segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Sugestão da Semana #357

Das estreias da passada Quinta-feira, a última Sugestão da Semana de 2018 destaca Dogman, de Matteo Garrone. A crítica do Hoje Vi(vi) um Filme pode ser lida aqui.

DOGMAN


Ficha Técnica:
Título Original: Dogman
Realizador: Matteo Garrone
Actores: Marcello Fonte, Edoardo Pesce, Nunzia Schiano, Adamo Dionisi, Francesco Acquaroli, Alida Baldari Calabria, Gianluca Gobbi, Laura Pizzirani
Género: Crima, Drama, Thriller
Classificação: M/14
Duração: 103 minutos

domingo, 30 de dezembro de 2018

Crítica: Girl (2018)

*6.5/10*


Girl é a primeira longa-metragem do jovem realizador Lukas Dhont, e dá-nos uma lição bastante pedagógica, ao abordar a transexualidade na infância e adolescência. Uma visão cinematográfica menos comum desta realidade.

Lara é uma rapariga de 15 anos, nascida num corpo de rapaz, que sonha ser bailarina. O filme é inspirado na história real de Nora Monsecour.

Acompanhamos Lara e a sua família em todo o processo de preparação para a mudança de sexo, ao mesmo tempo que a jovem se depara com as dificuldades na escola de dança, onde tudo faz para alcançar o seu sonho. Percebemos que Lara já começou os tratamentos há algum tempo, que vem de uma família esclarecida e que a apoia, liderada por um pai extraordinário. A par das exigências na escola e dos tratamentos, Lara está em plena adolescência, e vê-se confrontada com os primeiros desejos e frustrações. Eis um dos pontos de maior interesse de Girl.


A temática da longa-metragem está longe de ser original, no entanto, sabe tratar os temas cliché (a reacção das colegas, a dificuldade em conviver com o corpo de rapaz, os primeiros amores...) com uma sensibilidade instrutiva. Leva o espectador a compreender os receios de Lara e a sua luta interior. Peca apenas ao criar uma protagonista demasiado introspectiva. Gostávamos de saber mais sobre o que a perturba, sobre as suas dúvidas e contrariedades, sobre tudo o que passa na sua cabeça. A certo momento, sentimo-nos tão desesperados e impotentes como o seu pai, por ela se fechar em copas.

Lukas Dhont destaca-se pela sensibilidade com que filma o corpo da protagonista e o seu conflito e desconforto por habitar o corpo errado. O espelho é a arma de confrontação da jovem com o seu aspecto, bem como o olhar dos que a rodeiam para a sua compleição, ainda pouco feminina. O ballet, por seu lado, é quase mais uma personagem, exigente e sempre presente, que a motiva, ainda mais, a ser mulher.


O jovem Victor Polster tem um desempenho fabuloso como Lara, nesta luta contínua dentro de si mesma. O actor, também bailarino, sabe tirar o melhor partido do seu aspecto andrógino ao criar a protagonista. Polster é feminino, doce e encarna este papel fisicamente exigente com muita garra e convicção.

Dhont conseguiu uma estreia marcante no cinema, com vários prémios e reconhecimento, mas em especial por criar um filme sobre identidade de género com um ponto de vista bem diferente do habitual. Girl ensina a sociedade a tudo fazer para restituir a dignidade e a identidade a estas pessoas. Lara é angustiada e infeliz, mas é, sem dúvida, uma mulher, que apenas nasceu no corpo errado.

Crítica: Dogman (2018)

*8/10*


Matteo Garrone regressa ao âmago da sua Itália, com uma história violenta, que não deixa de ser um reflexo de um país decadente. Dogman é uma espécie de western dos tempos modernos.

Numa zona degradada nos subúrbios de uma grande metrópole, Marcello (Marcello Fonte) é um homem pequeno e gentil de quem todos gostam, que divide os seus dias entre o trabalho no seu salão de beleza para cães, o amor pela sua filha, futebol com os amigos, e uma estranha relação de submissão com Simone (Edoardo Pesce), um ex-boxeur que aterroriza o bairro. Depois de alguns momentos difíceis e humilhantes, Marcello parece determinado em recuperar a sua dignidade.


Matteo Garrone insere-nos em Villagio Coppola (zona degradada perto de Nápoles onde já filmou anteriormente), um local sem tempo e quase sem lei, num cenário de western, que quase não parece real. Entre o abandonado e o decadente, o local proporciona planos tão fortes e belos que não nos cansamos de olhar.

