quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Estreias da Semana #638
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
Olhares do Mediterrâneo - Women's Film Festival: De 31 de Outubro a 7 de Novembro, com Palestina como País Convidado
A 11ª edição do Olhares do Mediterrâneo - Women's Film Festival acontece de 31 de Outubro a 7 de Novembro, no Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Casa do Comum e Goethe Institut, em Lisboa. O festival traz 67 filmes feitos por mulheres, sob o tema Revoluções quotidianas, e a Palestina é o país convidado desta edição.
No ano em que se celebram os 50 anos da Revolução de Abril de 1974, o tema desta edição é Revoluções Quotidianas, "para recordar que as revoluções acontecem todos os dias e que, em contraste com as grandes convulsões históricas, as revoluções quotidianas são aquelas que ocorrem no seio da vida comum, no espaço íntimo do dia-a-dia, mudando o tecido social de forma gradual e silenciosa", afirmam as directoras do Olhares do Mediterrâneo.
País convidado: Palestina
A abri o festival será exibido The Teacher, de Farah Nabulsi, realizadora palestiniana nascida e criada no Reino Unido, que conta a história de um professor na Cisjordânia (interpretado por Saleh Bakri) que tenta manter um dos seus alunos afastado da violência, enquanto ele próprio está envolvido na Resistência.
Nesta 11.ª edição, o Olhares do Mediterrâneo programa na Cinemateca Portuguesa filmes de realizadoras da diáspora palestiniana, uma secção intitulada Olhares da Palestina, composta por cinco longas-metragens e três curtas-metragens. Entre os títulos apresentados, estão Salt of this Sea (2008), de Annemarie Jacir, e 3000 Nights (2015), de Mai Masri.
Competição de Longas e Curtas-metragens
Na Competição de Longas-metragens, concorrem sete filmes. Entre eles contam-se a estreia mundial do filme português A Mulher que Morreu de Pé, de Rosa Coutinho Cabral, um documentário ficcionado que é também um ensaio visual sobre a escritora Natália Correia; e Remember My Name, de Elena Molina, (também integra a secção Travessias), segue "cinco menores marroquinos que atravessaram a fronteira de Melilla e integram uma companhia de dança, onde encontram uma nova família e a oportunidade de participar num programa de talentos da televisão". O filme será seguido por debate com a presença da realizadora. Ainda na Competição de Longas encontra-se The Desert Rocker, de Sara Nacer, "documentário sobre a argelina Hasna El Becharia, pioneira da música gnawa"; The Mother of All Lies, de Asmae El Moudir, "tenta desvendar alguns mitos da sua família e da história recente de Marrocos, reencenando a sua própria história"; The Roller, the Life, the Fight (também presente na secção Travessias), de Elettra Bisogno e Hazem Alqaddi, "é sobre os próprios realizadores: Hazem, depois de uma dolorosa viagem desde Gaza, chega à Bélgica onde vive Elettra, que estuda cinema documental". Aos documentários a concurso, junta-se duas ficções: The Sea and Its Waves, de Liana & Renaud, cuja acção se passa no Líbano; e The Girls are Alright, realizado por Itsaso Arana, com Bárbara Lennie e Irene Escolar numa celebração da amizade feminina, que é também o filme de encerramento desta 11ª edição.
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Remember My Name, de Elena Molina |
Na Competição de Curtas-metragens, contam-se 22 filmes, entre eles: Divine Accounts, de Eulàlia Ramon; Don't Cry Gabriel, de Mathilde Chavanne; Amplified, de Dina Naser; The Mysterious Adventures of Claude Conseil, de Marie-Lola Terver e Paul Jousselin; Between Delicate and Violent, de Şirin Bahar Demirel; ou Rinha, de Rita M. Pestana.
Travessias, Começar a Olhar e Sessões para Famílias
Ainda em competição, serão apresentados 13 filmes na secção Travessias que "abordam temas como migrações, racismo e colonialismo enquanto elementos estruturais da sociedade". Neste programa, o público poderá ver Les Chenilles, filme franco-libanês de Michelle Keserwany e Noel Keserwany, sobre duas mulheres originárias do Médio Oriente.
A secção Começar a Olhar (também competitiva), dedicada a filmes realizados no contexto escolar, conta com 14 filmes, entre eles: Anansi, de Aude N'Guessan Forget, "sobre uma cabeleireira africana que trabalha num salão movimentado"; A Minha Casa tem muitas Janelas, de Leonor Faria Henriques; Home, de Mariana Lima; Pelo Sim pelo não, de Laura Andrade; ou As Cores do Luto, de Mariana Lima Mateus.
