quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Estreias da Semana #366

Nove novos filmes chegam aos cinemas portugueses esta Quinta-feira. A Portuguesa, Bucha e Estica e Imagens Proibidas são algumas das estreias.

A Portuguesa (2018)
No norte de Itália, os von Ketten (Delle Catene como são conhecidos nas redondezas), servem-se da ascendência germânica conforme lhes convém. Disputam as forças do Episcopado de Trento,  apoderando-se de tudo o que está ao seu alcance, com astúcia e calma. Para que nada limite o campo de acção, herr Ketten procura casamento num um país distante: Portugal. Durante o ano de lua-de-mel, na viagem de regresso, nasce o primeiro filho. Mas, mal chegam ao castelo, Ketten vê uma boa oportunidade de investir contra o bispo e parte de novo para a guerra. A Portuguesa, contrariando a vontade do marido, recusa-se a regressar a Portugal. 11 anos decorrem, entre contendas e escaramuças e von Ketten, raramente vai a casa. Correm rumores à volta da presença daquela "estrangeira", isolada no castelo sombrio, rodeada pelas aias e escravas moiras e na companhia de Pero Lobato, um primo que chegou de visita. Há quem diga que ela é uma herege…

As Cinzas Brancas Mais Puras (2018)
Jiang hu er nv
Qiao está apaixonado por Bin, um mafioso local. Numa luta entre gangs rivais, Bin é atacado e Qiao dispara uma arma para o proteger. Por causa deste acto de lealdade, Qiao é condenada a uma pena de cinco anos de prisão. Depois de ser libertada, vai à procura de Bin.

Backtrace: Rasto de Violência (2018)
Backtrace
Após sofrer uma lesão cerebral na sequência de um assalto falhado a um banco, MacDonald desenvolve amnésia e é colocado na enfermaria psiquiátrica da prisão. Após o sétimo ano de encarceramento, é coagido por um preso e por um médico a sair da prisão e injectado com um soro experimental que o força a reviver toda a vida que tinha esquecido. Agora, MacDonald tem de iludir a vigilância de um detective local e de um agente do FBI e escapar aos perigosos efeitos colaterais da droga para recuperar o dinheiro roubado.

Bucha e Estica (2018)
Stan & Ollie
Retrato da digressão da eterna dupla por Inglaterra, em 1953. Desgastados pela idade e com a sua era de ouro como reis da comédia de Hollywood a terminar, Stan Laurel e Oliver Hardy (conhecidos em Portugal como Bucha e Estica) enfrentam um futuro incerto. Enquanto percorrem o país, hospedam-se em lugares de nível bem distante do luxo a que se habituaram. Mesmo assim, continuam a fazer rir e o charme e a beleza das suas actuações em palco estabelece uma ligação forte com legiões de fãs, antigos e novos. A digressão torna-se um sucesso, mas Bucha & Estica não conseguem esquecer o passado maravilhoso de Laurel e Hardy; e os longos fantasmas enterrados, juntamente com a saúde frágil de Oliver, ameaçam a parceria.

Ervas Daninhas (2018)
Mauvaises Herbes
Waël, uma antiga criança de rua, ganha a vida com pequenos crimes nos arredores de Paris, golpes que ele comete com Monique, a sua mãe adoptiva e cúmplice. A vida de Waël transforma-se no dia em que, por insistência de Monique, o seu amigo Victor lhe arranja um pequeno trabalho como voluntário no seu centro de crianças excluídas do sistema escolar. Gradualmente, Waël torna-se responsável por um grupo de seis adolescentes expulsos por absentismo, má educação, ou porte de armas. Deste encontro explosivo entre "ervas daninhas" nascerá um verdadeiro milagre.

Imagens Proibidas (2017)
Em Londres, David vive tempos difíceis, tentando fugir às sombras e memórias de um grande amor perdido. Motivado por essa necessidade de fugir e pela vontade de descobrir o seu caminho, David decide regressar a Lisboa e leva com ele um projecto. Conhece Sam Júlia e com elas pretende recriar o amor entre duas mulheres que não se conhecem, fotografando uma e outra e apenas permitindo que ambas se comuniquem através dele, e de fotografias polaroid: a prova visível de um amor, captado e criado por ele.

O Filme LEGO 2 (2019)
The Lego Movie 2: The Second Part
Passaram cinco anos desde que tudo esteve fantástico, mas os cidadãos enfrentam agora uma nova e imensa ameaça: invasores extraterrestres cuja velocidade de destruição ultrapassa a da reconstrução. A batalha para os derrotar e restaurar a harmonia do universo LEGO levará Emmet, Lucy, Batman e os seus amigos a mundos longínquos e inexplorados, incluindo uma galáxia onde tudo é um musical. Será um teste à coragem, à criatividade e aos talentos destes Mestres Construtores e mostrará de que forma eles são especiais.