O homem franzino e inocente, que trata de cães na sua petshop, e trafica droga nas horas vagas, é o protagonista ideal para Dogman, que se cria num misto de bondade e marginalidade. O seu coração ama a filha e os animais, com uma pureza quase pueril. Todos os que o rodeiam adoram-no. Por outro lado, o seu lado mais obscuro esconde um masoquismo quase inexplicável e é aí que surge Simone, o delinquente lá do bairro, um bully incorrigível que explora Marcello de todas as formas. Mas Marcello continua a admirá-lo e a defendê-lo, contra todas as expectativas.


Há uma certa comicidade na personagem de Marcello, a sua estatura, o seu ganha-pão, o seu jeito atarracado e sempre alegre, a sua submissão. Será que estamos a ser, também nós, bullies ao sorrirmos da desgraçada vida do protagonista? Mas da leveza de alguns momentos, depressa Garrone nos conduz para uma zona alucinatória, onde sonho e pesadelo se fundem numa realidade inesperada e quase fantasiosa. Marcello chega ao limite após uma sucessiva degradação, física e psicológica.

Há no protagonista uma dedicação a Simone semelhante à que tem aos cães (que trata carinhosamente por "amor"), só que o Homem não é fácil de domesticar. A violência parece ser o último recurso para Marcello, quase tão fiel como os cães de que cuida.

A história de Dogman é inspirada num caso real no final dos anos 80, mas Marcello não é Pietro De Negri. O protagonista de Dogman é construído como personagem de histórias fantásticas, entre a bondade, o desejo de justiça e a vontade de ser reconhecido pelo que é. Marcello Fonte é admirável neste papel, frágil e dócil, tranquilo e sensível. Há momentos de pura ternura que protagoniza quer com a filha, quer com os cães.


No fim de contas, Garrone traz até nós uma história dura e fantástica, que se alimenta de diversas referências da História do Cinema, numa construção que denuncia a decadência do país, de pessoas e lugares. Um alerta, violento e cheio de paixão pela arte.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Estreias da Semana #357

São nove as últimas estreias cinematográficas de 2018. Creed II e O Ben Está de Volta são dois dos filmes em cartaz.

Bergman - Um Ano, Uma Vida (2018)
Bergman - ett år, ett liv
Em meados do século XX, durante um período de seis anos, algo insuperável acontece. Um sueco esguio, perto dos 40 anos, inicia um período de produção cinematográfica sem precedente. Entre 1957 e 1963 realiza alguns dos maiores clássicos da história do cinema, produz peças para teatro e rádio, e realiza seis filmes para televisão. No panorama contemporâneo Ingmar Bergman continua a ser inigualável.

Creed II (2018)
A vida de Adonis Creed transformou-se num número de equilibrismo. Entre obrigações pessoais e o treino para o próximo grande combate, espera-o o desafio de uma vida. Enfrentar um adversário com laços ao passado da sua família só reforça o peso da iminente batalha no ringue. Rocky Balboa está a seu lado e, juntos, Rocky e Adonis vão enfrentar o legado comum, questionar aquilo por que vale a pena lutar e descobrir que nada é mais importante do que a família.

Dogman (2018)
Num subúrbio de uma periferia suspensa entre a metrópole e o deserto, onde a única lei parece ser a do mais forte, Marcello é um homem pequeno e gentil que divide os dias entre o trabalho no seu modesto salão de beleza para cães, o amor pela sua filha Sofia, e uma relação ambígua de submissão com Simoncino, um ex-boxeur que aterroriza o bairro. Farto de ser humilhado, e determinado a reafirmar a sua dignidade, Marcello idealiza uma inesperada e feroz vingança.

O Amante Duplo (2017)
L'Amant Double
Chloé, uma mulher frágil, apaixona-se pelo seu psicanalista, Paul. Uns meses mais tarde, muda-se para a casa dele, para rapidamente descobrir que o seu amante lhe escondera parte da sua identidade.

O Ben Está de Volta (2018)
Ben Is Back
Ben Burns (Lucas Hedges), um jovem de 19 anos toxicodependente em tratamento, regressa inesperadamente a casa da família na manhã da véspera de Natal. A sua mãe, Holly (Julia Roberts), está aliviada e recebe-o de braços abertos, mas teme o risco do filho ter uma recaída. Durante 24 turbulentas horas, novas verdades são reveladas e o amor incondicional de uma mãe pelo seu filho é posto à prova, enquanto Holly tudo faz para manter Ben são e salvo.

O Mistério de Silver Lake (2018)
Under the Silver Lake
Uma noite, Sam encontra uma bonita e misteriosa mulher a nadar na piscina do seu prédio. Quando ela desaparece, na manhã seguinte, Sam embarca numa busca surreal por Los Angeles para desvendar o segredo por detrás do seu desaparecimento.

