segunda-feira, 28 de março de 2016

Sugestão da Semana #213

Das estreias da passada Quinta-feira, é-me inevitável não destacar o mais óbvio dos filmes: Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça. As críticas não têm sido muito favoráveis, mas as pessoas querem ver, nem que seja para comprovar se é mesmo mau, se Ben Affleck nos surpreende ou se Jesse Eisenberg consegue sair do registo habitual. Eu confesso, ainda não vi, mas quero ver para tirar as dúvidas.

BATMAN v SUPER-HOMEM: O DESPERTAR DA JUSTIÇA


Ficha Técnica:
Título Original: Batman v Superman: Dawn of Justice
Realizador: Zack Snyder
Actores: Henry Cavill, Ben Affleck, Amy Adams, Gal Gadot, Jesse Eisenberg, Diane Lane, Jeremy Irons, Holly Hunter, Laurence Fishburne, Callan Mulvey, Tao Okamoto, Ray Fisher
Género: Acção, Aventura, Fantasia
Classificação: M/14
Duração: 151 minutos

sexta-feira, 25 de março de 2016

Estreias da Semana #213

Esta Quinta-feira, chegaram às salas de cinema oito novos filmes. O muito esperado Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça foi uma das estreias.

A Fabulosa Caprice (2015)
Caprice
Clement está nas nuvens. Alicia, uma famosa actriz que ele tanto admira, tornou-se sua companheira. Mas as coisas complicam-se quando conhece Caprice, uma jovem que se apaixona por ele. Ao mesmo tempo, o seu melhor amigo, Thomas, aproxima-se de Alicia...

Barbie e as Agentes Secretas (2016)
Barbie: Spy Squad
A perícia de Barbie e das suas melhores amigas Teresa e Renee na ginástica chama a atenção de uma agência de espiões ultra-secreta que as convoca para investigar um roubo de jóias e perseguir a ladra responsável. Com equipamentos de alta tecnologia, disfarces da moda e animais-robôs, conseguirão elas provar que, com inteligência e trabalho de equipa, podem solucionar o caso?

Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça (2016)
Batman v Superman: Dawn of Justice
Com Metropolis arrasada durante a luta contra o General Zod, o Super-Homem transformou-se numa figura controversa. Enquanto para muitos, ele continua a ser um símbolo de esperança, cada vez mais gente o considera uma ameaça à humanidade e procuram justiça para o caos que trouxe à Terra. Para Bruce Wayne, Super-Homem é claramente um perigo para a sociedade. Temendo pelo futuro do mundo com um tal poder fora de controlo, o Cavaleiro das Trevas veste a máscara e a capa e dirige-se a Metropolis para corrigir os erros do Super-Homem. A rivalidade entre ambos é alimentada pela amargura e pela vingança, e nada pode dissuadi-los de travar esta guerra. No entanto, uma nova ameaça surge. Alguém que possui um poder superior ao de qualquer um deles e se prepara para causar a destruição total.

Boulevard (2014)
Não há dúvida de que Nolan Mack ama a sua esposa Joy, embora a casa vazia e cavernosa onde vivem sublinhe o quão desligados um do outro eles sempre foram. Um dia, a caminho de casa, Nolan conhece um jovem chamado Leo. O que começa como um passeio sem rumo por ruas desconhecidas, depressa se transforma numa série de acontecimentos que vão alterar a vida de Nolan para sempre.

Freeheld - Amor e Justiça (2015)
Freeheld
Laurel, uma detective do Departamento de Polícia de Nova Jersey a quem é diagnosticado cancro em fase terminal, pretende que, após a sua morte, a companheira Stacie possa usufruir da sua pensão. Contudo, ambas terão de lutar contra as autoridades do condado de Ocean, que se recusam a reconhecer como legítima a sua relação. O detective Dane Wells (Michael Shannon) e o activista Steven Goldstein (Steve Carell) juntam-se em defesa de Laurie e Stacie, mobilizando polícias e cidadãos comuns para apoiarem a sua luta pela igualdade.

O Diário de Uma Rapariga Adolescente (2015)
The Diary of a Teenage Girl
Minnie Goetze tem 15 anos, quer ser desenhadora de comic books e está a crescer no ambiente frenético da São Francisco dos anos 70. É uma típica adolescente em quase tudo excepto no facto de ter uma relação com o namorado da mãe.

Os Últimos na Terra (2015)
Z for Zachariah
Na sequência de uma guerra nuclear, uma jovem sobrevive sozinha, temendo que talvez seja a última mulher no planeta até descobrir outro ser humano: um cientista perturbado, quase enlouquecido pela exposição à radiação e pela busca desesperada por outros. Um fio frágil e fundamental de confiança liga-os. Mas quando um outro estranho entra no vale, esse vínculo precário começa a mudar.

Ressurreição (2016)
Risen
Depois da crucificação de Jesus Cristo, Pôncio Pilatos encarrega o tribuno Clavius (Joseph Fiennes) de proteger o túmulo e impedir que o corpo desapareça. Quando o aparentemente impossível acontece, Clavius e o seu ajudante Lucius (Tom Felton) iniciam uma investigação para localizar o corpo, desacreditar os rumores de que um Messias regressou dos mortos e impedir uma revolta em Jerusalém.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Sugestão da Semana #212

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca A Assassina, de Hou Hsiao-Hsien.

