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domingo, 6 de fevereiro de 2022

Sugestão da Semana #493

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca A Filha Perdida, de Maggie Gyllenhaal, baseado no livro de Elena Ferrante e protagonizado por Olivia Colman. O filme tem crítica no Hoje Vi(vi) um Filme.

A FILHA PERDIDA


Ficha Técnica:
Título Original: The Lost Daughter
Realizadora: Maggie Gyllenhaal
Elenco: Olivia Colman, Dakota Johnson, Jessie Buckley, Peter Sarsgaard, Paul Mescal, Oliver Jackson-Cohen, Ed Harris, Dagmara Domińczyk, Jack Farthing, Alba Rohrwacher
Género: Drama
Classificação: M/14
Duração: 121 minutos

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Crítica: A Filha Perdida / The Lost Daughter (2021)

"Is this going to pass?"

Nina


*8.5/10*

Maggie Gyllenhaal faz uma abordagem intrínseca e incomum da maternidade na sua longa-metragem de estreia como realizadora, A Filha Perdida (The Lost Daughter). Tendo por base o livro de Elena Ferrante, a realizadora faz uma desmistificação do papel de uma mãe, contra todos os preconceitos ou juízos de valor, numa obra íntima e intensa.

Leda Caruso (Olivia Colman) é uma professora universitária de férias, sozinha, na ilha grega de Spetses. O seu sossego é perturbado quando conhece Nina (Dakota Johnson), uma jovem mãe, e a sua grande família destabilizadora. Em Nina, Leda tem um encontro com o seu próprio passado enquanto jovem mãe (Jessie Buckley) de duas meninas.

Subtilmente, A Filha Perdida confronta a visão machista da sociedade, que insiste em manter a sobrecarga dos deveres da parentalidade na figura materna, e que nela coloca as responsabilidades e as críticas. Na sua aparente simplicidade, é uma obra desafiadora e empoderadora, potenciada pela abordagem feminista que Maggie Gyllenhaal utiliza. 

A boneca que a filha de Nina  traz consigo - semelhante à de Leda em criança - despoleta todas as memórias e inquietações da protagonista. E um acto inesperado vai desencadear nela um misto de emoções e lembranças, tonturas, sonolência e esquecimentos, para além de uma sensação de perseguição constante. O diagnóstico constrói-se à medida que a acção avança e, em flashbacks, são apresentados os dilemas e a história de uma Leda jovem e prometedora, que a levaram até onde está agora.

Olivia Colman entrega-se a Leda, dá-lhe a confiança da experiência de vida, pronta para enfrentar quem lhe faça frente, mas também revela fragilidade e desamparo, decorrente da obsessão que cria pela jovem mãe com quem partilha a praia. Também em destaque está a prestação de Jessie Buckley na pele de Leda enquanto jovem. Mais ingénua, dividida entre trabalho, tarefas domésticas e o cuidado das filhas, Leda experimenta a harmonia e o desespero. E num elenco de mulheres fortes, há um homem que se destaca: Lyle é uma espécie de espelho masculino de Leda, solitário e magoado, numa prestação sóbria e sentida de Ed Harris.

Muito para além da maternidade, A Filha Perdida é também sobre liberdade de escolha, emancipação, arrependimento e redenção. Sem julgamentos, Maggie Gyllenhaal solidariza-se com as Ledas da vida real, contra expectativas desiguais.

domingo, 12 de dezembro de 2021

Crítica: Spencer (2021)

"Three days. That's it."

Diana

*6.5/10*

Spencer chega com travo agridoce: se, por um lado, há uma reimaginação da Princesa Diana, num universo visual extraordinário, por outro, as liberdades criativas são tantas que a protagonista pouco lembra a Princesa do Povo.

Pablo Larraín deixou para trás o estilo que o catapultou com Tony ManeroPost mortem e No, e parece agora obstinado em criar retratos de mulheres do século 20 marcadas pela tragédia. Assim foi com Jackie - e os dias que se seguiram ao assassinato de J. F. Kennedy -, e é agora com Spencer - e os poucos dias de reunião natalícia da Coroa britânica, na qual cada vez menos se integrava.

"O casamento da Princesa Diana e do Príncipe Carlos há muito se transformou numa relação gélida. Entre abundantes rumores de casos extraconjugais e divórcio, a paz é encomendada para celebrar as festividades de Natal na propriedade real de Sandringham House. Há comida e bebida, tiro ao alvo e caça. Diana conhece o jogo. Mas desta vez, as coisas vão ser muito diferentes."


Spencer não é um filme biográfico. É uma reconstrução da figura da princesa. É mera especulação do que aconteceu ao longo daqueles dias, no Natal de 1991, vividos por uma Diana imaginada por realizador e argumentista. E o maior problema da longa-metragem é mesmo a ficção ultrapassar a realidade em demasia, como se a protagonista fosse apenas alguém com meras semelhanças a Diana. Os momentos de interacção com os filhos são os únicos em que realmente reconhecemos a Princesa do Povo, não obstante o desempenho de Kristen Stewart, que captou todos os maneirismos de Diana, para além das óbvia parecenças físicas.

A introspecção inicial, que demarca apenas o egoísmo da personagem e a antipatia que a Coroa teria por ela, sufoca filme e personagens até à libertação, numa explosão de emoções reprimidas, já para lá da metade da longa-metragem. A partir daí há uma nova garra, na personagem e narrativa, que derruba parte dos muros criados até então.


Visualmente, Spencer é deslumbrante. Filmado em 16mm, o grão na imagem, as cores esbatidas, e a direcção de fotografia de Claire Mathon, capaz de planos tão tranquilizadores como atordoantes, levam-nos para essa ideia de "fábula de uma tragédia real" anunciada logo no início do filme.

Pablo Larraín quis filmar o retrato de uma mulher em enorme sofrimento e agonia e cria um lado fantasmagórico - potenciado ainda mais por uma banda sonora genial de Jonny Greenwood -, como que a assombrar a protagonista. Diana perde-se em recordações, sonhos, pesadelos e alucinações, desafios à morte e à família real, provocações e provações. Há desamparo, revolta e claustrofobia, entre cortinas fechadas, arame farpado e muita vontade de fugir.

domingo, 7 de novembro de 2021

Sugestão da Semana #480

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana faz destaques a dobrar. Eunice ou Carta a uma Jovem Actriz, de Tiago Durão, sobre Eunice Muñoz, e Spencer, de Pablo Larraín, sobre a Princesa Diana, são os títulos escolhidos.



Ficha Técnica:
Título Original:  Eunice ou Carta a uma Jovem Actriz
Realizador: Tiago Durão
Elenco: Eunice Muñoz e Lídia Muñoz
Género: Documentário
Classificação: M/12
Duração: 47 minutos



SPENCER


Ficha Técnica:
Título Original:  Spencer
Realizador: Pablo Larraín
Elenco: Kristen Stewart, Jack Farthing, Sally Hawkins, Timothy Spall, Sean Harris, Thomas Douglas
Género: Biografia, Drama, Romance
Classificação: M/12
Duração: 111 minutos