realmente os únicos que nos farão continuar a ter interesse em No Coração do Mar. O mais velho é o modelo de homem que o mais novo quer seguir, na coragem, determinação e na forma como nunca desiste. Cillian Murphy como Matthew Joy, companheiro e amigo de Chase, também merece destaque.

O filme alterna entre dois tempos: a acção em alto mar, nesta luta contra as baleias, é-nos apresentada ao mesmo tempo que Melville (Ben Whishaw) vai descobrindo os detalhes desta história, contada pelo único sobrevivente ainda vivo, Tom Nickerson (Brendan Gleeson). A montagem alterna entre estes dois momentos espacio-temporais e o ritmo é bem conseguido, contrabalançando a luta da tripulação contra a força da Natureza, em 1820, e a nostalgia, a dor de recordar, as emoções, enquanto Nickerson relata os acontecimentos.


Mas, afinal, o protagonismo de No Coração do Mar vai todo para os efeitos visuais, muito bem concretizados, é verdade, mas que roubam o brilho e o interesse às personagens e história - aqui é que deveriam estar as atenções. O 3D (Imax ou não) atordoa e desfocaliza ainda mais a atenção da plateia, quase anestesiada pela componente visual, onde ondas e baleias gigantes, querem transpor o ecrã da sala de cinema e deixar lá os marinheiros pouco empáticos.

Moby Dick merecia mais e o público também.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sugestão da Semana #84

Das muitas estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana recai sobre o novo filme realizador por Ron Howard. Rush é uma biopic fiel e cheia de adrenalina sobre os pilotos de Fórmula 1, James Hunt e Niki Lauda, durante o Campeonato do Mundo de 1976, que agarra o espectador até ao último minuto.

RUSH - DUELO DE RIVAIS


Ficha Técnica:
Título Original: Rush
Realizador: Ron Howard
Actores: Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Olivia WildeAlexandra Maria Lara
Género: Acção, Biografia, Drama
Classificação: M/12
Duração: 123 minutos