A ASSASSINA


Ficha Técnica:
Título Original: Nie Yin Niang
Realizador: Hou Hsiao-Hsien
Actores: Shu Qi, Chang Chen, Satoshi Tsumabuki, Ethan Juan, Xiaoqing Zuo, Xu Fan, Nikki Hsieh, Yun Zhou, Ni Da-Hong, Leon Dai, Jack Kao Kuo-Hsin
Género: Acção, Drama, Histórico
Classificação: M/12
Duração: 105 minutos

IndieLisboa'16: Programação completa

O IndieLisboa'16 anunciou a programação completa desta edição, esta Terça-feira, em conferência de imprensa e o Hoje Vi(vi) um Filme esteve por lá. Depois de termos ficado a conhecer quem são os Heróis Independentes, os filmes de abertura e encerramento, todas as outras surpresas foram dadas a conhecer.


A Competição Internacional conta com onze longas-metragens e 49 curtas. Nas longas, destaque para o regresso da realizadora de Attenberg, Athina Rachel Tsangari, com o seu novo filme Chevalier. Outros títulos nesta secção são, por exemplo, The Family (Jia), de Shumin Liu, uma co-produção da Austrália e China, James White, de Josh Mond, ou Mate-me Por Favor, de Anita Rocha da Silveira. Nas curtas-metragens, um dos títulos mais sonantes é o português Balada de um Batráquio (que também faz parte da Competição Nacional), de Leonor Teles, vencedor do Urso de Ouro em Berlim. Entre os muitos filmes seleccionados encontramos também Chatear-me-ia Morrer Tão Joveeeeem…, uma animação de Filipe Abranches, Le goufre, de Vincent Le Port, Isabella Morra, de Isabel Pagliai, Love, de Réka Bucsi (realizadora de Symphony no. 42, que recebeu uma menção honrosa na edição de 2014), Rate Me, de Fyzal Boulifa, e Viktoria. de Mónica Lima.

A Competição Nacional é composta por quatro longas-metragens: Estive em Lisboa e Lembrei de Você, de José Barahona, O Lugar Que Ocupas, de Pedro Filipe Marques, Paul, de Marcelo Felix, e Treblinka, de Sérgio Tréfaut. Nas curta-metragens, encontramos 17 filmes, entre eles: A Guest + A Host = A Ghost, de Jorge Jácome, O Desvio de Metternich, de Tiago Melo Bento, The Hunchback, de Gabriel Abrantes e Ben Rivers, Live Tropical Fish, de Takashi Sugimoto, Macabre, de Jerónimo Rocha e João Miguel Real, Menina, de Simão Cayatte, e Sem Armas, de Tomás Paula Marques. Na secção Novíssimos, o IndieLisboa'16 convida-nos a descobrir oito novos talentos da realização entre eles Hora di Bai, de Bruno Leal, Jean-Claude, de Jorge Vaz Gomes, A Minha Juventude, de Rita Quelhas, e Prefiro Não Dizer, de Pedro Augusto Almeida.


Para os mais corajosos, a secção Boca do Inferno terá uma maratona, noite dentro, no dia 23 de Abril, a partir das 23h30, no Cinema Ideal. Esta secção traz consigo boas surpresas como o muito esperado The Witch, de Robert Eggers ou The Lobster, de Yorgos Lanthimos (realizador de Canino).

A Silvestre terá em foco as curtas-metragens de Jean-Gabriel Périot, que passou pelo IndieLisboa'15 com a longa-metragem Une jeunesse allemande. A secção tem ainda uma enorme variedade de curtas e longas como Le bois dont les rêves sont faits, de Claire Simon, Quintal, de André Novais Oliveira, À peine j’ouvre les yeux, de Leyla Bouzid, Boi Neon, de Gabriel Mascaro, Entertainment, de Rick Alverson, Le fils de Joseph, de Eugène Green, Louisiana, de Roberto Minervini, Scrapbook, de Mike Hoolboom, L’aquarium et la nation, de Jean-Marie Straub, e World of Tomorrow, de Don Hertzfeldt (nomeado para o Oscar de Melhor Curta de Animação).

Os dois Heróis Independentes deste ano, Paul VerhoevenVincent Macaigne, serão alvo de retrospectivas, com a exibição de títulos como Basic Instinct, Flesh+Blood, RoboCop Total Recall, de Verhoeven. Já o trabalho do actor poderá ser visto em títulos como 2 automnes, 3 hivers, de Sébastien Betbeder, Les deux amis, de Louis Garrel, Un monde sans femmes, de Guillaume Brac, e Une histoire américaine, de Armel Hostiou, entre outros.

No IndieMusic encontramos filmes como A Long Way to Nowhere, de Caroline Richards, Jaco, de Stephen Kijak e Paul Marchand, Janis: Little Girl Blue, de Amy Berg, ou Miss Sharon Jones, de Barbara Kopple.

