sábado, 31 de julho de 2021

Doclisboa 2021: Avi Mograbi, Bill Morrison, Lydia Lunch, Lucio Dalla entre as primeiras novidades

O Doclisboa revelou as primeiras novidades da programação da sua 19.ª edição. Avi Mograbi, Bill Morrison, Lydia Lunch e Lucio Dalla estão entre os destaques do festival em 2021.

Entre os títulos confirmados estão nove filmes da secção Da Terra à Lua (que apresenta um conjunto de olhares críticos sobre o mundo), e novo filmes do Heart Beat (com foco no universo artístico).

The First 54 Years – An Abbreviated Manual for Military Occupation, Avi Mograbi

O cineasta israelita Avi Mograbi estará em Lisboa em Outubro para apresentar o seu novo trabalho: The First 54 Years – An Abbreviated Manual for Military Occupation é um "filme que, através dos testemunhos de antigos soldados presentes na ocupação do território palestiniano, constrói uma sátira sobre os mecanismos de opressão no conflito israelo-palestiniano que se estende há 54 anos".

Questões políticas e territoriais são também o foco do novo filme dos cineastas brasileiros Carolina Canguçu, Roberto Romero, Sueli e Isael Maxakali, Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa!. Trata-se de "um manifesto que, através do registo das práticas e rituais etnográficos, procura compor uma cartografia visual do espaço físico, histórico e mitológico do território, ao mesmo tempo que denuncia a acção política governamental que os tenta silenciar". Também do Brasil, Tentehar - Arquitetura do Sensível, de Paloma Rocha e Luís Abramo, tem estreia internacional no Doclisboa. O filme "parte das eleições presidenciais brasileiras de 2018 para investigar e debater a identidade do país que se encontra cada vez mais dividido na dicotomia política".

Theo Anthony apresenta o seu mais recente All Light, Everywhere, e Bill Morrison regressa ao Doclisboa com The Village Detective: a song cycle

Muita política na secção Da Terra à Lua: a vida do último líder soviético em Gorbachev. Heaven, de Vitaly Mansky, a espionagem cubana nos anos 90 em Castro’s Spies, de Ollie Aslin e Gary Lennon, o modelo pós-socialista e as crescentes forças económicas capitalistas de Factory to the Workers, de Srđan Kovačević, e as questões políticas e cívicas prementes na vida dos cidadãos da Geórgia em Sunny, de Keti Machavariani, são os títulos já confirmados.

Na secção Heart Beat, Lydia Lunch - The War is Never Over, de Beth B, é um dos destaques desta edição. O documentário mostra a vida da "cantora, poeta e actriz norte-americana, cruzando imagens de arquivo, fotografias, performances e entrevistas, numa estética cinematográfica em simbiose perfeita com a inesgotável energia punk de Lydia Lunch"For Lucio, de Pietro Marcello, leva-nos "ao imaginário poético e irreverente de Lucio Dalla, num tributo à figura emblemática da música italiana cujas composições e letras reverberam as várias transformações sociais que atravessaram o país nas décadas após a Segunda Guerra Mundial".

Lydia Lunch - The War is Never Over, Beth B

O Doclisboa 2021 apresenta, em estreia mundial, a Trilogia de Narodnaya (Narodnaya, After Narodnaya e Comet), de Vadim Kostrov. São "três filmes que documentam a criação de uma galeria sazonal numa pequena localidade industrial russa que rapidamente se transforma num importante pólo de cultura underground onde diversos artistas urbanos e músicos ali se unem impulsionados pela liberdade de espírito"

O festival apresenta ainda Gallant Indies, de Philippe Béziat, "sobre um grupo de dançarinos que prepara a adaptação contemporânea da obra-prima barroca que dá título ao filme e que cruza diferentes danças urbanas com o canto lírico para invadir a Ópera da Bastilha em Paris", e Firestarter - The Story of Bangarra, de Nel Minchin e Wayne Blair sobre a companhia de dança australiana aborígene, um marco na história do movimento da luta pelos direitos dos aborígenes e contra as discriminações raciais.

High Maintenance: The Life and Work of Dani Karavan, de Barak Heymann, lança um olhar sobre a vida e legado do escultor israelita Dani Karavan, falecido em Maio deste ano. 

Ainda Famille FC, de André Valentim Almeida, terá estreia mundial no Doclisboa. Um documentário que acompanha o associativismo desportivo organizado pelos emigrantes portugueses que residem em Île-de-France.

O Doclisboa regressa às salas de 21 a 31 de Outubro. Mais informações em https://doclisboa.org/.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Conversa sobre Representatividade e Diversidade no Cinema e nas Artes em Portugal acontece online a 1 de Agosto

A Conversa sobre Representatividade e Diversidade no Cinema e nas Artes em Portugal acontece no dia 1 de Agosto, às 16h00, com transmissão em directo no Facebook, Instagram, Youtube, Twitter e Twitch da revista BANTUMEN.

A participar nesta conversa estarão o activista e representante da SOS Racismo Mamadou Ba, a performer e activista Melissa Rodrigues e o actor Mauro Hermínio; a moderação será da jornalista Marisa Rodrigues da BANTUMEN.

A iniciativa, organizada pela revista online BANTUMEN e pela distribuidora Alambique, surge por ocasião da estreia nos cinemas do filme A Noite dos Reis, de Philippe Lacôte - voz emergente do cinema africano actual. A longa-metragem "é uma experiência imersiva na MACA, a maior prisão de Costa de Marfim, numa noite de lua vermelha. O filme, entre mitos e rituais, procura reflectir no passado pré-colonial da Costa do Marfim e na situação actual do país". Estreia nas salas de cinema nacionais a 5 de Agosto.

Estreias da Semana #466

Esta Quinta-feira, chegam aos cinemas portugueses sete novos filmes. Destaque para Funeral de Estado, de Sergey Loznitsae Perdidos no Tempo, de M. Night Shyamalan. Na Netflix Portugal, há uma nova estreia.

A Flor (2019)
La flor
Produzido ao longo de uma década, La Flor, de Mariano Llinás, é composto por seis episódios distintos, cada um protagonizado pelas mesmas quatro actrizes: de um filme de monstros a um musical, de um thriller de espionagem ao remake de um clássico francês.

Aya e a Feiticeira (2020)
Âya to majo / Earwig and the Witch
Aya tem 10 anos e foi deixada num orfanato ainda bebé. Adora viver lá, sobretudo porque tem a incrível habilidade de fazer com que toda a gente faça exactamente o que quer. A última coisa que Aya deseja é ser adoptada pela feiticeira Bella Yaga, mas, pela primeira vez na vida, o seu desejo não é atendido. Apesar de contrariada e triste por deixar os amigos, coloca a sua melhor cara e um sorriso forçado e vai. Afinal sempre quis aprender magia! Mas Aya precisará de todo o seu engenho para, com a ajuda do gato de Bella Yaga, conseguir sobreviver e, sobretudo, florescer.