No dia 3 de Novembro de manhã, o Olhares do Mediterrâneo apresenta a habitual sessão para os mais novos e família, composta por sete curtas-metragens: Home, A Minha Casa tem muitas janelas, Dhakira, Tomorrow, Game, Interrupted, Pietra e Amanda, you lied.
Actividades Paralelas e novidades
Entre as actividades paralelas do festival, contam-se vários debates a partir de alguns dos filmes programado: A Vida dos Corpos, Violências de Género, Maria India - Genealogias de Migração e Colonização, Debate Travessias: Menores refugiados e migrantes e Colonialismo/decolonialismo e as suas representações. O público poderá ainda participar em workshops, entre os quais: Género, Autoconhecimento e Empatia, com Laura Falésia e André Tecedeiro (FLECHA), e Cantos do Mediterrâneo: viagem aos seus portos, com Camilla Piccolo e Laura Venturini.
Entre as novidades deste ano, destaque para o programa Olhares do Mediterrâneo with Eurimages for equality que inclui um "awareness workshop" sobre estereótipos de género e sexismo no cinema, ministrado por Valeriya Golovina (NYU Abu Dhabi), Suasana Costa Pereira (Europa Criativa) e outros convidados, bem como um workshop de introdução à escrita cinematográfica, focado na criação de personagens femininas e não hegemónicas, dado pela guionista Fernanda Polacow. Conta-se ainda o 2.º Encontro Olhares do Mediterrâneo/MUTIM, este ano dedicado à coordenação de intimidade na rodagem de filmes com a especialista Teresa Olea Molina.
O festival apresenta ainda a sessão Cinco curtas andaluzas, curada pelas programadoras de GENERAMMA - Festival de Cine Realizado por Mujeres de Chiclana, que estarão presentes para introduzir "os filmes e falar dos desafios de fazer filmes e festivais de cinema de mulheres no sul da Europa".
Mais informações sobre o Olhares do Mediterrâneo - Women's Film Festival em https://www.olharesdomediterraneo.org/programa-2024/.
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Sugestão da Semana #637
domingo, 27 de outubro de 2024
Doclisboa 2024: Vencedores
O Doclisboa anunciou os vencedores da sua 22.ª edição na cerimónia de encerramento, este Sábado à noite. The Shards, de Masha Chernaya, As Noites ainda cheiram a Pólvora, de Inadelso Cossa, e Por ti, Portugal, eu juro!, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso, foram alguns dos filmes premiados este ano.
Eis a lista completa de vencedores:
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
GRANDE PRÉMIO CIDADE DE LISBOA PARA MELHOR FILME DA COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
The Shards / Oskolky, de Masha Chernaya
2024 Georgia, Alemanha, 90’
PRÉMIO CUPRA DO JÚRI DA COMPETIÇÃO INTERNACIONAL - ex aequo
Fire Supply, de Lucía Seles
2024, Argentina,158’
The Anchor / L’Ancre, de Jen Debauche
2024, Bélgica, 61’
PRÉMIO REVELAÇÃO CANAIS TVCINE
The Anchor / L’Ancre, de Jen Debauche
2024, Bélgica, 61’
Menção Honrosa
Dad’s Lullaby / Tatova Kolyskova, de Lesia Diak
2024, Ucrânia, Roménia, Croácia, 79’
COMPETIÇÃO PORTUGUESA
PRÉMIO ESCOLA
I Am Here / Estou Aqui, de Zsófia Paczolay, Dorian Rivière
2024, Portugal, 79’
PRÉMIO SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES DO JÚRI DA COMPETIÇÃO PORTUGUESA
The Nights Still Smell of Gunpowder / As Noites ainda cheiram a Pólvora, de Inadelso Cossa
2024, Moçambique, Alemanha, França, Portugal, Países Baixos, Noruega, 93’
PRÉMIO MAX PARA MELHOR FILME DA COMPETIÇÃO PORTUGUESA
The Palace of Citizens / O Palácio de Cidadãos, de Rui Pires
2024, Portugal, 133’
PRÉMIOS DO PÚBLICO
PRÉMIO LEGAL PARTNERS DIREITOS E LIBERDADES
PRÉMIO DOCLISBOA
For You, Portugal, I Swear / Por ti, Portugal, eu juro!, de Sofia da Palma Rodrigues, Diogo Cardoso
2024, Portugal, 98’
PRÉMIO OSHA
Favoriten, de Ruth Beckermann
2024, Áustria,118’
Menção honrosa
Boolean Vivarium, de Nicolas Bailleul
2024, France, 57'
PRÉMIO INATEL
The Falling Sky / A Queda do Céu, de Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha
2024, Brasil, Itália, 109’
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
Estreias da Semana #637
Esta Quinta-feira, chegam aos cinemas portugueses oito novos filmes. Disco Boy, Os Papéis do Inglês e Venom: A Última Dança são algumas das estreias em destaque.
