domingo, 30 de junho de 2024
Sugestão da Semana #620
sábado, 29 de junho de 2024
Curtas Vila do Conde 2024 apresenta programa completo
O Curtas Vila do Conde revelou a programação completa para a sua 32.ª edição, que acontece de 12 a 21 de Julho.
A Competição Nacional do festival "volta a sublinhar a vitalidade, diversidade e energia de várias gerações de cineastas, alguns em estreia e outros já muito bem conhecidos pelo público", refere a organização em comunicado. Entre os filmes seleccionados encontram-se obras de realizadores com Isadora Neves Marques, Inês Lima e Daniel Soares, todos estreados mundialmente em Cannes. Pela primeira vez em competição no festival, estarão filmes de Rita M. Pestana, Patrícia Neves Gomes, Frederico Mesquita, Sofia Borges, Margarida Assis e Maria Trigo Teixeira. De regresso estão Margarida Vila-Nova, Pedro Caldas, Alexandra Ramires e Laura Gonçalves (melhor curta em Annecy), Luís Costa, Mário Macedo, Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues.
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Percebes, Alexandra Ramires e Laura Gonçalves |
Na Competição Internacional do Curtas, destacam nomes como Nebojša Slijepčević (vencedor em Cannes, com The Man Who Could Not Remain Silent), Frank Sweeney (premiado em Roterdão, com Few Can See), Ilir Hasanaj (premiado em Roterdão, com Workers’ Wings) e Eric K. Boulianne (premiado em Locarno por Making Babies). Entre os realizadores já conhecidos do público do Curtas, estão Torill Kove (Maybe Elephants), Samir Karahoda (On the Way), Florence Miailhe (Papillon), Nina Gantz (Wander to Wonder), Nicolas Keppens (Beautiful Men), Corina Schwingruber Ilić (Been There) e Elena López Riera.
Entre os filmes experimentais, há 23 em competição, com destaque para nomes como Miranda Pennell, Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, Rainer Kohlberger, Siegfried A. Fruhauf, Kevin Jerome Everson, Rita Morais, Nicolas Gebbe ou J.P. Sniadecki, entre outros.
Já anunciados estavam os focos nas obras de Bertrand Mandico e Elina Löwensohn, Alberto Vázquez, Laura Ferrés e Yorgos Zois, o programa em diálogo com a Solar - Galeria de Arte Cinemática da autoria de Morgan Quaintance e várias propostas de cine-concertos do Stereo, a que se junta ainda uma programação dedicada a famílias (Curtinhas) e uma competição de filmes de escola: Take One!. Destaque ainda para a exibição de Estamos no Ar, primeira longa-metragem de Diogo Costa Amarante, e para todo o programa de conversas do festival, que promove um encontro mais próximo entre o público e os cineastas.
Mais informações sobre o Curtas Vila do Conde 2024 em https://www.festival.curtas.pt/.
sexta-feira, 28 de junho de 2024
quinta-feira, 27 de junho de 2024
Estreias da Semana #620
quarta-feira, 26 de junho de 2024
'Les Nuits en Or' leva 32 curtas ao Cinema São Jorge, de 2 a 4 de Julho
A mostra internacional Les Nuits en Or regressa ao Cinema São Jorge, em Lisboa, de 2 a 4 de Julho. Serão apresentadas 32 curtas-metragens de todo o mundo, em sessões gratuitas, às 19h00 e às 21h30.
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Ice Merchants |
Esta é uma iniciativa da Academie des César, organizada em Portugal pela Academia Portuguesa de Cinema, e conta com 32 curtas-metragens vencedoras dos prémios nacionais de cada Academia de Cinema participante: César, Oscar, Goya, BAFTA, Sophia, David di Donatello, Magritte, entre outros.