Bring Me the Head of Tim Horton, de Guy Maddin, Galen Johnson e Evan Johnson, Il fantasma dell’opera, de Dario Argento, Fear Itself, de Charlie Lyne, Helmut Berger, Actor, de Andreas Horvath, Jacques Tourneur, le médium (filmer l’invisible), de Alain Mazars, e La tortue sur le dos, de Luc Béraud, são alguns dos títulos que compõem a secção Director's Cut.

Já nas sessões especiais estão os filmes de abertura e encerramento, Love & Friendship, de Whit Stillman, e L’avenir, de Mia Hansen-Løve. Nesta secção podemos ver ainda títulos portugueses como o muito ansiado Cartas da Guerra, de Ivo M. Ferreira, O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu, de João Botelho, ou A Vossa Terra, de João Mário Grilo.


Este ano o IndieLisboa apresenta as sessões La Fémis, que recuperam os filmes de escola de alguns dos realizadores que passaram pela La Fémis - École nationale supérieure des métiers de l'image et du son (o conservatório nacional de cinema francês). Estará dividido em três programas: Programa 1 – IDHEC – História do Cinema - com filmes de Louis Malle, Ruy Guerra, Johan van der Keuken, Jean-Michel Carré, Costa-Gavras, Claire Denis e Olivier Ducastel -, Programa 2 – Uma Nova Geração (Parte 1) - onde descobrimos trabalhos de Solveig Anspach, Laetitia Masson, Noémie Lvovsky, Jean-Paul Civeyrac, François Ozon, Marina de Van e Emmanuel Mouret - e Programa 3 – Uma Nova Geração (Parte 2) - com filmes de Emmanuelle Bercot, Leyla Bouzid, Samuel Collardey, Hu Wei e Claire Burger.

De regresso está, como sempre, o IndieJúnior, a secção dedicada aos mais novos, e o IndiebyNight, para os adultos usufruírem de festas relacionadas com a programação do festival. O primeiro evento do IndiebyNight acontece já no dia 9 de Abril, nas catacumbas do Liceu Camões com um concerto das Pega Monstro, seguido de um DJ set de Pedro Ramos. Antes disso, a retrospectiva de Paul Verhoeven abre às 21h30, com a projecção de RoboCop no auditório do liceu.

Mais informações em www.indielisboa.com.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Judaica'16: A Minha Herança Nazi: O que os Nossos Pais Fizeram / My Nazi Legacy: What Our Fathers Did (2015)

*8/10*

Um confronto desafiante este que David Evans filmou, com argumento de um dos seus protagonistas, Phillippe Sands. Falo de A Minha Herança Nazi: O que os Nossos Pais Fizeram, que trouxe à Judaica diferentes pontos de vista, ressentimentos e negação, numa sessão de emoções fortes.


A relação entre dois homens, ambos filhos de altas figuras do regime nazi, Niklas Frank, filho do Governador-Geral da Polónia ocupada, e Horst von Wächter, filho do Governador da Galiza ucraniana, mas com noções antagónicas do papel que os pais desempenharam na II Guerra Mundial e no Holocausto. Quem faz a mediação entre os dois é Philippe Sands, advogado de direitos humanos, cuja família judia foi exterminada nos territórios do Leste europeu invadidos pelos alemães. Enquanto o trio cruza sentimentos e lugares de perda, brutalidade e culpa, surge a questão: até que ponto pode o amor de um filho pelo pai levar à negação do passado?

No dia do pai, não podia haver filme mais apropriado para ser exibido na Judaica. Como podem os filhos reagir às atrocidades que os pais fizeram quando em casa com a família faziam uma vida totalmente normal? Niklas odeia o pai, Horst admira-o e acredita que ele não teve qualquer responsabilidade pelo que de mal aconteceu - ainda por cima, nunca foi julgado. Sands está ali para confrontar os dois. Por um lado tenta encontrar em Niklas uma réstia de afecto para com o seu progenitor, por outro, tenta chamar Horst para a realidade dos factos, para a culpa do seu pai.


A Minha Herança Nazi: O que os Nossos Pais Fizeram é um duro e intenso confronto, que traz memórias difíceis para os três - e que conquista a plateia. No final da sessão, Niklas Frank, Philippe Sands e o juiz Renato Barroso, juntaram-se a José Fialho Gouveia num debate sobre o filme.

Judaica'16:Claude Lanzmann: Espectros da Shoah / Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah (2015)

*8/10*

Claude Lanzmann: Espectros da Shoah, de Adam Benzine, foi um dos nomeados para o Oscar de Melhor Curta Documental este ano e a Judaica - Mostra de Cinema e Cultura deu a possibilidade ao público português de assistir ao filme.


Nesta curta-metragem, o realizador pretende conhecer a história do surgimento de um dos mais famosos documentários sobre o Holocausto, o épico de mais de nove horas de duração, Shoah. Em conversa com o autor, Claude Lanzmann, são desvendados os bastidores do filme que demorou 12 anos a concretizar e explica o seu conceito.