segunda-feira, 21 de outubro de 2024
Doclisboa 2024: Por ti, Portugal, eu juro! (2024)
*7/10*
Na secção Da Terra à Lua do Doclisboa 2024, encontra-se o documentário Por ti, Portugal, eu juro!, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso, filme baseado na reportagem multimédia homónima da DIVERGENTE.
"Durante a Guerra Colonial, milhares de africanos combateram ao lado das Forças Armadas Portuguesas e arriscaram a vida por uma pátria que acreditavam ser a sua. Depois do 25 de Abril, quando Portugal se retirou dos territórios que ocupava em África, estes militares foram deixados para trás. Cinquenta anos depois, contam, pela primeira vez, a sua história e acusam o Estado português de abandono e traição."
A partir dos testemunhos de alguns homens que fizeram parte dos Comandos Africanos da Guiné - uma tropa de elite do exército português -, criados pelo então Governador António de Spínola, tendo combatido por Portugal durante a Guerra Colonial, constrói-se uma parte da História, tão poucas vezes falada. A estas declarações, sentidas e sofridas - muitos nunca tinham falado sobre a experiência na guerra e da luta nos anos que se seguiram -, juntam-se imagens de arquivo da época.
Fica o registo histórico de um momento terrível para tantos, mas, igualmente, o espelho da mágoa e dos terrores que nunca deixaram de assombrar estes ex-soldados. Foram obrigados a combater por Portugal e Portugal abandonou-os à sua sorte, perseguidos pelo PAIGC, e sem as pensões de sangue e invalidez que lhes foram prometidas. As promessas foram caindo por terra com a aprovação de novas leis, que anularam as anteriores, e estes homens viram as suas vidas arruinadas por uma guerra em que embarcaram, apesar praticamente a desconhecerem.
Por ti, Portugal, eu juro! faz, inevitavelmente, reflectir sobre o polémico tema das reparações às ex-colónias. Uma obra dura e real sobre o que nunca vem nos livros de História da escola.
domingo, 20 de outubro de 2024
Sugestão da Semana #636
Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Megalopolis, de Francis Ford Coppola. Público e crítica estão muito divididos, mas não é todos os dias que se vê um novo filme de Coppola nas salas de cinema.
MEGALOPOLIS
sexta-feira, 18 de outubro de 2024
Estreias da Semana #636
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
Doclisboa 2024: De 17 a 27 de Outubro, com filmes de Syberberg, Radu Jude, Andrei Ujică ou Harmony Korine
O Doclisboa acontece entre 17 e 27 de Outubro na Culturgest, Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Cinema Ideal e Casa do Comum do Bairro Alto, com filmes de Syberberg, Radu Jude, Andrei Ujică ou Harmony Korine, entre outros. Esta 22.ª edição do festival é dedicada a Augusto M. Seabra, recentemente falecido.
A abrir o Doclisboa está Sempre, de Luciana Fina. O filme é construído a partir dos arquivos cinematográficos da Cinemateca Portuguesa que convidou Luciana Fina para conceber uma instalação por ocasião da celebração dos 50 anos do 25 de Abril. O filme de encerramento do festival será O Dia que te conheci, de André Novais Oliveira.
A Competição Internacional deste ano conta com 12 filmes, entre eles: Aparição, de Camila Freitas; En vez de árboles, de Philipp Hartmann; Les Loups, de Isabelle Prim; ou Tales from the Source, de Léonard Pongo. Na Competição Portuguesa, há dez obras a concurso. Entre elas, destaque para: Espiral em Ressonância, de Filipa César e Marinho de Pina; Na Trafaria, de Pedro Florêncio; O Palácio de Cidadãos, de Rui Pires; e Sob a Chama da Candeia, de André Gil Mata.