Os Futebolíssimos (2018)
Los futbolísimos
Francisco e os amigos jogam numa equipa que atingiu o seu ponto mais baixo de sempre. Estão obrigados a ganhar um dos próximos três jogos para impedir que a escola ponha fim à secção de futebol. Um conjunto de estranhos acontecimentos ocorrem nos dois primeiros jogos. Coincidência? Conspiração? Francisco e os amigos decidem criar Os Futebolíssimos, um grupo de investigação que os fará entrar em todo o tipo de aventuras e onde o seu engenho e amizade serão colocados à prova.

Segundo Ato (2018)
Second Act
Maya (Jennifer Lopez), uma mulher nos seus 40 anos luta contra as frustrações inerentes aos sonhos não realizados. Até que se depara com a oportunidade de provar a Madison Avenue que a sabedoria "das ruas" é tão válida como a de um licenciado e que nunca é tarde demais para uma nova oportunidade.

Só Eu Posso Imaginar (2018)
I Can Only Imagine
Enquanto crescia no Texas, Bart Millard sofre abusos físicos e emocionais por parte do seu pai. A sua infância e a relação com o pai inspiram-o a escrever a canção I Can Only Imagine que interpretou como vocalista da banda de inspiração cristã MercyMe.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Crítica: Shoplifters: Uma Família de Pequenos Ladrões (2018)

"If someone hits you and tells you they are doing it because they love you, they are a liar."
Nobuyo Shibata


*8.5/10*

Hirokazu Koreeda tem-se dedicado à temática da família na sua filmografia. Em Shoplifters: Uma Família de Pequenos Ladrões, volta à carga com todo o amor e crítica social, numa construção inesperada e, talvez por isso mesmo, tão sensível.

A longa-metragem começa por acompanhar o quotidiano de uma família de poucos recursos em Tóquio, todavia, há dúvidas que começam a surgir na mente no espectador. De repente, o ritmo de Shoplifters muda totalmente e segredos vão sendo revelados.

Depois de uma das suas sessões de furtos em lojas, Osamu e o filho deparam-se com uma menina cheia de frio. Inicialmente relutante, a mulher de Osamu acaba por aceder a dar-lhe abrigo após saber das dificuldades e infortúnios por que ela passou. Embora seja pobre e viva no limite da subsistência com recurso a pequenos crimes, a família parece feliz, até ao dia em que um acontecimento inesperado revela segredos e testa os laços que os unem.


A funcionalidade desta família tão incomum é de espantar. Há amor, ternura, por muito que também haja inveja e interesses. A realidade é que este grupo de pessoas é unido e protege-se mutuamente, muito para lá dos supostos laços de sangue. E é entre os pequenos furtos que vão fazendo para abastecer a mercearia lá de casa que vamos descobrindo muitos dos problemas escondidos da sociedade japonesa - que são comuns a outras partes do mundo -, alguns deles bastante sinistros.

Entre os mais belos momentos do filme, destaco o fogo de artifício, que toda a família ouve, vem à porta de casa e olha para o céu, em busca das formas coloridas e alegres; outra cena marcante é protagonizada pela pequena Yuri Nobuyo, que se abraçam, qual mãe e filha, enquanto queimam roupa numa lata. Momentos tão simples como delicados, onde de pequenos gestos se podem extrair tantas emoções. Shoplifters pode ser tão delicado como pode ferir.


Nas interpretações, o destaque mais inevitável vai para Sakura Andô, na pele de Nobuyo. A actriz tem um desempenho poderoso, com força e emotividade, que vai da frieza à dor imensa, do amor à culpa. As crianças de Shoplifters são, por sua vez, a pureza e a verdade, no meio de adultos cheios de mistérios.

A sensibilidade da lente de Hirokazu Koreeda é eficaz ao ligar-nos às personagens - nenhum é bom ou mau, coabitando numa dualidade que os torna verdadeiramente reais -, e produz o choque natural que surge aquando das revelações. E eis que questionamos a justiça e a moral, seremos juízes sem poder de decisão, encontraremos os nossos culpados que, se calhar, não serão os ladrões. Shoplifters: Uma Família de Pequenos Ladrões revela-se uma obra como já poucas se fazem, tão doce como cruel. É para sentir texturas, planos, gestos, dilemas e emoções.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Sugestão da Semana #356

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca O Regresso de Mary Poppins. Querem melhor filme para o Natal?

O REGRESSO DE MARY POPPINS


Ficha Técnica:
Título Original: Mary Poppins Returns
Realizador: Rob Marshall
Actores: Emily Blunt, Lin-Manuel Miranda, Ben Whishaw, Meryl Streep, Emily Mortimer, Colin Firth, Julie Walters, Dick Van Dyke, Angela Lansbury
Género: Comédia, Família, Fantasia
Classificação: M/6
Duração: 130 minutos

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Crítica: Roma (2018)

"We are alone. No matter what they tell you, we women are always alone."
Sra. Sofía


*8/10*

Alfonso Cuarón
regressou do espaço sideral de Gravidade para a Terra, mais propriamente para a sua terra natal. Roma é um filme parcialmente autobiográfico em que o cineasta pretende homenagear a empregada que o criou. Cuarón tomou as rédeas da realização, mas igualmente do argumento e direcção de fotografia. Um filme muito pessoal, criado para ser universal.

