quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Crítica: Tron: Ares (2025)

"I like Mozart. I say, if I'm being honest, I prefer Depeche Mode."

Ares

*4.5/10*

O regresso ao universo Tron faz-se 15 anos depois do último filme, Tron: O Legado; e 43 anos após a estreia da saga, realizada por Steven Lisberger e protagonizada por Jeff Bridges, que foi um marco na ficção científica, quer pelo argumento como pelos efeitos visuais, muito inovadores para a época.

"Tron: Ares segue um programa altamente sofisticado, Ares, que é enviado do mundo digital para o mundo real numa missão perigosa, marcando o primeiro encontro da humanidade com seres de I.A."

Realizado por Joachim Rønning, Tron: Ares deixa os videojogos para trás. Agora ganham cena a Inteligência Artificial (des)generativa e as grandes tecnológicas - no caso, trata-se de duas grandes rivais: do lado do "bem" está a antiga empresa dos Flynn, agora administrada por Eve Kim (Greta Lee); do outro, estão Julian (Evan Peters) e Elisabeth (Gillian Anderson) Dillinger (em 1982, o patriarca Ed foi o principal rival de Kevin Flynn).

Enquanto nos primeiros filmes, a realidade entrava para dentro dos computadores, em 2025, o caminho é o inverso: são os programas de IA que saltam para o mundo real, quais soldados automatizados, prontos para serem capitalizados, a todo o custo (por Julian Dillinger).

Ares (um Jared Leto calmo e quase maquinal, numa personagem que não exige muito do seu talento) é o protagonista deste terceiro filme Tron, um programa de IA criado para ser um super soldado - mas que ainda precisa de bastante afinação. Equipado a preto e vermelho, eis o trunfo de Dillinger, mas, para ser perfeito, Julian precisa de algo que está na posse de Eve. E eis que o confronto começa, num argumento que se revela fraco e previsível.

Quando Ares parece começar a ganhar algumas características humanas (como dúvidas e sentimentos), o filme ganha algum fôlego. O mesmo acontece quando Jeff Bridges regressa à sua Grid, num bom momento de regresso ao passado. Tecnicamente, destaque para as excelentes sequências de perseguição de motos, no meio de um trânsito caótico; e para os efeitos especiais muito competentes (todavia, sem qualquer necessidade de sessões em IMAX 3D). Mas o maior trunfo de Tron: Ares é, sem sombra de dúvida, a banda sonora de Nine Inch Nails. É nela que está a aura que o argumento não foi capaz de captar, o fascínio da saga que esta longa-metragem não consegue transmitir.

Ainda assim, e apesar de algumas referências que agradarão aos fãs mais acérrimos, a nostalgia do filme de 1982 fica quase perdida, num mundo que não está longe dos tempos actuais, dominado pelas grandes empresas tecnológicas. A lógica da empresa boa e da empresa má não é nada credível nos dias que correm, e é muito difícil encarar tal coisa como possibilidade, mesmo que ficcional. 

Que voltem os videojogos de Flynn, pois, para desapontante, já basta o mundo real.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Sugestão da Semana #687

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Sombras, de Jorge Cramez, um filme de terror português protagonizado por Victoria Guerra e Pedro Lacerda.

SOMBRAS


Ficha Técnica:
Título Original: Sombras
Realizador: Jorge Cramez
Elenco: Victoria Guerra, Pedro Lacerda, Dinis Gomes, Catarina Machado
Género: Drama, Terror
Classificação: M/12
Duração: 104 minutos

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Estreias da Semana #687

Esta Quinta-feira, chegam às salas de cinema portuguesas sete novos filmes. Às estreias, junta-se a reposição de Três Irmãos (1994), de Teresa Villaverde, com Maria de Medeiros.

Acabou-se a Festa (2025)
Classe moyenne
Mehdi planeou passar um Verão tranquilo na sumptuosa casa dos seus sogros. Mas assim que chega, surge um conflito entre a família da noiva e o casal que cuida da villa. Como Mehdi vem de um meio modesto, pensa que pode liderar as negociações entre as duas partes e chamar todos à razão. Mas as coisas começam a correr mal...