D'Artacão e os 3 Moscãoteiros (2021)
D'Artacán y los tres mosqueperros
França, século XVII, reinado de Luís XIII. D'Artacão é um impetuoso e inocente camponês da Gasconha, habilidoso espadachim, que viaja até Paris com o objetivo de realizar o seu sonho: ingressar no Corpo de Moscãoteiros da Guarda Real.

As notícias da morte de Josef Stalin, em Março de 1953 deixaram a URSS em estado de choque. A partir de imagens de arquivo, a maioria inéditas, Loznitsa mostra os procedimentos - desde o anúncio da morte às cerimónias fúnebres. Alternando o preto e branco com a cor (em especial o vermelho associado ao regime), mas também os rostos tristes, as lágrimas, as pessoas de luto, o documentário revela o culto em torno da personalidade do líder soviético.

Jungle Cruise - A Maldição Nos Confins da Selva (2021)
Jungle Cruise
Filme inspirado no famoso passeio do parque temático da Disneyland, Jungle Cruise - A Maldição Nos Confins da Selva acompanha a Dra. Lily Houghton numa expedição científica ao longo do Rio Amazonas no velho barco do Capitão Frank Wolff, a fim de procurar uma árvore que poderá mudar para sempre o futuro da medicina.

Nas Tuas Mãos (2018)
Au bout des doigts
Um jovem de uma família modesta tem a rara hipótese de revelar o seu talento oculto para o piano, mas conseguirá ele encontrar a força e a coragem para enfrentar o desafio?

Presos no Tempo (2021)
Old
Uma família numa viagem aparentemente normal até uma praia isolada, descobre que o sítio tem efeitos ocultos nos seus corpos fazendo-os envelhecer rápida e inesperadamente, reduzindo toda a sua vida a um único dia.

Netflix Portugal

Estreia a 30 de Julho:

O Último Mercenário (2021)
Le Dernier Mercenaire
Richard Brumère, também conhecido como A Bruma, é um antigo agente especial dos serviços secretos franceses que se tornou mercenário. Quando uma operação da máfia ameaça a vida do seu filho, Richard recorre a antigos contactos e une forças com um bando de jovens imprudentes dos bairros sociais e com um excêntrico burocrata.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Porto/Post/Doc 2021: "Ideias para Adiar o Fim do Mundo" de 20 a 30 de Novembro

A 8.ª edição do Porto/Post/Doc acontece entre os dias 20 e 30 de Novembro, e vai pôr em debate as questões climáticas, sociais, políticas e ideológicas, em especial desde o surgimento da pandemia. Ideias para Adiar o Fim do Mundo é o tema que comanda a programação do festival em 2021.

Esta será também a temática orientadora do Fórum do Real, que integrará três painéis dedicados aos temas: A Terra, com moderação da jornalista Raquel Ribeiro; A Comunidade, com moderação do jornalista Abel Coentrão; e A Liberdade, com moderação do jornalista Ricardo Alexandre.

Inspirado no livro homónimo de Ailton Krenak, o programa Ideias para Adiar o Fim do Mundo pretende, tal como o activista e pensador indígena, "encontrar um paradigma inclusivo e promover uma acção conjunta e informada de conhecimento e humanismo". Será uma viagem por "ideias alternativas ao consumismo, desejos de uma realidade onde se derretem as diferenças e que alargam as formas de pensar a existência humana". Este programa inclui filmes como White Cube, de Renzo Martens; Who We Were, de Marc Bauders; Demain, de Cyril Dion e Mélanie Laurent; Nuestra voz de tierra, memoria y futuro, de Marta Rodríguez e Jorge Silva; e Antropocene: The Human Epoch, de Jennifer Baichwall. Junta-se ainda um programa de curtas-metragens que integra três trabalhos de Rosa Barba (Aggregate States of Matters, Bending to Earth e Disseminate and Hold) e Birds In the Earth, de Marja Helander

A abrir o Porto/Post/Doc 2021 estará um cine-concerto de homenagem ao cinema português: Maria do Mar, de José Leitão de Barros, musicado ao vivo pela Orquestra Sinfonietta de Lisboa com direção musical de Vasco Pearce de Azevedo, a partir de uma partitura original de Bernardo Sassetti. A cópia restaurada é apresentada em estreia no Porto, numa parceria entre o festival, a Cinemateca Portuguesa, a Casa Bernardo Sassetti e o Teatro Municipal do Porto.

O Porto/Post/Doc terá lugar no Teatro Municipal do Porto - Rivoli, Passos Manuel, Coliseu Porto Ageas, Casa Comum da Reitoria da Universidade Porto e Planetário do Porto - Centro Ciência Viva. Tal como em 2020, o festival contará ainda com uma extensão ao online, onde será possível assistir a grande parte dos filmes seleccionados. 

Mais informações em http://portopostdoc.com/.

SELECÇÃO IDEIAS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO

Aggregate States of Matters, Rosa Barba, Perú, Alemanha, 2019, DOC., EXP., 18'

Anthropocene: The Human Epoch, Jennifer Baichwal, Nicholas de Pencier, Edward Burtynsky, Canadá, 2018, DOC., 87'

Bending to Earth, Rosa Barba, EUA, Alemanha, 2015, DOC., EXP., 11'

Birds In The Earth, Marja Helander, Finlândia, 2018, DOC., 11'

Demain, Cyril Dion, Mélanie Laurent, França, 2015, DOC. 120'

Disseminate and Hold, Rosa Barba, Alemanha, 2016, DOC., EXP., 32'

Nuestra voz de tierra, memoria y futuro, Marta Rodríguez, Jorge Silva, Colômbia, 1981, DOC., 108'

White Cube, Renzo Martens, Holanda, Bélgica, DR Congo, 2020, DOC., 78'

Who We Were, Marc Bauder, Alemanha, 2021, DOC., 114'

Curtas Vila do Conde 2021: Vencedores da Competição Internacional em Análise

Depois de conhecidos os vencedores do Curtas Vila do Conde 2021, deixamos uma breve análise aos títulos que conquistaram os prémios da Competição Internacional: VO, de Nicolas Gourault, vencedor do Grande Prémio e candidato aos European Film Awards, indicado pelo CurtasI Gotta Look Good For The Apocalypse, de Ayce Kartal, vencedor do prémio para melhor filme de animação; Farrucas, de Ian de La Rosa, considerado o melhor documentário da competição; e a melhor curta de ficção, L'Enfant Salamandre, de Théo Dégen.


VO, Nicolas Gourault 

França - Vencedor do Grande Prémio, para o melhor filme em competição

"A ideia de um carro que seja capaz de conduzir-se a si próprio, de forma autónoma e sem intervenção humana, faz parte do imaginário da ficção científica há muito tempo. Recentemente, devido a diversos avanços tecnológicos e ao investimento de diversas empresas, que viam nesta hipótese uma solução para os seus negócios deficitários, este sonho parecia tornar-se realidade em breve. VO surge então como uma investigação quase forense ao que ocorreu de errado quando, em 2018, um dos testes desta nova tecnologia acabou em tragédia com enorme repercussão mediática: um erro da supervisão humana, uma falha da inteligência artificial, ou um misto dos dois?" 

