A poucas horas da cerimónia dos Oscars 2023, fazemos uma análise aos nomeados para Melhor Filme. São filmes muito equilibrados entre si, com a excepção nos últimos lugares, mais fracos - mas nem por isso com menos probabilidades de vencer na categoria. Não assisti a Avatar: The Way of Water, por isso, apenas destaco os outros nove filmes, ordenados pelo meu gosto pessoal.
Eis as dez longas-metragens na corrida:
Partindo de uma zanga entre dois amigos, Martin McDonagh faz uma reflexão sobre a existência em Os Espíritos de Inisherin. Uma comédia dramática, com um leve toque de nonsense, muito mais profunda do que possa parecer.
A crueldade e a barbárie da guerra são retratadas com um realismo impressionante, num filme que ficará na memória pelo lado humano que capta, através de simples gestos ou olhares, e onde, afinal, todos foram vítimas.
Todd Field entra no mundo da música clássica para fazer balançar os lugares de poder. Ao mesmo tempo que aborda o assédio, transforma Tár numa espécie de filme de terror para as vítimas e para a protagonista.
Steven Spielberg filma a sua magia do Cinema em Os Fabelmans, um épico autobiográfico em jeito de elogio à Sétima Arte e à família. Uma obra íntima e tocante, que reflecte a alma do seu autor.
Eis um filme de acção como há muito não se via. Top Gun: Maverick é verdadeiramente feito para ver numa sala de cinema - câmara, som e montagem tudo fazem para dar a experiência mais realista possível, com o verdadeiro prazer de ver sequências de aviões em alta velocidade no grande ecrã.
Estas mulheres podem não saber ler ou escrever mas são capazes de votar e de se unir para tomar uma decisão importante, esgrimindo argumentos a favor ou contra cada uma das opções. A Voz das Mulheres é a conquista deste empoderamento e da liberdade de escolha, mesmo no seio de uma comunidade patriarcal conservadora e extremamente religiosa.
Fiel ao estilo extravagante e frenético que caracteriza os seus filmes, Baz Luhrmann escolheu também a personalidade certa para a sua mais recente longa-metragem: Elvis. Contagiado pelos passos de dança e pelo gingar do rei do Rock n'Roll, Luhrmann constrói um filme ritmado, repleto de música e potenciado pela prestação quase inacreditável de Austin Butler.
Imaginação - e referências - não falta a Daniel Scheinert e Daniel Kwan, que criam os mais inesperados multiversos e super-poderes, com humor e muito nonsense à mistura. Contudo, entre tantos acontecimentos, artes marciais e sonhos não cumpridos, o objectivo final do filme perde-se e torna-o inconsequente.
Dinheiro e Poder estão sempre ao comando deste barco, que está longe de ir a bom porto, e cujo Capitão alcoólico, interpretado por Woody Harrelson, será, porventura, a personagem mais entusiasmante da longa-metragem de Östlund. Uma Palma de Ouro de aborrecimento.
Avatar: O Caminho da Água / Avatar: The Way of Water
Não assistido
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