Quem viu Shoah, pode perceber aqui as escolhas de Lanzmann, conhecer pormenores sobre a sua vida e assistir a imagens inéditas de uma entrevista com um nazi, que correu mal. Quem ainda não viu, ficará com a curiosidade necessária para o descobrir,

Com Claude Lanzmann: Espectros da Shoah, Adam Benzine consegue entrar na intimidade de Lanzmann e conquista-o aos poucos, apesar da sua renitência em falar sobre algumas situações que o fazem sofrer muito só ao recordar-se delas.

Um trabalho que fazia falta e que, quando chega ao fim, deixa vontade de saber mais, de ver ou rever Shoah e admirar, ainda mais, a coragem e o trabalho do realizador.

Estreias da Semana #212

Como não há tempo para tudo, as Estreias da Semana que deviam ter saído Quinta ou Sexta ficaram a perder. Ficam então aqui, apenas como lembrete, os oito títulos que estrearam no dia 17 de Março nos cinemas portugueses.

A Assassina (2015)
Nie Yin Niang / The Assassin

A Senhora da Furgoneta (2015)
The Lady in the Van

Jardins Selvagens (2015)
Dare to Be Wild

O Panda do Kung Fu 3 (2015)
Kung Fu Panda 3

Orgulho e Preconceito e Guerra (2016)
Pride and Prejudice and Zombies

Pai Há Só Um! (2015)
Daddy's Home

Posto Avançado do Progresso (2016)

IndieLisboa'16: Cartas da Guerra, Love & Friendship e L'avenir confirmados

O IndieLisboa'16 já revelou algumas das surpresas desta edição. Os homenageados do ano passado Whit Stillman e Mia Hansen-Løve farão nesta edição as honras de abertura e encerramento com as suas mais recentes obras Love & Friendship e L'avenir. O festival acontece entre 20 de Abril e 1 de Maio, em Lisboa.


No dia 20 de Abril, pelas 21h30, a cerimónia de abertura do IndieLisboa 2016 irá apresenta-nos Love & Friendship, de Stillman, com uma viagem literária até ao conto de Jane Austen, numa divertida comédia de costumes. A sessão de encerramento do festival realiza-se depois da cerimónia de entrega de prémios, no Domingo, dia 1 de Maio, e trará então L'avenir, protagonizado por Isabelle Huppert, que encarna uma professora de filosofia que procura reencontrar-se depois da morte da mãe, da traição do marido e de uma estagnação profissional. A realizadora Mia Hansen-Løve venceu o prémio para melhor realizadora no Festival de Berlim com esta longa-metragem.


Também directamente do Festival de Berlim, mas em português, está confirmada a exibição do muito aguardado Cartas da Guerra, de Ivo Ferreira, que conquistou a crítica internacional. O filme irá passar no dia 25 de Abril, às 18h30, no Grande Auditório da Culturgest, onde recordaremos as cartas que António Lobo Antunes escreveu à sua mulher, Maria José (no filme, Miguel Nunes e Margarida Vila-Nova), durante a Guerra Colonial na sua comissão de serviço em Angola.

 A secção Herói Independente vai homenagear o realizador Paul Verhoeven e o actor Vincent Macaigne.

A programação completa do festival será revelada amanhã, em conferência de imprensa.

Judaica'16: Todos os Rostos têm um Nome / Every Face Has a Name (2015)

*8/10*

A Judaica teve uma sessão solidária, cuja receita de bilheteira reverteu a favor da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). Todos os Rostos Têm um Nome foi o filme exibido e onde Magnus Gertten (presente na sessão) entrou numa jornada histórica e emocionalmente rica, ao querer fazer corresponder um nome a cada rosto que surge nas imagens de arquivo da chegada dos sobreviventes de campos de concentração nazis ao porto de Malmö, na Suécia, no dia 28 de Abril de 1945.


O realizador sueco procura, descobre e entrevista estes sobreviventes de várias nacionalidades, judeus e não judeus. Ao mesmo tempo, Gertten estabelece ainda um paralelo com a realidade que o mundo hoje enfrenta, ao intercalar o filme da época com imagens actuais de pessoas que chegam à Sicília, em busca de refúgio, depois de uma perigosa travessia do Mediterrâneo.

Todos os Rostos Têm um Nome começa de mansinho, mas arrebata-nos o coração. O empenho do realizador na procura dos sobreviventes e seus testemunhos é fabuloso. A forma como conquista a confiança dos entrevistados, mesmo fazendo-os recordar episódios terrivelmente dolorosos, e ao mesmo tempo, recebe informações sobre outros rostos das imagens, demonstram o empenho com que mergulhou neste projecto.


Há relatos verdadeiramente impressionantes, comoventes, desarmantes. Uma forma de dar nome aos rostos, mas também de construir a história de cada uma daquelas pessoas, de semblante esperançoso ou amedrontado naquele desembarque que significava a liberdade.

Talvez o ponto menos forte de Todos os Rostos Têm um Nome seja a comparação ou paralelo que estabelece com os "novos refugiados", já que as situações são muito diferentes para serem comparadas. As imagens actuais da Sicília podem ser entendidas como uma compreensão da realidade actual, mas talvez devessem ser guardadas para um documentário sobre essa temática.