Nicolas Gourault lança a reflexão sob vários pontos de vista, acerca da polémica questão dos carros autónomos. Através de excertos noticiosos, simulações gráficas e testemunhos de pessoas envolvidas, VO é um trabalho dinâmico, actual e cativante. 


I GOTTA LOOK GOOD FOR THE APOCALYPSE, Ayce Kartal 

Turquia/França - Prémio para Melhor Filme de Animação

"O ano cinemático que passou foi inevitavelmente contagiado pela inédita situação pandémica que se viveu a nível mundial. É também inevitável que esse contágio se manifeste sobre uma forma de comentário em relação ao sentimento de apocalipse mediático que todos atravessamos e as imagens únicas e inesperadas que surgiram, como por exemplo, de espaços subitamente vazios. Em I Gotta Look Good For The Apocalypse, Ayce Kartal recorre a algumas dessas imagens que marcaram este último ano, encontradas no Youtube ou noutras partes da Internet."

Ayce Kartal capta em animação alguns dos principais momentos que se viveram por todo o mundo desde o início da pandemia. Das ruas vazias, ao confinamento, do escape de alguns para a realidade virtual, à tensão familiar, até ao desconfinamento, aos poucos, e à adaptação à nova rotina. Uma experiência entre a melancolia e o humor, onde nem a corrida ao papel higiénico dos primeiros meses escapou.


FARRUCAS, Ian de la Rosa 

Espanha/EUA - Prémio para Melhor Documentário

"Uma viagem até El Puche, um bairro periférico esquecido nos subúrbios da cidade espanhola de Almería, revela pelo olhar atento de Ian de La Rosa uma irmandade notável entre quatro raparigas adolescentes. Orgulhosas das suas raízes marroquinas e espanholas – ou melhor, andaluzas –, elas estão conscientes das dificuldades e limitações que a sociedade lhes impõe, apenas por causa dessas origens."

Farrucas percorre sonhos e desilusões de quatro jovens de origens humildes, durante a celebração do aniversário de uma delas. O lixo, que rodeia o bairro onde vivem, denuncia a desesperança e a melancolia que paira sobre as lutas diárias que todas travam para alcançar as metas que tantos lhes negam. Em jeito de docuficção, o realizador Ian de La Rosa filma as protagonistas de forma íntima e muito próxima, reforçando a irmandade entre as quatro amigas, que passa para o outro lado do ecrã. 


L’ENFANT SALAMANDRE, Théo Dégen 

Bélgica - Prémio para Melhor Ficção

"Florian acreditava que podia comunicar com os mortos através do fogo, com o seu pai. Ele é a criatura mais estranha da aldeia onde vive. Por isso, é perseguido pelos jovens locais, que o maltratam, espancando-o e humilhando-o. De tanto ser julgado como um monstro, acaba por se transformar num e, doravante, terá muitas histórias para contar ao seu pai."

Seja um mundo mágico, invisível, paralelo, ou apenas a imaginação juvenil a trabalhar, certo é que L'Enfant Salamandre é um mergulho num surrealismo inocente, onde não faltam as agruras bem reais de um adolescente. Os bullies não dão descanso ao protagonista, mas nem eles demovem a sua dedicação em reencontrar o pai. No meio das aventuras e descobertas, há portas que se abrem, uma amizade que se constrói, e muitas histórias para contar.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

FUSO 2021 anuncia as 16 obras em competição

O FUSO - Anual de Videoarte Internacional de Lisboa anunciou as 16 obras a concurso. O festival acontece entre 25 e 29 de Agosto, com sessões ao ar livre e de entrada gratuita.

FUSO  2021 regressa aos jardins e claustros dos museus de Lisboa, com sessões curatoriais e uma sessão composta pelos vídeos submetidos a concurso.

A Sessão Open Call é exibida na abertura do festival, no dia 25 de Agosto, no MAAT; já os vencedores são anunciados no encerramento, a 29 de Agosto, no Museu da Marioneta, em Lisboa.. Serão atribuídos dois prémios: Prémio Aquisição Fundação EDP / MAAT e Prémio Incentivo Ar.Co.

As 16 obras seleccionadas são: Equinox, de Bruno Carnide, que se passa nos subúrbios de Tóquio; Rio Negro, de Cristina Ataíde, resultado de um profundo fascínio pelo momento de encontro das águas dos rios; La Ermita, de Eduardo Brito, que conta com música de Legendary Tigerman; Sempre achei que fosse uma pessoa de cidade, de Ema Ramos, uma reflexão sobre os seus últimos dois anos; Quelimane, de Francisco Miguel, uma sinfonia visual que abraça a experimentação, questionando as fronteiras que o vídeo consegue ultrapassar; Milkshake, de Grégory Le Lay, um olhar crítico à indústria leiteira dos Açores; Transhumance, de Helena Inverno, Verónica Castro e Bouchra Ouizguen, um ponto de confluências das práticas das três artistas (dança, som e imagem em movimento); Café Central, de Nuno Nunes-Ferreira, com 2500 recortes de jornais em três minutos; Wash. Rinse. Repeat., de Paula Albuquerque, uma montagem de imagens térmicas, incluindo as geradas por drones bélicos e de vigilância; Entremãos, de Pedro Calapez; Coreografia numa pedreira, de Renata Bueno, onde trabalhadores e máquinas mudam a sua rotina e com a artista desenham no espaço uma coreografia; O caminho ao até, de Sally Santiago, que usa imagens de arquivo para retratar o processo da confecção do linho, na região de Viseu; Breathe a Little Bit Faster, now!, de Sara Bernardo, inspirada na obra 1984, de George Orwell; Lapso, de Sofia Arriscado e Costanza Givone, sobre espaço da dúvida e o tempo, e a quedas das fronteiras que separam o interior e o exterior do corpo; The Factory (bad Machines), de Susana Anágua, realizado a partir dos diálogos do filme Midnight Express, de Alan Parker; e Passagem, de Tânia Dinis, um filme-ensaio sobre o que fica para lá da memória que se perde.

O tema do FUSO 2021 é Na Fronteira, e a programação completa será revelada brevemente.

