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domingo, 20 de fevereiro de 2022

Sugestão da Semana #495

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca O Bando de Ned Kelly, de Justin Kurzel.

O BANDO DE NED KELLY


Ficha Técnica:
Título Original: True History of the Kelly Gang
Realizador: Justin Kurzel
Elenco: Russell Crowe, Nicholas Hoult, George MacKay, Charlie Hunnam, Essie Davis, Earl Cave, Sean Keenan, Thomasin McKenzie, Jacob Collins-Levy, Orlando Schwerdt
Género: Biografia, Crime, Drama
Classificação: M/16
Duração: 124 minutos

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Crítica: A Noite Passada em Soho / Last Night in Soho (2021)

"Do you believe in ghosts?"

Eloise


*8/10*

A criatividade sem limites de Edgar Wright junta-se ao leque de influências do realizador e resulta num inspirador giallo moderno chamado A Noite Passada em Soho. Um filme que explora duas eras distintas como se fossem a mesma, com personagens dúbias e muito suspense.

A Noite Passada em Soho acompanha Ellie (Thomasin McKenzie), uma jovem estudante, apaixonada por design de moda, que misteriosa e inesperadamente consegue entrar na década de 1960 onde encontra a sua musa, Sandie (Anya Taylor-Joy) uma jovem "aspirante a cantora. Mas Londres dos anos 60 não é o que parece, e o tempo parece desmoronar-se à sua frente com consequências sombrias…".

Desde logo somos confrontados com algo de sobrenatural associado à protagonista, que alimenta uma ligação especial com a falecida mãe. Os espelhos são a revelação da mente perturbada de Ellie, que se degrada com o avançar da narrativa, e o terror psicológico instala-se. Os seus dons - artístico e metafísico - unem-se numa experiência que percorre duas eras e duas vidas distintas, e apresentam-lhe novos rostos, do presente e do passado.

Edgar Wright cria um universo repleto de influências e homenagens: o giallo, Dario Argento, Repulsa, de Polanski, ou os filmes de James Bond são algumas presenças que se destacam na história e suas personagens.

A Noite Passada em Soho leva-nos numa viagem audaciosa, onde abundam beleza, moda, música, sonhos e alucinações. A direcção de fotografia tem um papel preponderante em toda a acção, quer pelos jogos de espelhos, as luzes neon, as sombras, os desfoques e o destaque das cores intensas e vibrantes - em especial nas cenas dos anos 60.

Ainda a direcção artística cuidada é exímia na fusão entre passado e presente: o gira-discos e os discos de vinil, o telefone retro, toda a decoração do quarto da protagonista em casa da avó, as suas roupas ou a jukebox no bar onde trabalha, por exemplo.

Thomasin McKenzie, como Ellie, e Anya Taylor-Joy, como Sandie, conquistam o ecrã com duas personagens tão distintas e que se inspiram mutuamente. A obsessão que a protagonista nutre pela figura da jovem dos anos 60 é fundamental para a decadência de Ellie. Thomasin McKenzie encara a fragilidade e inocência da jovem solitária que acabou de chegar à grande cidade, com a mesma força que desenvolve a curiosidade e a coragem da personagem, em cada incursão nocturna aos anos 60. Já a elegância e o mistério que Anya Taylor-Joy coloca em Sandie justificam todo o encanto que cria em quem a conhece, sejam quais forem as intenções para com ela. Uma mulher segura, sensual e confiante, que Ellie vê como inspiração e quer, por tudo, proteger.

E nesta história que cruza décadas, sempre ao som da melhor música dos anos 60, Edgar Wright traça uma arriscada jornada para as suas personagens, num ambiente tão hipnótico como perigoso, tão belo como violento. 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Crítica: Presos no Tempo / Old (2021)

"There's something wrong with this beach!"
Prisca


*4.5/10*

M. Night Shyamalan promete sempre originalidade e desafiantes quebra-cabeças a cada filme. Em Presos no Tempo (Old), a velocidade a que tudo acontece não contribui para o suspense, nem para o envolvimento na trama. O resultado é desapontante.

Durante umas férias num resort paradisíaco, uma família descobre que a praia isolada, onde foram passar o dia, está a fazê-los envelhecer rápida e inesperadamente, reduzindo toda a sua vida àquele único dia. 