PROGRAMA
2 Julho / 19h00 (100 min)
BIG BANG (Brasil) / ICE MERCHANTS (Portugal) / IN THE MOUNTAIN’S SHADE (Israel) / ONCE UPON A VILNIUS (Lituânia) / SUPERDUPERMEGAGIGASINGEL (Noruega)
2 Julho / 21h30 (103 min)
PALOQUEMAO (Colômbia) / WAR IS OVER ! INSPIRED BY THE MUSIC OF JOHN AND YOKO (E.U.A.) / LA MÉCANIQUE DES FLUIDES (França) / VREAU SA SPARG SERA (Roménia) / MONSOON BLUE (Taiwan)
3 Julho / 19h00 (100 min)
LIONS (Reino Unido, França) / ÉTÉ 96 (França) / LES SILENCIEUX (Bélgica) / LEILA (Suécia) / THE MEATSELLER (Itália)
3 Julho / 21h30 (104 min)
AGUSTINA (México) / THE FLYING SAILOR (Canadá) / LA VALISE ROUGE (Luxemburgo) / THE DAY I DIED (Dinamarca) / AIRHOSTESS-737 (Grécia) / GHWA THE LAST NAME (Coreia do Sul)
4 Julho / 19h00 (105 min)
CRAB DAY (Reino Unido) / L’ATTENTE (França) / AUNQUE ES DE NOCHE (Espanha)/ ATESTACE (Chéquia) / HOW TO PLEASE (Finlândia)
4 Julho / 21h30 (104 min)
LUCID DREAMING (Países Baixos) / XANH (Alemanha) / GOLDEN LEGGINGS (Ucrânia) / A CAMERA ON MY LAP (África do Sul) / ARMAT (Suíça)/ FINDING ADDISON (Austrália)
'Cinema Paraíso' leva Cinema ao ar livre a Vila Nova de Famalicão a partir de 3 de Julho
O Cinema Paraíso, programa de sessões de cinema ao ar livre de Vila Nova de Famalicão, está de regresso, de 3 de Julho a 21 de Agosto, sempre às 22h00, no Parque da Devesa.
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© CM Famalicão |
Ao longo destas datas, serão apresentados sete filmes, dois deles em itinerância por duas freguesias onde o Cinema Paraíso se estreia: Outiz e Avidos.
A primeira sessão, a 3 de Julho, leva ao público Maestro, realizado e interpretado por Bradley Cooper, sobre Leonard Bernstein. A 10 de Julho, chega o filme de animação Patos! e, a 17 de Julho, Os Excluídos, de Alexander Payne, protagonizado por Paul Giamatti, Da’Vine Joy Randolph e Dominic Sessa.
Em itinerância, o projecto Cinema Paraíso estreia-se em Outiz, no Adro da Igreja de Gemunde, a 14 de Julho, com Milagre em Milão, um clássico italiano de Vittorio De Sica, em cópia digital restaurada. A 21 de Julho, no Parque de Merendas de Avidos, será exibido O Rapaz e a Garça, de Hayao Miyazaki.
Em Agosto e de regresso ao Parque da Devesa, no dia 14, o Cinema Paraíso exibe Wonka, com Timothée Chalamet. Para terminar, a 21 de Agosto, é a vez de Reino Animal, de Thomas Cailley.
Todas as sessões são de entrada livre, e o público é convidado a comparecer às 22h00, "levando consigo agasalhos, mantas, cadeiras de praia, e até pipocas", refere a organização em comunicado.
A comemorar 25 anos, o Cinema Paraíso já percorreu mais de 40 espaços do concelho, numa parceria entre o Cineclube de Joane, a Casa das Artes e o Município de Famalicão.
PROGRAMA:
I) PARQUE DA DEVESA (Quartas-feiras – Julho, Agosto)
3 de Julho – MAESTRO, de Bradley Cooper
10 de Julho – PATOS! (versão portuguesa), de Guylo Homsy e Benjamin Renner
17 de Julho – OS EXCLUÍDOS, de Alexander Payne
14 de Agosto – WONKA, de Paul King
21 de Agosto – REINO ANIMAL, de Thomas Cailley
II) ITINERÂNCIA PELAS FREGUESIAS
14 de Julho (Domingo) – OUTIZ – Adro da Igreja de Gemunde
MILAGRE EM MILÃO, de Vittorio De Sica
21 de Julho (Domingo) – AVIDOS – Parque de Merendas
O RAPAZ E A GARÇA, de Hayao Miyazaki
Festa do Cinema Francês regressa de 3 de Outubro a 30 de Novembro com retrospectiva de Chris Marker
A 25.ª edição da Festa do Cinema Francês regressa de 3 de Outubro a 30 de Novembro, com retrospectiva do realizador Chris Marker. A Festa realiza-se em nove cidades: Lisboa, Almada, Oeiras, Coimbra, Porto, Beja, Viseu, Faro e Lagos.
Em parceria com Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, em Lisboa, a Festa do Cinema Francês apresentará, durante o mês de Novembro, uma retrospectiva integral do trabalho do cineasta Chris Marker (1921-2012). Entre curtas e longas-metragens, como Sans Soleil (1982) ou Level Five (1995), este programa revela "mais de meia centena de filmes e vídeos, incluindo títulos realizados para a televisão, trabalhos que apontam, invariavelmente, para a procura de novas formas por parte de um criador profundamente original", explica a Festa em comunicado.