O Mistério da Ilha Flannan (2018)
The Vanishing
Numa ilha deserta e escarpada, a 32 km da costa escocesa, três guardas do farol chegam para o seu turno de seis semanas. À medida que se instalam na rotina normal e silenciosa, ocorre algo inesperado, potencialmente transformador das suas vidas. O que se segue é uma tensa batalha pela sobrevivência, alimentada pelo isolamento, pela paranóia e pela ganância, levando três homens honestos ao caminho da destruição.

O Prodígio (2019)
The Prodigy
Miles (Jackson Robert Scott), filho de Sarah (Taylor Schilling), manifesta um comportamento perturbador, eventualmente provocado por uma força maléfica. Receando pela segurança da família, Sarah é obrigada a colocar de parte o seu instinto maternal e decide investigar as causas das acções violentas de Miles.

Prémios Sophia 2019: Nomeados

A Academia Portuguesa de Cinema anunciou ontem os nomeados para os Prémios Sophia 2019. Coube aos actores Ana Padrão e Igor Regalla a divulgação dos filmes na corrida nas 23 categorias.


Foram também entregues os Prémios de Melhor Cartaz de Cinema, para Firdaus Mustapa pelo cartaz do filme Carga, e o Prémio Técnico, atribuído ao CEO e fundador da Sound Particles, Nuno Fonseca.

Este ano, os homenageados com o Prémio Carreira 2019 são Lia Gama e Pedro Éfe. A Cerimónia de entrega dos Prémios Sophia 2019 realiza-se no dia 24 de Março, no Casino Estoril

Eis a lista completa de nomeados:

Melhor Documentário em Longa-Metragem
Correspondências, de Rita Azevedo Gomes
Doutores Palhaços, de Hélder Faria e Bernardo Lopes
Luz Obscura, de Susana Sousa Dias
O Labirinto da Saudade, de Miguel Gonçalves Mendes

Melhor Filme
Cabaret Maxime, BA FILMES
Parque Mayer, MGN Filmes
Raiva, Faux
Soldado Milhões, Ukbar Filmes

Prémio Sophia Estudante
Bruma, de Sofia Cachim, Daniela Santos, Gabriel Peixoto e Mónica Correia – Escola das Artes - Univ Católica Portuguesa
No Fim do Mar, de João Monteiro - ESAP - Escola Superior Artística do Porto
O Chapéu, de Alexandra Allen - Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
Terra Ardida, de Francisco Romão - ETIC

Melhor Série/Telefilme
3 Mulheres, de Fernando Vendrell – David e Golias
Circo Paraíso, de Tiago Alvarez Marques – Vende-se Filmes
Sara, de Marco Martins – Ministério dos Filmes
Soldado Milhões, de Jorge Paixão da Costa e Gonçalo Galvão Teles – Ukbar Filmes

Melhor Direcção de Fotografia
Acácio de Almeida – Raiva
José António Loureiro – Soldado Milhões
Paulo Castilho – Pedro e Inês
Rui Poças – ZAMA

Melhor Canção Original
Arabic Soul - Letra e música Tomás Gomes Colo
Cudin - Composição por Miguel Moreira aka Tibars e Vasco VianaDjon África
Duelo Ao Sol - Composição por Xutos e PontapésLinhas de Sangue
Liberdade e Alegria - Letra: António-Pedro Vasconcelos, música: José M. AfonsoParque Mayer

Melhor Argumento Adaptado
António Ferreira e Glória M. Ferreira, adaptado do livro A Trança de Inês de Rosa Lobato de Faria – Pedro e Inês
Carlos Saboga, adaptado de Livro Negro De Padre Dinis de Camilo Castelo Branco – O Caderno Negro
João Milagre e Fátima Ribeiro, adaptado a partir da obra de Virgílio Ferreira – Aparição
Sérgio Tréfaut, Fátima Ribeiro, adaptado da obra Seara de Vento de Manuel da Fonseca – Raiva

Melhor Argumento Original
Bruno de Almeida e John Frey – Cabaret Maxime
Jorge Paixão da Costa e Mário Botequilha – Soldado Milhões
Leonor Pinhão – Ruth
Tiago R. Santos – Parque Mayer

Melhor Banda Sonora Original
José M. Afonso – Parque Mayer
Luís Pedro Madeira – Pedro e Inês
Manuel João Vieira – Cabaret Maxime
The Legendary Tigerman – Ruth

Melhor Montagem
António Ferreira – Pedro e Inês
Bruno De Almeida e Pedro Ribeiro – Cabaret Maxime
João Braz – Soldado Milhões
Pedro Ribeiro – Parque Mayer