Riscos
A secção Riscos os mais recentes filmes de Andrei Ujică, Hans-Jürgen Syberberg, Radu Jude e Harmony Korine. O realizador convidado deste ano é o francês Pierre Creton (Go, Toto!, 7 Walks with Mark Brown), numa programação que vai da "relação com o mundo natural que convocam os filmes deste cineasta-agricultor de grande sensibilidade, ele próprio retratado noutro filme desta secção, I Am Pierre Creton, Normand and Filmmaker, de Dominique Auvray; e os mundos virtuais e distópicos dos trabalhos de Phil Solomon (Still Raining, Still Dreaming, Rehearsals from Retirement) que transforma as paisagens do jogo Grand Theft Auto ou de Korine e Aggro Dr1ft, peça de grande inventiva formal que é também um conto de violência e redenção à maneira de uma sala de jogos multiplayer", explica a organização do festival em comunicado.
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Aggro Dr1ft, de Harmony Korine |
Nos Riscos encontra-se ainda "fixação de Andrei Ujică pela viagem dos Beatles a Nova Iorque em 1965 e a perplexidade perante a paisagem social americana, passada e presente, em TWST — Things We Said Today"; Eight Postcards From Utopia, de Radu Jude, "filme-montagem que colige material de anúncios publicitários pós-socialistas na Roménia"; Hans-Jürgen Syberberg que regressa 30 anos depois do seu último trabalho com o filme Demmin Cantos, filme sobre a cidade de Demmin, no nordeste da Alemanha, "onde o realizador nasceu e que foi palco de um dos maiores suicídios em massa no pós-Segunda Guerra Mundial". O realizador estará no Doclisboa, que mostra ainda Ludwig. Requiem for a Virgin King (1972), integrado na retrospectiva Back to the Future, com curadoria de Jean-Pierre Rehm.
No ano do desaparecimento de Augusto M. Seabra, alguém fundamental para a história do Doclisboa e da secção Riscos, o festival "dedica-lhe esta edição e exibe um dos primeiros filmes por si programados para os Riscos: Compilations, 12 instants d’amour non partagé, de Frank Beauvais, obra onde convivem pequenos gestos de amor e música. A sessão, nomeada Exórdio, está agendada para 20 de Outubro, às 15h30, na Culturgest, e terá entrada gratuita mediante levantamento de bilhete no próprio dia".
Daniel Hui regressa ao festival para apresentar o seu novo trabalho: Small Hours of the Night, sobre a Singapura dos anos 1960 e os seus fantasmas políticos. O filme está em linha directa com outro da programação: If I Fall, Don’t Pick Me Up, de Declan Clarke, que explora a correspondência de década e meia entre Samuel Beckett e o encenador Walter. D Asmus.
Da Terra à Lua
Na secção Da Terra à Lua, destaque para duas cópias restauradas: Um é Pouco, Dois é Bom (1970), de Odion Lopes, pioneiro do cinema negro; e El Castillo de la Pureza, do mexicano Arturo Ripstein, além de Lázaro at Night, de Nicolás Pereda.
Destaque, nesta secção, para: Der Soldat Monika, de Paul Poet; Henry Fonda for President, de Alexander Horwarth; Lula, de Oliver Stone e Rob Wilson; The Invasion, de Sergei Loznitsa; Favoriten, de Ruth Beckermann; Subject: Filmmaking, de Edgar Reitz e Jörg Adolph; Dahomey, de Mati Diop; Dad’s Lullaby, de Lesia Diak; ou In Limbo, de Alina Maksimenko.
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Lula, de Oliver Stone e Rob Wilson |
Há dois filmes portugueses nesta secção: Por Ti, Portugal, Eu Juro!, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso, onde a "Guerra Colonial é reinterpretada com testemunhos de antigos soldados guineenses, recrutados para combater ao lado das Forças Armadas portuguesas, posteriormente abandonados pelo país por que combateram e expostos a perseguições e fuzilamentos, acusados de traição na sua terra natal"; e Kora, de Cláudia Varejão, "oferece o retrato fotográfico como porta de entrada à memória, com cinco mulheres que, refugiadas no nosso país, vivem entre aquilo de que fugiram e um futuro de incertezas".
Da Terra à Lua apresentará ainda uma sessão dedicada à guerra no Médio Oriente e ao massacre em curso do povo palestino, com Here and Elsewhere (1976), de Jean-Luc Godard, Jean-Pierre Gorin e Anne-Marie Miéville, e The Palestinians (1975), de Johan van der Keuken.
