terça-feira, 30 de maio de 2017

Cannes 2017: Os vencedores

Os vencedores do Festival de Cannes 2017 foram anunciados no passado fim-de-semana. O filme português Fábrica do Nada, de Pedro Pinho, conquistou o Prémio da Crítica (Prémio FIPRESCI), na Quinzena dos realizadores.


Eis os vencedores da Competição Oficial e Un Certain Régard:

Competição Oficial

Palma de Ouro
THE SQUARE, de Ruben ÖSTLUND

Grande Prémio do Júri
120 BATTEMENTS PAR MINUTE, de Robin CAMPILLO

Melhor Realizadora
THE BEGUILED, de Sofia COPPOLA

Prémio do Júri 
NELYUBOV, de Andrey ZVYAGINTSEV

Melhor Argumento (ex-aequo)
THE KILLING OF A SACRED DEER, de Yórgos LÁNTHIMOS e EFTHIMIS FILIPPOU e YOU WERE NEVER REALLY HERE, de Lynne RAMSAY

Melhor Actor
JOAQUIN PHOENIX por YOU WERE NEVER REALLY HERE

Melhor Actriz
DIANE KRUGER, por AUS DEM NICHTS

Caméra d’Or
JEUNE FEMME, de Léonor SERRAILLE

Palma de Ouro para Melhor Curta-metragem
XIAO CHENG ER YUE, de QIU Yang

Menção Especial - Curta-metragem
KATTO, de Teppo AIRAKSINEN

Prémio do 70.º Aniversário
NICOLE KIDMAN

Un Certain Regard

Prémio Un Certain Regard
LERD, de Mohammad RASOULOF

Prémio do Júri - Un Certain Regard
LAS HIJAS DE ABRIL, de Michel FRANCO

Prémio de realização Un Certain Regard
WIND RIVER, de Taylor SHERIDAN

Prémio de Interpretação
JASMINE TRINCA por FORTUNATA

Prémio Poesia no Cinema
BARBARA, de Mathieu AMALRIC

A lista completa de vencedores e outras informações podem encontrar-se aqui.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Crítica: Mulher Maravilha / Wonder Woman (2017)

"Be careful, Diana. They do not deserve you."
Hippolyta
*6/10*


Ela quer acabar com a Guerra, tem os desejos e a beleza de uma Miss, mas a coragem e inocência necessárias para vingar e conquistar fãs. Mulher Maravilha simboliza toda a emancipação feminina no mundo cinematográfico - e masculino - dos super-heróis: uma protagonista muito à frente do seu tempo levada ao grande ecrã por uma realizadora, Patty Jenkins (que em outros tempos dirigiu Charlize Theron em Monster, interpretação que lhe valeu um Oscar). Mulheres ao poder.

O mundo dos super-heróis ganha uma nova vida com o regresso da Mulher Maravilha aos cinemas. Agora ela volta para nos contar a sua história, as suas origens que certa fotografia já tinha anunciado.


Nesta legião de filmes DC Comics e Marvel, Mulher Maravilha destaca-se por ter uma componente histórica muito forte, ao passar-se durante a Primeira Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, traz a mitologia para o ecrã e consegue construir o argumento de modo a que o mundo das Amazonas e dos Homens se cruze com alguma naturalidade.

Antes de ser a Mulher Maravilha, a nossa protagonista era Diana, princesa das Amazonas, criada numa protegida ilha paradisíaca e treinada para ser uma guerreira imbatível. Um dia, inesperadamente, o piloto americano Steve Trevor despenha-se ao largo da ilha e Diana salva-o, ficando a saber que há um conflito emergente no mundo - a Primeira Guerra Mundial. Movida por um sentido de dever, a jovem Amazona abandona o seu lar, convencida que consegue travar esta ameaça. Combatendo ao lado dos homens, na Guerra para acabar com todas as Guerras, Diana vai descobrir todos os seus poderes e as suas verdadeiras origens.


Ora, se os melhores momentos do filme são durante a guerra, começando com a chegada de Diana a Londres, nada familiarizada com os hábitos da sociedade - são bons os momentos de humor que surgem com a ingenuidade da protagonista -, e, de seguida, ao lutar em pleno campo de batalha como os homens, por outro lado, a parte final de Mulher Maravilha não podia ser mais entediante. Curiosamente, é quando o clímax chega que o filme perde o interesse - deve ser esse o problema que tenho com os filmes de super-heróis. Surge um combate monótono e muito longo, com super-poderes para todos os lados, e a guerra, em si, fica para segundo plano. Uma pena.