SELECCIONADOS OPEN CALL 2021

25 agosto - Fundação EDP / MAAT

Equinox, Bruno Carnide, 2019, 3’28’’

Rio Negro, Cristina Ataíde, 2020, 8’14’’

La Ermita, Eduardo Brito, 2021, 4’10’’

Sempre achei que fosse uma pessoa de Cidade, Ema Ramos, 1’26’’, 2021

Quelimane, Francisco Miguel, 2019, 4’08’’

Milk shake, Grégory Le Lay, 2020, 3’28’’

Transhumance, Helena Inverno, Verónica Castro e Bouchra Ouizguen, 2019, 7’14’’

Café Central, Nuno Nunes-Ferreira, 2021, 3’

Wash. Rinse. Repeat., Paula Albuquerque, 2020, 8’25’’

Entremãos, Pedro Calapez, 2021, 5’1’’

Coreografia numa Pedreira, Renata Bueno, 2021, 1’18’’

O caminho ao até, Sally Santiago, 2020, 4’48’'

Breathe a Little Bit Faster, now!, Sara Bernardo, 2021, 5’53’’

Lapso, Sofia Arriscado e ​​Costanza Givone, 2021, 9’24’’

The Factory (bad Machines), Susana Anágua, 2019, 2’17’’

Passagem, Tânia Dinis, 2021, 7’20’’

domingo, 25 de julho de 2021

Curtas Vila do Conde 2021: Vencedores

O Curtas Vila do Conde terminou este Domingo, dia 25 de Julho, e foram anunciados os vencedores desta 29.ª edição. VO, de Nicolas Gourault, e Madrugada, de Leonor Noivo, foram alguns dos títulos premiados do festival.


Eis a lista completa de vencedores:

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL 

Grande Prémio, para o melhor filme em competição
VO
Nicolas Gourault · França · 2020 · DOC · 20’

Prémios para o melhor filme de cada categoria a concurso

Animação
I GOTTA LOOK GOOD FOR THE APOCALYPSE
Ayce Kartal · Turquia/França · 2021 · ANI/DOC · 6’

Documentário
FARRUCAS
Ian de la Rosa · Espanha/EUA · 2021 · FIC · 17’

Ficção
L’ENFANT SALAMANDRE
Théo Dégen · Bélgica · 2020 · FIC · 26’

Prémio do Público Fricon, para o filme da Competição Internacional com a melhor média de votação atribuída pelos espectadores
DAVID
Zach Woods · EUA · 2020 · FIC · 11’

Candidato aos European Film Awards indicado pelo Curtas Vila do Conde
VO
Nicolas Gourault · França · 2020 · DOC · 20’


COMPETIÇÃO NACIONAL

Melhor Filme
MADRUGADA
Leonor Noivo · Portugal · 2021 · FIC/DOC · 28’

Prémio do Público Canon 

Prémio Kino Sound Studio, para o melhor realizador português


COMPETIÇÃO EXPERIMENTAL 

Prémio Centro de Arte Oliva para melhor filme desta competição
SURVIVING YOU, ALWAYS
Morgan Quaintance · Reino Unido · 2020 · EXP · 18’

Menção Honrosa:
BAKI TADU É
Kate Saragaço-Gomes, Calum MacBeath Morgan · Índia/ Dinamarca/Portugal · 2021 · EXP · 13’


COMPETIÇÃO TAKE ONE!

Prémio Showreel + Instituto Português do Desporto e da Juventude + Restart + Agência da Curta Metragem
FRUTO DO VOSSO VENTRE
Fábio Silva · Portugal · 2021 · DOC · 20’

Prémio Blit para o melhor realizador português nesta competição
(IN)QUIETUDE
Ana S. Carvalho · Portugal · 2021 · FIC · 15’


COMPETIÇÃO CURTINHAS 

Prémio para o melhor filme da competição Curtinhas
VANILLE
Guillaume Lorin · França/Suíça · 2020 · ANI · 29’

Menções Honrosas:
(M/3)
KIKI LA PLUME (KIKI O PASSARINHO)
Julie Rembauville, Nicolas Bianco-Levrin · 2020 · França · ANI · 6’

(M/6)
UMBRELLAS (GUARDA-CHUVAS)
José Prats, Álvaro Robles · França/Espanha · 2020 · ANI · 12’

(M/10)
À LA MODE (NA MODA)
Jean Lecointre · França · 2020 · ANI · 9’


MY GENERATION


COMPETIÇÃO VÍDEOS MUSICAIS 

STEREOBOY - YIPMAN
Luís Sobreiro · Portugal · 2021 · 9’.COLOCAR SESSões e extensões

Curtas Vila do Conde 2021: Competição Nacional em análise (Parte IV)

Para finalizar a análise à Competição Nacional do Curtas Vila do Conde, escrevemos sobre Sortes, de Mónica Martins Nunes, Oso, de Bruno Lourenço, e Terceiro Turno, de Mário Macedo. Apenas não tivemos possibilidade de assistir a Madrugada, de Leonor Noivo.


SORTES, Mónica Martins Nunes · Portugal/Alemanha · 2021 · DOC · 39’

"Velhos montes vão caindo vagarosamente sobre a terra. A mesma terra da qual um dia foram erguidos. E sem protesto, voltam a ser só chão, como se não tivessem abrigado gerações de gente lavrando, semeando, ceifando, amassando e comendo o fruto do duro trabalho. Fingindo não ter escutado as estórias, modas, décimas e outras poesias; e testemunhado a seca, o abandono, a fuga para a cidade. Sortes acompanha a vida dos restantes habitantes e seus animais, espalhados pela Serra de Serpa no Baixo Alentejo. Ao ritmo do trabalho do campo e pela voz dos poetas populares, torna-se retrato dos que ficaram e réquiem aos que foram."

Mónica Martins Nunes leva-nos pelas belas paisagens do Baixo Alentejo, entre a poesia e o trabalho que resiste. Se, por um lado, Sortes destaca a tristeza que a desertificação do Alentejo causa aos seus habitantes e às paisagens; por outro, revela nos resistentes a alegria e o empenho em manter agricultura, pecuária ou indústria. 

A curta-metragem, dedicada ao avô da realizadora, capta bem todas as dinâmicas do campo. A extração de cortiça, a cozedura do pão, os animais a pastar, os trabalhos agrícolas, a venda ambulante, mas também os momentos de partilha, em festa, o cante alentejano e até as dinâmicas entre donos e animais domésticos. Sortes é sobre o passado e o presente, e um símbolo de amor à terra e às suas gentes.


OSO, Bruno Lourenço · Portugal · 2021 · FIC · 29’

"Um urso é avistado num lugar no noroeste transmontano. O animal traz um natural alvoroço, mas a sua existência parece ser posta em causa por alguns." 

Bruno Lourenço leva-nos numa "caça ao urso", por entre paisagens naturais e desabafos de uma jovem, numa localidade isolada em que os homens têm tendência a beber demais. Filmado em película, captando os acontecimentos cómicos com uma aura quase mágica, Oso é, acima de tudo, um filme divertido onde a chegada de um urso vem agitar os dias e as noites.


TERCEIRO TURNO, Mário Macedo · Portugal · 2021 · FIC · 19’

"Numa pequena vila do norte de Portugal, Agostinho sobrevive à prisão da sua rotina. Certo dia, sofre um estranho ataque à saída da fábrica onde trabalha no turno da noite. Sem conseguir explicar o motivo da sua condição, regressa a casa, à namorada, aos amigos. Suprimindo os seus sonhos e preocupações, Agostinho espera a noite e, com ela, mais um turno."