Nesta 25ª edição, o evento apresenta duas novas secções: um programa especial composto por filmes de comédia intitulado Rir à grande e à francesa e um programa com obras que resultam de coproduções franco-belgas intitulado Uma Língua, Múltiplos Olhares - a coprodução franco-belga. Estas juntam-se às secções habituais: Antestreia, composta por obras recentemente estreadas em França e com estreia portuguesa em breve; Inéditos, uma selecção de produções recentes cuja distribuição comercial ainda não está assegurada em Portugal; Cinema à Mesa, que engloba filmes dedicados à gastronomia; CineJovem e sessões escolares, com filmes dedicados ao público mais novo; e Segunda Chance, uma oportunidade para rever filmes que já estrearam em sala.
Filmes programados e convidados da Festa do Cinema Francês 2024 serão anunciados em breve.
CALENDÁRIO: FESTA DO CINEMA FRANCÊS 2024
LISBOA
Cinema São Jorge - 3 a 13 de Outubro
Cinemateca Portuguesa - 2 a 30 de Novembro
ALMADA - 8 a 12 de Outubro
COIMBRA - 14 a 18 de Outubro
OEIRAS - 17 a 25 de Outubro
PORTO - 16 outubro a 23 Novembro
LAGOS - 8 a 11 de Outubro
BEJA - 5 e 6 de Novembro
FARO - 9 a 11 de Outubro
VISEU - 16 a 18 de Outubro
terça-feira, 25 de junho de 2024
Curtas Vila do Conde 2024: Morgan Quaintance inaugura exposição a 13 de Julho
Morgan Quaintance inaugura a sua primeira exposição em Portugal, Efforts of Nature IV, na Solar – Galeria de Arte Cinemática, a 13 de Julho, no âmbito do Curtas Vila do Conde 2024, que apresentará um programa completo dedicado ao artista.
Quaintance é um artista e escritor sediado em Londres, "cuja prática artística cruza o cinema experimental, o filme ensaístico, a autobiografia documental e o trabalho articulado de som", refere o festival em comunicado. Esta exposição apresentará um corpo de trabalhos inédito e site specific, que visa reflexões "em torno da passagem do tempo, da mortalidade, da dissolução do corpo e da desintegração das calotas polares".
"Cruzando documentação e material arquivístico e encontrado com filmagens próprias, Quaintance trabalha imagens em movimento e sonoridades alargadas que resultam numa malha de texturas justapostas, intercetantes e perspicazmente ambientadas. As suas obras são autênticos corpos de memórias, imbuídos em retratos expandidos, individuais e coletivos, que navegam experiências culturais e sociopolíticas. Interessado nas matérias da condição humana, da etnografia, da contracultura, do cultic milieu, dos ambientes construídos e em histórias Afro-Caribenhas, Britânicas e da Ásia Oriental, o trabalho do artista instrumentaliza os fluxos temporais, para escavar narrativas complexas, que sendo recuperadas do passado, se mantêm incisivas e reativas à contemporaneidade".
EXPOSIÇÃO
· Exposição | 13 JUL — 31 AGO 2024
· Inauguração | Sáb. 13 JUL, 16h30
· Visita guiada | Ter. 16 JUL, 16h00
12 — 21 JUL | 14h00 – 22h00
22 JUL — 31 AGO | Seg. a Sáb., 14h00 – 18h30
[entrada gratuita]
PROGRAMA PARALELO
Films and Choices 1 — Dom. 14 JUL, 18h00
Films and Choices 2 — Seg. 15 JUL, 21h15
Films and Choices 3 — Ter. 16 JUL, 21h15
All Divided Selves, Luke Fowler, 93’ — Sáb. 20 JUL, 18h00
Teatro Municipal de Vila do Conde, Sala 2
Norwegian Wood, Tran Anh Hung, 133’ — Qua. 17 JUL, 21h45
Solar – Cinema ao Ar Livre
Visita Guiada c/ Morgan Quaintance — Ter. 11 JUL, 16h00
Solar – Galeria de Arte Cinemática
Masterclass Morgan Quaintance — Qua. 17 JUL, 15h00
Teatro Municipal de Vila do Conde, Sala 2
Mais informações em solar.curtas.pt.
domingo, 23 de junho de 2024
Sugestão da Semana #619
sexta-feira, 21 de junho de 2024
quinta-feira, 20 de junho de 2024
Estreias da Semana #619
quarta-feira, 19 de junho de 2024
Crítica: Onde Está o Pessoa? (2023)
*7.5/10*
Numa analogia à colecção de livros Onde Está o Wally?, Leonor Areal cria o jogo cinematográfico Onde Está o Pessoa?, em que desafia a plateia a uma incessante busca pelo poeta português, no meio de uma imensa multidão que sai do Teatro República (actual São Luiz), em Lisboa, em 1913.
"No seu ensaio visual, Leonor Areal convoca o espectador a olhar em detalhe para um filme centenário e para as dezenas de pessoas que surgem à saída de um concerto, a maioria homens, de fato completo e chapéu, muitos com bigode. Entre eles, procura-se Fernando Pessoa."