Cuarón narra a vida de uma família na Cidade do México no início dos anos 70. Seguimos Cleo (Yalitza Aparicio), uma jovem doméstica que trabalhava para uma família de classe média no bairro de Roma. Inspirando-se na mulher que o criou, o realizador constrói um retrato da vida doméstica e da hierarquia social no seio do tumulto político da época.


Em primeiro lugar, é de realçar que Roma é um exímio trabalho estético e técnico, ou não fosse o primeiro plano do filme uma prova disso mesmo. No mosaico do chão do pátio da casa que Cleo lava, vemos reflectido um avião, que atravessa o céu (aviões que se multiplicam ao longo do filme). A precisão de Cuarón é imensa e proporciona planos de grande beleza - o expoente máximo será talvez o momento na praia que ilustra o poster da longa-metragem -, filmando a preto e branco e tirando o máximo partido do detalhe e profundidade.

A narrativa é simples e muito dirá às famílias da América Latina (nesta temática lembro-me logo do brasileiro Que Horas Ela Volta?, de 2015). Para além da homenagem à mulher que o criou, Roma é igualmente, a meu ver, um elogio às mulheres que sofrem, que parecem condenadas, a elas que estão "sempre sozinhas" como a certo momento a dona da casa, Sofía, diz para a empregada, Cleo.


O perfeccionismo de Alfonso Cuarón em relação ao seu filme mais pessoal é justificado, tendo o cineasta tentado replicar com grande exactidão a casa onde cresceu. Ao mesmo tempo, também consegue recriar com sucesso o claro contraste social, entre a cidade moderna e desenvolvida e os bairros mais pobres, sem condições - nem ruas pavimentadas ali existem -, e as diferentes classes sociais. O clima de instabilidade sociopolítica da época é abordado mais superficialmente (a violenta manifestação de estudantes, por exemplo) o que poderá ser um obstáculo para o público que não conhece bem a História mexicana.

Do pessoal para o universal vai alguma distância e talvez seja por isso que Roma merecia ser ainda mais sentido pela plateia. Contudo, Cuarón faz uma despersonalização das personagens, em especial da protagonista, que faz com que Roma não tenha o impacto que merecia. Cleo não tem opiniões, nem personalidade, guarda tudo para si e poucas emoções expressa, ficando relegada apenas ao papel de empregada ou de mulher solitária. Por outro lado, o pequeno Pepe (o alter-ego do realizador) tem uma imaginação entusiasmante.


As influências de Cuarón vão surgindo, bem como sinais premonitórios de acontecimentos futuros vão sendo subtilmente lançados ao longo do filme. E assim se constrói uma longa-metragem que é uma memória de infância filmada pelos olhos da criança que se tornou adulta, muito intima para o realizador e emotiva (em muitos aspectos) para o público. Roma não é a obra-prima que podia ser, mas oferece fabulosas sensações visuais e outras tantas muito emocionais. As mulheres sofrem, mas são elas as heroínas da história - e das crianças.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Estreias da Semana #356

Esta Quinta-feira, chegaram aos cinemas portugueses apenas quatro novos filmes. Bumblebee O Regresso de Mary Poppins são o centro das atenções.

A.X.L. Uma Amizade Extraordinária (2018)
A-X-L
A.X.L. é um cão robótico ultra-secreto criado pelo exército para ajudar a proteger os soldados do futuro. O nome de código atribuído pelos cientistas que o criaram significa Ataque, Exploração e Logística e representa a mais avançada geração de inteligência artificial. Depois de uma experiência falhada, A.X.L. é encontrado no deserto por um viajante chamado Miles (Alex Neustaedter), que cria uma ligação com ele após activar a sua tecnologia de emparelhamento. Juntos, criam uma amizade especial. A.X.L. ajuda Miles a ganhar a confiança que lhe falta e faz tudo para proteger o seu novo companheiro, enfrentando os cientistas que querem recuperá-lo a todo o custo. Sabendo o que está em jogo se A.X.L. for capturado, Miles alia-se a Sara (Becky G) para proteger o seu novo melhor amigo.

Bumblebee (2018)
Em 1987, Bumblebee está em fuga e encontra refúgio num ferro velho, numa pequena cidade do litoral da Califórnia. Charlie (Hailee Steinfeld), com quase 18 anos e a tentar descobrir o seu lugar no mundo, descobre Bumblebee, com marcas de guerra e destruído. Enquanto Charlie o repara, rapidamente descobre não se tratar de um mero Volkswagen Carocha amarelo.