Mário Macedo traz para o ecrã o desapontamento de quem vive uma vida que não avança. A doença do protagonista parece fazê-lo tomar consciência da passividade dos seus dias, mas a única acção que toma é conduzir pelas estradas vazias a alta velocidade. Os dias passam e todos parecem fartos da rotina. Terceiro Turno é um exercício introspectivo, num ambiente soturno, onde a iluminação nocturna se destaca.

Sugestão da Semana #465

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o documentário Gunda, de Viktor Kossakovsky, com Joaquin Phoenix como produtor executivo.

GUNDA


Ficha Técnica:
Título Original: Gunda
Realizador: Viktor Kossakovsky
Género: Documentário
Classificação: M/6
Duração: 93 minutos

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Curtas Vila do Conde 2021: Competição Nacional em análise (Parte III)

Continuamos a análise às curtas-metragens da Competição Nacional do Curtas Vila do Conde 2021. Olhamos agora para Matilde Olha Para Trás, de Ana Mariz, Timkat, de Ico Costa, Miraflores, de Rodrigo Braz Teixeira, e O Teu Nome É, de Paulo Patrício.

MATILDE OLHA PARA TRÁS, Ana Mariz · Portugal · 2021 · FIC · 21’

"Matilde é uma criança que brinca numa propriedade agrícola, imaginando estar noutro espaço. No mundo dela, tudo é perfeito como no cinema, e é por isso é que ela se maquilha, pinta as unhas e veste roupas excêntricas para brincar. Também tem um comando imaginário que desativa as armadilhas que surgem como obstáculos. Na quinta vivem também a sua prima, a sua mãe e a sua avó. Matilde sente-se sozinha e perdida, sem companhia para brincar, uma vez que os adultos têm de lidar com outras preocupações. Matilde não os compreende, nem aos seus problemas."

Tão à vontade em frente à câmara e tão dedicada à sua personagem, a pequena Matilde simboliza os sonhos e criatividade da infância. Uma exploradora nata, com pouca ou nenhuma companhia nas suas aventuras, Matilde procura encontrar alguma diversão em cada recanto da quinta. Se a mãe pode ser, por vezes, companheira de brincadeira, certo é que na maior parte do tempo Matilde está sozinha.

Matilde olha para trás é também um retrato desta solidão na infância, e de algum desapego que as adultas em seu redor parecem demonstrar. Os olhos tristes e desconfiados da protagonista pedem um pouco mais de compreensão e de tempo para brincar, sem que cada aventura no meio da Natureza tenha de parecer assustadora - porque o comando imaginário não desactiva todas as armadilhas, nem cura todas as falhas.


TIMKAT, Ico Costa · Portugal · 2021 · DOC · 13’


"Reza a lenda que, na Idade Média, vivia no meio de uma África islamizada um soberano cristão de nome Preste João. Nos dias de hoje, na turística Gondar, a cidade grandiosa que foi capital do império etíope durante o século XVI, continua-se a celebrar o Timkat (ou Epifania), nome de uma festa onde se comemora o baptismo de Jesus Cristo no rio Jordão, ritual destinado a purificar e salvar o homem do pecado original. A partir desse episódio bíblico, o baptismo passou a ser entendido como um ritual identitário de iniciação ao cristianismo e como condição primeira para que os seus seguidores possam entrar no reino dos céus e salvar as suas almas."

Ico Costa leva-nos numa viagem à tradição cristã da cidade de Gondar e às celebrações do Timkat. A multidão, vestida maioritariamente de branco, faz a festas pelas ruas, canta, dança e desfila, até ao local do baptismo. 

O realizador filma os rituais em super 8mm, devoto que é ele próprio da película. Com o passar dos séculos, o Timkat passou a ser muito mais para além de uma celebração religiosa: é também símbolo de liberdade e independência. A curta-metragem homónima documenta a alegria e devoção dos festejos, através de gestos, palavras e rostos.

MIRAFLORES, Rodrigo Braz Teixeira · Portugal · 2021 · FIC · 18’

"A partir de um dos subúrbios mais populosos da área metropolitana de Lisboa, Miraflores encena uma divertida comédia de adolescentes, absorvendo os pequenos tumultos destes jovens e das suas poéticas da vida. "

Parcialmente em jeito de falso documentário - que conta sua "história" e apresenta quem por lá vive e trabalha -, Miraflores é um filme sobre um bairro e os seus jovens. Eles que passam os dias entre os locais mais icónicos da freguesia - as rotundas, os prédios altos, a piscina abandonada, a igreja desconcertante -, divertem-se e vivem as primeiras paixões. A cena final da curta-metragem de Rodrigo Braz Teixeira, sem dúvida o momento mais poético do filme, pode ser uma espécie de declaração de amor a uma pessoa, mas igualmente ao cenário dessa paixão.


O TEU NOME É, Paulo Patrício · Portugal/Bélgica · 2021 · DOC/ANI · 24’

"Em 2006, o Porto e o país chocaram-se com a história de Gisberta Salce Jr., transexual brasileira, seropositiva, toxicodependente e sem-abrigo que foi violentamente torturada durante vários dias por um grupo de 14 adolescentes acabando por morrer. Este documentário animado recolhe testemunhos de amigas de Gisberta e de dois dos envolvidos no caso, apresentando diferentes perspectivas sobre o que aconteceu nesses dias de má memória". 

O Meu Nome É é um documentário que recupera a história de Gisberta, através de palavras das suas amigas e de dois dos envolvidos no caso. A sensibilidade e detalhe da animação a preto e branco, que dá corpo e espaço àquelas cinco vozes, cria um ambiente de reflexão e análise dos acontecimentos, tantos anos passados. 

Paulo Patrício é capaz de escutar e dar a ouvir pontos de vista distintos mas sinceros, ao mesmo tempo que nos coloca questões sobre a discriminação sexual, de género e a transfobia, que ainda se sente actualmente na sociedade. Um trabalho tocante e envolvente.

Cinema na TV generalista no fim-de-semana: Julho #4

quinta-feira, 22 de julho de 2021

MOTELx 2021: De 7 a 13 de Setembro com terror feminista e Guerra Colonial no programa

A 15.ª edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa regressa à capital de 7 a 13 de Setembro. Entre os destaques deste ano estão filmes de terror feministas e a memória da Guerra Colonial.

A Sessão de Abertura do festival trará a antestreia de The Green Knight (2021),de David Lowery, protagonizado por Dev Patel. O filme é uma releitura da lenda arturiana de Sir Gawain.

Este ano, a partir da selecção de filmes feministas para a competição oficial como Black Medusa, de Ismaël e Youssef Chebbi, ou Violation, de Madeleine Sims-Fewer e Dusty Mancinell, o festival inspira-se no movimento #metoo. Desconstruindo o estereótipo da representação masculina nos filmes de terror, estes dois títulos lançam as bases para a criação da identidade do MOTELx 2021 - protagonizada em spot por Sónia Balacó - e para um programa especial intitulado Fúria Assassina - Mulheres Serial Killer. Trata-se de uma retrospectiva que reúne filmes de serial killers mulheres apresentando o biopic de Erzsébet Bathory, a A Condessa Sangrenta (2009), de Julie Delpy; Monster (2003), de Patty Jenkins, com Charlize Theron, sobre a mais famosa assassina norte-americana; o filme Baise-Moi (2000), de Virginie Despentes e Coralie Trinh Thi; o ritualístico Audition (1999), de Takashi Miike; e a sátira puritana de John Waters, Serial Mom (1994).