Partindo do filme de 1913, Assistência no Teatro da República na festa do maestro Blanch, a realizadora leva a plateia numa viagem no tempo e no espaço. "A assistência sai do teatro e depara-se com uma câmara que os filma. Poucos conseguem ignorá-la. Mostrando atitudes díspares, alguns procuram destacar a sua presença, outros são mais fugidios". O espectador tem o ponto de vista da câmara e todos os que saem do teatro "olham" directamente para si. Há um confronto de olhares, e a realizadora analisa cada detalhe das imagens em movimento, seja em câmara lenta, seja recuando, repetidamente, para voltar a ver e a captar novos elementos.
Detecta-se a estranheza de alguns, numa época em que ainda não era muito comum ver câmaras de filmar nas ruas, e o encanto de outros por saberem que estão a ser filmados. Encontram-se os tímidos, os rebeldes, os curiosos. E Leonor Areal começa a descobrir caras conhecidas, comparando-as com fotografias da época dessas figuras públicas.
Numa multidão tão homogénea, onde poucas são as mulheres e o chapéu e fato são o traje mais comum nos homens, não é fácil reconhecer alguém. Contudo, a análise detalhada de Onde Está o Pessoa? leva a alguns (re)encontros. Para além do Wally português - leia-se, Fernando Pessoa -, a realizadora identifica personalidades como Amadeo de Souza-Cardoso, António Ferro, António Silva, Augusto Ferreira Gomes, Eduardo Viana, Ernesto Vieira, Jorge Barradas ou Stuart Carvalhais, entre outras.
Para além da narração da realizadora - de quem se denota um imenso trabalho de investigação -, ouvem-se descrições dos meios de comunicação da época sobre os espectáculos em cena, e excertos do diário de Fernando Pessoa, em datas próximas daquela em que as imagens foram gravadas.
Onde Está o Pessoa? é, principalmente, uma obra hipnótica e curiosa, um desafio de análise de cada olhar inquieto de quem passa ou pára em frente à câmara. E a dúvida ficar no ar: Será mesmo aquele o Pessoa?
domingo, 16 de junho de 2024
Sugestão da Semana #618
Curtas Vila do Conde 2024: Alberto Vázquez, Laura Ferrés e Yorgos Zois nos programas temáticos do festival
Alberto Vázquez, Laura Ferrés e Yorgos Zois estarão em destaque nos programas temáticos do Curtas Vila do Conde 2024.
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Birdboy: The Forgotten Childten |
Alberto Vázquez é realizador de cinema de animação e artista de banda desenhada. "O seu trabalho é dotado de uma versatilidade inconfundível, marcado pelas linhas ousadas, cores vívidas e imaginário surrealista que exploram as diferentes latitudes da emoção humana e a complexidade das sociedades contemporâneas. Enquanto ilustrador, o seu trabalho mistura elementos lúdicos com temas sombrios, criando uma tapeçaria visual que convida os leitores a um novo mundo de imaginação. Como realizador, Vázquez tem recebido o elogio da crítica com filmes de animação que exploram os limites da narrativa e provocam a audiência", referiu o festival em comunicado. Ao longo da sua carreira, Vázquez venceu três Prémios Goya, para além de várias distinções em festivais internacionais. No Curtas, venceu o prémio do público em 2016 com Decorado. Este ano, o festival vilacondense dedica-lhe uma retrospectiva integral da sua obra, com curtas e longas como Unicorn Wars (2022) e Birdboy: The Forgotten Childten (2015). O realizador estará presente em Vila do Conde e orientará uma masterclass em torno da sua obra.
A secção New Voices, dedicada a nomes emergentes da cinematografia mundial, destaca, nesta edição, os trabalhos da catalã Laura Ferrés e do grego Yorgos Zois.
Os filmes de Laura Ferrés "celebram a resiliência e a humanidade das pessoas comuns. Focando-se, frequentemente, em histórias de exclusão social, luta pela sobrevivência e dinâmicas familiares, a sua obra mergulha nas complexidades da vida quotidiana, capturando - de forma incrivelmente autêntica, crua e minuciosamente detalhada - momentos de vulnerabilidade, conexão e empatia". O Curtas 2024 vai exibir The Permanent Picture (2023) e The Disinherited (2017), a que se junta uma Carta Branca com escolhas da autora e uma conversa.
Já a obra de Yorgos Zois "tem sido destacada pela abordagem inovadora e crítica que faz aos temas sociais e existenciais do mundo de hoje, da alienação humana às dinâmicas de poder". O festival vai exibir, em estreia nacional, a sua mais recente longa-metragem, Arcadia. O realizador marcará presença em Vila do Conde, onde participará de uma conversa.