Mr. Burton (2025)
Na cidade galesa de Port Talbot, em 1942, Richard Jenkins (Harry Lawtey) vive como um estudante rebelde, preso entre as pressões da família em dificuldades, uma guerra devastadora e as suas ambições. Uma oportunidade surge quando o talento natural de Richard para o teatro chama a atenção do professor, Philip Burton (Toby Jones). O jovem floresce graças à tutela rigorosa de Philip e à orientação da senhoria, Ma Smith (Lesley Manville). No entanto, à medida que o mundo da representação parece acenar a Richard, o peso do seu passado corre o risco de o impedir de avançar.

O Beijo da Mulher-Aranha (2025)
Kiss of the Spider Woman
Valentín, um preso político, partilha a cela com Molina, um vitrinista condenado por atentado ao pudor. Os dois criam uma ligação improvável quando Molina conta o enredo de um musical de Hollywood protagonizado pela sua diva favorita do cinema, Ingrid Luna.

Saltitão e a Magia do Tempo (2025)
Chickenhare and the Secret of the Groundhog
Segundo a lenda, uma misteriosa marmota, escondida nas profundezas de uma montanha secreta, possui o poder de fazer o tempo voltar para trás. Saltitão descobre que este artefacto mítico pode ser a única esperança para salvar a sua espécie e dispõe-se a arriscar tudo para descobrir este poder ancestral. Mas a viagem será repleta de obstáculos… Aparentemente, Saltitão e os amigos não são os únicos em busca do segredo da marmota.

Sombras (2025)
Há algum tempo que Marta (Victória Guerra) e Jaime (Pedro Lacerda), um casal sem filhos, trocaram a azáfama urbana pelo sossego do campo. É no seio dessa aparente quietude que, certo dia, um vizinho, sob o motivo de ter de se deslocar a Lisboa, pede para olharem pela sua filha Beatriz. Entre o chilrear dos pássaros e o manso correr do riacho, a tranquilidade a que se foram acostumando é subitamente quebrada pela aparição nocturna de um estranho animal. Sem saber se a presença da criança estará de alguma maneira relacionada com uma série de bizarras ocorrências, o casal terá de questionar passado, presente e futuro, ao aventurar-se por um perigoso jogo de sombras que se revela tão real quanto aterrador. 

The Salt Path - O Caminho do Amor (2024)
The Salt Path
Um casal perde a sua casa e descobre que o marido foi diagnosticado com uma doença terminal quando embarca numa viagem de um ano ao longo da costa.

TRON: Ares (2025)
Um programa sofisticado chamado Ares (Jared Leto) é enviado do mundo digital para o mundo real numa missão perigosa, marcando o primeiro encontro da humanidade com seres de inteligência artificial.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Sugestão da Semana #686

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Lavagante, de Mário Barroso, último argumento de António-Pedro Vasconcelos, adaptado da derradeira obra de José Cardoso Pires. O filme é protagonizado por Júlia Palha e Francisco Froes.


LAVAGANTE


Ficha Técnica:
Título Original: Lavagante
Realizador: Mário Barroso
Elenco: Francisco FroesJúlia PalhaNuno Lopes, Leonor Alecrim, Diogo Infante, Rui Morisson
Género: Drama
Classificação: M/12
Duração: 92 minutos

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Estreias da Semana #686

Esta Quinta-feira, chegaram às salas de cinema portuguesas cinco novos filmes. Às estreias, junta-se a reposição de O Fabuloso Destino de Amélie (2001), de Jean-Pierre Jeunet.

Dora: Numa aventura mágica sob o mar (2025)
Dora the Explorer: Mermaid Adventures
Após tocarem um charango mágico, a Dora e o Botas transformam-se em sereias e vivem uma série de aventuras submarinas incríveis com a sua nova amiga, Marisol, a Sereia, e a sua melhor amiga, a golfinho Rosa.

Honey Don't! (2025)
Honey O'Donahue (Margaret Qualley), investigadora privada numa pequena cidade, examina uma série de mortes ligadas a uma igreja misteriosa.