Na selecção oficial destaque para Um Fio de Baba Escarlate, de Carlos Conceição, que faz uma actualização do Giallo à luz da era das redes sociais, e para o novo documentário de Rodney Ascher, A Glitch in the Matrix, que aborda uma ideia cada vez mais levada a sério de que a realidade é uma simulação de computador. Ainda sobre a actualidade, a pandemia é a protagonista do filme taiwanês The Sadness, de Rob Jabbaz, em que o vírus promove uma regressão civilizacional.

Quando se assinalam 60 anos do início da Guerra Colonial, a reflexão sobre a memória pessoal e colectiva dá o mote para o Quarto Perdido desta edição: O Coração das Trevas Português - A Trilogia (Inacabada) do Ultramar. Nesta secção, revisita-se a tentativa da dupla produtor/realizador com mais sucesso nos anos 90, Tino Navarro e Joaquim Leitão. Ideia original de Navarro, escrita a meias com Leitão, este tríptico assenta em três tempos: Inferno (1999), um filme passado no pós-guerra com veteranos; Purgatório (2006), a decorrer num quartel em África durante um bombardeamento; e Paraíso, o capítulo ainda por fazer, em torno de jovens na véspera do seu alistamento. Nos dois filmes que aqui ganham destaque, o western spaghetti convive com a comédia, acção, melodrama, romance, thriller, terror e buddy movie.

Também já anunciados estão os filmes: The Amusement Park (1973), o banido filme institucional de George Romero, e a celebração dos 20 anos da obra-prima A Viagem de Chihiro (2001), de Hayao Miyazaki, na secção Lobo Mau.

Na secção de Curtas Internacionais, entre os sete filmes já anunciados destaque para A Terra do Não Retorno, de Patrick Mendes, e  O Lobo Solitário, de Filipe Melo.

Warm-Up - De 2 a 4 de Setembro

De 2 a 4 de Setembro, reforça-se a importância das propostas artísticas multidisciplinares com a estreia mundial absoluta de As Vizões do Ego – Uma Encenação Pictórica de Edgar Pêra, que marca a primeira incursão do cineasta português na pintura, com dramatização luminotécnica de Rui Monteiro e banda sonora de Artur Cyaneto. Rapsodo é o espectáculo que, no Convento de São Pedro de Alcântara, se constrói a partir de histórias aterradoras contadas por actores como Maria João Luís ou Miguel Borges, envolvidas na música de Noiserv. E haverá ainda tempo para clássicos a anunciar, na habitual sessão de cinema ao ar livre no Largo Trindade Coelho.

Em parceria com os Cinemas NOS, o MOTELx terá uma nova extensão, A Volta a Portugal MOTELX nos Cinemas NOS, que terá início imediatamente após a realização do festival em Lisboa, com sessões por todo o país. Os filmes, salas e datas serão anunciados no decorrer do mês de Agosto.

Até 2 de Agosto, o público pode ainda submeter curtas até 2 minutos, filmadas por telemóvel, tablet ou webcam, para a secção microCURTAS.


Mais informações sobre o MOTELx em https://www.motelx.org/.

Estreias da Semana #465

Esta Quinta-feira, chegam aos cinemas portugueses sete novos filmes. Gunda e Um Bando de Vigaristas em... Hollywood são duas das estreias.

Gunda (2020)
Documentário que acompanha o quotidiano de uma porca e dos seus companheiros animais de quinta: duas vacas e uma galinha perneta. A preto e branco. Sem palavras. Sem banda sonora. O filme de Viktor Kossakovsky apresenta a porca Gunda, a sua família e vizinhos, e oferece motivos para pensar no segredo da consciência e no valor da vida daqueles com quem partilhamos este planeta.

O Meu Burro, o Meu Amante e Eu (2020)
Antoinette dans les Cévennes
Antoinette é professora e está ansiosa pelas férias de verão que planeou com o seu amante, Vladimir, pai de um de seus alunos. Ao saber que Vladimir não pode comparecer porque a esposa organizou um dia de trekking surpresa no Parque Nacional de Cévennes com a sua filha e um burro para carregar as bagagens, Antoinette decide segui-los, sozinha, com Patrick, um burro protector.

Snake Eyes: A Origem dos G.I. Joe (2021)
Snake Eyes: G.I. Joe Origins
Snake Eyes é acolhido pelo antigo clã japonês Arashikage, após ter salvo a vida do herdeiro. Os Arashikage treinam Snake Eyes na arte dos guerreiros ninja e dão-lhe algo que procurava há muito: um lar. Mas, quando os segredos do seu passado são revelados, a honra e a lealdade de Snake Eyes são postas à prova, mesmo que isso implique perder a confiança dos que lhe são próximos.

Sweet Thing - Infância à Deriva (2020)
Sweet Thing
Para Billie e Nico, a vida com o pai é uma montanha-russa de diversão e mal-estar. Quando ele está sob o efeito do álcool, as lágrimas correm e a vida familiar aparentemente idílica entra em colapso. A mãe ausente e irresponsável também não ajuda. Mas a amizade com Malik, um menino da idade de Billie, liberta-os das suas algemas. Juntos, embarcam numa viagem repleta de intensos momentos de liberdade.

Um Bando de Vigaristas em... Hollywood (2020)
The Comeback Trail
Um fiasco cinematográfico leva o produtor Max Barber (Robert de Niro) a pedir dinheiro emprestado ao chefe da máfia, Reggie Fontaine (Morgan Freeman). Com a vida em jogo, Max produz um novo filme apenas para matar o protagonista numa acrobacia e cobrar o prémio do seguro. Max escolhe Duke Montana (Tommy Lee Jones), mas não espera que o velho alcoólico se sinta revitalizado perante as câmaras. Incapaz de matar Duke numa acrobacia básica, Max coloca-o em situações cada vez mais perigosas, de que Duke se vai safando sempre. Até onde irá Max para salvar a sua pele?

Upsss! 2: A Aventura Continua (2020)
Ooops! The Adventure Continues
Em Upsss! 2 A Aventura Continua, a Arca de Noé cheia de animais encontra-se à deriva pelo alto mar, com Finny e Leah a bordo. Após semanas sem ver terra, começam a aparecer problemas de carência de alimentos, um desafio para Dave e Hazel, que têm a missão de alimentar todos a bordo. Após uma série de eventos infelizes, as crianças são lançadas ao mar - juntamente com o que resta de comida. Agarrando-se a uma jangada improvisada, as amigas encontram Jelly, uma menina tagarela e divertida e o trio nada em direcção a um qualquer destino. Mas quando a jangada é destruída por uma tempestade, Finny, Leah e Jelly são empurradas para as profundezas do oceano e separam-se. Leah e Jelly, são levadas para uma ilha deserta, enquanto Finny acorda numa estranha colónia cheia de esquisitas criaturas vivendo em harmonia - sob a ameaça de um vulcão em erupção. Nesta aventura contra o tempo, a maré e medos terríveis, Finny deve conseguir resgatar os seus amigos, reunir-se com a família e salvar uma colónia inteira da destruição total.