O Curtas Vila do Conde acontece de 12 a 21 de Julho. Mais informações em https://www.festival.curtas.pt/.
InFocus: Alberto Vázquez
Birdboy, Alberto Vázquez, Pedro Rivero, 2011, Espanha, ANI, 13’
Birdboy: The Forgotten Children, Alberto Vázquez, 2015, Espanha, Japão, ANI, 76’
Decorado, Alberto Vázquez, 2011, Espanha, França, ANI, 16’
Homeless Home, Alberto Vázquez, 2020, Espanha, França, ANI, 15’
Ramiro, Sucia rata, Alberto Vázquez, 2012, Espanha, França, ANI, 1’
Unicorn Blood, Alberto Vázquez, 2013, Espanha, ANI, 9’
Unicorn Wars, Alberto Vázquez, 2022, Espanha, França, ANI, 92’
Carta Branca
Astigmatismo, Nicolai Troshinsky, 2013, Espanha, ANI, 4’
El corrió junto a su camarada, Genís Rigol, 2022, Espanha, ANI, 14’
Jamon, Iria López, 2013, Reino, ANI, 8’
Metamorphosis, Juanfran Jacinto y Carla Pereira, 2019, França, Espanha ANI, 11’
Simbiosis Carnal, Rocío Álvarez, 2017, Bélgica ANI, 10’
Soy una tumba, Khris Cembe, 2019, Espanha, ANI, 12’
Zepo, César Díaz Meléndez, 2014, Espanha, ANI, 3’
New Voices: Laura Ferrés
The Disinherited, Laura Ferrés, 2017, Espanha, 18’
The Permanent Picture, Laura Ferrés, 2023, Espanha, 94’
Carta Branca
Lonely Rivers, Mauro Herce, 2019, França, Espanha, 28’
Sóc vertical però m'agradaria ser horitzontal, María Antón Cabot, 2022, Espanha, 40’
Forastera, Lucía Aleñar, 2020, Espanha, 20
New voices: Yorgos Zois
Arcadia, Yorgos Zois, 2024, Grécia, EUA, Bulgária, 99’
Casus belli, Yorgos Zois, 2010, Grécia, 11’
Eighth Continent, Yorgos Zois, 2017, Grécia, Alemanha, 6’
Interruption, Yorgos Zois, 2015, Grécia, França, Croácia, Itália, Bósnia e Herzegovina, 109’
Out of Frame, Yorgos Zois, 2012, Grécia, 12’
Party Animal, Yorgos Zois, 2018, Grécia, 9’
Third Kind, Yorgos Zois, 2018, Grécia, 32’
Carta Branca
Le Saboteur, Ansii Kasitonni, 2022, Finlândia, 12’
Cherries, Vytautas Katkus, 2022, Lituânia, 15’
Aqueronte, Manuel Muñoz Rivas, 2023, Espanha, 26’
Washingtonia, Konstantina Kotzamani, Kleopatra Ampatzoglou, 2024, Grécia, 24’
sábado, 15 de junho de 2024
Entrevista: Isac Graça, actor de Pedágio: "Os violentadores da liberdade alheia adoram ser levados a sério, e o filme não faz isso"
A propósito da estreia da produção luso-brasileira Pedágio, de Carolina Markowicz, sobre a qual já escrevemos no blog, entrevistámos o actor português Isac Graça, que no filme veste a pele de um Pastor estrangeiro "especialista" em terapias de conversão sexual. Falámos sobre o filme, sobre o desafio de interpretar esta personagem e desvendámos alguns dos seus projectos futuros.
Como surgiu a oportunidade de fazer parte de Pedágio?
Isac Graça: Foi um golpe de sorte. Quando foi anunciado que A Viagem de Pedro, da Laís Bodanzky, ia estrear no Festival de São Paulo, tive uma sensação qualquer de que era essencial ir, e tenho aprendido a não ignorar essas sensações. Uma vez lá, a estreia correu particularmente bem. No dia a seguir passei umas horas no Museu de Arte Contemporânea da cidade, e estava a voltar para o hotel num táxi, cheio de dores nos pés, quando o Luís Urbano (produtor d'O Som e a Fúria) me liga a dizer que precisava de falar comigo. Enquanto eu estava no Museu, ele e a Karen Castanho (produtora brasileira da Biônica) tinham tido um almoço com a Carolina Markowicz, que não estava a encontrar o actor para o Pastor, sugeriram-me, e apesar de eu não ter a idade da ideia inicial para a personagem, a Carolina aceitou encontrar-se comigo essa noite. O Urbano disse-me para não ir com expectativas, e assim fiz. Tomei um banho, fiz uma sesta, e fui, e a conversa correu bem. Na manhã seguinte - voltava para Lisboa ao início da tarde - estava a acabar de tomar um bruto pequeno-almoço para me aguentar no voo, o Luis volta a ligar-me a dizer que a Carolina tinha ficado interessada em mim e que me queria fazer uma audição. Eu disse que sim (apesar de ainda não ter lido nada do guião), pedi só um tempo para fazer as malas. Fi-las, check out, meteram-me num táxi, e fui para o outro lado de São Paulo fazer a audição. Atiraram-me umas cenas para cima da mesa, fiz as cenas. Voltei ao hotel e fomos directos para o aeroporto. Nesse táxi, o Luís recebeu uma mensagem a dizer que eu tinha ficado com o trabalho.