Melhor Maquilhagem e Cabelos
Abigail Machado e Mário Leal – Parque Mayer
Emmanuelle Fèvre – Raiva
Maria José Silvestre – Ruth
Nuno Esteves “Blue” – Cabaret Maxime

Melhor Guarda Roupa
Joana Cardoso – Soldado Milhões
Lucha D'Orey – Ruth
Maria Gonzaga – Parque Mayer
Sílvia Grabowski – Pedro e Inês

Melhor Realizador
António Ferreira – Pedro e Inês
António-Pedro Vasconcelos – Parque Mayer
Bruno de Almeida – Cabaret Maxime
Sérgio Tréfaut – Raiva

Melhor Som
Olivier Blanc, Bruno Tarrière – Raiva
Pedro Melo, Branko Neskov, Ivan Neskov e Elsa Ferreira – Soldado Milhões
Pedro Melo & Miguel Martins – Cabaret Maxime
Vasco Pedroso, Branko Neskov, Elsa Ferreira – Parque Mayer

Melhor Direcção Artística
Clara Vinhais – Parque Mayer
Isabel Branco – O Caderno Negro
Joana Cardoso – Soldado Milhões
João Torres – Cabaret Maxime

Melhores Efeitos Especiais/Caracterização
Filipe Pereira e Manuel Jorge – Soldado Milhões
Júlio Alves – Pedro e Inês
Olga José – Carga
Rita De Castro E Nuno Esteves "Blue" – Linhas de Sangue

Melhor Actriz Principal
Ana Padrão – Cabaret Maxime
Daniela Melchior – Parque Mayer
Isabel Ruth – Raiva
Joana de Verona – Pedro e Inês

Melhor Actor Principal
Adriano Carvalho – Vazante
Diogo Amaral – Pedro e Inês
Francisco Froes – Parque Mayer
Hugo Bentes – Raiva

Melhor Actriz Secundária
Alexandra Lencastre – Parque Mayer
Ana Bustorff – Ruth
Beatriz Batarda – Colo
Carla Maciel - Parque Mayer

Melhor Actor Secundário
Adriano Luz – Raiva
Cristóvão Campos – Pedro e Inês
Dmitry Bogomolov – Carga
Miguel Guilherme – Parque Mayer

Melhor Documentário em Curta-Metragem
Kids Sapiens Sapiens, de António Aleixo
Pele de Luz, de André Guiomar
Russa, de João Salaviza e Ricardo Alves Jr.
Sombra Luminosa, de Mariana Caló e Francisco Queimadela

Melhor Curta-Metragem de Ficção
Aquaparque, de Ana Moreira
Como Fernando Pessoa Salvou Portugal, de Eugène Green
Sleepwalk, de Filipe Melo
Terra Amarela, de Dinis M. Costa

Curta-Metragem de Animação
Agouro, de David Doutel e Vasco Sá
Entre Sombras, de Mónica Santos e Alice Guimarães
Porque É Este O Meu Ofício, de Paulo Monteiro
Razão Entre Dois Volumes, de Catarina Sobral

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão de 4 e 13 de Abril

Olhão recebe a primeira edição do FICLO - Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão entre 4 e 13 de Abril, em vários locais da cidade algarvia.


No dia 4 de Abril, o Auditório Municipal de Olhão recebe, pelas às 19h00, o Filme de Abertura do FICLO 2019, The Gentle Indifference of the World, de Adilkhan Yerzhanov, que estará presente na sessão. A longa-metragem serve de inspiração a um Menu Fílmico, concebido pelo Chef Adérito Almeida, que será disponibilizado após a sessão.

O festival irá apresentar uma Competição Internacional composta por 10 filmes, todos eles inéditos ou sem estreia comercial em Portugal, com origem em países como Cazaquistão, Sérvia, Espanha, Ucrânia ou República Checa.

Estão também programados três ciclos: País Convidado, este ano dedicado à Suécia; Realizadoras, com a mais importante retrospectiva em Portugal da cineasta soviética Kira Muratova, falecida em 2018; e Obra Criativa do Festival, com um convite aos escritores Alexandra Lucas Coelho, Gonçalo M. Tavares e Nuno Mourão para apresentarem criações em diálogo com as imagens de três filmes mudos. O FICLO terá ainda Sessões Especiais (Special Screenings), Masterclasses, Oficinas, Instalações, Performances, Leituras e Concertos.

A propósito do festival, mas com o objectivo de se tornarem uma referência no panorama turístico do Algarve, o FICLO criou, em parceria com os Tuk Tuk de Olhão e Tavira, os Passeios Fílmicos – Turismo Cinematográfico. Através destes roteiros, o público pode percorrer locais da região que serviram de cenário a filmes de Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Teresa Villaverde ou Tony Gatlif.

