segunda-feira, 31 de julho de 2023

Crítica: Pôr do Sol: O Mistério do Colar de São Cajó (2023)

"(...) vi alguém puro de coração transformar-se na... na mais maléfica das criaturas"

Salomé

*6/10*

Depois da série de televisão, Pôr do Sol: O Mistério do Colar de São Cajó é o filme que volta a focar-se na família Bourbon de Linhaça, e no colar que está na sua posse há mais de 3500 anos, seus segredos e maldições. Em jeito de prequela, regressam as personagens, que parte do público já conhece, para uma nova aventura, ao longo dos séculos até à actualidade.

Pôr do Sol: O Mistério do Colar de São Cajó tem um público-alvo muito específico - e alargado -, devido à legião de fãs que a série criou. Quem não conhece a "saga" desta família, pode contar com um filme com muito humor, sátira e muito nonsense - mas há que destacar: não é uma comédia que vá agradar a todos.

A história do Colar de São Cajó (que antes tinha outro nome) é anterior à da família que todos conhecem. É por aí que Pôr do Sol: O Mistério do Colar de São Cajó começa, ao contextualizar a existência do colar e dos seus guardiões, e o percurso até chegar às mãos dos Bourbon de Linhaça, percorrendo séculos (e milénios) de história da família. Ao chegar à actualidade, conhecem-se os Jesus Quisto antes de serem uma banda; no convento, encontra-se Salomé, a gémea "ceguinha", a ter constantes visões do futuro; e começa a construir-se o backgroud da maioria das personagens que quem acompanhou a série conhece bem.

A longa-metragem de Manuel Pureza tem um início ritmado e alguma acção, percorrendo os tempos em que o colar de São Cajó ia passando, de geração em geração, ao mesmo tempo que se travavam batalhas épicas para o proteger. Quando chega à actualidade, cada vez mais de encontro à história da série, o filme perde algum ritmo e esmorece, principalmente para quem não acompanhou a série. 

O ponto mais forte de Pôr do Sol: O Mistério do Colar de São Cajó é Rui Melo e o seu Simão Bourbon de Linhaça. O filme segue a personagem ao longo dos séculos e mostra como é que, de um homem bondoso e puro, se transformou no vilão da série televisiva. Todos os seus momentos em cena são geniais.

Sem dúvida que a alma e criatividade da série se prolonga no filme, que volta a usar e abusar do humor absurdo para conquistar o seu público fiel. Resta saber se a fórmula - agora cinematográfica - irá cativar ainda mais espectadores.

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