Depois de teres sido o absolutista D. Miguel em A Viagem de Pedro, voltas agora a interpretar mais um vilão noutra produção luso-brasileira. Fala-me um pouco deste Pastor Isaac e de como te preparaste para o papel. Quais os principais desafios da personagem?
Isac Graça: Eu não parto do princípio que faço vilões, embora em ambos casos tenha total lucidez que o seu papel na narrativa é antagónico, e que, modo geral, são personagens longe da minha ética. Parto do princípio que interpreto seres humanos, por mais que a sua linha geral seja a do Mal (que é sempre algo muito discutível), logo, nos processos, encho-os de pequenos detalhes de vulnerabilidade, de contradições, de nuances dúbias, e, claro, esforço-me por descobrir os porquês de serem como são. No caso do Pastor Isaac, já que o objectivo era satirizar, e em última instância, construir a personagem para a destruir, tive de clarificar mesmo tudo. E tornou-se claro que era alguém que fazia o que fazia não só por alinhar com um certo senso comum intolerante com divergência sexual (possivelmente até recusando a sua própria identidade), como por uma coisa que é comum à maioria das pessoas num mundo capitalista: fazer dinheiro enquanto coisa mais importante da vida. Eu, sendo cristão, ainda que sem ligação a igrejas específicas, parto do princípio que é preciso cuidado com a ganância financeira, que o dinheiro eventualmente pode corromper o espírito, que é algo que traz consequências nefastas e certos castigos, como o que acontece no filme (sem fazer spoiler), portanto tive muita dificuldade em construir a mente de uma pessoa que não se aceita a si nem aos outros, e que vive em prol do dinheiro. Só porque para mim isso é bizarro. Mas não podia fazer um capitalista geral, porque há milhares de tipos de capitalista, então afunilei a construção nos vendedores da banha da cobra e nos populistas, pessoas que vejo como sendo uma espécie de extrema-direita menos assumida, mais cool e modernizada, que na verdade podemos encontrar em qualquer partido político, e na rua, e a fazer scroll no Youtube ou no Instagram. Confrontei-me com essa hipótese, que tive de assumir que existe em mim, algo que tornou a construção íntima e violenta, polvilhei-a de referências reais, e pronto, acaba por ser tanta coisa que estás a tratar, que nem reparas e já estás com uma câmara em cima a fazer o filme.
Como foi a experiência de filmar fora de Portugal?
Isac Graça: Aterradora, por não conhecer bem ninguém na equipa, sendo o único português no set, e estando com o Oceano Atlântico a separar-me de casa. Felizmente, a Carolina deixou-me assistir a um dia de rodagem antes de começar a sequência do Pastor, pedi-lhe isso porque precisava de entender o tom do filme, e isso ajudou-me a estruturar e não me sentir fora. No dia da minha primeira cena, fui para o set uma hora e meia antes, e fiquei por lá a lidar, a criar mise-en-scene e a pensar e repensar decisões, e quando dei conta, já tínhamos filmado a cena. Mas não fugi do medo. Abracei-o.
Isac Graça: Eu acho o filme todo muito sólido. É uma história acessível para toda a gente, aquele eterno drama de desentendimento entre pais e filhos, mas com um ponto de vista da direcção muito enviesado, o que torna o filme mais cru e cruel. E gosto da coragem de ir mudando de tom, tens o lado dramático, o satírico e um quase de thriller de acção, mas dentro destes tons, aquele de gosto mais, porque acho uma arma mais eficaz contra a intolerância, é o satírico. Os violentadores da liberdade alheia adoram ser levados a sério, e o filme não faz isso. E como deixa meia dúzia de gatos pingados do gatekeeping mais desconfortáveis, recusando-o, deixa-me a mim bem-disposto. Acho a recusa do humor um tique de classe. Há muita gente bem mais conservadora do que se diz, profundamente classista, que ainda acha que o humor satírico é um género menor, porque, na sua génese, é a grande arma da classe trabalhadora. Eu diria que não entendem a força do humor. Ou que lhe querem pôr rédeas. Só que não vai acontecer. E o problema acaba por ser deles, porque ao recusarem o humor do filme, o tiro é-lhes direccionado, e aí não há status quo que os possa salvar.