O FICLO decorre no Auditório Municipal de Olhão, na Associação Cultural Re-Criativa República 14, na Sociedade Recreativa Progresso Olhanense, no Mercado da Fruta (palco de declamações e local para uma livraria temporária), entre outros espaços olhanenses, e é organizado pelo Cineclube de Tavira em co-produção com a Câmara Municipal de Olhão, e com o apoio do programa cultural 365 Algarve.

Mais informações sobre o Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão em https://www.facebook.com/festivalcinemaliteraturaolhao/.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

O Hoje Vi(vi) um Filme faz 7 anos

O Hoje Vi(vi) um Filme está a crescer e completa hoje, dia 26 de Fevereiro, sete primaveras. Sinto-me orgulhosa ao ver como tem crescido, em público e conteúdos, e espero que assim continue.

O último ano foi marcado por momentos felizes e positivos, com o blog a marcar presença pela primeira vez na Comic Con Portugal, onde pude conhecer algumas figuras inspiradoras.

Já há sete anos que estamos nestas andanças de blog individual de cinema e apesar de haver momentos em que o tempo escasseia para tantos acontecimentos e coberturas - e os Oscars são um dos mais trabalhosos do ano, sem dúvida -, tem sido recompensador observar e sentir o feedback e os bons resultados.


Foi a 26 de Fevereiro de 2012 que tudo começou, num Domingo de Oscars.

Obrigada aos que nos vão acompanhando. Continuaremos por aqui a viver o Cinema convosco.

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Oscars 2019: Red Carpet

Conhecidos os vencedores da 91.ª edição dos Oscars, olho agora com mais atenção para os modelos que desfilaram na passadeira vermelha. O rosa dominou muitos dos looks (com grande pena minha) e não foi fácil escolher os meus favoritos. Poucos me conquistaram. Eis, como de costume, uma breve análise aos mais bem vestidos da red carpet dos Oscars (para mim, que não pesco nada de moda).

TINA FEY poderia dar uma boa apresentadora dos Oscars (com Amy Poehler e Maya Rudolph, porque não?). Mas falando do visual, a actriz estava elegantíssima num vestido azul Vera Wang, muito simples, mas igualmente muito eficaz. Uma opção segura que, combinada com o penteado e jóias (Niwaka Jewelry) certas, fez Fey brilhar.
Foto: Frazer Harrison/Getty Images

O amarelo poderia ser arriscado, mas este modelo Versace foi uma aposta ganha para CONSTANCE WU (estrela de Crazy Rich Asians). Um tom suave, malmequer, dá à actriz um ar quase angelical.
Foto: Jeff Kravitz/FilmMagic

Nomeada para o Oscar de Melhor Actriz, MELISSA MCCARTHY fez uma aposta segura mas elegante, num fato preto e branco Brandon Maxwell, cuja capa deu uma sofisticação extra. Maquilhagem, penteado e as jóias favoreceram ainda mais a actriz.
Foto: Jeff Kravitz/FilmMagic

NICHOLAS HOULT foi, provavelmente, o homem mais elegante da noite. O fato preto Dior destacou-se devido à faixa cruzada a sair da zona do peito. Um toque cheio de classe.
Foto: Jordan Strauss/Invision/AP

Vencedora do Oscar para Melhor Actriz Secundária, REGINA KING surgiu na passadeira vermelha com um bonito vestido branco com cauda, Oscar de la Renta. Jóias (Chopard Jewelry) e cabelo fizeram jus ao modelo, que não passou despercebido.
Foto: Jordan Strauss/Invision/AP

OLIVIA COLMAN marcou uma das surpresas da noite ao conquistar o Oscar para Melhor Actriz pelo seu desempenho como Rainha Anne, em A Favorita. Na passadeira vermelha, desfilou com um bonito vestido de seda verde-esmeralda escuro da Prada, com um laço cinza nas costas, com alguns detalhes em prata, que se transformava numa capa. Com tanto de clássico como de moderno.
Foto: Steve Granitz/WireImage

Nomeada para o Oscar de Melhor Actriz Secundária, a mexicana MARINA DE TAVIRA deslumbrou na red carpet com um vestido vermelho, a condizer. O modelo J. Mendel combinou na perfeição com as jóias Lorraine Schwartz.
Foto: Frazer Harrison/Getty Images

Uma das minhas favoritas da noite foi DANAI GURIRA com um visual digno de uma rainha de Wakanda. Deslumbrante, a actriz de Black Panther surgiu num poderoso vestido dourado com detalhes em preto, Brock Collection. As jóias Fred Leighton e a bandolete a realçar o penteado, completaram o visual de encantar.
Foto: Frazer Harrison/Getty Images

Igualmente deslumbrante esteve a nomeada para Melhor Actriz Secundária, AMY ADAMS, num vestido Versace, muito justo, em tons de prata. O penteado e as jóias Cartier deram ainda mais elegância ao visual.
Foto: Frazer Harrison/Getty Images

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Sugestão da Semana #365

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Se Esta Rua Falasse, de Barry Jenkins.