Gal Gadot prova ser a escolha certa para o papel, reunindo as características físicas e de carácter que se esperam de Diana Prince. A actriz é eficaz e sobressai especialmente nos momentos mais cómicos ou dramáticos. Chris Pine faz bem o papel de herói de guerra e a equipa que o acompanha cativa a plateia com as simpáticas prestações de Eugene Brave RockSaïd Taghmaoui e, em especial, Ewen Bremner.


Símbolo da mulher emancipada, a Mulher-Maravilha não faz milagres no que aos filmes de super-heróis diz respeito. Contudo, a parceria Patty Jenkins e Gal Gadot traz alguns elementos diferenciadores ao género e mostra-nos que há ainda quem queira lutar: pela paz, pelos direitos das mulheres e por algumas - ainda que ligeiras - mudanças nos filmes onde os homens é que reinam.

Sugestão da Semana #274

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca United States of Love, de Tomasz Wasilewski.

UNITED STATES OF LOVE


Ficha Técnica:
Título Original: Zjednoczone stany milosci 
Realizador: Tomasz Wasilewski
Actores: Julia Kijowska, Magdalena Cielecka, Dorota KolakMarta Nieradkiewicz
Género: Drama
Classificação: M/16
Duração: 106 minutos

sábado, 27 de maio de 2017

A Minha Vida de Courgette / Ma vie de Courgette (2016)

*8/10*

Quando os filmes de animação passam a barreira do divertido e se tornam verdadeiramente comoventes, percebemos que têm mesmo razão de ser. A Minha Vida de Courgette é um desses exemplos. Simples, diferente, aborda a temática sensível de crianças órfãs ou retiradas às famílias, num orfanato - mas num dos bons, que protege e cuida.

O filme, realizado por Claude Barras, esteve nomeado para os Oscars e Globos de Ouro 2017 de Melhor Filme de Animação, e conta-nos a história do pequeno Courgette que, após a morte da sua mãe, fica amigo do polícia Raymond que o acompanha até à sua nova casa, onde irá viver junto de outros órfãos da sua idade. Apesar do desconforto inicial neste ambiente, por vezes hostil, Courgette vai aprendendo a confiar e conhecer os seus novos amigos e as suas histórias.


É neste enredo simples de descoberta da amizade e do amor que surgem temas mais sensíveis como a morte, pedofilia, alcoolismo, toxicodependência, etc. A abordagem é directa e inocente, aos olhos de uma criança, onde o bem e o mal já começam a estar definidos.

Cada um dos pequenos órfãos convive à sua maneira com a solidão que sente, bem como a falta de amor paternal, manifestando-o das mais distintas formas, desde a timidez à agressividade. E assim se forma aquela família de órfãos, professores e tutores, onde a felicidade das crianças vem acima de tudo. Ali cultivam-se valores e constroem-se personalidades fortes.

A Minha Vida de Courgette torna-se ainda mais especial ao recorrer à animação stop-motion, onde as personagens transmitem imenso através das suas expressões. Os cenários são delicados e lembram-nos uma espécie de casa de bonecas.


A Minha Vida de Courgette é um trabalho genuíno, para crianças e adultos, que nos faz ver com outros olhos uma realidade tantas vezes retratada de forma muito mais negativa. Estes pequenos órfãos dão uma lição de vida a pais e filhos.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Estreias da Semana #274

Esta Quinta-feira chegam aos cinemas portugueses cinco novos filmes. Piratas das Caraíbas: Homens Mortos Não Contam Histórias é o grande destaque entre as estreias.

Corações de Pedra (2016)
Hjartasteinn
Numa remota aldeia piscatória na Islândia, os adolescentes Thor e Christian têm um Verão turbulento enquanto um tenta conquistar o coração de uma rapariga e o outro descobre novos sentimentos em relação ao seu melhor amigo. Quando o Verão termina e a natureza dura da Islândia retoma os seus direitos, é hora de deixar o recreio e enfrentar a idade adulta.

O Sentido do Fim (2017)
The Sense of an Ending
Um homem é assombrado pelo seu passado sob a forma de um misterioso legado que o faz repensar a sua situação actual na vida.