Foi apenas no final de 2023 que o Parlamento português aprovou a lei que criminaliza as práticas de conversão sexual. No Brasil, ainda não é bem assim. Qual é, para ti, a importância de filmes como Pedágio nos dias que correm, em tempos de tanta intolerância e extremismos?
Isac Graça: Todo o Cinema é político, muitas vezes não tem é coragem de se posicionar, e quando não se posiciona, alinha com o Poder. Mas aí questiono-me se é Cinema. E não sei. Ao menos o Cinema de propaganda estatal é assumido, sabemos com o que contar. E de resto, o Cinema resvala sempre para a realidade, nem precisa de ter estreado ainda para isso começar a acontecer. Atrás eu dizia que, a par com a realizadora, construí a personagem para a destruir. No dia em que filmei a última cena do Pastor, lembro-me de pensar "Okay, estou a dar o corpo às balas. É um momento de queda. Mas não vou cair sozinho." E nesse dia, no set, pensei em dezenas de pessoas que, de certa forma, são o Pastor. A seguir ao filme caí numa espiral de tristeza que me destruiu, isto na realidade. O que de alguma forma me salvou foi saber, no fundo, que iria valer a pena. E a verdade é que, ao longo do período de montagem, e de exibição do filme, desde Toronto em Setembro, têm caído todas as pessoas em que pensei naquele dia, uma por uma. É que o Cinema vem da realidade para depois voltar para ela.
Começaste no teatro e desde então tens participado em muitos projectos no cinema e na televisão. A tua carreira tem crescido muito nos últimos anos. Ainda o mês passado estiveste em Cannes com a equipa de Mau por um Momento, de Daniel Soares, que recebeu uma menção honrosa no festival. Que personagens mais te marcaram até agora e porquê?
Isac Graça: Todas têm contribuído para este meu processo ininterrupto de construção e reconstrução da minha identidade enquanto cidadão, e por isso nutro carinho por todas elas. No outro dia, um amigo perguntou-me, numa viagem de carro, quantas personagens já tinha feito. Contabilizei, com algum esforço, e vou em cerca de 50 pessoas, todas com o seu lado lunar e com as suas coisas boas também. Mas a verdade é que não quero escolher nenhuma, porque acredito, sinceramente, que ainda estou a começar. A procissão ainda vai no adro.
E sobre os teus próximos projectos, o que é que já podes revelar?
sexta-feira, 14 de junho de 2024
quinta-feira, 13 de junho de 2024
IndieLisboa 2024: O Melhor dos Mundos (2024)
"O fantasma do terramoto está muito marcado na nossa memória colectiva"
Francisco
*7/10*
Rita Nunes apresentou na Competição Nacional do IndieLisboa 2024 o seu mais recente filme, O Melhor dos Mundos. Tocando num tema sensível da História de Portugal - o terremoto de 1755 - e a eminência da sua repetição, a realizadora constrói uma narrativa de ficção científica (em parceria com o argumentista João Cândido Zacharias) em torno de um grupo de cientistas especialistas em sismologia e alterações climáticas.
"Lisboa, 2027. Marta e Miguel fazem parte de um grupo de cientistas e são um casal na vida privada. Os dois vêem-se frequentemente em pólos opostos no que diz respeito a questões científicas. Este conflito será posto à prova numa noite decisiva em que dados analisados por Marta apontam para uma probabilidade muito alta de um enorme sismo poder atingir Lisboa. Os cientistas ficam indecisos sobre alertar a população para a possível tragédia iminente."
A questão primordial é: como se comunica uma notícia destas à população, sem a certeza absoluta de que vai mesmo acontecer? E é aqui que começam as dúvidas e cisões entre o grupo, apesar de alguns dos que estão contra comunicar à população serem os primeiros a porem-se, a si e aos seus, a salvo. A ética de cada um destes cientistas ditará a forma como o futuro pode ou não ser "prevenido" - ou minorados os estragos e mortes.
Se, por um lado, Marta tem sérias dificuldades em gerir sentimentos e relações - quer com o seu namorado, quer com a mãe e irmã -, por outro, não tem dúvidas no que toca à responsabilidade profissional que deve assumir na situação que se avizinha. A racionalidade de Marta é fundamental para compreender os fenómenos que o grupo de cientistas regista e é ela, numa competente interpretação de Sara Barros Leitão, que esclarece colegas e plateia sobre as possíveis consequências de um sismo de tal magnitude.