Heart Beat
Na secção Heart Beat, encontra-se Peaches Goes Bananas, de Marie Losier, que abre a programação com uma viagem ao backstage da artista electropunk; Devo, de Chris Smith, "retrata a carreira quinquagenária da banda synth-pop americana, pioneira na música e no videoclipe, através de entrevistas e imagens de arquivo"; e Before It's Too Late, de Mathieu Amalric, segue de perto o Emerson String Quartet durante a gravação do seu último álbum, Infinite Voyage, após 47 anos de carreira.
Na mesma secção, destaque para Blur: To the End, de Toby L., "acompanha a nova reunião da banda de culto liderada por Damon Albarn, e a gravação e concertos do seu mais recente álbum, The Ballad of Darren"; Pavements, de Alex Ross Perry, "mostra a banda indie rock Pavement a preparar-se para a sua reunion tour esgotada de 2022, enquanto acompanha a criação de um musical baseado nas suas canções."; Diário de Estrada: Bruce Springsteen e The E Street Band, de Thom Zimny, "cruza imagens de ensaios, momentos de backstage e testemunhos de um dos reis do rock" - o Doclisboa exibe o documentário dias antes da sua chegada à plataforma Disney+, a 25 de Outubro -; e Luiz Melodia — No Coração do Brasil, de Alessandra Dorgan, sobre a vida e o trabalho do cantor e compositor carioca, narrada na primeira pessoa.
Também o cinema está em foco no Heart Beat: Miyazaki, Spirit of Nature, de Léo Favier, sobre o realizador japonês, com enfoque nos valores ecologistas que guiaram a sua carreira; Jacques Demy, the Pink and the Black, de Florence Platarets e Frédéric Bonnaud; François Truffaut, My Life, a Screenplay, de David Teboul, "revela arquivos e imagens inéditas do mestre francês numa viagem com o seu velho confidente Claude de Givray meses antes de morrer"; Looking for Robert, de Richard Copans, entra no universo do realizador Robert Kramer, com quem Copans trabalhou durante 20 anos.
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Peaches Goes Bananas, de Marie Losier |
Ainda no Heart Beat, encontra-se High & Low — John Galliano, de Kevin Macdonald, que apresenta o mundo do designer de moda John Galliano, conta com entrevistas ao estilista e a nomes como Naomi Campbell, Kate Moss e Anna Wintour; Guido Guidi Lives in Hiding, de Paulo Catrica, que vai à pequena cidade de Cesena, casa do fotógrafo que dá título ao filme e que, há mais de 40 anos, "fotografa com um olhar distinto as coisas comuns, enquanto vai construindo um arquivo que é o retrato de uma Itália rural e suburbana"; Ricardo Aleixo: Afro-Atlântico, de Rodrigo Lopes de Barros, onde "o realizador experimenta com diferentes formas de gravação de vídeo e serve-se dos poemas, da voz e do corpo do autor brasileiro para explorar a sua condição periférica e afro-brasileira".
Entre os filmes portugueses, destaque para a estreia mundial de O Voo do Crocodilo — O Timor de Ruy Cinatti, de Fernando Vendrell, "sobre a relação — afectiva, etnográfica, artística — que Cinatti desenvolveu com esse país distante e que acabou por definir o curso da sua vida". Há ainda dois filmes feitos por pai e filho: Ressaca Bailada — Filme Concerto, realizado por um dos guitarristas dos Expresso Transatlântico, Sebastião Varela, "é a transposição visual de uma narrativa de muitos formatos rodada num castelo em ruínas, com personagens que deambulam ao som das faixas do álbum Ressaca Bailada, num movimento de celebração e questionamento da tradição cultural portuguesa"; e O Diabo do Entrudo, de Diogo Varela Silva, foca-se numa das "mais antigas tradições de Carnaval em Portugal, o Entrudo de Lazarim, e a tudo o que envolve os Caretos, desde a elaboração das suas máscaras e trajes às dinâmicas de género geradas pela tradição e passadas entre gerações".
Por fim, Turn in the Wound, de Abel Ferrara, com Patti Smith e Soundwalk Collective, "mostra a guerra contada na primeira pessoa por gente comum, numa carta visual e musical de apoio ao povo ucraniano".
De regresso está a secção competitiva Verdes Anos, revelando novos talentos, o Nebulae, espaço de indústria do festival, apresenta Espanha como país convidado, e o projecto educativo abcDoc, que aposta na força do documentário como ferramenta pedagógica.