SE ESTA RUA FALASSE


Ficha Técnica:
Título Original: If Beale Street Could Talk
Realizador: Barry Jenkins
Actores: KiKi Layne, Stephan James, Regina King, Colman Domingo, Teyonah Parris, Michael Beach, Aunjanue Ellis
Género: Crime, Drama, Romance
Classificação: M/14
Duração: 119 minutos


Oscars 2019: Os Vencedores

É hoje a grande noite dos Oscars. Filmes vistos, apostas feitas, vamos estar em directo a actualizar os vencedores desta 91.ª edição.


Melhor Filme
BlacKkKlansman
Black Panther
Bohemian Rhapsody
The Favourite
Green Book
Roma
A Star Is Born
Vice

Melhor Actor
Christian Bale (Vice)
Bradley Cooper (A Star Is Born)
Willem Dafoe (At Eternity's Gate)
Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Viggo Mortensen (Green Book)

Melhor Actriz
Yalitza Aparicio (Roma)
Glenn Close (The Wife)
Olivia Colman (The Favourite)
Lady Gaga (A Star Is Born)
Melissa McCarthy (Can You Ever Forgive Me?)

Melhor Actor Secundário
Mahershala Ali (Green Book)
Adam Driver (BlacKkKlansman)
Sam Elliott (A Star Is Born)
Richard E. Grant (Can You Ever Forgive Me?)
Sam Rockwell (Vice)

Melhor Actriz Secundária 
Amy Adams (Vice)
Marina de Tavira (Roma)
Regina King (If Beale Street Could Talk)
Emma Stone (The Favourite)
Rachel Weisz (The Favourite)

Melhor Realizador
Alfonso Cuaron (Roma)
Yorgos Lanthimos (The Favourite)
Spike Lee (BlacKkKlansman)
Adam McKay (Vice)
Pawel Pawlikowski (Cold War)

Melhor Argumento Original
The Favourite (Deborah Davis e Tony McNamara)
First Reformed (Paul Schrader)
Green Book (Brian Hayes Currie, Peter Farrelly e Nick Vallelonga)
Roma (Alfonso Cuaron)
Vice (Adam McKay)

Melhor Argumento Adaptado
A Star Is Born (Bradley Cooper, Will Fetters e Eric Roth)
The Ballad of Buster Scruggs (Joel Coen e Ethan Coen)
BlacKkKlansman (Spike Lee, David Rabinowitz, Charlie Wachtel e Kevin Willmott)
If Beale Street Could Talk (Barry Jenkins)
Can You Ever Forgive Me? (Nicole Holofcener e Jeff Whitty)

Melhor Filme de Animação
Incredibles 2
Isle of Dogs
Mirai
Ralph Breaks the Internet
Spider-Man: Into the Spider-Verse

Melhor Filme Estrangeiro
Capernaum (Líbano)
Cold War (Polónia)
Never Look Away (Alemanha)
Roma (México)
Shoplifters (Japão)

Melhor Fotografia
The Favourite (Robbie Ryan)
Never Look Away (Caleb Deschanel)
Roma (Alfonso Cuaron)
A Star Is Born (Matty Libatique)
Cold War (Lukasz Zal)

Melhor Montagem
BlacKkKlansman (Barry Alexander Brown)
Bohemian Rhapsody (John Ottman)
The Favourite (Yorgos Mavropsaridis)
Green Book (Patrick J. Don Vito)
Vice (Hank Corwin)

Melhor Design de Produção
Black Panther (Hannah Beachler e Jay Hart)
The Favourite (Fiona Crombie e Alice Felton)
First Man (Nathan Crowley e Kathy Lucas)
Mary Poppins Returns (John Myhre e Gordon Sim)
Roma (Eugenio Caballero e Barbara Enriquez)

Melhor Guarda-Roupa
The Ballad of Buster Scruggs (Mary Zophres)
Black Panther (Ruth E. Carter)
The Favourite (Sandy Powell)
Mary Poppins Returns (Sandy Powell)
Mary Queen of Scots (Alexandra Byrne)

Melhor Caracterização
Border
Mary Queen of Scots
Vice

Melhor Banda Sonora Original
Black Panther (Ludwig Goransson)
BlacKkKlansman (Terence Blanchard)
If Beale Street Could Talk (Nicholas Britell)
Isle of Dogs (Alexandre Desplat)
Mary Poppins Returns (Marc Shaiman)