O Regresso de Mary Poppins (2018)
Mary Poppins Returns
Estamos em 1930, na Londres da era da Grande Depressão. Passados 24 anos após os acontecimentos do primeiro filme, Jane e Michael Banks são agora adultos. Michael trabalha na mesma instituição financeira que empregou o pai e ainda vive no número 17 de Cherry Tree Lane, com os três filhos, Annabel, John e Georgie, e a governanta, Ellen. Jane continua a tradição da mãe através de campanhas de defesa dos direitos dos trabalhadores e ajuda a família de Michael. Na sequência de uma grande perda pessoal, são novamente visitados pela enigmática Mary Poppins, que, através das suas artes mágicas e com a ajuda do amigo Jack, ajuda a família a redescobrir a alegria que lhes faltava.

Ou Nadas Ou Afundas (2018)
Le Grand Bain
Um grupo de quarentões decide formar uma equipa masculina de natação sincronizada na piscina local. Enfrentando o cepticismo e o desdém, são treinados por uma antiga campeã da modalidade que enfrenta diversos problemas na sua vida e lançam-se numa aventura improvável onde, pelo caminho, irão recuperar a autoestima e descobrir bastante sobre si próprios e sobre os outros.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Ads & Cinema #26

O destaque do Ads & Cinema de hoje vai para Rooney Mara, o rosto do novo perfume L'Interdit, da Givenchy Parfums. Em 1957, fora criado em exclusivo para Audrey Hepburn, agora foi reinventado e é Rooney Mara que o apresenta ao mundo.


Todd Haynes realiza o clip publicitário, o mesmo realizador que dirigiu Mara no belíssimo filme Carol, onde contracena com Cate Blanchett. A escolha foi certeira. O realizador e a actriz trabalham numa bela fusão de sensibilidade e magnetismo. O spot foi filmado em Paris, onde a actriz surge com um bonito vestido preto e se refugia numa estação de metro, onde procura desafiar as regras.

Eis o clip:

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Crítica: Cold War - Guerra Fria (2018)

*9/10*


É difícil expressar o que Pawel Pawlikowski consegue transmitir com Cold War. Tal como no filme anterior, Ida, o realizador polaco conta a História do pós-segunda guerra do seu país através de casos singulares escritos e filmados de forma exímia. Na simplicidade, reinam mais as acções que as palavras. Reina o amor e muita dor.

O preto e branco e ecrã quadrado (tal como em Ida) enquadram ainda melhor a acção no tempo - começa no final dos anos 40 e prolonga-se até a meados de 60 -, e condizem igualmente com o carácter fortemente etnográfico que Cold War demonstra.


Durante a Guerra Fria, Zula (Joanna Kulig) e Wiktor (Tomasz Kot), duas pessoas com diferentes experiências e temperamentos, apaixonam-se, entrando numa espiral de encontros e desencontros entre Polónia, Berlim, Jugoslávia e Paris. É a música que os une um ao outro e ao mundo que os rodeia. 

Pawel Pawlikowski inspira-se livremente na história dos pais - a quem dedica o filme - e cria uma obra muito envolvente, ao mesmo tempo que mostra a realidade da Polónia no pós-guerra, sem que isso seja o foco. A música dá vida a Cold War, conta histórias e coreografa tradições, apresenta um pouco do folclore do país numa espécie de retrato musical da época.


Do tradicional ao jazz, percorremos diversos géneros musicais ao acompanhar duas vidas de frustrações e desencantos. E muita dor, para Zula, Wiktor e para a plateia. É fortíssimo e indescritível o sentimento que Cold War passa para o outro lado do ecrã. A liberdade ocidental que Wiktor ambiciona entra em choque com a tranquilidade e simplicidade a que Zula está habituada, mas eles não são capazes de viver um sem o outro, nem um com o outro.

A Guerra Fria, suas fronteiras e ideologias políticas, criam e separam este amor impossível. E desgastam mais as personagens do que o sentimento, que se mantém inabalável anos a fio. É incrível observar como a personagem de Joanna Kulig envelhece, perdendo toda a inocência, jovialidade e audácia que a caracterizam inicialmente. A tristeza e desilusão tomam conta de si, tornando-a uma mulher magoada numa espiral decadente, contudo, para sempre apaixonada por Wiktor. Nele, a mudança parece menor, mas a sua personalidade introspectiva esconde melhor a infelicidade em que sobrevive. Apesar de tudo, ele não se cansa de lutar. Mas a adversidade persegue-os. Tudo por causa de uma escolha. Ou talvez tudo fosse igual se a decisão fosse outra.