Todos os detalhes sobe o Doclisboa podem ser consultados em em doclisboa.org.
terça-feira, 15 de outubro de 2024
Queer Porto 10: Vencedores
O Queer Porto 10 terminou este Sábado, dia 12 de Outubro, e já são conhecidos os premiados desta edição. El Polvo, de Nicolás Torchinsky, foi o vencedor da Competição Oficial.
Eis a lista completa de Palmarés:
COMPETIÇÃO OFICIAL
Melhor Filme: El Polvo / Dust, Nicolás Torchinsky (Argentina, 2023, 73’)
Menção Especial: Lesvia, Tzeli Hadjidimitriou (Greece, 2024, 78’)
Prémio do Público: Salão de Baile / This Is Ballroom, Juru, Vitã (Brazil, 2024, 92’)
PRÉMIO CASA COMUM
Melhor Filme: Spillovers, Ritó Natálio (Portugal, 2024, 9’)
Menção Especial: Carta ao Pai / Letter to Dad, Rafael Ferreira (Portugal, 2023, 10’)
Mais informações sobre o Queer Porto e o Queer Lisboa em https://queerlisboa.pt/.
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
Sugestão da Semana #635
domingo, 13 de outubro de 2024
CLOSE-UP: Observatório de Cinema da Casa das Artes de Famalicão acontece de 12 a 19 de Outubro sob o mote 'Memórias do Futuro'
A 9.ª edição do CLOSE-UP, o Observatório de Cinema da Casa das Artes de Famalicão acontece de 12 a 19 de Outubro sob o mote Memórias do Futuro.
A programação conta com mais de 30 sessões de cinema, proporcionando "o diálogo com o público através das sessões comentadas e do cruzamento de géneros artísticos, um traço fundamental da festa do cinema de Famalicão", refere a organização do CLOSE-UP em comunicado.
A secção Paisagens Temáticas dedica-se a explorar as Memórias do Futuro que dão o mote ao festival, "as ideias de futuro presentes no cinema ao longo de várias gerações, através de percursos e narrativas singulares pontuados por personagens com um olhar para o futuro em vidas passadas, num diálogo com as imagens que se define como um eterno retorno". Serão exibidos Saint Omer, de Alice Diop (comentado por Alda Rodrigues, tradutora, e Alexandre Andrade, escritor e professor universitário), o documentário Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz (comentado por João Antunes, crítico e programador de cinema), A Sala de Professores, de Ilker Çatak, Futura, ou o que está por vir, de Alice Rohrwacher, Francesco Munzi e Pietro Marcello (comentado por Carlos Natálio, crítico e professor universitário), Videodrome, de David Cronenberg, Bom Dia, de Yasujirô Ozu, e Vidas Passadas, de Celine Song.
Na secção As Histórias do Cinema serão revisitadas, em jeito de homenagem, quatro obras do realizador recém desaparecido William Friedkin: Os Incorruptíveis contra a droga (comentado por Edgar Medina, argumentista e produtor), O Comboio do Medo (comentado por João Palhares (programador de cinema), O Exorcista, na versão director’s cut, e A Caça (comentado pelos críticos de cinema Susana Bessa e Luís Mendonça). Em diálogo com esta programação, será inaugurada a exposição Imagens da Nova Hollywood, numa parceria com o Museu de Cinema de Melgaço e o espólio deixado por Jean-Loup Passek.
A secção Fantasia Lusitana está este ano nas mãos da dupla João Pedro Rodrigues & João Rui Guerra da Mata, que partem do seu mais recente filme, Onde Fica Esta Rua? Ou Sem Antes Nem Depois, para criaŕ um mapa de relações entre o seu trabalho e o movimento iniciado pelo cinema novo português, com Verdes Anos, de Paulo Rocha, no centro. Serão exibidos estes dois filmes, como também Dina e Django (1981), de Solveig Nordlund, "filme sobre um país que se libertava da ditadura e uma relação amorosa que se agitava como uma rima com o verso de Sérgio Godinho: a sede de uma espera só se estanca na torrente", e As Ruínas no Interior (1976), de José Sá Caetano, "que explora o verão de uma família burguesa nas vizinhanças de uma comunidade piscatória, num país ambientado na paz podre de uma ditadura sobressaltado por sintomas da guerra".
A secção Isto não é um filme?, dedicada a apresentar obras que desafiam as margens do território do cinema, este ano apresenta Daaaaaali! e Yannick, as duas últimas longas-metragens (estreadas em Portugal) de Quentin Dupieux.
