quarta-feira, 22 de junho de 2022

Crítica: Os Grandes Criadores (2022)

*7/10*

Os Grandes Criadores, de Ramón de los Santos e Elisa Bogalheiro, entra na intimidade da Companhia de Teatro do Chapitô, desde a sua formação, em 1996, acompanhando o processo criativo e disruptivo dos actores, as longas tournées e o que tem mudado ao longo dos seus 25 anos de existência, comemorados em 2021.

O documentário entra nas rotinas da companhia de teatro e, durante um ano, entre 2020 e 2021, acompanha-a "no seu processo criativo, nos ensaios, na actuação das peças e na sua itinerância". Ao mesmo tempo, Os Grandes Criadores conta a História desses 25 anos através de imagens de arquivo, que a companhia foi registando, e de testemunhos de actores, programadores culturais, directores artísticos, que os admiram e muito aprenderam com eles.


Ramón de los Santos e Elisa Bogalheiro realizaram um documentário enriquecedor e que honra todo o trabalho árduo e fora de série que a Companhia de Teatro Chapitô tem feito ao longo de mais de duas décadas.

Cada excerto das imagens de arquivo das suas peças aguça a curiosidade dos que desconheciam o seu trabalho, e aumenta a vontade de regressar aos que já os acompanham. O filme faz despertar múltiplas emoções na plateia: entre a admiração por uma criatividade sem fim, a vontade de partilhar o espaço com os actores, o sentido de humor provocador e inventivo, e até uma espécie de contágio pelo espírito livre desta forma de encenar e de fazer teatro.


Imparáveis ao longo de 25 anos, há momentos em que os actores também param e pensam no futuro, e a câmara dos realizadores (ou o público) é o ouvinte atento e compreensivo, que em menos de hora e meia de filme, percorreu com eles mais de duas décadas de esforço e dedicação - e muitos quilómetros no país e além fronteiras, numa intimidade e partilha de companheiros.

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