No seu segundo filme com argumento adaptado, desta vez da graphic novel Sandcastle, de Pierre Oscar Lévy e Frederik Peeters, Presos no Tempo explora uma ideia com potencial, cuja execução é pouco inspirada: faltam-lhe os enigmas de Shyamalan.


O medo de envelhecer levado ao extremo é o foco principal de Presos no Tempo, mas o ritmo dos acontecimentos não deixa tempo para grandes reflexões, nem da parte da plateia, nem das personagens. Pouco se lamentam as mortes, a ideia de luto desaparece, as emoções são pouco profundas e não há empatia capaz de amadurecer, com o frenesim dos acontecimentos.

Além disso, a longa-metragem é previsível q.b. e quer esclarecer todos os mistérios, sem deixar qualquer espaço para a imaginação do espectador. No elenco, repleto de nomes sonantes (Gael García Bernal, Vicky Krieps, Rufus Sewell, Ken Leung, Thomasin McKenzie, Abbey Lee, Eliza Scanlen, Aaron Pierre, Francesca Eastwood e o próprio cineasta), não há prestações a destacar. O trabalho de caracterização será o ponto mais forte do filme, retratando o envelhecimento com subtileza e sem exageros; a par da direcção de fotografia, capaz de proporcionar planos bem mais inspiradores do que o todo.


Presos no Tempo não é um regresso aos bons velhos tempos de M. Night Shyamalan. Esperemos apenas que ele não fique preso na ilha e regresse de baterias criativas recarregadas nos próximos projectos.

domingo, 31 de outubro de 2021

Sugestão da Semana #479

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca A Noite Passada em Soho, o novo filme de Edgar Wright, com Thomasin McKenzie e Anya Taylor-Joy.

A NOITE PASSADA EM SOHO


Ficha Técnica:
Título Original: Last Night in Soho
Realizador: Edgar Wright
Elenco: Thomasin McKenzie, Anya Taylor-Joy, Matt Smith, Terence Stamp, Diana Rigg, Synnøve Karlsen
Género: Drama, Mistério, Terror
Classificação: M/16
Duração: 116 minutos

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Crítica: Jojo Rabbit (2019)

"I'm the enemy?"
Jojo Betzler


*4.5/10*

Jojo Rabbit quer ser a comédia sarcástica, que condena e ridiculariza os maus da fita (e da História), mas fica-se apenas pelo bom trabalho técnico. Taika Waititi quer passar uma mensagem positiva, através da história de uma criança. Educado para adorar Hitler e odiar os judeus, o pequeno Jojo passa por provações que irão moldar a sua forma de ver o mundo, na Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial.

Jojo Rabbit (Roman Griffin Davis) é um menino que vive durante a Segunda Guerra Mundial e tem como amigo imaginário, uma versão imprecisa de Adolf Hitler (Taika Waititi), que inflama as ingénuas crenças patrióticas do menino. No entanto, tudo muda quando Jojo conhece uma menina judia (Thomasin McKenzie) que desafia esses pontos de vista e o obriga a enfrentar a realidade.


Taika Waititi tenta ser espirituoso, com um humor leve - mas muitas vezes repetitivo -, e consegue despertar algumas gargalhadas, mas o tom do filme é inconstante e sem foco. Não transmite nada de verdadeiramente único ao espectador, não espicaça o regime que critica como poderíamos esperar, e nenhuma relação - nem entre mãe e filho, nem entre as crianças - é emotiva ou forte.

Timidamente, Waititi toca nas temáticas da família monoparental, da mulher emancipada (na figura de Scarlett Johansson) e da homossexualidade, mas sem causar mossa. Quase nem damos por elas. Sam Rockwell é quem mais vivacidade e ritmo dá a Jojo Rabbit, num papel pouco exigente mas que o actor sabe tornar especial e muito empático.


Sem moralidades, a crítica extravagante não é suficientemente aguerrida para nos tocar ou ficar na memória. Jojo Rabbit é um filme esquecível, que marcará, provavelmente, apenas pela direcção artística e guarda-roupa cativantes e cheios de cor, num inteligente contraste com o clima sombrio, de medo e guerra.