Piratas das Caraíbas: Homens Mortos Não Contam Histórias (2017)
Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales
O capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) está numa maré de azar. Os ventos da má sorte começam a soprar ainda com mais força quando fantasmas de marinheiros mortos, liderados pelo terrível Capitão Salazar (Javier Bardem), fogem do Triângulo do Diabo, empenhados em matar todos os piratas - especialmente Jack. A sua única esperança está no Tridente de Poseidon, mas para o encontrar é obrigado a forjar uma aliança com Carina Smyth (Kaya Scodelario), uma brilhante e bonita astrónoma, e Henry (Brenton Thwaites), um jovem marinheiro da Marinha Real Britânica. Ao leme do Dying Gull, o seu pequeno e humilde navio, Jack Sparrow procura não só reverter a sua maré de azar mas também salvar a própria vida.

Por Onde Escapam As Palavras (2016)
Uma história em torno da vida de uma família, depois de ter perdido uma filha, num ataque terrorista. Encontros e desencontros, nem sempre revelando a razão para muitos gestos.

United States of Love (2016)
Zjednoczone stany milosci
Polónia, 1990. O eufórico primeiro ano de liberdade, mas também de incerteza quanto ao futuro. Quatro mulheres, aparentemente felizes, decidem que chegou a altura de mudar de vida e satisfazer os seus desejos.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Sugestão da Semana #273

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca I Am Not Your Negro - Eu Não Sou o Teu Negro, de Raoul Peck.

I AM NOT YOUR NEGRO - EU NÃO SOU O TEU NEGRO


Ficha Técnica:
Título Original: I Am Not Your Negro
Realizador: Raoul Peck
Actores: Samuel L. Jackson, James Baldwin, Harry Belafonte
Género: Documentário
Classificação: M/12
Duração: 93 minutos

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Estreias da Semana #273

Com a Festa do Cinema a aproximar-se (começa já na próxima Segunda-feira, dia 22 de Maio e prolonga-se até dia 24), os cinemas receberam onze novos filmes esta Quinta-feira. Há muito para ver.

A Louca História de Max e Léon (2016)
La Folle Histoire de Max et Léon
As aventuras de Max e Leo, dois amigos de infância, que tentam por todos os meios escapar à Segunda Guerra Mundial.

A caminho de um distante e remoto planeta com uma missão de colonização, a tripulação da nave Covenant descobre que aquilo que parecia ser um paraíso é, na verdade, um mundo sombrio e perigoso. Perante a terrível ameaça, inicia-se uma angustiante e desesperada fuga.

Amarelinho (2014)
Gus - Petit oiseau, grand voyage
Um jovem pássaro órfão que nunca deixou o ninho vê-se a liderar um bando na sua migração anual para África.

Colossal (2017)
Gloria é uma mulher comum, forçada a deixar Nova Iorque e voltar para a sua cidade natal após perder o emprego e ser expulsa do apartamento pelo namorado. Ao ver relatos sobre uma criatura gigante que está a destruir Seul, na Coreia do Sul, Gloria gradualmente percebe que está, de alguma, forma ligada a este fenómeno. À medida que os acontecimentos ficam fora de controlo, Gloria é obrigada a perceber de que maneira a sua existência aparentemente insignificante tem um efeito tão colossal sobre o destino do mundo.

Conspiração Terrorista (2017)
Unlocked
Alice Racine (Noomi Rapace) era uma das principais interrogadoras da CIA, mas foi colocada de parte após falhar a obtenção de informações a tempo de salvar dezenas de pessoas que se tornaram vítimas de um ataque terrorista em Paris. Agora, leva uma vida tranquila em Londres como analista, mas é inesperadamente chamada de volta à acção quando a CIA detém um suspeito que se acredita ter conhecimento directo de outro ataque iminente.

Eu Não Sou o Teu Negro (2017)
I Am Not Your Negro
Em 1979, James Baldwin escreveu ao seu editor dizendo que o seu próximo projecto, Remember This House, seria um livro revolucionário sobre as vidas e os assassinatos de três dos seus amigos mais próximos: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King, Jr. Quando morreu, em 1987, deixou apenas 30 páginas do manuscrito. Este documentário dá voz às palavras de Baldwin e, usando materiais de arquivo, traz de volta à ribalta as questões raciais na América.

Heróis da Nação (2017)
Their Finest
Durante os bombardeamentos na Segunda Guerra Mundial, uma equipa de filmagens britânica tenta fazer um filme de propaganda para levantar a moral da população.