Voo Para a Liberdade (2019)
Donne-moi des ailes
Christian, um cientista visionário, estuda gansos selvagens. Para o filho, um adolescente obcecado por jogos de vídeo, a ideia de passar as férias com o pai no deserto é um pesadelo. No entanto, pai e filho vão reunir-se em torno de um projeto audacioso: salvar uma espécie em extinção, graças ao ultraleve de Christian! Começa uma viagem incrível e perigosa...

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Cinemateca Portuguesa com sessões em Agosto

As salas de cinema da Cinemateca Portuguesa vão estar abertas em Agosto, ao contrário do que costuma acontecer noutros anos. A decisão foi tomada para compensar os espectadores pelo encerramento forçado no primeiro trimestre de 2021, devido à pandemia. 

A programação de Agosto irá seguir um modelo diferente do habitual e terá duas sessões diárias de segunda a sábado ao final do dia na Rua Barata Salgueiro e uma sessão da Cinemateca Júnior no Salão Foz aos sábados de manhã. As sessões noturnas na Esplanada dos 39 Degraus, habituais durante o Verão, deverão regressar também a partir de dia 23 Agosto, num horário ligeiramente mais cedo (20h30).

O programa completo de Agosto que se foca no ciclo Por uma Canção, com filmes à volta de canções, e na habitual colaboração com o IndieLisboa, com a exibição de todos os filmes das secções Director's Cut e Director's Cut em Contexto, será divulgado nos próximos dias.

Mais informações em https://www.cinemateca.pt/.

Curtas Vila do Conde 2021: Competição Nacional em análise (Parte II)

Continuando a acompanhar os filmes da Competição Nacional do Curtas 2021, seguimos para a análise de Nha Sunhu, de José Magro, Nada nas Mãos, de Paolo Marinou-BlancoO Lobo Solitário, de Filipe Melo, e Lethes, de Eduardo Brito.


NHA SUNHU, José Magro · Portugal · 2021 · FIC · 20’

"Issa é um jogador de futebol da Guiné-Bissau que, como tantos outros jovens africanos, procura uma oportunidade para jogar em Portugal e, assim, chegar às ligas principais e cumprir o sonho de se tornar profissional. "

Em Nha Sunhu, José Magro cria uma docuficção divertida e desconstrutiva. A partir de histórias reais, o realizador traz para o ecrã uma reflexão sobre os sonhos e as dificuldades que os jovens futebolistas africanos enfrentam quando vêm jogar para Portugal, ao mesmo tempo que é metacinema, criativo e irónico. O nosso protagonista Issa é o solitário jogador de futebol, empenhado e trabalhador, e um actor perante as câmaras que querem captar a sua essência.


NADA NAS MÃOS, Paolo Marinou-Blanco · Portugal · 2021 · FIC · 15’

"A música de Mahalia Jackson (I’m on my way, 1958), que se ouve no primeiro minuto e meio de Nada nas mãos, marca o tom desta curta: numa rotina solitária, Caetano Reconcavinho, que trabalha numa agência funerária a preparar os cadáveres para os seus funerais, vive deprimido desde que a mulher morreu ao cair numa falésia enquanto tirava uma selfie. Determinado em suicidar-se, Caetano pede conselhos a Fausto, um cadáver que está a ser preparado para o funeral e que, numa referência à lenda perpetuada por Goethe, lhe oferece um pacto irrecusável."

Nada nas Mãos é um filme inspirado, que pega na lenda de Fausto para desafiar as leis da vida e da morte - e algumas do cinema. O morto Fausto fala com Caetano, mas também se dirige a nós, que estamos no outro lado do ecrã. E no seu tom, entre a tragédia e a comédia, convida a plateia a esta reflexão pouco séria sobre a morte.

Paolo Marinou-Blanco usa e abusa de planos e enquadramentos geométricos, um humor sarcástico tanto narrativo como visual, e mesmo sem Nada nas Mãos proporciona-nos momentos de bom e desafiador entretenimento.


O LOBO SOLITÁRIO, Filipe Melo · Portugal · 2021 · FIC · 22’


"Numa noite como outra qualquer, Vítor Lobo, o 'lobo solitário', entra na Viva FM, uma estação de rádio 'com gente dentro' (como reza o lema), onde conduz o seu programa de conversas noturnas com os ouvintes, uns regulares e outros estreantes. O tema do programa para essa noite era emoções, mas o 'lobo solitário' estaria muito longe de imaginar uma noite tão emocionante como a que o aguardava."

Um programa da madrugada numa rádio local torna-se num potencial expoente do suspense cinematográfico em O Lobo Solitário. Filipe Melo filma um plano-sequência de 20 minutos que, se por um lado, começa por explorar a familiaridade da rádio, por outro, transforma-se numa ameaça que atravessa a chamada telefónica e coloca o radialista no meio de um caso de polícia. 

Adriano Luz é a cara do terror, numa noite em que se falava de emoções. A transformação da personagem, em directo para ouvintes e para quem o acompanha no online, é reveladora de um misto de desespero e impotência. Do outro lado, António Fonseca é capaz de transmitir toda a raiva e descontrolo através da voz, ao ponto de conseguirmos imaginá-lo fisicamente no ecrã. O Lobo Solitário é uma experiência empolgante, numa fusão entre as auras mágicas da rádio e do cinema.


LETHES, Eduardo Brito · Portugal · 2021 · FIC ·  16’

"O que podem guardar para si as paredes de uma casa? Uma história de vida? De morte? Um segredo? (...) Na mitologia grega, quem atravessasse o rio Lethes apagava toda a memória da sua vida anterior. (...) No centro do filme, uma rapariga toma conta da sua avó, até que surge um pedido impensável." 

Eduardo Brito leva-nos a uma aldeia isolada e ao quotidiano de avó e neta. Entre silêncios, poucos diálogos e uma grande comunhão com a Natureza, Lethes apoia-se na mitologia para estabelecer a analogia de um rio que guarda segredos e purifica.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Periferias - Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valência de Alcântara regressa de 13 a 20 de Agosto

A 9.ª edição do Periferias - Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valência de Alcântara realiza-se de 13 a 20 de Agosto com cinema ibérico em destaque.


No habitual modelo de itinerância por aldeias e lugares emblemáticos da zona raiana entre Marvão e Valência de Alcântara (Espanha), o evento vai apresentar cerca de 30 filmes dedicados ao cinema ibérico. Esta será a primeira edição em que as sessões presenciais serão integralmente preenchidas com obras de cineastas dos dois países vizinhos.