Amores frustrados na difícil História de uma Europa dividida, filmada com a mestria de Pawlikowski, é a proposta de Cold War - Guerra Fria. Um filme contido mas capaz de arrebatar emoções, com a música como companheira de sessão. Esteticamente irrepreensível, apaixonadamente doloroso, porque o amor é assim.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Sugestão da Semana #355

Das estreias da passada Quinta-feira, o Hoje Vi(vi) um Filme não se consegue decidir e destaca dois filmes como Sugestão da Semana. São eles: Girl, de Lukas Dhont, e Roma, de Alfonso Cuarón.

GIRL


Ficha Técnica:
Título Original: Girl
Realizador: Lukas Dhont
Actores: Victor Polster, Arieh Worthalter, Nele Hardiman, Katelijne Damen, Valentijn Dhaenens, Oliver Bodart
Género: Drama
Classificação: M/14
Duração: 109 minutos


ROMA


Ficha Técnica:
Título Original: Roma
Realizador: Alfonso Cuarón
Actores: Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Diego Cortina Autrey, Carlos Peralta, Marco Graf, Daniela Demesa, Nancy García García, Verónica García, Andy Cortés
Género: Drama
Classificação: M/14
Duração: 135 minutos

European Film Awards 2018: Os Vencedores

Os prémios da Academia Europeia de Cinema - European Film Awards foram anunciados este Sábado, dia 15 de Dezembro. O grande vencedor da 31.ª edição foi Cold Ward, de Pawel Pawlikowski.


Fica a conhecer todos os premiados deste ano.

Melhor Filme
Cold War, de Pawel Pawlikowski

Melhor Comédia
The Death Of Stalin, de Armando Iannucci

Prémio Revelação - FIPRESCI
Girl

Melhor Documentário
Bergman – A Year In A Life

Melhor Filme de Animação
Another Day of Life, de Raul de la Fuente, Damian Nenow

Melhor Curta-metragem
The Years, de Sara Fgaier

Melhor Realizador
Pawel Pawlikowski, por Cold War

Melhor Actriz
Joanna Kulig, em Cold War

Melhor Actor
Marcello Fonte, em Dogman

Melhor Argumento
Pawel Pawlikowski, por Cold War

Melhor Fotografia
Martin Otterbeck, por U

Melhor Montagem
Jaroslaw Kaminski, por Cold War

Melhor Direcção Artística
Andrey Ponkratov, por The Summer

Melhor Guarda-roupa
Massimo Cantini Parrini, por Dogman

Melhor Caracterização
Dalia Colli, Lorenzo Tamburini, Daniela Tartari, por Dogman

Melhor Banda Sonora
Christoph M. Kaiser e Julian Maas, por 3 Days in Quiberon

Melhor Som
Andre Bendocchi-Alves e Martin Steyer, por The Captain

Melhores Efeitos Visuais
Peter Hjorth, por Border

Prémio Carreira
Carmen Maura

Prémio Honorário EFA
Costa-Gavras

Contribuição Europeia para o Cinema Mundial
Ralph Fiennes

Melhor Co-produção Europeia – Prémio EURIMAGES
Konstantinos Kontovrakis e Giorgos Karnavas

Prémio do Público
Call Me by Your Name, de Luca Guadagnino

domingo, 16 de dezembro de 2018

Opinião - Séries: Sara (2018)


*9/10*



Sara
ultrapassa barreiras, tão depressa passa da comédia ao drama, satiriza-se a si mesma e atinge, por diversos momentos, um estatuto delirante. Sara é uma série portuguesa com grande potencial de exportação. Nunca se viu nada assim.

Toda a ideia de Bruno Nogueira transpira genialidade - de génio e de louco, temos todos um pouco, e deve ser por isso que Sara nos diz tanto. Na realização, Marco Martins faz-nos esquecer que estamos a ver televisão, construindo quase um híbrido de plataformas (sem esquecer que a série teve antestreia no IndieLisboa, um festival de cinema). Às vezes, parece que o ecrã é o do cinema e para tal muito contribui o bom trabalho da direcção de fotografia. A adicionar a esta dualidade, surge a música e a literatura com temas de B Fachada e textos de Valter Hugo Mãe, apropriados pelas personagens da série (Tónan Quito e António Durães, respectivamente).

Ao longo da série, acompanhamos Sara Moreno, uma actriz de 42 anos, que começa a questionar as suas escolhas profissionais até ao momento. Conhecida pela sua densidade dramática no teatro e cinema, e pela facilidade em chorar nos papéis que interpreta, de repente, Sara deixa de ter lágrimas. Com o pai doente, abandona a rodagem do seu último filme e vê-se forçada a entrar no mundo das novelas, redes socais, sessões fotográficas para revistas cor-de-rosa, transformando totalmente a sua vida.