Melhor Canção Original
All the Stars (Black Panther, escrito por Kendrick Lamar, Al Shux, Sounwave, SZA e Anthony Tiffith)
Interpretado por Kendrick Lamar e SZA
I'll Fight (RBG, escrito por Diane Warren)
Interpretado por Jennifer Hudson
The Place Where Lost Things Go (Mary Poppins Returns, escrito por Marc Shaiman e Scott Wittman)
Interpretado por Emily Blunt
Shallow (A Star Is Born, escrito por Lady Gaga, Mark Ronson, Anthony Rossomando e Andrew Wyatt)
Interpretado por Bradley Cooper e Lady Gaga
When a Cowboy Trades His Spurs for Wings (The Ballad of Buster Scruggs, escrito por Dave Rawlings e Gillian Welch)
Interpretado por Tim Blake Nelson e Willie Watson

Melhores Efeitos Sonoros
Black Panther
Bohemian Rhapsody
First Man
Roma
A Star Is Born

Melhor Montagem de Som
Black Panther
Bohemian Rhapsody
First Man
A Quiet Place
Roma

Melhores Efeitos Visuais
Avengers: Infinity War
Christopher Robin
First Man
Ready Player One
Solo: A Star Wars Story

Melhor Documentário
Free Solo
Hale County This Morning, This Evening
Minding the Gap
Of Fathers and Sons
RBG

Melhor Curta Documental
Black Sheep
End Game
Lifeboat
A Night at the Garden
Period. End of Sentence.

Melhor Curta de Animação
Animal Behaviour
Bao
Late Afternoon
One Small Step
Weekends

Melhor Curta
Detainment
Fauve
Marguerite
Mother
Skin

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Oscars 2019: Os Actores Principais

Olhemos agora para os nomeados para o Oscar de Melhor Actor. Ethan Hawke é o nomeado ausente - o melhor desempenho masculino do ano passado, totalmente ignorado pela Academia. Entre os cinco candidatos, há dois nomes fortes, mas todos os desempenhos estão a níveis bastante semelhantes. Vou abster-me quanto a Willem Dafoe pois ainda não assisti ao seu filme. Eis os nomeados para Melhor Actor, por ordem de preferência:



Bradley Cooper mostra que sabe cantar... e não só. Cooper é, sem dúvida, a grande Estrela do título do seu filme. Afinal, ali há talento, e muito. Nunca imaginei vê-lo num papel com a entrega e emoção que coloca em Jackson Maine. O actor (agora sim, podemos chamá-lo actor) transmite-nos o desespero e desencanto, o vazio que sente, a mágoa e tristeza. Ele sofre e faz-nos ter piedade da sua personagem, esquecendo, por vezes, que Lady Gaga também está no ecrã. Cria-se uma empatia imensa com Cooper que parece ter esperado muitos anos por uma personagem com esta força e carácter. É arrepiante vê-lo. E por muitas graças que se possam fazer acerca da sua personagem em A Ressaca, nada se compara a este alcoólico doente e sem forças, nem esperança.



Já estamos habituados às inúmeras transformações de Christian Bale de personagem para personagem, mas nunca estamos verdadeiramente preparados para a próxima. Em Vice, surge mais uma vez camaleónico e assustadoramente semelhante a Cheney em expressões, gestos e até na voz e forma de falar. Um fabuloso desempenho.



Rami Malek é quem conduz Bohemian Rhapsody e o faz valer a pena. Uma interpretação quase idêntica ao verdadeiro Freddie, o que vai para além da caracterização ou parecenças físicas. Malek estudou minuciosamente os gestos, os movimentos, a forma de andar de Freddie Mercury... Uma interpretação convincente e cheia de dedicação.



Viggo Mortensen forma uma dupla-maravilha como Mahershala Ali, na pele de um italo-americano gabarola e um tanto grosseiro. Viggo engordou para fazer esta personagem, e a comida italiana parece ter sido a dieta ideal. O actor é tão boçal como sincero, numa pureza conspurcada mas ainda com alguma doçura ou inocência. Dos modos racistas iniciais, Tony vai aprendendo muito com Don - e igualmente ensinando -, e entre as diferenças surgem muitos pontos comuns. Tão diferentes e tão complementares.

Willem Dafoe (At Eternity's Gate)
 

Sem avaliação

Oscars 2019: As Actrizes Principais

Mais um ano de bons desempenhos femininos. Da actriz veterana às menos experientes, há papéis para todos os gostos. Não posso avaliar Glenn Close pois ainda não vi o seu filme. Aqui fica a minha listagem das nomeadas, por ordem de preferência.



