domingo, 6 de fevereiro de 2022
Sugestão da Semana #493
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
Crítica: A Filha Perdida / The Lost Daughter (2021)
"Is this going to pass?"
Nina
*8.5/10*
Maggie Gyllenhaal faz uma abordagem intrínseca e incomum da maternidade na sua longa-metragem de estreia como realizadora, A Filha Perdida (The Lost Daughter). Tendo por base o livro de Elena Ferrante, a realizadora faz uma desmistificação do papel de uma mãe, contra todos os preconceitos ou juízos de valor, numa obra íntima e intensa.
Leda Caruso (Olivia Colman) é uma professora universitária de férias, sozinha, na ilha grega de Spetses. O seu sossego é perturbado quando conhece Nina (Dakota Johnson), uma jovem mãe, e a sua grande família destabilizadora. Em Nina, Leda tem um encontro com o seu próprio passado enquanto jovem mãe (Jessie Buckley) de duas meninas.
Subtilmente, A Filha Perdida confronta a visão machista da sociedade, que insiste em manter a sobrecarga dos deveres da parentalidade na figura materna, e que nela coloca as responsabilidades e as críticas. Na sua aparente simplicidade, é uma obra desafiadora e empoderadora, potenciada pela abordagem feminista que Maggie Gyllenhaal utiliza.
A boneca que a filha de Nina traz consigo - semelhante à de Leda em criança - despoleta todas as memórias e inquietações da protagonista. E um acto inesperado vai desencadear nela um misto de emoções e lembranças, tonturas, sonolência e esquecimentos, para além de uma sensação de perseguição constante. O diagnóstico constrói-se à medida que a acção avança e, em flashbacks, são apresentados os dilemas e a história de uma Leda jovem e prometedora, que a levaram até onde está agora.
Olivia Colman entrega-se a Leda, dá-lhe a confiança da experiência de vida, pronta para enfrentar quem lhe faça frente, mas também revela fragilidade e desamparo, decorrente da obsessão que cria pela jovem mãe com quem partilha a praia. Também em destaque está a prestação de Jessie Buckley na pele de Leda enquanto jovem. Mais ingénua, dividida entre trabalho, tarefas domésticas e o cuidado das filhas, Leda experimenta a harmonia e o desespero. E num elenco de mulheres fortes, há um homem que se destaca: Lyle é uma espécie de espelho masculino de Leda, solitário e magoado, numa prestação sóbria e sentida de Ed Harris.
Muito para além da maternidade, A Filha Perdida é também sobre liberdade de escolha, emancipação, arrependimento e redenção. Sem julgamentos, Maggie Gyllenhaal solidariza-se com as Ledas da vida real, contra expectativas desiguais.
domingo, 12 de dezembro de 2021
Crítica: Spencer (2021)
"Three days. That's it."
Diana
*6.5/10*
Spencer chega com travo agridoce: se, por um lado, há uma reimaginação da Princesa Diana, num universo visual extraordinário, por outro, as liberdades criativas são tantas que a protagonista pouco lembra a Princesa do Povo.
Pablo Larraín deixou para trás o estilo que o catapultou com Tony Manero, Post mortem e No, e parece agora obstinado em criar retratos de mulheres do século 20 marcadas pela tragédia. Assim foi com Jackie - e os dias que se seguiram ao assassinato de J. F. Kennedy -, e é agora com Spencer - e os poucos dias de reunião natalícia da Coroa britânica, na qual cada vez menos se integrava.
"O casamento da Princesa Diana e do Príncipe Carlos há muito se transformou numa relação gélida. Entre abundantes rumores de casos extraconjugais e divórcio, a paz é encomendada para celebrar as festividades de Natal na propriedade real de Sandringham House. Há comida e bebida, tiro ao alvo e caça. Diana conhece o jogo. Mas desta vez, as coisas vão ser muito diferentes."
domingo, 7 de novembro de 2021
Sugestão da Semana #480
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"It's the little things that are important, Jimmy. It's the little things that get you caught." Deacon *6/10* Um thriller...
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"I'm making chocolate, of course. How do you like it? Dark? White? Nutty? Absolutely insane." Willy Wonka *7/10* Os primeiros ...