O filme de Magnus Gertten é, acima de tudo, uma homenagem sentida a todos os sobreviventes dos campos de concentração - neste caso, aos que chegaram a Malmö. O realizador e testemunhos que recolheu dão-lhes identidade e vida.

domingo, 20 de março de 2016

Judaica'16: Ellis (2015)

*8.5/10*

Ellis revelou-se uma curta-metragem simbólica e muito tocante que passou pela Judaica. Uma homenagem a todos os imigrantes que passaram por Ellis Island em busca do sonho americano ou, pelo menos, de uma vida melhor.


Por Ellis Island entraram 12 milhões de imigrantes nos Estados Unidos. Aqueles que as autoridades consideravam doentes ou incapazes de seguir caminho ficavam no hospital daquela ilha, de onde podiam ser deportados para os países de origem se não melhorassem. É nesses corredores, abandonados há mais de 60 anos – e palco da instalação ‘Unframed’ do misterioso realizador JR, com fotografias da época –, que Robert De Niro deambula para nos contar a história de tantos homens, mulheres e crianças.

Pura arte, que filma a arte, assim é Ellis. Se, por um lado, a câmara flutua entre os fantasmas e vestígios de quem por ali passou e sofreu, por outro, naquele espaço degradado é filmada uma instalação artística.

Acompanhamos Robert De Niro, o nosso narrador e guia, pelos corredores, espreitamos pelas janelas partidas, por entre espectros de homens, mulheres e crianças, cujas imagens estão coladas nas paredes, vidros e no chão. Vidas dos que entraram ou dos que foram deportados, mas marcaram o lugar para sempre.

Judaica'16: Filmes Proibidos / Verbotene Filme (2014)

*7/10*

Quem não tem curiosidade sobre um tema como o que Filmes Proibidos explora? Eu tenho e as minhas expectativas para este documentário eram altas. Felix Moeller veio à Judaica apresentar a sua obra que exigiu um enorme trabalho de pesquisa e alcançou descobertas bastante curiosas. Houve ainda tempo para uma sessão de perguntas e respostas no final da sessão.


São cerca de 40 os filmes de propaganda nazi, feitos durante o III Reich, que continuam com exibição proibida na Alemanha. As únicas excepções são os visionamentos públicos devidamente enquadrados num contexto educativo. Com recurso a excertos de algumas dessas obras e a entrevistas feitas a historiadores, sociólogos, arquivistas e cinéfilos, o realizador questiona até que ponto a propaganda nazi e antissemita ainda é eficaz e se fará ainda sentido proibir a exibição destes filmes.

Filmes Proibidos lança, desde logo, uma temática controversa, quer para alemães como para todas as outras nacionalidades. Os filmes-propaganda podem, à primeira vista, parecer inofensivos, quase inocentes, mas à luz da História, conhece-se bem as consequências para as quais contribuíram. O documentário de Moeller apresenta-nos ainda algumas curiosidades: um dos temas abordados num destes filmes é a eutanásia - temática ainda hoje tão polémica.


Que o contexto em que são exibidos possa fazer toda a diferença, quase todos parecem de acordo. Mas Filmes Proibidos mostra-nos os mais distintos pontos de vista, desde historiadores, a estudantes, passando mesmo por ex-neo-nazis, alguns com comentários muito pertinentes.

Apesar de se tornar um pouco longo de mais para o que apresenta, o documentário de Felix Moeller dá a conhecer um dos segredos ainda bem guardados da História alemã - o cinema como forma de persuasão e propaganda e suas consequências. Ainda assim, sente-se a falta de um pouco mais de confronto de opiniões e de visões que não se limitassem apenas a estes filmes

sábado, 19 de março de 2016

Crítica: Uma História de Amor e Trevas / A Tale of Love and Darkness (2015)

 "Maybe you could finally tell me, what is it about you that I love so much, you of all people?"
Fania

*5/10*

A estreia de Natalie Portman na realização não fica na História mas denota uma sensibilidade que já transparecia enquanto actriz. Uma História de Amor e Trevas, que teve a sua antestreia nacional na Judaica, baseia-se nas memórias de Amos Oz, autor do livro homónimo do filme.

Amos e os pais, Arieh e Fania, são uma das muitas famílias judias que se mudaram da Europa para a Palestina durante os anos 30 e 40 para escapar à perseguição nazi. Arieh é esperançoso quanto ao futuro, enquanto Fania (Natalie Portman) quer muito mais. Ao terror da guerra e das fugas seguiu-se o tédio da vida quotidiana, que pesa fortemente sobre a mãe. Infeliz no casamento e intelectualmente sufocada, para se animar e para entreter o filho, de 10 anos, começa a inventar histórias de aventuras e caminhadas através do deserto.


Mais do que um filme sobre o nascimento do Estado de Israel, Uma História de Amor e Trevas é uma homenagem à mãe do protagonista, a uma mulher intelectualmente fabulosa, mas desencantada com a vida. Paradoxalmente, esta é a maior força e fraqueza do filme.

Por um lado, o contexto histórico é pouco explorado e poderá gorar as expectativas de quem esperava conhecer melhor esta época. Contudo, é neste acto de amor para com a personagem feminina, ela que é o centro de todo o enredo, que criamos laços e que Portman filma momentos especialmente bonitos e tocantes.

Uma História de Amor e Trevas é, essencialmente, a história de Fania e a importância da figura materna para este jovem. Ela é apaixonada pelo filho e fascinada pela morte. A sua imaginação não conhece limites e as histórias que conta parecem ser o seu refúgio, apesar de se deixar levar pela desilusão, depressão e solidão - mas a plateia não compreende na totalidade os motivos reais para esta tristeza tão extrema.


A montagem faz-nos divagar entre o sonho e a realidade, as histórias e as premonições. Muitas das imagens que vemos farão sentido no final da longa-metragem. Visualmente, a realizadora oferece-nos planos cativantes, quer pela sua beleza, quer pela sensibilidade que detêm.

A maior fraqueza do filme de Natalie Portman é a narração, insistente, cansativa e demasiado presente. A realizadora - também argumentista do filme - revela uma grande dificuldade em contar a história apenas através das imagens e personagens, que por vezes nada nos transmitem.

Como actriz, Portman continua a ser talentosa, como realizadora, parece ter tido um início atribulado. Uma História de Amor e Trevas é uma desilusão que deixa uma doçura no ar. Saímos da sala frustrados com o que poderia ter sido e não foi, mas com um carinho por Fania e Amos que, provavelmente, só Natalie Portman seria capaz de criar.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Crítica: Deus Existe e Vive em Bruxelas / Le tout nouveau testament (2015)

*8/10*

Num desafio trágico-cómico, Jaco Van Dormael questiona Deus e tudo o que sabemos sobre Antigo e Novo Testamento, arriscando-se ele mesmo a escrever o Novíssimo Testamento (tradução literal do título original, Le Tout Nouveau Testament). No meio de acontecimentos hilariantes - para alguns até demais -, brinca-se com milagres, com a sagrada família, com a religião como a conhecemos, mas sem ofender ninguém.

Ao mesmo tempo, o realizador consegue a proeza que poucos alcançam, deixa-nos arrebatados ao percebermos como a vida é efémera e foge totalmente ao nosso controlo. Um misto de diversão, mas sob a sombra da melancolia, de uma tristeza vinda da tomada de consciência, da inevitabilidade da morte e, mais ainda, da possibilidade terrível que o filme nos apresenta.

O título já nos põe a par de parte da história. Deus existe, vive em Bruxelas, é um estupor e maltrata a mulher e a filha. Sabemos muito do seu filho, mas pouco se sabe da filha Ea de 10 anos. Um dia, Ea revolta-se contra o pai, entra-lhe no computador e transmite a toda a gente do mundo a sua hora de morte por sms.


Afinal, Deus não é bem como nos contam. Os filhos(?) são rebeldes e a mulher é submissa. Ora que versão machista deste mundo nos saiu na rifa, e só mesmo a filha poderá quebrar o jugo deste ditador, num universo controlado pela tecnologia divina.

À primeira vista, o novo filme de Jaco Van Dormael pode parecer apenas mais uma paródia à religião. Felizmente que, desde o primeiro minuto, esta nova versão bíblica conquista o seu público pela originalidade e um humor certeiro. Apesar da improbabilidade dos acontecimentos, a construção do argumento é tão sólida e requintada que faz pensar muito além do enredo um tanto mirabolante.

É aqui que está o toque de génio de Deus Existe e Vive em Bruxelas: há uma magia muito especial a pairar sobre o filme. A protagonista, Ea, leva-nos numa viagem surreal entre metáforas doces, situações misteriosas e milagres inesperados. Por outro lado, a ideia da morte paira durante todo o filme, lembrando como nada é tão cor-de-rosa e a crueza da vida está sempre a perseguir as personagens. Os novos apóstolos, os de Ea, que se juntam aos do seu irmão Jesus, ensinam-nos a importância de aproveitar a vida ao máximo, sem resignação, constrangimentos ou preconceitos. 

A montagem ritmada é o principal motor da narrativa, aumenta a energia e a visão positiva do mundo de Ea, bem como intensifica emoções com o aproximar do trágico destino de cada um. A fantasia, os sonhos e as obsessões multiplicam-se e Deus lá terá de descer pela primeira vez à Terra, para tentar controlar a filha revoltada.


Apesar de, após a metade, a longa-metragem perder algum do seu brilho, Jaco Van Dormael não consegue deixar de surpreender, até ao fim, com o fabuloso argumento (que assina em conjunto com Thomas Gunzig) que faz esta espécie de alegoria ao poder desmedido e ao medo da morte.

No elenco, a pequena Ea, interpretada por Pili Groyne é decidida e convincente, transparecendo a sua confiança à plateia. De personalidade forte, Ea só pode mesmo ser filha de DeusBenoît Poelvoorde é este desprezível criador, violento, antipático, de maus modos e vícios, bem diferente da "imagem" que se tem de Deus. O actor incorpora a personagem de forma descontraída e hilariante. De destacar é a participação de Catherine Deneuve na pele da "apóstola" Martine.

Jaco Van Dormael não passa despercebido e desafia-nos a pensar na morte, mas com um sorriso nos lábios. 

domingo, 13 de março de 2016

Sugestão da Semana #211

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Deus Existe e Vive em Bruxelas, um filme muito original e hilariante de Jaco Van Dormael.

DEUS EXISTE E VIVE EM BRUXELAS


Ficha Técnica:
Título Original: Le tout nouveau testament
Realizador: Jaco Van Dormael
Actores: Pili Groyne, Benoît Poelvoorde, Yolande Moreau, Catherine Deneuve, François Damiens, Serge Larivière, Didier De Neck, Laura Verlinden, Romain Gelin, Marco Lorenzini
Género: Comédia, Fantasia
Classificação: M/14
Duração: 113 minutos

sexta-feira, 11 de março de 2016

Estreias da Semana #211

Esta Quinta-feira chegaram às salas de cinema dez novos filmes. Deus Existe e Vive em BruxelasO Amor é Lindo... Porque Sim! Irmãos e Espiões são algumas das estreias.

Convergente (2016)
The Divergent Series: Allegiant
Após as revelações de Insurgente, Tris (Shailene Woodley) tenta fugir com Four (Theo James) para lá dos muros que cercam Chicago. Pela primeira vez deixam a família e a única cidade que alguma vez conheceram. Uma vez do lado de fora, as velhas descobertas cedo perdem valor com a revelação de novas e chocantes verdades. Rapidamente, Tris e Four têm de decidir em quem podem confiar à medida que uma batalha impiedosa tem início para lá das muralhas de Chicago e ameaça toda a humanidade.

Deus Existe e Vive em Bruxelas (2015)
Le tout nouveau testament
Deus existe! Vive em Bruxelas, é um estupor e maltrata a mulher e a filha. Sabemos muito do seu filho, mas pouco se sabe da sua filha. Chama-se Ea e tem 10 anos. Um dia, Ea revolta-se contra o pai, entra-lhe no computador e transmite a toda a gente do mundo a sua hora de morte por SMS...

Difret (2014)
A três horas de Addis Abeba, uma menina de 14 anos está no caminho entre a escola e a sua casa quando um grupo de homens a cavalo a tenta sequestrar. A corajosa Hirut pega numa espingarda e tenta fugir, mas acaba por disparar contra o seu prometido. Na aldeia onde vive, o rapto de jovens para as forçar ao casamento é prática comum e uma das mais antigas tradições da Etiópia. Meaza Ashenafi, uma jovem advogada, competente e tenaz, chega à cidade para representar Hirut e argumenta que ela agiu em legítima defesa. Meaza embarca corajosamente numa rota de colisão entre a autoridade civil e o direito consuetudinário, arriscando tudo para salvar a vida de Hirut.

Irmãos e Espiões (2015)
Grimsby
Sebastian (Mark Strong) é um agente de elite dos serviços secretos britânicos. Nobby (Sacha Baron Cohen) tem tudo o que um homem de uma pobre cidade pesqueira inglesa pode desejar – nove filhos e a namorada mais atraente do norte de Inglaterra (Rebel Wilson). Só lhe falta uma coisa: o irmãozinho Sebastian. Após terem sido adoptados por famílias distintas, Nobby passou 28 anos a tentar localizá-lo. Quando lhe descobre o paradeiro, parte para se reunir com ele sem saber que Sebastian é agente do MI6 e que acabou de desvendar um terrível plano para destruir o mundo. Injustamente acusado e em fuga, Sebastian apercebe-se de que só Nobby o pode ajudar.

Na Onda (2014)
Ride
Uma mãe atravessa os EUA, até à Califórnia, para estar com o filho após este ter decidido abandonar a escola e tornar-se surfista.

O Amor é Lindo... Porque Sim! (2016)
Amélia é uma jovem lisboeta que no dia do seu aniversário é abandonada pelo namorado e perde o emprego num quiosque de cachorros quentes. Para ajudar à festa, a mãe, dona de casa, ganha dinheiro como vidente e a irmã é uma actriz no desemprego. Nada corre bem nesta casa portuguesa. Até que um acaso muda tudo. Amélia arranja emprego numa tasca moderna e tem o azar, ou a sorte, de a patroa a ouvir cantar. No meio desta aventura de loiça e cantoria, dois rapazes apaixonam-se por Amélia: Ruben, um promissor jogador de futebol, e Rogério, mais conhecido por Bubu, forcado de Santarém e filho de boas famílias. Para complicar ainda mais as coisas, Amélia não consegue esquecer o ex-namorado - que entretanto prepara o casamento com outra - enquanto na noite de Lisboa esbarra constantemente com alguém que escreve palavras de amor nas paredes da cidade.

O Jovem Messias (2016)
The Young Messiah
Um ano na infância de Jesus. Quando o mistério começa a revelar-se, Jesus vira-se para os pais à procura de respostas. Mas Maria e José, num esforço para proteger o filho, receiam revelar tudo o que sabem.

Outcast - O Último Templário (2014)
Outcast
Jacob (Nicolas Cage), um guerreiro misterioso e desacreditado, une-se aos filhos de um imperador chinês deposto a fim de derrotarem o tio que procura matá-los. Juntos, procuram o apoio de Gallain (Hayden Christensen), um lendário cavaleiro conhecido como Fantasma Branco.