Olivia Colman é enorme no papel de rainha, transfigurando-se conforme a debilidade da personagem. Uma mulher atormentada pelas dores física e psicológica, ingénua, desnorteada e apaixonada, em especial pelos seus 17 coelhos de estimação. Anne parece, por vezes, uma criança mimada ou um bebé indefeso. A actriz engordou cerca de 16 kg para vestir a pele da rainha Anne e é grande parte da alma do filme.

2. Melissa McCarthy (Can You Ever Forgive Me?)


Facilmente associamos Melissa McCarthy à comédia, mas em Can You Ever Forgive Me? o lado dramático da actriz manifesta-se. O humor está presente, claro, mas Melissa transforma-se, e não apenas fisicamente. A mágoa e desilusão da escritora mal-amada, solitária e desconfiada atormentam a personagem que se refugia na bebida... e na falsificação. Uma interpretação tão intensa como divertida.



Lady Gaga interpreta-se a si mesma em grande parte de Assim Nasce Uma Estrela. A cantora e actriz dá um verdadeiro show como Ally ao cantar grande parte dos tema do filme, mas confesso que gosto mais da sua inicial versão country, mais genuína, onde irradia química com Bradley Cooper. Esses são os seus melhores momentos.



Os dois momentos verdadeiramente exigentes para Yalitza Aparicio são, sem sombra de dúvida, o parto e a cena final, na praia com as crianças de quem cuida. De resto, a actriz faz o que lhe compete, mas não se transcende, pois a personagem não lhe pede mais que isso. Simples, sem grandes opiniões ou ideias, Cleo sofre mas resigna-se - talvez em demasia.

Glenn Close (The Wife)


Sem avaliação.

Oscars 2019: Os Actores Secundários

Percorro agora os nomeados para o Oscar de Melhor Actor Secundário. É uma categoria com dois grandes desempenhos e outros igualmente esforçados e competentes. Eis os cinco nomeados, por ordem de preferência.



Mahershala Ali faz um trabalho fenomenal na pele de Don Shirley, mais ainda sabendo que há poucos registos filmados do pianista. Mahershala agarra-se a todas as informações que obteve e constrói uma personagem culta, íntegra e solitária, com uma grande crise de identidade. Um homem  snobe, que engole o orgulho para ganhar a vida com o seu talento - aquilo que mais prazer lhe dá fazer -, enquanto se debate com uma realidade racista e inumana que lhe está tão longe, mas também tão perto.

2. Richard E. Grant (Can You Ever Forgive Me?)


Uma belíssima surpresa entre o painel de nomeados. Richard E. Grant tem uma interpretação elegante e sentida na pele de um traficante alcoólico homossexual, cujo caminho se cruza com o da protagonista de Can You Ever Forgive Me?. Entre a fragilidade da doença e o companheirismo com Melissa McCarthy, se o actor recebesse o Oscar este ano, seria muito bem entregue.



Adam Driver destaca-se no papel do polícia judeu que se infiltra no Ku Klux Klan. Ele pouco se importa com as suas raízes, até se confrontar com o ódio desmedido. Para além do tom cómico inevitável na situação em que a personagem se encontra, há uma tomada de consciência que Driver sabe incorporar com muito realismo.



Rockwell surge como uma cópia de George W. Bush. Vencedor do Oscar nesta mesma categoria o ano passado, o actor regressa ao tom cómico ao construir um Bush irresponsável e pouco comprometido com a nação que serve. Os tiques e gestos foram bem estudados e ajudam em muito às parecenças com a personagem.



Sam Elliott tem um papel pequeno mas emotivo e com importância para melhor compreender Assim Nasce Uma Estrela. Ele é o irmão mais velho do protagonista, para quem foi quase um pai, duro mas muito preocupado com o seu protegido.

Oscars 2019: As Actrizes Secundárias

Analiso agora as nomeadas para Melhor Actriz Secundária. Estão todas muito equilibradas por aqui, tanto que é difícil escolher a favorita. Não posso contudo avaliar a potencial vencedora deste ano, Regina King, pois ainda não vi o seu filme. Eis as nomeadas por ordem de preferência.



Rachel Weisz é Lady Sarah, a melhor amiga da rainha que assume as decisões do reino a favor das suas simpatias políticas e que mais possam convir ao marido; uma mulher fria e calculista, que acaba por ser também ela manipulada. A actriz supera-se numa interpretação repleta de maturidade e seriedade, de elegância e talento.



Amy Adams está quase empatada com Weisz nas minhas preferências. Ela é a mulher por detrás dos homens, Lynne Cheney. Adams também se supera com uma interpretação de peso, que lhe exigiu bastante trabalho de bastidores, num estudo minucioso, tendo adoptado a voz de Cheney até nos intervalos de gravação. A actriz tem aqui mais uma boa parceria - já bem conhecida de outros filmes - com Christian Bale.