Nestes oito episódios que passam a correr, acompanhamos a tentativa de adaptação de Sara a um novo estilo de vida, as suas frustrações e dúvidas. Que turbilhão de sensações!


Beatriz Batarda encarna Sara, a actriz de cinema que se rende à televisão, tal como a própria, com um currículo quase exclusivamente dedicado à Sétima Arte. Começam aí as ironias e coincidências. Estas continuam com as ideias preconcebidas que sempre associamos aos filmes portugueses, as revistas cor-de-rosa e os paparazzi sempre à espera da melhor oportunidade, entre tantas outras. A sátira às novelas é certeira, mas é igualmente eficaz a crítica a quem as condena. A personagem de Nuno Lopes, o galã João Nunes, é, por sua vez, um estereótipo muito curioso, cheio de fragilidades, escondendo uma inesperada sensibilidade até ao último episódio.

Sara faz-nos pensar, ao mesmo tempo que surge o equilíbrio - também é preciso não pensar, as novelas são o símbolo máximo disso mesmo -, e faz-nos rir dos momentos mais nonsense possíveis. Faz-nos chorar com duros dramas familiares ou dilemas psicológicos - onde surge a questão da dignidade da morte. Faz-nos enlouquecer com a consciência (aka agente, interpretado e bem por Albano Jerónimo) da actriz que a persegue e persuade a render-se àquilo que ela mais critica.

O meio audiovisual nacional é muito bem desconstruído em Sara e entre ataques, caricaturas e sátira, revelam-se igualmente a compreensão e até o lado mais puro do que parece apenas superficial. Sara sabe rir de si mesma, constrói-se através dessa sabedoria e é por isso que resulta. O background e influências de Marco Martins e Bruno Nogueira fundem-se para criar este universo tão inspirado na própria Beatriz Batarda, e piscam-nos o olho de quando em quando ao longo dos oito episódios memoráveis. Queremos mais!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Mostra ‘Realizadoras Portuguesas’ de 18 a 27 de Janeiro em Lisboa

A Mostra de Cinema Realizadoras Portuguesas terá lugar entre os dias 18 e 27 de Janeiro de 2019, no Caleidoscópio da Universidade de Lisboa, no Campo Grande. A entrada é livre.


O evento quer apresentar os principais trabalhos de algumas das mais importantes cineastas a trabalhar em Portugal desde o pós-25 de Abril. As sessões contarão com a presença das realizadoras que irão apresentar e debater os seus filmes com o público.

A Mostra Realizadoras Portuguesas surge no âmbito do projecto Portuguese Women Directors, desenvolvido no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Programa provisório:

Sexta-feira, 18 Janeiro 2019, 21.00
Yvone Kane (Margarida Cardoso, 2016, 117’)
Apresentação de Sally Faulkner (Exeter University, Reino Unido)

Sábado, 19 Janeiro 2019, 16.00
Apresentação de Ricardo Vieira Lisboa

Sábado, 19 Janeiro 2019, 21.00
Relação Fiel e Verdadeira (Margarida Gil, 1987, 86’)
Apresentação de Ana Isabel Soares (Universidade do Algarve)

Domingo, 20 Janeiro 2019, 16.00
A Toca do Lobo (Catarina Mourão, 2015, 102’)
Apresentação de Raquel Ribeiro

Sexta-feira, 25 Janeiro 2019, 21.00

Sábado, 26 Janeiro 2019, 16.00
Rasganço (Raquel Freire, 2001, 100')
Apresentação de Hilary Owen (University of Manchester / Oxford, Reino Unido)

Sábado, 26 Janeiro 2019, 21.00
Natureza Morta (Susana de Sousa Dias, 2005, 72’)

Domingo, 27 Janeiro 2019, 16.00
Um Dia Frio (Cláudia Varejão, 2009, 27’)
Coup de Grâce (Salomé Lamas, 2017, 25’)
Farpões Baldios (Marta Mateus, 2017, 25’)

Estreias da Semana #355

Seis filmes chegaram aos cinemas portugueses esta Quinta-feira. Aquaman, Girl e Roma são alguns dos filmes em destaque.

Aquaman (2018)
Arthur Curry, o relutante herdeiro do trono de Atlantis, é forçado a assumir as suas responsabilidades e liderar o seu povo para impedir os desígnios do seu irmão Orm, que procura unir os sete mares contra o mundo à superfície.

Colette (2018)
Sidonie-Gabrielle Colette (Keira Knightley) apaixona-se e casa-se com o autor e editor Henry Gauthier-Villars (Dominic West), mais conhecido por Willy, e troca o campo pelas ruas e salões artísticos da Paris do virar do século XIX. Integra o circulo cultural e social do marido e começa a trabalhar na editora, onde se torna um dos seus escritores fantasma, mas o comportamento adúltero do marido é impossível de aceitar. Quando Colette publica a série Claudine, romance semiautobiográfico que definiria um novo tipo de arquétipo – a adolescente -, a obra torna-se um sucesso e uma sensação cultural. Willy e Colette tornam-se um casal célebre da Belle Époque, mas a recusa de Willy em reconhecer a autoria de Colette leva ao fim do casamento.