A secção Café Kiarostami oferece quatro café-concertos, com incursões na música e na literatura, cruzando-os sempre com o cinema. Nesta edição, conta-se com músicas do mundo e do activismo político apresentadas por Daniela Tomaz e Vítor Ribeiro, Diários e Cadernos, de Patricia Highsmith, apresentados por Alda Rodrigues, em parceria com Alexandre Andrade, um debate sobre a circulação do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM) e um DJ set de Manuel Carvalho que encerra o CLOSE-UP.
A programação conta ainda com os cine-concertos com Surma, Joana Gama & Luís Fernandes, Rui Horta & Micro Audio Waves e a Orquestra Costa Atlântico, assim como com a programação para escolas e famílias.
Todas as informações, sessões e horários do CLOSE-UP estão disponíveis em closeup.pt e casadasartes.org.
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
CineEco 2024 em Seia até 18 de Outubro com muito Cinema Ambiental, Conversas e Exposições
O CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela começou esta Quinta-feira, dia 10 e prolonga-se até 18 de Outubro, no ano em que comemora a sua 30.ª edição.
Depois da abertura, dia 10, com o cineconcerto A Pedra Sonha Dar Flor, de Rodrigo Areias, acompanhado por uma performance de música ao vivo por Dada Garbeck, seguem-se mais de 60 obras cinematográficas, actividades dedicadas à sensibilização ambiental, incluindo workshops, sessões de networking, debates com realizadores e várias manifestações artísticas.
Ainda de destacar é presença de Luís Filipe Rocha, autor de Cerromaior, que será exibido a 17 de Outubro, às 16h00, no contexto das sessão de clássicos: 'Ecos da montanha e da planície'. No âmbito destas sessões, no dia 13 de Outubro, às 16h00 estará presente Sérgio Dias Branco, Professor Associado de Estudos Fílmicos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, para um debate após a exibição de Trás-os-Montes, de António Reis e Margarida Martins Cordeiro. Os dois filmes foram recentemente digitalizados pela Cinemateca Portuguesa.
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Cerromaior, Luís Filipe Rocha |
Fora de competição, será exibido Silvestres, de Carolina Castro Almeida e Miguel Cortes Costa, no dia 14 de Outubro, às 14h30, e servirá de mote para uma conversa com os realizadores sobre a importância da biodiversidade urbana. O filme faz "uma viagem pela criação de um prado de flores silvestres no coração de Oeiras, com o objectivo de combater o declínio dos polinizadores. O filme retrata também outros esforços fascinantes, como a captura de uma coruja-das-torres que habita as estruturas históricas da Quinta do Marquês, simbolizando a resiliência da vida selvagem em ambientes urbanos". Silvestres retrata uma "cidade moldada pelo legado agrícola do Marquês de Pombal e pelo poder da ação colectiva, convidando o público a reflectir sobre a harmonização entre o desenvolvimento urbano e o mundo natural nas suas próprias comunidades".
Painel de Jurados
No painel de jurados predomina também a ligação ao cinema e/ou ao ambiente. O júri da Competição Internacional de Longas-Metragens é composto por: Ágata de Pinho, actriz, escritora, realizadora e protagonista de filmes; André Guiomar, sócio-fundador da produtora de cinema Olhar de Ulisses, realizador e produtor de filmes documentais; e Filipa Rosário, especialista em cinema português, investigadora auxiliar no Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa e coordenadora do GT Paisagem e Cinema da AIM – Associação dos Investigadores da Imagem em Movimento. O júri das competições Internacional de Curtas e Médias-Metragens e Panorama Regional é constituído por: Carolina Castro Almeida, ilustradora, motion designer, animadora e produtora audiovisual, além de cofundadora da Lengalenga Filmes; Carlos Teófilo, professor aposentado, advogado e um rosto de Seia, desde sempre ligado ao CineEco; e Nuno Barros, biólogo e representante da LIPOR, patrocinador principal do CineEco. O júri das competições de Longas-Metragens em Língua Portuguesa e Curtas e Médias-Metragens em Língua Portuguesa conta com: Bárbara Bergamaschi Novaes, professora, realizadora e investigadora ítalo-brasileira, além de crítica de cinema, associada à ABRACCINE, e gestora de comunicação de ciência na ICNOVA -FCSH-NOVA de Lisboa; Cátia Biscaia, fotógrafa premiada, professora universitária, directora do Leiria Film Fest – Festival Internacional de Curtas-Metragens, produtora, argumentista, assistente de imagem e realizadora; e Miguel Cortes Costa, biólogo de formação, é operador de câmara, co-realizador do filme Malcata: Conto de uma Serra Solitária (2020), que venceu o prémio Youth Television Award no CineEco, e de Silvestres (2024), e fundador da Lengalenga Filmes, em conjunto com Carolina Castro Almeida.