POD: Terror e Paranoia (2015)
Pod
Ed e Lyla recebem uma chamada do irmão de ambos, Martin, um veterano de guerra desmobilizado que acredita ter sido alvo de experiências enquanto esteve no exército. Martin avisa os irmãos para não irem à casa da família localizada perto de um lago no Maine. Ed e Lyla decidem que ele precisa de ajuda urgente. Ao chegarem à casa do lago reparam que o irmão parece ter desenvolvido uma paranóia psicótica. Martin diz ter um monstro aprisionado na cave. Explica que encontrou uma cápsula enquanto caçava na floresta e acredita tratar-se de uma conspiração do governo para criar assassinos controlados por lavagem cerebral. Afirma ter arrancado vários dentes para retirar escutas implantadas e mostra vários arranhões infectados, mas recusa-se a mostrar o monstro na cave. Perante a vontade dos irmãos de o internarem, Martin afirma que vão todos morrer. Terá Martin razão? O que está afinal na cave?

Três Recordações da Minha Juventude (2015)
Trois souvenirs de ma jeunesse
Paul prepara-se para deixar o Tadjiquistão enquanto recorda os dias da sua adolescência. A infância, a loucura da mãe, as festas, a viagem à União Soviética, o amigo que o traiu e o amor da sua vida.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Judaica – Mostra de Cinema e Cultura em Lisboa de 16 a 20 de Março

A 4ª edição da Judaica – Mostra de Cinema e Cultura regressa a Lisboa de 16 a 20 de Março, no Cinema São Jorge. Mais uma vez, ao cinema junta-se música, literatura e outras actividades para dar a conhecer ao público a cultura judaica. A abrir esta edição estará Uma História de Amor e Trevas, primeira longa-metragem realizada por Natalie Portman.


No dia 16, a sessão de abertura vai contar com a apresentação do livro Os Bebés de Auschwitz – Nascidos para Sobreviver, com a presença da autora Wendy Holden e de Hana Moran, uma das protagonistas da história. O filme de Portman - baseado na autobiografia do escritor israelita Amos Oz - será exibido pelas 21h30.

Em Lisboa, a temática principal recai em ‘a sobrevivência e os refugiados’ e, no total, serão exibidas 12 longas-metragens de ficção, 11 documentários e 4 curtas. 

Entre os títulos em destaque encontram-se Cântico dos Cânticos, baseado na obra de Sholem Aleichem, e Febre ao Amanhecer, que contará com a presença do realizador Péter Gárdos, também por ocasião do lançamento do livro Carta à Mulher do Meu Futuro, no qual narra a inverosímil história de amor dos seus pais, que serve de inspiração para o filme. A não perder será a exibição do nomeado para o Oscar de Melhor Curta-metragem Documental, Claude Lanzmann: Espectros da Shoah

Haverá espaço para uma Sessão Solidária com a exibição do filme Todos os Rostos Têm um Nome, de Magnus Gertten, que traça um paralelismo entre imagens da chegada de refugiados ao porto de Malmö, na Suécia, em 1945, e a situação que se vive actualmente na Europa. As receitas desta sessão reverterão a favor da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). Depois do filme, seguir-se-á um debate com o realizador Magnus Gertten, Pedro Calado, Alto-Comissário para as Migrações, e de Rui Marques, coordenador da PAR. A conversa será moderada pela historiadora Irene Pimentel.

Ainda de destacar é a exibição do documentário Filmes Proibidos, de Felix Moeller, sobre os filmes de propaganda nazi, cuja exibição pública continua proibida na Alemanha.O realizador estará presente para responder a perguntas depois da sessão.

A Minha Herança Nazi: O que os Nossos Pais Fizeram, de David Evans, confronta dois filhos de altas figuras do regime nazi com o passado e sentimentos de culpa, raiva, amor e negação. Depois do filme, haverá um debate com Niklas Frank, filho de Hans Frank – Governador-Geral da Polónia ocupada por Hitler – e Philippe Sands, professor de Direito Internacional, cuja família foi vítima dos pais dos protagonistas.


O jornalista Henrique Cymerman também faz parte dos convidados desta edição da judaica e é co-realizador do documentário Jerusalém Oriental / Jerusalém Ocidental, que mostra como a música é capaz de vencer a discórdia entre povos.

Daniel Kahn & The Painted Bird trazem um concerto de música klezmer, desafiando as fronteiras entre o radical e o tradicional e entre o lírico e o político, no dia 19 de Março, às 22h00.

Depois de Lisboa, a Judaica estreia-se em Cascais, de 8 a 10 de Abril, segue depois para Belmonte, entre os dias 14 e 16 de Abril, e chega a Castelo de Vide, entre os dias 5 e 8 de Maio, com palestras sobre tradições judaicas, um colóquio internacional sobre Inquisição, Cripto-Judaismo e Marranismo com convidados de renome, visitas guiadas às Judiarias, degustação de produtos kosher, e mais dois concertos.

Mais informações sobre a Judaica podem ser encontradas em http://www.judaica-cinema.org/