Girl (2018)
Lara tem 15 anos e está empenhada em tornar-se bailarina profissional. As frustrações adolescentes e a impaciência aumentam quando percebe que o seu corpo de rapaz não obedece facilmente à rígida disciplina e aos desafios técnicos do ballet clássico.

Homem-Aranha: No Universo Aranha (2018)
Spider-Man: Into the Spider-Verse
Longa-metragem de animação do Homem-Aranha, com uma narrativa à parte das participações da personagem no universo cinematográfico Marvel.

Não Olhes (2018)
Look Away

Uma tímida e solitária estudante de 18 anos é desprezada pelos pais e rejeitada pelos colegas. Em desespero, conversa com o seu próprio reflexo. Ao espelho, encontra a sua gémea má imaginária, alguém que a apoia, encoraja e que conhece os seus desejos mais íntimos. Quando trocam de lugar, todos os sentimentos reprimidos explodem com um perigoso sentimento de liberdade.

Roma (2018)
A história acompanha Cleo (Yalitza Aparicio), uma jovem empregada doméstica que trabalha para uma família da classe média no bairro de Roma, na Cidade do México. Nesta emocionante carta de amor dedicada às mulheres que o criaram, Cuarón inspira-se na sua infância para criar um retrato intenso e comovente dos conflitos domésticos e da hierarquia social durante a agitação política dos anos 70.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Ads & Cinema #25

Lupita Nyong'o e Saoirse Ronan são as estrelas do anúncio do perfume Calvin Klein Women. A campanha já tem uns meses, mas é um dos spots mais vistos na televisão e redes sociais nesta época natalícia.


Um clip feminino e sensível onde a simplicidade e beleza das duas actrizes se conjugam na perfeição, recuperando, ao mesmo tempo, divas e influências de outros tempos (Eartha Kitt, Katharine Hepburn, Sissy Spacek e Nina Simone).

Eis o spot publicitário:


Ainda como parte da campanha estão disponíveis dois clips com Nyong'o e Ronan, em grande cumplicidade, à conversa num sofá.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

KINO - Mostra de Cinema de Expressão Alemã regressa a Lisboa a 24 de Janeiro

A 16.ª edição da KINO - Mostra de Cinema de Expressão Alemã vai acontecer de 24 a 30 de Janeiro de 2019 em Lisboa e nos dias 2, 26 e 27 de Fevereiro em Coimbra.


A KINO regressa com as mais recentes produções cinematográficas da Alemanha, Áustria, Suiça e Luxemburgo, entre ficção e documentário. A mostra pretende trazer ao público português alguns dos filmes que mais se destacaram internacionalmente, bem como obras de novos realizadores destes países.

Nesta edição, a programação será, pela primeira vez, assegurada por uma dupla luso-alemã: o curador e crítico Carlos Nogueira e Corinna Lawrenz, responsável pela programação de cinema do Goethe-Institut.

Datas:
Lisboa (Cinema São Jorge e Goethe-Institut) - de 24 a 30 de Janeiro 2019
Coimbra (Teatro Académico Gil Vicente) -  2 (Cinema em família) e 26 a 27 de Fevereiro 2019

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Sugestão da Semana #354

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Anna e o Apocalipse, de John McPhail

ANNA E O APOCALIPSE


Ficha Técnica:
Título Original: Anna and the Apocalypse
Realizador: John McPhail
Actores: Ella Hunt, Sarah Swire, Malcolm Cumming, Christopher Leveaux, Paul Kaye, Ben Wiggins, Mark Benton
Género: Comédia, Fantasia, Terror
Classificação: M/14
Duração: 93 minutos

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Ads & Cinema #24

Com o Natal a chegar, os anúncios de perfumes regressam em força. Como tal, o Ads & Cinema não quer deixar passar a oportunidade de destacar alguns dos mais recentes spots publicitários.


Hoje, destacamos o actor Jamie Dornan (para sempre associado à saga As Cinquenta Sombras) e a modelo Birgit Kos para a fragrância Boss The Scent, da Hugo Boss. Filmado no Centro Heydar Aliyev, em Baku, no Azerbaijão, o branco labiríntico do edifício funde-se com o desencontro das personagens e suas emoções. Um clip intenso, realizado por Drake Doremus (Like Crazy, Um Novo Fôlego, Iguais), com banda sonora à altura.

Eis o clip completo:


E o spot televisivo: