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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Os Melhores do Ano: Top 20 [20.º - 11.º] #2021

2022 já começou, e está na hora de fazer o balanço do ano cinematográfico que terminou (ainda muito condicionado pela pandemia). Olhando para os filmes vistos, e ainda foram bastantes, a qualidade não foi tanta como noutros anos - ou somos nós que estamos muito exigentes. 

Eis o Top 20 de 2021 do Hoje Vi(vi) um Filme, sempre tendo em conta as estreias no circuito comercial de cinema em Portugal ao longo do ano e nas plataformas de streaming

A lista é muito diversificada em géneros cinematográficos, com várias obras realizadas por mulheres e, em especial nesta metade do top, reúne alguns títulos com os quais criámos uma relação um tanto agridoce. Aqui ficam os meus eleitos, do 20.º ao 11.º lugares.

20.º Titane , de Julia Ducournau (2021)

Julia Ducournau não tem medo do choque. Titane prova-o, assim como revela uma mente criativa a fervilhar em ideias e vontade de pô-las em prática. A segunda longa-metragem da realizadora francesa parece dois filmes distintos, unidos pela protagonista comum: o filme-choque, onde abunda o erotismo e o body horror; e o drama psicológico, em que Vincent Lindon rouba a tela e dá tudo de si para o melhor de Titane.

 

The Velvet Underground é frenético como o início da banda, mas nunca desconexo, é música, arte, cinema e memória. Adapta-se a cada fase do grupo, entre os seus altos e baixos, ao mesmo tempo que reflecte, como poucos, a sociedade da época. 

18.º Malcolm & Marie, de Sam Levinson (2021)

Malcolm & Marie, de Sam Levinson, introduz-nos num ambiente pesado e desconfortável, que, inicialmente, quer calar a revolta e a mágoa entre os elementos de um casal, para, depois, disparar, sem travões, para todos os lados, em ataques cerrados. Levinson transforma as palavras em armas e leva os dois actores - e a plateia - ao limite.



A preservação de artefactos dos antepassados de uma civilização, o reconhecimento por quem dedica a vida à descoberta de vestígios da História e a eminência da guerra e da morte a pairar são os focos da acção do filme de Simon Stone. A defesa da memória é a grande mensagem da longa-metragem que, para além das descobertas museológicas, destaca ainda a importância da fotografia como mais um suporte físico que perdura no tempo, testemunhando, para o futuro, tempos há muito passados.



Nesta primeira incursão falada em inglês e com actores internacionais, Mia Hansen-Løve recupera as paixões de juventude mal resolvidas, enquanto explora todas as potencialidades da criação cinematográfica, com Bergman a guiá-la.



Denis Villeneuve anuncia a chegada do Messias em Duna, um filme que serão dois, e no qual colocou toda a sua dedicação e esmero. Os acontecimentos são apresentados com clareza, bem como a história de Paul Atreides e do planeta Arrakis, seus habitantes e forasteiros. O realizador não mostra receios em avançar com Duna e está decidido a "preservar" a história original.



Chloé Zhao criou um road movie melancólico e realista, que convida à introspecção, enquanto viajamos estrada fora pelas planícies sem fim do Oeste dos EUA. Eis Nomadland - Sobreviver na América, protagonizado por Frances McDormand e um elenco de não actores, verdadeiros nómadas.



A criatividade de Radu Jude é inesgotável e a crítica social que espelha em cada filme é certeira e provocadora. Má Sorte no Sexo Ou Porno Acidental segue esta linha, extrapolando-a, numa abordagem em capítulos que reflecte sobre a Roménia actual e a sua História, mas também acerca das sociedades na era pandémica, com todos os seus vícios, usando para tal o sexo e uma sex tape caseira.



First Cow - A Primeira Vaca da América, de Kelly Reichardt, é uma elegia ao sonho americano. A Natureza e os animais predominam em redor das personagens, por terrenos lamacentos, sujos e com pouco para oferecer. Fiel ao seu estilo, a realizadora cria um filme simples, sem pressas, onde a melancolia paira, e há significado nas mais pequenas coisas.

11.º A Noite Passada em Soho / Last Night in Soho, de Edgar Wright (2021)  

A criatividade sem limites de Edgar Wright junta-se ao leque de influências do realizador e resulta num inspirador giallo moderno chamado A Noite Passada em Soho. Um filme que explora duas eras distintas como se fossem a mesma, com personagens dúbias e muito suspense.

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