Norman (2017)
Norman Oppenheimer (Richard Gere) deseja mais que tudo entrar no círculo de poder e riqueza da cidade de Nova Iorque, mas sem sucesso. Sempre à procura de alguém disposto a prestar-lhe atenção, Norman observa de perto Micha Eshel (Lior Ashkenazi), um carismático político israelita que se encontra sozinho na cidade e num período frágil da sua carreira. Apercebendo-se da sua vulnerabilidade, Norman consegue chegar ao seu contacto. Três anos mais tarde, quando Eshel se torna primeiro ministro, esta relação dá frutos e Norman inunda-se da atenção e respeito daqueles que sempre desejou: o seu sobrinho (Michael Sheen), um rabino (Steve Buscemi), entre tantos outros. Os esquemas de Norman não duram para sempre e a sua queda inicia-se, criando as condições perfeitas para uma catástrofe internacional.

Perdidos (2017)
Um cruzeiro de fim-de-semana, a bordo de um luxuoso veleiro, sofre um terrível revés quando o grupo de amigos decide nadar em alto mar sem baixar as escadas. O barco revela-se impossível de escalar, deixando-os à deriva, a quilómetros da costa. Lentamente, apercebem-se da dimensão da sua trágica situação e a esperança de escapar com vida começa a desaparecer. A exaustão de se manterem à superfície e a luta para voltar a subir a bordo do barco começam a tomar proporções insuportáveis.

Planetário (2016)
Planetarium
Paris, finais dos anos 30. Kate e Laura Barlow, duas jovens espíritas americanas, terminam a sua digressão mundial. Fascinado pelo seu dom, um poderoso produtor cinematográfico francês, André Korben, contrata-as para fazer um ambicioso filme. Absorvidas pelo cinema, não se apercebem do negro destino que espera a Europa.

Uma Vida À Espera (2016)
A história de um homem. Ou dois. Um pai que sai de casa levando consigo a caixa do correio e uma mala. Senta-se num banco de jardim à espera da resposta do filho. Todos os dias lhe envia uma carta e todos os dias espera resposta. Ninguém o demove do seu objectivo, mas uma década é muito tempo.

terça-feira, 16 de maio de 2017

IndieLisboa'17: Os Vencedores

O IndieLisboa'17 terminou neste Domingo, dia 14 de Maio, e Viejo Calavera, de Kiro Russo, foi a longa-metragem vencedora do grande prémio do festival.


Eis a lista completa de vencedores desta edição:

Competição Internacional

Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa
Viejo Calavera, Kiro Russo (Bolívia, Qatar)

Prémio Especial do Júri Canais TVCine & Séries
Arábia, Affonso Uchôa, João Dumans (Brasil)

Grande Prémio de Curta Metragem
Wiesi/Close Ties, Zofia Kowalewska (Polónia)

Melhor Animação –  Curta Metragem 
489 Years, Hayoun Kwon (França)

Melhor Documentário –  Curta Metragem
The Hollow Coin, Frank Heath (EUA)

Melhor  Ficção –  Curta Metragem 
Le film de l’été, Emmanuel Marre (França, Bélgica)


Competição Nacional

Prémio Allianz – Ingreme para Melhor Longa Metragem Portuguesa
Encontro Silencioso, Miguel Clara Vasconcelos (Portugal)

Prémio Ingreme para Melhor Curta Metragem Portuguesa
Miragem Meus Putos, Diogo Baldaia (Portugal)

Prémio Novo Talento FCSH/Nova – Curta Metragem
Flores, Jorge Jácome (Portugal)

Prémio Walla Collective para Melhor Filme da Secção Novíssimos
Os Corpos que Pensam, Catherine Boutaud (França, Portugal)



Prémio Indiemusic Schweppes
Tony Conrad: Completely in the Present, Tyler Hubby (EUA, Reino Unido)

Prémio Árvore da Vida
Ex-aequo:
Antão, o Invisível, Maya Kosa, Sérgio da Costa (Suíça, Portugal)
Num Globo de Neve, André Gil Mata (Portugal)

Prémio Amnistia Internacional
Find Fix Finish, Mila Zhluktenko, Sylvain Cruiziat (Alemanha)

Prémio Universidades
El mar la mar, Joshua Bonnetta, J.P. Sniadecki (EUA)

Prémio Escolas
Le fol espoir/Wild Hope, Audrey Bauduin (França)


Prémio do Público Longa Metragem
Venus, Lea Glob, Mette Carla Albrechtsen (Dinamarca, Noruega)

Prémio do Público Curta Metragem Crocs
Scris/Nescris, Adrian Silisteanu (Roménia)

Prémio do Público IndieJúnior Escolas DoctorGummy
Bichinhos do Lixo/Litterbugs, Peter Staney-Ward (Reino Unido)

Prémio do Público IndieJunior Famílias Trina
O Trenó/The Sled, Olesya Shchukina (Rússia)

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Sugestão da Semana #272

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o filme de animação A Minha Vida de Courgette, de Claude Barras.

A MINHA VIDA DE COURGETTE


Ficha Técnica:
Título Original: Ma vie de Courgette
Realizador: Claude Barras
Actores: Gaspard Schlatter, Sixtine Murat, Paulin Jaccoud
Género: Animação, Comédia, Drama
Classificação: M/6
Duração: 66 minutos

domingo, 14 de maio de 2017

Estreias da Semana #272

Quatro filmes chegaram às salas de cinema nacionais na passada Quinta-feira. A Minha Vida de Courgette e Música a Música são duas das estreias.

A Minha Vida de Courgette (2016)
Ma Vie de Courgette
Após a morte súbita da mãe, Courgette faz amizade com Raymond, um amável agente da polícia, que acompanha Courgette até à sua nova casa, cheia de outros órfãos da sua idade. De início, Courgette luta para encontrar o seu lugar neste ambiente estranho, às vezes hostil. No entanto, com a ajuda de Raymond e de novos amigos, Courgette aprende finalmente a confiar, a encontrar o verdadeiro amor e, finalmente, uma nova família.

Música a Música (2017)
Song to Song
Inspirado na cena musical da cidade texana de Austin, Música a Música segue quatro amantes interligados pelos altos e baixos e conflitos das suas carreiras musicais. Guiados pela juventude e pela paixão, envoltos em luxúria, drogas e acessos de criatividade, um casal descobre o caminho para as distracções selvagens das vidas modernas enquanto procura novas formas de satisfação.

Rei Artur - A Lenda da Espada (2017)
King Arthur: Legend of the Sword
Reinvenção da lenda do Rei Arthur, que se acredita ter sido um rei do século VI, defensor da Grã-Bretanha contra os invasores saxões. O pai de Artur é assassinado e o seu tio Vortigern (Jude Law) usurpa a coroa. Privado dos seus direitos e sem qualquer ideia de quem realmente é, Artur acaba por crescer da maneira mais dura, nas ruas e vielas da cidade. No momento em que retira com sucesso a mítica espada da pedra, a sua vida sofre uma reviravolta, Artur vê-se forçado a honrar o seu legado... quer queira, quer não.

Viral (2016)
Na cidade de Shadow Canyon, as irmãs Emma (Sofia Black D'Elia) e Stacey (Analeigh Tipton) estão a ajustar-se à vida no sul da Califórnia. O pai de ambas (Michael Kelly) aceitou trabalho como professor de ciências no liceu local, realojando a família no subúrbio em desenvolvimento. De repente, tudo muda quando Gracie, uma amiga de Emma, apanha uma estranha doença. A quarentena de emergência separa-as do pai e obriga-as a cuidarem de si mesmas, enquanto o governo declara a Lei Marcial. Até que se apercebem-se de como este vírus é muito pior do que podiam ter imaginado: trata-se de um agressivo verme parasita que força o hospedeiro a atacar violentamente, espalhando-se assim a outras vítimas.

sábado, 13 de maio de 2017

Crítica: Alien: Covenant (2017)

"All of this to start our new life"
Daniels

*6.5/10*

Ridley Scott regressou ao seu bebé - leia-se o Alien de 1979 -, que entretanto cresceu e multiplicou-se. E é mesmo o fenómeno da criação o grande mote de Alien: Covenant que peca por ser tão previsível neste regresso ao gore original.

"Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra" (Gn 1, 28), já dizia a Bíblia e diz-nos, de forma um tanto adaptada, o mais recente e tão ansiado filme de Ridley Scott. O suspense alia-se bem ao terror visceral e apodera-se das sombras e dos corredores da nave dos protagonistas. Contudo, o argumento tem um péssimo arranque, que deita por terra as boas ideias que se seguem.

A caminho de um distante e remoto planeta com uma missão de colonização, a tripulação da nave Covenant descobre que aquilo que parecia ser um paraíso é, na verdade, um mundo sombrio e perigoso. Perante a terrível ameaça, inicia-se uma angustiante e desesperada fuga.


Visualmente, Alien: Covenant supera as expectativas e, mesmo que o Alien tenha deixado totalmente de lado a timidez de 1979 - agora é até bastante exuberante e vaidoso -, os efeitos especiais e a direcção de fotografia do novo filme valorizam-no e deixam-nos arrebatados. A banda sonora transporta-nos para o ambiente da saga, adensa a tensão que se sente, estimula os possíveis sustos e faz-nos perder no espaço desconhecido e infinito.

Michael Fassbender teve o merecido espaço nesta sequela, depois de, em Prometheus, ter realmente prometido muito. É ele a alma do filme - se bem que os robôs não a têm - e supera-se na pele deste autómato tão humano e tão fulcral na narrativa. É ele que tudo condiciona. É frio, calculista, mas ao mesmo tempo terno e capaz de estabelecer uma relação emocional com a plateia que, curiosamente, nenhuma das restantes personagens (humanas) chega a alcançar.


A protagonista, interpretada por Katherine Waterston, não chega a estar à altura de Noomi Rapace - muito menos de Sigourney Weaver - mas faz ainda assim um bom trabalho físico e emocional, mostrando ter a destreza e captado bem o espírito da personagem principal. Mais uma vez, uma mulher de armas (mas com um fortíssimo lado sentimental) ao comando das decisões mais importantes a caminho de planetas desconhecidos, queira ou não queira.

Ridley Scott regressa em grande forma e irá satisfazer os fãs da saga que criou. Apesar das fraquezas do argumento, Alien: Covenant levanta curiosos simbolismos e paralelismos religiosos que são tão irónicos como eficazes.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Sugestão da Semana #271

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Foge, de Jordan Peele. A crítica do Hoje Vi(vi) um Filme pode ser lida aqui.

FOGE


Ficha Técnica:
Título Original: Get Out
Realizador: Jordan Peele
Actores: Daniel Kaluuya, Allison Williams, Catherine Keener, Bradley Whitford, Caleb Landry Jones, Keith Stanfield
Género: Mistério, Terror, Thriller
Classificação: M/16
Duração: 104 minutos

Crítica: Foge / Get Out (2017)

"If I could, I would have voted for Obama for a third term."
Dean Armitage

*8/10*

O racismo serve de mote à primeira longa-metragem realizada por Jordan Peele, Foge. O terror é essencialmente psicológico com uma forte crítica social latente. Sem sustos, há todavia uma tensão tremenda a percorrer Foge, deixando-nos em suspenso até ao final, a tentar desvendar os segredos daquela família e o destino do nosso protagonista.

Rose (Allison Williams) convida o namorado Chris (Daniel Kaluuya) para um fim-de-semana no campo, onde irá apresentar-lhe os seus pais, Missy (Catherine Keener) e Dean (Bradley Whitford). De início, Chris vê o comportamento complacente da família como uma tentativa nervosa de lidar com a sua ascendência africana, mas à medida que o fim-de-semana avança, uma série de descobertas cada vez mais perturbadoras conduzem-no a uma verdade inimaginável.


Podia ser uma simples história de amores proibidos mas não é. Está muito longe disso. Há personagens e atitudes sinistras por toda a parte, rituais desconhecidos, todos agem de forma estranha, fazendo-nos temer por Chris, mas, ao mesmo tempo, tratando-o o melhor possível. O telemóvel e a curiosidade do protagonista são duas armas poderosas à medida que o filme avança e que os segredos começam a ser revelados.

Foge é ousado e muito original na forma como se constrói como filme de terror - ou será mais um thriller de suspense? - em redor de um estigma que já deveria estar ultrapassado, e, ao mesmo tempo, crítica a sociedade muito para além do racismo. Esta forma de discriminação social é aqui filmada com características muito próprias, que suscitam curiosidade. Os afro-americanos são mais invejados do que discriminados, neste filme, mas tudo acontece de um modo um tanto macabro.


A montagem é fundamental para o suspense, a par do argumento imprevisível e pouco usual. Daniel Kaluuya, o protagonista Chris, mostra-se à altura do desafio. O actor é extremamente expressivo e cativa a audiência ao juntar na perfeição curiosidade, inocência e terror.

Foge é um alerta, irónico e sarcástico, mas, igualmente adulto e singular na sua forma e propósito. Uma excelente surpresa na estreia de Jordan Peele na realização. 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Estreias da Semana #271

Chegaram oito novos filmes aos cinemas portugueses esta Quinta-feira. A Cidade Perdida de Z e Foge são duas das estreias.

A Cidade Perdida de Z (2016)
The Lost City Of Z
A Cidade Perdida de Z conta a história verídica do explorador inglês Percy Fawcett (Charlie Hunnam), que viaja ate à Amazónia no início do século XX e descobre provas de uma avançada civilização até então desconhecida, que terá habitado a região. Apesar de ridicularizado pela comunidade científica que vê a população indígena como “selvagens”, Fawcett – apoiado pela sua mulher (Sienna Miller), filho (Tom Holland) e ajudante de campo (Robert Pattinson) – regressa à selva numa tentativa de provar a sua teoria.

