*7/10*
Donzela Guerreira, de Marta Pessoa, leva-nos numa viagem no tempo, por arquivos da cidade de Lisboa, guiados por uma mulher cheia de histórias para contar.
O filme "ficciona o Portugal de meados do século XX. A partir da figura de Emília, uma escritora, em Lisboa, no ano de 1959, o filme convoca vultos, lugares, situações, receios e ironias numa aproximação aos universos literários de Maria Judite de Carvalho e Irene Lisboa, escritoras da cidade e das personagens que nela habitam. Guiados pela voz e olhar de Emília, entramos num jogo entre as imagens de arquivo da cidade e a efabulação pura. É uma Lisboa de ruas, jardins e casas onde habitam mulheres que olham para si próprias e umas para as outras, que ocupam os lugares que lhes destinam e o silêncio a que as votam."
Entre a ficção e as imagens reais, a longa-metragem de Marta Pessoa envolve a plateia em redor de uma protagonista forte e batalhadora, segura de si. Emilia é uma mulher solteira, que muito preza a sua independência e liberdade, emancipada, é uma feminista do seu tempo, mesmo sem o saber. Uma mulher de ideias férteis, exímia contadora de histórias. A actriz Anabela Brígida é a imagem sóbria e recatada e a voz decidida e melodiosa de Emília - a nossa guerreira.
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