Encontros no Mercado e Actividades Paralelas
Nesta 30.ª edição, realiza-se a primeira edição dos Encontros no Mercado, um mercado de filmes que serve como espaço de networking entre estudantes de cursos universitários na área do audiovisual e produtores ou agentes do mercado cinematográfico português. Neste 1.º Encontros no Mercado estão confirmadas as presenças da Universidade da Beira Interior (UBI), da Escola das Artes – Universidade Católica do Porto (UCP) e da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC). "Os estudantes irão apresentar novos projectos (longas, curtas, séries, etc.) ou curtas-metragens concluídas, todas relacionadas com a temática ambiental, tendo a oportunidade de conhecer a opinião de profissionais experientes da área". Entre as produtoras presentes, estarão Terratreme, Bando à Parte, Maria & Mayer, Olhar de Ulisses e Primeira Idade.
Nas actividades paralelas do CineEco, está a apresentação de dois livros. No dia 15 de Outubro, às 17h00, na Biblioteca Municipal de Seia, Filipa Rosário e José Duarte apresentam a obra Um Olhar Português: Cinema e Natureza no Século XXI sobre a relação entre cinema e natureza. No dia 17 de Outubro, às 15h00, no mesmo local, é a vez de apresentar o livro Memórias, de Amândio Silva, com grande ligação a Seia e ao CineEco.
Nas exposições, a videoarte ganha espaço e, das muitas obras conceptuais que todos os anos chegam a concurso, "é criada uma mostra de filmes que, pela sua envergadura mais poética e dinâmica de projecção em repeat, transpõem a linha meramente cinematográfica e apresentam-se em formato de galeria. Estes são apontamentos de videoarte, que, ao juntarem imagem em movimento e artes plásticas, propiciam uma forma diferente de exercitar o olhar, porque se tem a ferramenta do loop à disposição".
De 10 de outubro a 30 de Novembro, o CineEco conta com mais três exposições na Casa Municipal da Cultura. O Estado da Água apresenta seis propostas artísticas, desenvolvidas na aldeia do Sabugueiro e no território circundante da serra da Estrela, no contexto de um programa de residências artísticas realizadas com apoio financeiro da DGArtes. O foco é a interpretação da presença da água na paisagem a partir de abordagens que exprimem a diversidade das visões artísticas sentidas por Eunice Artur, Iana Ferreira, Inês Teles, Joana Patrão, Jorge Leal e Thierry Ferreira.
Em Plastic Bitch, Cláudia Clemente pretende espelhar o actual consumismo desenfreado, poluição extrema, esgotamento de recursos naturais e produção exacerbada de lixo. A artista procura despertar a consciência e o julgamento (auto) crítico do espelho incómodo, que reflecte aquilo em que, enquanto sociedade, nos transformamos: plastic bitches.
Já em Line, de Clo Bourgard, também se apela à sustentabilidade, representada pela utilização de materiais de desperdício, que são dispensados ou que perdem a sua utilidade original, como matéria-prima principal. O projecto Line envolve três instalações artísticas: White Line, uma ode à terra em forma de montanha; Green Line, instalação de interacção com a comunidade; e Mountain Line, construída com recursos naturais recolhidos no local que estará patente no festival CineEco.
Sendo este um ano de homenagem às pessoas do território onde nasceu o festival, a 30.ª edição do CineEco representa esta relação singular das gentes de Seia e a sua ligação com a natureza na comunicação do festival, estendida à instalação 30 edições. 30 rostos, que estará na praça do Município, no decorrer do festival.
Estão de regresso as Conversas no Jardim da Biblioteca Municipal de Seia sobre cinema ambiental. Realizadores, produtores, técnicos, actores, professores, programadores e jurados são convidados a falar sobre a sua experiência ou visão de cinema, e de que forma o valor artístico e cinematográfico tem impacto na consciencialização para a causa ambiental. O público poderá interagir e colocar questões ao painel.
Mais informações sobre o CineEco em https://cineeco.pt/pt/.
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
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