A 4.ª edição dos Encontros do Cinema Português aconteceu esta Quarta-feira, dia 5 de Junho, nos Cinemas NOS Alvaláxia e juntou mais de 250 representantes do sector da produção cinematográfica nacional.
Ao longo do dia, foram apresentados diversos projectos que chegarão às salas nos próximos meses ou anos. O
Hoje Vi(vi) um Filme assistiu às apresentações da tarde, mas, ao longo da manhã foram apresentadas as seguintes obras, algumas delas já destacadas no
blog:
Tristeza e Alegria na Vida das Girafas, da
Take it Easy;
Saudade - A Love Letter to Portugal, da
Wondr;
#SemFiltro, da
BeActive;
The Seven Sorrows of Mary, da
Grumpy Panda;
Rapaz Só e
Mulher Sem Corpo, ambos produções da
Keep Eyes Open;
A Impossibilidade de Estar Só, da
Caos Calmo Filmes;
Bostofrio, da
Papaveronoir;
A Primeira Idade, da produtora com o mesmo nome;
Canil, da
Filmógrafo;
Montado,
522,
Clube dos Anjos e
Golpe de Sol, todos da
Ukbar Filmes;
Terra Nova, da
Cinemate;
O Outro Lado do Humor, da
Tem Filmes;
Sacavém, da
Midnight Express;
Do Outro Lado do Mundo, da
Continental Filmes; e
Nheengatu e
Variações, da
David & Golias.
A abrir as apresentações da parte da tarde esteve
Jorge Pelicano e o seu documentário
Tony, sobre
Tony Carreira, produzido pela
Até ao Fim do Mundo. Seguiu-se
Submissão, da
Quattuor, apresentado pelo realizador
Leonardo António, um filme que se debruça sobre a temática da violência doméstica.
Caminhos Magnétykos (de
Edgar Pêra) foi o seguinte, bem como
Hálito Azul e
Surdina, todas produções da
Bando à Parte, apresentadas por
Rodrigo Areias, realizador das duas últimas. Seguiram-se as apresentações do épico histórico
Viriato, sobre o herói lusitano, da
Zulfilmes; e
Para Além da Memória, da
Talentilicious Associação, protagonizado por
Lídia Franco, que interpreta uma personagem com Alzheimer.
A
Terra Treme veio dar a conhecer
Tempo Comum, de
Susana Nobre, sobre um casal de actores e o nascimento do seu primeiro filho, e
Campo, de
Tiago Hespanha, que já vimos no
IndieLisboa.
M4M deu a conhecer um curioso filme de fantasia,
Mysteria e o Feitiço da Aldeia; e, pela
O Som e a Fúria, o produtor
Luís Urbano apresentou
Patrick, a primeira longa-metragem realizada por
Gonçalo Waddington, que aborda o tráfico de crianças, e
Bruno Aleixo - O Filme, cujos realizadores vieram mostrar à audiência algumas cenas da longa-metragem. Os actores
Pedro Barão Dias e
Joaquim Guerreiro vieram apresentar
Mutant Blast, da
O Gato Culto, revelando à audiência os primeiros minutos da longa-metragem de
Fernando Alle - que, apesar de ausente, enviou um inesperado vídeo à audiência.
A
Pixbee trouxe ao evento
A Décima Ilha, apresentado pelo realizador
Pedro Magano, um filme que acompanha a vida de uma família açoriana que vive ilegalmente nos Estados Unidos, e as dificuldades com que se deparam. Seguiu-se o inesperado
Haters, da
Goblin Productions, e o
trailer de
Inner Ghosts, da
Bad Behaviour - que não conseguiu ter um representante presente.
O Mestre da Escola do Porto, de
Rui Garrido, e
Os Conselhos da Noite, de
José Oliveira, foram as duas propostas da
The Stone & The Plot, apresentadas pelos realizadores e pelo actor
Tiago Aldeia, protagonista da segunda.
A produtora
Uma Pedra no Sapato apresentou o documentário
Sophia, Na Primeira Pessoa, realizado por
Manuel Mozos; e a terminar as apresentações esteve
Paulo Branco, da
Leopardo Filmes, com
Linhas Tortas, de
Rita Nunes,
Mosquito, de
João Nuno Pinto, e
A Herdade, de
Tiago Guedes. Seguiu-se o debate em torno da questão "Como Atingir Um Milhão de Espectadores no Cinema Português?", com moderação de
Susanna Barbato, da NOS Audiovisuais, e a participação de
Luís Chaby Vaz (Presidente do ICA),
Elsa Mendes (Coordenadora do Plano Nacional de Cinema),
José Fragoso (Director de Programas da RTP),
Luís Urbano (Produtor de Cinema),
Manuel Damásio (Director do Departamento de Cinema e Comunicação Multimédia da Universidade Lusófona),
Pandora da Cunha Telles (
Ukbar Filmes) e
Pedro Mota Carmo (CEO da
NOS Cinemas).
As soluções apresentadas pelos vários elementos do painel foram mais como esforços que têm de ser feitos por todos ao longo do tempo, porque
"não há milagres", como bem disse o director de programas da RTP,
José Fragoso.
Elsa Mendes e
Manuel Damásio defendem a aposta na inclusão do cinema na formação de crianças e jovens. Defendeu-se diferentes formas de ver cinema para além dos multiplexes, como o regresso a salas mais pequenas de bairro.
Durante o debate,
Pedro Mota Carmo anunciou a criação de uma sala nos
Cinemas NOS Alvaláxia, exclusiva para a exibição de cinema português. Do lado da audiência, o produtor de cinema
Paulo Branco não se mostrou de acordo com a ideia da criação do que ele apelidou uma
"sala-gueto". E como resposta à questão do debate, o produtor sugeriu que a NOS pagasse cinco euros a cada espectador para ir ver cinema português.
2015 foi o ano em que mais perto se esteve do milhão de pessoas nas salas: os filmes de produção nacional somaram, nesse ano, 946 mil espectadores, valor mais alto desde que há registos.