Este ano, o festival tem novos palcos, do lado espanhol, em Herrera e San Vicente de Alcântara, e, do lado português, na localidade fronteiriça do Marco (Arronches), que se juntam a Marvão, Portagem, Beirã, Ammaia, Valência de Alcântara, Fontañera, Zarza la Mayor e Malpartida de Cáceres.

Antes da abertura oficial, acontecerá uma sessão especial na localidade fronteiriça de Marco (concelho de Arronches), a 30 de Julho, onde será exibido o filme Surdina, de Rodrigo Areias. O encerramento será mais uma vez em Malpartida de Cáceres, no Museu Vostell, com o documentário António Machado, Los días azules, de Laura Hojman, e onde será anunciado o filme vencedor do prémio do público /Tajo-Tejo Internacional.

Entre as obras portugueses a exibir encontram-se ainda Labirinto da Saudade e José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes, Mar Infinito, de Carlos Amaral, O Movimento das Coisas, de Manuela Serra, Amor Fati, de Cláudia Varejão, Alma de um Ciclista, de Nuno Tavares, e Bossa Negra, do realizador luso-brasileiro Rafael Gomes da Silva (Rafaê).

Relativamente à produção espanhola, destaque para Destello Bravío, de Ainhoa Rodríguez; My Mexican Bretzel, de Nuria Giménez Lorang; Bienvenidos a España, de Juan Antonio Moreno Amador; Meseta, de Juan Palacios; Limbo, La Promesa Olvidada e Los Mensajes Ocultos de Ganga, de Antonio Rodrigo; e o já anunciado filme de encerramento, Antonio Machado, Los Días Azules, de Laura Hojman.

A par das sessões noturnas ao livre, estão previstas algumas sessões em sala, a realizar no auditório dos Olhos d'Água, em Marvão, e on-line, através da plataforma Filmin, no âmbito de uma colaboração com os festivais que integram a rede Ventana/Janela AAA. O Festival contemplará, igualmente, um conjunto de atividades paralelas, entre as quais se contam passeios pedestres, exposições, palestras, música e encontros com realizadores.

25.º AVANCA Film Festival acontece de 28 de Julho a 1 de Agosto

O 25.º AVANCA Film Festival – Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia acontece entre 28 de Julho e 1 de Agosto. O Filme de Abertura desta edição é Tall Tales, do húngaro Attila Szász.

No ano em que se comemoram os 25 anos do festival, o director do Cine-Clube de Avanca, António Costa Valente, anunciou que “vamos ter 24 estreias mundiais, ou seja, há 24 filmes que vão ser exibidos pela primeira vez neste festival, algo que nos apraz. O festival vai ter 101 filmes em exibição, também com estreias em Portugal”. Será ainda exibida “uma colecção de filmes que são o reflexo das 24 edições anteriores, uma retrospetiva de todos estes anos, do festival que começou em 1997”, acrescentou.

25 FILMES EM RETROSPETIVA DESDE 1997

1997 - Edward J. Steichen, Claude Waringo

1998 - Rosita, Fiona Gordon, Dominique Abel

1999 - The Last Words, Wym Vandekeybus

2000 - Ring of Fire, Andreas Hykade

2001 - Souffle, Delphine Coulin, Muriel Coulin

2002 - O beijo, Pedro Baptista

2003 - Natasa, Ljubisa Samardzic

2004 - Timor Loro Sae, Vítor Lopes

2005 - Butterfly in the wind, Abbas Rafei

2006 - Mirage, Svetozar Ristovski

2006 - Puritas – path to dignity, Diogo Carvalho, Eduardo Barbosa, Joana Nunes, Miguel Carvalho, Paulo Abreu, Ricardo Trindade

2007 - Iron Island, Mohammad Rasoulof

2008 - Khadak, Peter Brosens, Jessica Woodworth

2009 - Li Tong, Nian Liu

2010 - Conto do Vento, Cláudio Jordão, Nelson Martins

2011 - Broken Clouds, Yuri Alves

2012 - X & Y, João Costa

2013 - Eastalgia, Daria Onyshchenko

2014 - Nonconformity, Igor Parfenov

2015 - Deus providenciará, Luís Porto

2016 - Sendas, Raquel Felgueiras

2017 - Homestay, Lolo Arziki

2018 - Uma vida sublime, Luís Diogo

2019 - PIECES, Alexandre Cunha, Alexandre Lopes, João Lourenço, João Teixeira, Paulo Carvalho (VR 360º)

2020 - La Tierra del Passado, Rui Falcão (em mirandês)

As competições do festival estão de volta: curtas e longas-metragens de ficção e animação; documentários; vídeo experimental; filmes em realidade virtual 360°, narrativos ou experimentais, mas sem interatividade; videoclipes e trailers; e ainda a Competição AVANCA, que conta com 14 filmes produzidos ou filmados na região.

Avanca Pitch Session regressa este ano e acontece no Cine-Teatro de Estarreja, com a apresentação de 15 projetos de filmes que poderão estar presentes nas futuras edições do Avanca.

Os encontros internacionais acontecem este ano em vários espaços: no Cine-Teatro de Estarreja, no Auditório Paroquial de Avanca, no Cinema Vida de Ovar e ainda em Drive In no centro da freguesia de Avanca. 

Mais informações sobre o festival em https://www.avanca.com/.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

MadeiraShopping recebe 'Drive-In Cinema' de 19 a 25 de Julho

O Centro Comercial MadeiraShopping, no Funchal, recebe a 4.ª edição do Drive-In Cinema, de 19 e 25 de Julho. Serão nove sessões de cinema ao ar livre, no parque de estacionamento do Piso 2.

A abrir, esta Segunda-feira, dia 19 de Julho, estará o filme Adeus Lenine. Seguem-se os títulos Parasitas, O Carteiro de Pablo Neruda, Cinema Paraíso, Pela RainhaUpsss! Lá Se Foi a Arca…Rock Dog — Um Sonho Altamente.

Há sessões dedicadas aos mais novos e serviço de restauração no carro. O centro comercial vai dispor de uma zona com 100 cadeiras para quem não conseguir lugar para a viatura ou preferir assistir ao ar livre. As sessões são gratuitas e não requerem reserva, sendo limitadas à capacidade disponível e por ordem de chegada.

Horários das sessões do Drive-In Cinema

Adeus Lenine: 19/07 | 21h00 | 121 min | Comédia Dramática

Parasitas: 20/07 | 21h00 | 132 min | Drama, Thriller

O Carteiro de Pablo Neruda: 21/07 | 21h00 | 116 min | Drama, Romance

Cinema Paraíso: 22/07 | 21h00 | 120 min | Drama

Pela Rainha: 23/07 | 21h00 | 115 min | Drama

Upsss! Lá Se Foi a Arca…: 24/07 | 11h00 e às 15h00 | 87 min | Animação, Comédia

Rock Dog — Um Sonho Altamente: 25/07 | 11h00 e às 15h00 | 80 min | Animação, Comédia