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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Monstra 2020: Competição de Curtas 1 em Análise

Continuamos a acompanhar a Monstra 2020 em casa, agora olhando para os nove filmes que compõem a Competição de Curtas 1. Da Bósnia-Herzegovina à Suiça, de Hong Kong ao Japão, muitos são os países presentes nesta selecção de curtas-metragens.

Selecção Natural (Natural Selection)
Selecção Natural (Natural Selection), de Aleta Rajic, chega-nos da Bósnia-Herzegovina, e leva-nos a um mundo onde os habitantes têm corpo humano e cabeça de animal. "A Mulher-Veado trabalha como peça de exposição profissional num museu onde está pendurada na parede". A acção desenrola-se neste imaginário surreal e é conduzida através dos sonhos que atormentam a protagonista e se misturam com a realidade. Mancha (Bavure), de Donato Sansone, parte de um pincel que mistura três cores e começa a pintar uma tela, que se transforma nas mais experimentais criaturas. "No início era a Nódoa. Um pincel revela um ser de guache", onde uma contínua transformação acontece.

 Lua Azul (Blue Moon)
Portugal está representado nesta Competição com Assim Mas Sem Ser Assim, de Pedro Brito, curta sobre a qual já falamos aqui. Da Bélgica, Lua Azul (Blue Moon), de Charlotte Dossogne, evoca a última noite do trompetista Chet Baker, em Amesterdão, a 12 de Maio de 1988. Através da música e de várias janelas, somos conduzidos por um trompetista com cara de lua pelas ruas, até ao céu.

Amor Profundo (Kohannia/Deep Love), de Mykyta Lyskov, chega-nos da Ucrânia e introduz-nos num mundo desencantado onde o nonsense impera, a par de uma forte crítica sociopolítica e um alerta ambiental. "Um amor profundo finalmente aconteceu na Ucrânia", conta-nos a sinopse. Um amor estranho e cheio de sacos de plástico voadores.

Paralelos em Série (Serial Parallels)
Paralelos em Série (Serial Parallels), de Max Hattler, leva-nos até à paisagem urbana de Hong Kong pela perspectiva conceptual da película cinematográfica. A curta-metragem, muito ritmada, usa a arquitectura em movimento como o motor da narrativa e da região. Do Japão, Sonhos Ilustrados (Dreams Into Drawing), de Koji Yamamura, é uma das melhores surpresas desta sessão. Colocando o pintor Kuwagata Keisai como protagonista e os seus desenhos em movimento, a acção rapidamente se torna perigosa, quando Keisai adormece enquanto esboça uma carpa e, no seu sonho, se transforma nela. Um filme repleto de traços suaves e delicados, muito inspirador e com o imaginário fantástico japonês bem presente.

Sonhos Ilustrados (Dreams Into Drawing)
De Skirmanta Jakaité, O Malabarista (The Juggler) leva-nos a mergulhar num mundo obscuro, entre tons escuros - onde o vermelho-sangue se destaca e tem impacto no decorrer da acção. Esta curta conduz-nos ao "outro lado da vida - o lado assustador, o desconhecido, que nunca compreendemos completamente, mas que sabemos que está lá, algures, não muito longe". Da Suiça, chega o emotivo Lah Gah (Letting go), de Cécile Brun, em jeito de memória e homenagem. Um pai e uma filha cozinham massa entre mãos que se querem tocar, mas fogem.

Selecção Natural (Natural Selection), de Aleta Rajic - 6.5/10
Mancha (Bavure), de Donato Sansone - 6/10
Assim Mas Sem Ser Assim, de Pedro Brito - 7.5/10
Lua Azul (Blue Moon), de Charlotte Dossogne - 7/10
Amor Profundo (Kohannia/Deep Love), de Mykyta Lyskov - 6/10
Paralelos em Série (Serial Parallels), de Max Hattler - 6.5/10
Sonhos Ilustrados (Dreams Into Drawing), de Koji Yamamura - 8/10
O Malabarista (The Juggler), de Skirmanta Jakaité - 6/10
Lah Gah (Letting go), de Cécile Brun - 6.5/10

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