A Escolha do Rei (2016)
Kongens Nei
Baseado na história verídica dos três dias dramáticos, em Abril de 1940, em que o rei da Noruega recebe um ultimato impensável das forças armadas alemãs: rendição ou morte. Com os nazis no seu encalce, a família real é forçada a fugir da capital. Decidem tomar caminhos separados, sem saberem se alguma vez se irão reencontrar. Märtha, a princesa, deixa a Noruega com os filhos e procura refúgio na Suécia. O rei Haakon e o príncipe herdeiro Olav ficam para combater os alemães. Após três dias de tentativas desesperadas de se esquivarem, o rei Haakon toma a decisão final: recusa capitular, ainda que isso possa custar-lhe a vida a si, à sua família e a muitos noruegueses.

Amigos Amigos Telemóveis À Parte (2016)
Perfetti sconosciuti
Durante um jantar, um grupo de amigos decide colocar os telemóveis sobre a mesa e tornar públicas todas as chamadas e mensagens para provar que nada têm a esconder. E a confusão começa...

Brimstone - Castigo (2016)
Brimstone
Liz, com uma beleza esculpida à imagem da região selvagem onde vive, cheia de alma e vontade, vê-se perseguida por um pregador vingativo. Mas Liz é uma sobrevivente; recusa o papel de vítima, é uma mulher com uma força temível que responde com bravura surpreendente e reclama o direito a reivindicar a vida melhor que ela e a sua filha merecem.

Foge (2017)
Get Out
Rose (Allison Williams) convida o namorado Chris (Daniel Kaluuya) para um fim-de-semana no campo onde irá apresentar-lhe os seus pais, Missy (Catherine Keener) e Dean (Bradley Whitford). De início, Chris vê o comportamento complacente da família como uma tentativa nervosa de lidar com a sua ascendência africana, mas à medida que o fim de semana avança, uma série de descobertas cada vez mais perturbadoras conduzem-no a uma verdade inimaginável.

Francisco - O Papa do Povo (2015)
Chiamatemi Francesco - Il Papa della gente
O filme conta a verdadeira e pouco conhecida história do homem que veio a ser o primeiro Papa Jesuíta e que está a marcar uma viragem na história da Igreja Católica.

Na Cama Com Victoria (2016)
Victoria
Victoria Spick, uma advogada criminal solteira, aparece num casamento e encontra três homens: David, o pai das suas filhas; Vincent, um amigo; e Sam, um ex-traficante de drogas que ela salvou da cadeia. No dia seguinte, Vincent é acusado de tentativa de homicídio pelo seu parceiro.

O Meu Pai e Eu (2016)
The Confirmation
Anthony, de oito anos, está ligeiramente apreensivo por ir passar o fim de semana com o pai, Walt, um carpinteiro alcoólico, enquanto a mãe, Bonnie, vai para um retiro católico com o seu novo marido, Kyle. No primeiro dia, a carrinha de Walt avaria, o senhorio põe-no fora da casa e alguém lhe rouba a caixa de ferramentas de que ele precisa para o próximo trabalho. Walt e Anthony começam a procurar o homem que roubou as ferramentas enquanto improvisam em torno dos seus outros infortúnios. Aos poucos, começa a nascer uma ligação entre ambos que fará com que Walt se torne um melhor pai e que Anthony perceba nele o potencial de um homem bom.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Sugestão da Semana #270

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca a reposição do filme de Terry Gilliam, Brazil: O Outro Lado do Sonho, de 1985.

BRAZIL: O OUTRO LADO DO SONHO


Ficha Técnica:
Título Original: Brazil
Realizador: Terry Gilliam
Actores: Jonathan Pryce, Robert De Niro, Katherine Helmond, Ian Holm, Bob Hoskins, Michael Palin, Ian Richardson, Terry Gilliam, Peter Vaughan, Kim Greist, Jim Broadbent
Género: Comédia, Drama, Ficção Científica
Classificação: M/16
Duração: 132 minutos

terça-feira, 2 de maio de 2017

IndieLisboa'17 começa dia 3 de Maio

O IndieLisboa'17 começa no dia 3 e prolonga-se até 14 de Maio. A 14.ª edição do festival abre com Colo, de Teresa VillaVerde, e encerra com o documentário I Am Not Your Negro, de Raoul Peck.