Emma Stone é a criada Abigail, ambiciosa e sem escrúpulos, que vagueia entre o ar mais angelical e inocente ao mais perverso e maquiavélico. Stone é enérgica e ataca com a rebeldia que lhe é característica. Mais uma vez, revela-se uma excelente actriz de comédia e apenas fica a faltar-lhe um pouco mais de maldade - que a personagem pede muito.



Marina de Tavira dá nas vistas em Roma pelo seu desempenho de mulher traída e magoada que tenta, a todo o custo, menorizar a dor dos filhos. Ainda assim, é uma prestação simples que coloca em dúvida a justiça desta nomeação.

Regina King (If Beale Street Could Talk)
 
  Sem avaliação

Oscars 2019: Melhor Filme

A cerimónia dos Oscars 2019 acontece hoje, dia 24 de Fevereiro, e nada melhor do que uma breve análise aos nomeados. São oito os candidatos na corrida para Melhor Filme e há cinema para todos os gostos, num ano com vários potenciais vencedores. Aí ficam os nomeados, por ordem de preferência.



É A Favorita e é também a preferida do Hoje Vi(vi) um Filme. Não dá para resistir. Eis o trio de actrizes mais triunfal do ano: Olivia Colman, Rachel Weisz e Emma Stone. Com A Favorita, Yorgos Lanthimos sai da sua zona de conforto, onde deixa a plateia desconfortável com os seus retratos-limite da sordidez humana (Canino, A Lagosta, O Sacrifício de um Cervo Sagrado...), para se aventurar num filme menos complexo mas repleto das suas marcas autorais e influências. E temos de confessar, nem num filme de época ele nos dá sossego. E ainda bem. 



Mais um realizador que arriscou e teve sucesso. Green Book é uma das melhores surpresas entre os nomeados. É na simplicidade e, fundamentalmente, nos protagonistas que o filme de Peter Farrelly se revela uma aposta ganha. Um filme que não quer ser mais do que aquilo que é - passa uma mensagem séria e ainda actual, através do humor, com um guião bem escrito e tão bem interpretado. Mahershala Ali e Viggo Mortensen formam uma dupla insuperável.



Vice é uma espécie de filme biográfico sem papas na língua que Adam McKay realizou sobre o vice-presidente mais influente na Casa Branca, Dick Cheney. Leva-nos num mergulho frontal e sarcástico - quase mórbido - no mundo impenetrável da política norte-americana, fazendo-nos conhecer o mentor do estado a que o país chegou. A influência de um homem quase invisível teve repercussões assustadoras. É em jeito de paródia (ou farsa) que McKay nos confronta com uma realidade demasiado dolorosa para ser mentira.



BlacKkKlansman é um entusiasmante relato de uma história real, quase inacreditável - e por isso mesmo tão genial. Spike Lee usa uma estética muito própria com uma acção ritmada e viciante. A longa-metragem passa-se nos anos 70 mas é especialmente actual ao tocar as tensões raciais, políticas e sociais nos Estados Unidos, que também se têm reacendido desde o início da administração Trump. BlacKkKlansman é entretenimento do bom e ainda dá uma lição de História e de valores a todos. Bem feito Spike Lee.



Roma é um filme parcialmente autobiográfico em que o cineasta pretende homenagear a empregada que o criou. Cuarón tomou as rédeas da realização, mas igualmente do argumento e direcção de fotografia. Um filme muito pessoal, criado para ser universal. E que, apesar de toda a perfeição técnica, à medida que o tempo passa, para mim, tem perdido o fulgor inicial, tornando-se cada vez mais banal.



Eis o remake dos tempos modernos de um filme que já teve várias leituras ao longo da História do Cinema, Assim Nasce Uma Estrela. A nova visão do clássico não traz nada de muito novo, mas é um filme agradável, competente, onde as interpretações surpreendem, em especial Bradley Cooper. Muita música e um bom trabalho de som, ao mesmo tempo que os planos acompanham as emoções que se vivem em palco e fora dele.



A Marvel chegou ao rol de nomeados para Melhor Filme com Black Panther, o nomeado mais inesperado(?) do ano. O filme de super-heróis distancia-se dos seus "parentes", em especial, pelo universo onde se insere a história que conta e pelo elenco maioritariamente de ascendência africana. Apesar da competência de Ryan Coogler, não me parece que Black Panther devesse fazer parte dos nomeados na categoria principal dos Oscars.



A ascensão de Freddie Mercury e dos Queen, desde o tempo em que o cantor dava pelo nome de Farrokh Bulsara, ao afastamento e posterior reunião da banda para o Live Aid, em 1985. É este o percurso que Bohemian Rhapsody segue, com Rami Malek numa interpretação poderosa. Contudo, ao filme falta, sem dúvida, toda a alma da banda. Nós merecíamos mais.