Lavagante (2025)
Uma história de amor e enganos, num cenário marcado pela acção da polícia política da ditadura salazarista, a censura, as perseguições e as prisões, e a revolta estudantil do início dos anos 1960.  Último argumento de António-Pedro Vasconcelos, adaptado da derradeira obra de José Cardoso Pires.

Lumière! A Aventura Continua (2024)
Lumière, l'aventure continue
Continuação de Lumière! A Aventura Começa, revela mais uma centena de filmes Lumière, todos imaculadamente restaurados, e pretende aprofundar a história da invenção e afirmação do cinema no mundo.

The Smashing Machine: Coração Lutador (2025)
The Smashing Machine
No auge da sua carreira, Mark Kerr foi lutador de MMA na era mais implacável da UFC. Em 2000, enfrenta uma batalha interna marcada pelo vício, a pressão da vitória, o amor e a fragilidade das amizades.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Queer Lisboa 29: Vencedores

Laurent dans le ventCeci est mon corpsBirthdays foram alguns dos filmes vencedores do Queer Lisboa 29. Todos os premiados foram anunciados na Sessão de Encerramento do festival, que teve lugar no Cinema São Jorge, na noite de 27 de Setembro. 

Eis a lista completa de vencedores:

COMPETIÇÃO LONGAS-METRAGENS

Júri: Catarina Vasconcelos (cineasta), Francisca Carneiro Fernandes (gestora cultural) e Gustavo Scofano (programador e distribuidor)

Melhor Filme

Laurent dans le vent, Anton Balekdjian, Léo Couture, Mattéo Eustachon (França, 2025, 110’)

Menção Especial

Lesbian Space Princess, Emma Hough Hobbs, Leela Varghese (Austrália, 2025, 87’)


Prémio do Público

Jone, a Veces, Sara Fantova (Espanha, 2025, 80’)


COMPETIÇÃO DOCUMENTÁRIOS

Júri: Marta Sousa Ribeiro (cineasta e produtora), ROD (artista visual e investigador) e Sílvia Alves (jornalista)

Melhor Filme

Ceci est mon corps, Jérôme Clément-Wilz (França, 2025, 64’)

Menção Especial

My Sweet Child, Maarten de Schutter (Países Baixos, 2025, 58’)  


Prémio do Público

My Sweet Child, Maarten de Schutter (Países Baixos, 2025, 58’)  


COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS

Júri: Diego Bragà (artista), Francisca Manuel (cineasta) e Tiago Manaia (jornalista cultural e actor)

Melhor Filme

Birthdays, Adrian Jalily (Dinamarca, 2025, 19’)

Prémio AltContent

Homunculus, Bonheur Suprême (França, Itália, 2025, 18’)

Menção Especial

Twilight Ladies, Alain Soldeville, Alexe Liebert (França, 2024, 11’)


Prémio do Público

Big Boys Don’t Cry, Arnaud Delmarle (França, 2025, 23’)


COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS DE ESCOLA EUROPEIAS - “IN MY SHORTS”

Júri: Diego Bragà (artista), Francisca Manuel (cineasta) e Tiago Manaia (jornalista cultural e actor)

Melhor Filme

À nos jardins, Samuel Dijoux (França, 2024, 28’)

Menção Especial

Casi Septiembre, Lucía G. Romero (Espanha, 2025, 30’)


COMPETIÇÃO QUEER ART

Júri: Bruno Huca (performer e cantor), Luísa Cunha (artista visual), Stéphane Gérard (cineasta)

Melhor Filme

Truth or Dare, Maja Classen (Alemanha, 2024, 79’)


Já há datas confirmadas para o Queer Lisboa 30, edição especial do festival, que acontecerá de 18 a 26 de Setembro de 2026, no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa. 

Entretanto, terá lugar a 11.ª edição do Queer Porto, entre 4 e 8 de Novembro de 2025, no Batalha Centro de Cinema, Casa Comum e Passos Manuel.

Mais informações em https://queerlisboa.pt/.