Jem Cohen e Paul Vecchiali os homenageados na secção Herói Independente desta edição. Realizador e artista multidisciplinar, Jem Cohen esteve por trás de curtas-metragens, documentários, filmes de ficção, instalações e exposições de fotografia e alguns dos seus filmes fazem parte da colecção do MoMA e do Whitney Museum de Nova Iorque. Realizou mais de 70 filmes ao longo da sua carreira e este ano, o IndieLisboa exibe 13 dessas obras. O realizador francês Paul Vecchiali é o outro homenageado nesta edição, com a exibição de uma selecção de 17 filmes.

Na Competição Internacional de Longas-metragens, as atenções viram-se para o português Amor, Amor, de Jorge Cramez, mas também para títulos como Somniloquies, de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel, e Ciao Ciao, de Song Chuan. Na Competição Portuguesa, o grande destaque vai para Luz Obscura, de Susana Sousa Dias, que segue a linha do seu anterior 48, sobre os presos políticos da PIDE.

Na secção Silvestre, Inimi Cicatrizate, de Radu Jude, Golden Exits, de Alex Ross Perry, Lumières D'Été, de Jean-Gabriel Périot, são alguns dos títulos a ter em atenção.

O IndieMusic chega com títulos que despertam curiosidade como Eat That Question - Frank Zappa in His Own Words, de Thorsten Schütte, Oasis: SuperSonic, de Mat Whitecross, Liberation Day, de Morten Traavik, Shot! The Psycho-Spiritual Mantra of Rock, de Barnaby Clay, e Tokyo Idols, de Kyoko Miyake.

A Boca do Inferno traz dois filmes que aguçam a curiosidade dos mais audazes Free Fire, o mais recente de Ben Wheatley, e Grave, de Julia Ducournau. Nas sessões especiais deste 14.º IndieLisboa, grande destaque para Rosas de Ermera, de Luís Filipe Rocha, um documentário sobre a família de Zeca Afonso, que se viu separada poucos meses antes da Segunda Guerra Mundial.

Este ano, o IndieLisboa estende-se pelo Cinema São Jorge, Culturgest, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, Cinema Ideal e, pela primeira vez, Cineteatro Capitólio/Teatro Raul Solnado.

Mais informações sobre o festival e programação completa aqui.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Estreias da Semana #270

Cinco filmes chegaram às salas de cinema portuguesas na passada Quinta-feira. 

Bailarina (2016)
Ballerina
Paris, 1879. Uma órfã foge da zona rural onde vive e dirige-se a Paris para seguir o sonho de se tornar bailarina. Faz-se passar por outra pessoa e consegue ser aceite como aluna na Grand Opera.

Brazil - O Outro Lado do Sonho (reposição) (1985)
Brazil
Um homem comum e sonhador dá consigo enredado nos mecanismos tortuosos de uma burocracia de pesadelo.

Fátima (2017)
Em maio de 2016, um grupo de onze mulheres parte de de Vinhais, Trás-os-Montes, no extremo norte de Portugal, em peregrinação a Fátima. Ao longo de nove dias e 400 quilómetros, atravessam meio país em esforço e sacrifício para cumprir as suas promessas. O cansaço extremo fragiliza os ânimos, perdem o controlo das aparências e deixam cair as máscaras. A dor, as limitações físicas e a vulnerabilidade levam-nas a momentos de ruptura. Revelam-se então as suas identidades e motivações mais profundas. Chegadas a Fátima, cada uma terá que reencontrar o seu próprio caminho para a redenção.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017)
Guardians of the Galaxy Vol. 2
Prosseguem as aventuras do grupo de marginais intergalácticos enquanto atravessam os limites do cosmos. Os Guardiões lutam por manter a sua família recém-descoberta unida, enquanto se empenham em desvendar o mistério do verdadeiro parentesco de Peter Quill. Antigos inimigos tornam-se aliados e as personagens favoritas das bandas desenhadas clássicas irão ajudar os heróis.

O Círculo (2017)
The Circle
A jovem Mae (Emma Watson), perita em tecnologias de informação, aceita um novo emprego na poderosa The Circle, a maior empresa de tecnologia e redes sociais do mundo. Mae encara esta ocasião como a oportunidade da sua vida e, à medida que sobe na hierarquia, é encorajada por Eamon Bailey (Tom Hanks), fundador da The Circle, a participar numa experiência inovadora que força os limites da privacidade, ética e até da liberdade pessoal. Em pouco tempo, Mae apercebe-se de que a sua participação na experiência e cada decisão que toma começa a afectar a vida e o futuro da sua família, dos amigos e mesmo da humanidade.