Mostrar mensagens com a etiqueta Haley Bennett. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Haley Bennett. Mostrar todas as mensagens

domingo, 26 de março de 2023

Sugestão da Semana #553

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Justiça para Emmett Till, de Chinonye Chukwu.

JUSTIÇA PARA EMMETT TILL


Ficha Técnica:
Título Original: Till
Realizadora: Chinonye Chukwu
Elenco: Danielle Deadwyler, Jalyn Hall, Frankie Faison, Haley Bennett, John Douglas Thompson, Whoopi Goldberg, Jayme Lawson
Género: Biografia, Drama, História
Classificação: M/12
Duração: 130 minutos

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Crítica: Swallow - Distúrbio (2019)

"Are you happy, or are you pretending to be happy?"
Katherine


*6.5/10*

Em Swallow - Distúrbio, a partir da abordagem de um transtorno psicológico, Carlo Mirabella-Davis analisa o controlo e dependência de uma mulher por parte do marido e como as expectativas patriarcais das sociedades podem condicionar a vida de alguém.

Hunter (Haley Bennet) é uma mulher grávida cuja existência toma um rumo alarmante quando  desenvolve uma compulsão para a ingestão de objectos perigosos. Com o controle, cada vez maior, do seu marido (Austin Stowell) e sogros sobre a sua vida, Hunter é forçada a enfrentar o segredo por detrás da sua obsessão incontrolável. 


O ponto de partida é aliciante e o thriller psicológico vai-se construído à medida que o Distúrbio do título se vai adensando e tomando proporções preocupantes. A aparente felicidade do casal cai rapidamente por terra aos olhos da plateia, revelando um vazio total na vida de Hunter. Sem sonhos, hobbies ou amigos, a jovem vive para agradar ao marido e aos sogros. A gravidez é o que despoleta a compulsão, desejosa de se manifestar. 

Este distúrbio parece ser o início da emancipação de Hunter. Ainda que, durante algum tempo, continue em negação, ela apercebe-se, aos poucos, de que tem de agir. Haley Bennet encarna as fragilidades e compulsões de Hunter com dedicação, num papel fisicamente exigente, e é quem realmente se destaca no elenco. 


Carlo Mirabella-Davis constrói a trama com alguma ironia e provocação, apesar de não ser tão eficaz como se poderia esperar - maior violência nas imagens tornaria tudo mais impactante. Todavia, as opções de cores e planos dentro de casa fazem com que Swallow crie uma redoma visual em torno de Hunter equiparável ao controlo que a família do marido tem sobre si.

Swallow - Distúrbio é um exercício de reflexão sobre a complexidade das perturbações psicológicas, ao mesmo tempo que desconstrói as aparências e o machismo das sociedades.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Crítica: Lamento de uma América em Ruínas / Hillbilly Elegy (2020)

"Don't make us your excuse, J.D."

Lindsay

*3.5/10*

Lamento de uma América em Ruínas (Hillbilly Elegyé o mais recente filme de Ron Howard, com selo Netflix, baseado no livro homónimo de J.D. Vance, o protagonista. O filme é, contudo, um rol de clichés e estereótipos, onde até as críticas são em jeito de elogios. 

"J.D. Vance (Gabriel Basso), antigo fuzileiro naval oriundo do sul do Ohio e atualmente aluno do curso de direito em Yale, está prestes a conseguir o emprego com que sempre sonhou, quando uma crise familiar o obriga a regressar a casa e a reencontrar uma vida que queria esquecer. J.D. terá de lidar com a complexa dinâmica da sua família rural, incluindo a relação volátil com Bev (Amy Adams), a sua mãe toxicodependente. Tocado pelas memórias da avó Mamaw (Glenn Close), a mulher forte e sagaz que o criou, J.D. percebe que para realizar os seus sonhos, terá primeiro de aceitar as suas raízes."

Entre flashbacks, o protagonista conta-nos a história da sua família e as dificuldades por que passou até ingressar em Yale: cresceu numa família de mulheres sofridas de poucas posses, entre a violência doméstica e a toxicodependência, sofreu bullying, mas contra todas as expectativas foi Marine, formou-se, tem uma relação estável e está à beira de conseguir o emprego de sonho. Um conto de fadas cheio de lugares-comuns e cujas reviravoltas só vêm desculpar as falhas do sistema norte-americano, que, no fundo, J.D. tanto admira e do qual ambiciona fazer parte (e não é que lá está ele, na vida real?).

Mas mesmo que o único a singrar neste filme tenha sido um homem, é nas mulheres que encontramos a força de Lamento de uma América em Ruínas. Se Amy Adams está competente na pele da mãe toxicodependente, e Haley Bennett como Lindsay, a irmã dedicada mas conformada, o que dizer da fabulosa interpretação de Glenn Close, como a avó Mamaw? A veterana incorporou uma forma de andar e falar muito característica e está transfigurada, de aspecto descuidado e modos grosseiros - e, no final, a partir de vídeos caseiros da família Vance, podemos constatar como está igual à verdadeira avó de J.D.

No fim de contas, Ron Howard criou um filme superficial, sem personalidade, nem grandes intenções. A família branca desestruturada de uma América profunda, abandonada à sua sorte e cheia de preconceitos associados, onde a culpa dos problemas parece ser apontada, única e exclusivamente às vítimas, serve de caricatura para a história de superação deste rapaz. Não há empatia, nem admiração, bem pelo contrário. Vale pelas interpretações femininas.