Para a construção de O Melhor dos Mundos, Rita Nunes parte de premissas e pesquisas científicas reais, tal como os novos cabos submarinos instalados em 2025. Com esta ambiência tão realista, apesar de ficcional e, tal como diz Francisco, a certo momento no filme, porque "o fantasma do terramoto está muito marcado na nossa memória colectiva", O Melhor dos Mundos cria uma tensão crescente, muito opressiva quer nas personagens como na plateia.
Com uma fórmula simples, clara e directa, Rita Nunes constrói uma ficção científica - pouco comum no cinema português mais recente - esclarecida, activando no espectador a consciência de um passado que conhece dos livros de História e de um futuro que todos dão como iminente.
Estreias da Semana #618
segunda-feira, 10 de junho de 2024
Encontros do Cinema Português 2024: 47 projectos nacionais apresentados; 'Hotel Amor' vence Prémio Canal Hollywood
A 9.ª edição dos Encontros do Cinema Português aconteceu no passado dia 5 de Junho, nos Cinemas NOS Vasco da Gama, e contou com a apresentação de 47 projectos de produção nacional e a participação de mais de 200 representantes da indústria: produtores, realizadores, argumentistas, actores e imprensa, entre outros. No decorrer do evento, foram apresentadas obras que estrearam no circuito de festivais, e outras que ainda estão em processo de produção ou pós-produção.
A iniciativa é promovida pela NOS Audiovisuais com o apoio do ICA (Instituto de Cinema e Audiovisual) e, este ano, contou com a entrega do Prémio Canal Hollywood ao filme Hotel Amor, do realizador Hermano Moreira, com produção da Promenade Films, de Justin Amorim. O prémio tem o valor de 55 mil euros para investimento em comunicação, promoção e media. O filme tem estreia prevista para o final de 2024 e conta no elenco com Jéssica Athayde, Júlia Palha, Margarida Corceiro, Igor Regalla e Francisco Froes, entre outros.
O evento terminou com o habitual debate sobre Os desafios do Cinema Português, moderado pelo jornalista Vítor Moura, e com a participação de José Fragoso (RTP), José Gandarez (produtor), Luís Chaby (ICA), Pandora da Cunha Telles (produtora), Susanna Barbato (NOS Audiovisuais) e Tânia Fragoso (NLC Cinema City/APEC).
O Hoje Vi(vi) um Filme marcou presença nos Encontros para ficar a par das novidades cinematográficas nacionais a estrear nos próximos meses.
Entre os títulos apresentados, destaque para O Último Verão, de João Nuno Pinto, com Margarida Marinho, Beatriz Batarda e Rita Cabaço, que toca temáticas como a especulação imobiliária, alterações climáticas e desertificação do interior; Projecto Global, de Ivo M. Ferreira, uma ficção sobre as FP-25 , que será também uma minissérie da RTP, com Jani Zhao, José Pimentão, Ivo Canelas e Isac Graça no elenco; A Pianista, de Nuno Bernardo, protagonizado por Teresa Tavares e Miguel Borges, que aborda a temática da clonagem; uma tragicomédia sobre a eutanásia é a proposta de Sonhar com Leões, de Paolo Marinou-Blanco, com Denise Fraga e João Nunes Monteiro; Terra Vil, a primeira longa-metragem de Luís Campos, com William Cesnek, Lúcia Moniz e Rúben Gomes; A Savana e a Montanha, provavelmente "o primeiro western em Trás-os-Montes", como referiu o realizador Paulo Carneiro, que se constrói através da ideia de uma possível mina de lítio em Covas do Barroso (o filme tem estreia prevista para 28 de Novembro); O Presidente, uma comédia de José Filipe Costa, sobre o tempo que decorreu entre o momento em que Salazar adoeceu até à sua morte, e à sua crença de que continuava a ser o Presidente do Conselho; ou Grand Tour, de Miguel Gomes, vencedor de Melhor Realização no último Festival de Cannes.
Com estreia agendada para breve estão os filmes Soma das Partes - 60 anos da Orquestra Gulbenkian, de Edgar Ferreira (20 de Junho); Onde Está o Pessoa?, de Leonor Areal (20 de Junho); Astrakan 79, de Catarina Mourão (11 de Julho); Yupumá, de Verónica Castro (18 de Julho); Podia Ter Esperado por Agosto, de César Mourão (18 de Julho); Ubu, de Paulo Abreu (12 de Setembro); Ospina Cali Colombia, de Jorge de Carvalho (26 de Setembro); e Mãos no Fogo, de Margarida Gil (Setembro).
Eis a listagem dos 47 filmes apresentados nos Encontros do Cinema Português 2024.
A Pianista, de Nuno BernardoAstrakan 79, de Catarina Mourão
Sombras, de Jorge Cramez
Idade da Pedra, de Gonçalo Oliveira
Sodade, de Hugo Diogo
A Travessia, de Fernando Vendrell
O Presidente, de José Filipe Costa
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