quarta-feira, 30 de junho de 2021

Lisbon Sport Film Festival 2021: De 8 a 10 de Outubro em Streaming

A 3.ª edição do Lisbon Sport Film Festival acontece de 8 a 10 de Outubro, em streaming.

O evento conta este ano com três mostras competitivas: Desporto e Sociedade, Cinefoot Portugal e Televisão. O festival conta ainda com conferências temáticas (para as quais serão convidados a colaborar autarquias, federações desportivas, clubes e associações culturais nacionais e organizações internacionais) e, fará uma homenagem por ocasião das comemorações do centenário do nascimento do Professor Moniz Pereira, além das Cerimónias de Abertura e Encerramento, não presenciais, onde não faltará a atribuição de prémios.

O objectivo do Lisbon Sport Film Festival é a promoção do desporto, querendo sensibilizar pais, famílias e população em geral para os benefícios da prática desportiva na saúde e qualidade de vida em todas as idades, visando ainda chamar a atenção do sector terciário – Cultura, Turismo e Sociedade – para a mais-valia que representa o investimento no desporto.

O evento é organizado pela UESPT – Portugal (Union Européenne Sport pour Tous/ Sport For All European Federation), com parceria cinematográfica da Federação Internacional de Cinema, Televisão e Desporto -FICTS e do CineFoot-Brasil. Mais informações sobre o festival em https://www.lisbonsportfilmfestival.com/.

terça-feira, 29 de junho de 2021

Ciclo 'Portugal Século XX: Visões Femininas' em Bruxelas de 4 de Julho a 2 de Agosto

O ciclo Portugal Século XX: Visões Femininas decorre entre os dias 4 de Julho e 2 de Agosto na Cinemateca Real da Bélgica (Cinematek), em Bruxelas. 

O ciclo, organizado pela Cinemateca Real da Bélgica, em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, apresenta um conjunto de 10 sessões com filmes realizados por mulheres, reunindo obras criadas entre 1946 e 2004.

Os Mutantes (1998), de Teresa Villaverde, marca o início do ciclo e André Valente, de Catarina Ruivo, faz as honras de encerramento. Entre os títulos a exibir estão ainda Trás-os-Montes, de Margarida Cordeiro e António Reis; O Movimento das Coisas, de Manuela Serra; A Costa dos Murmúrios, de Margarida Cardoso; Glória, de Manuela Viegas; Relação Fiel e Verdadeira, de Margarida Gil; Três Dias Sem Deus, de Bárbara Virgínia; Dina e Django, de Solveig Nordlund; Kali, O Pequeno Vampiro, de Regina Pessoa; Frágil Como o Mundo, de Rita Azevedo Gomes; e Nuvem, de Ana Luísa Guimarães.

Mais informações sobre o ciclo Portugal Século XX: Visões Femininas em https://cinematek.be/fr/programma/portugal.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Curtas Vila do Conde 2021: Lynne Ramsay em Retrospectiva, estreias de Quentin Dupieux, Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes e mais novidades

O 29.º Curtas Vila do Conde vai exibir em antestreia dos novos filmes de Helvécio Marins Jr. e Sérgio Borges, Quentin Dupieux e Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes. A obra da realizadora Lynne Ramsay será alvo de uma retrospectiva.

Diários de Otsoga, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, rodado em Agosto passado numa propriedade em Sintra, com estreia mundial apontada para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, marcará presença em Vila do Conde em Julho, na secção da Curta à Longa. Na mesma secção, também está o novo filme do brasileiro Helvécio Marins Jr.Lutar Lutar Lutar, corealizado com Sérgio Borges, que narra a história do Clube Atlético Mineiro, desde a sua fundação até ao título ganho em 2014. De regresso ao festival, está ainda o francês Quentin Dupieux com a antestreia nacional da longa-metragem Mandibules (o filme terá estreia comercial em Portugal no mês de Setembro).

Lynne Ramsay começou a sua carreira nas curtas-metragens: em 1996, a sua primeira curta, Small Deaths, venceu o Prémio do Júri, no Festival de Cannes, e voltou a conquistá-lo em 1998, com Gasman; e, em 2000, recebeu o prémio do Júri de Clermont-Ferrand por Kill the Day, a sua terceira obra. Os três filmes estão incluídos na Retrospectiva que o Curtas 2021 lhe dedica, ao lado das quatro longas-metragens que a levaram a afirmar-se: We Need to Talk About Kevin (Temos de Falar sobre Kevin), RatcatcherYou Were Never Really Here (Nunca Estiveste Aqui) e Morvern Callar (O Romance de Morven Callar)

Já a secção Stereo, que cruza o cinema e a música, conta com as actuações da harpista espanhola Angélica Salvi, que musicará o filme Shoes de Louis Weber, e do colectivo liderado por Yaw Tembe, Chão Maior, que sobre ao palco do Teatro Municipal de Vila do Conde numa das raras apresentações ao vivo do seu mais recente trabalho e, em colaboração, com o realizador Igor Dimitri

A Competição de Vídeos Musicais este ano integra: Lote B de António Zambujo, realizado por Pedro Serrazina; Theme Vision de Bruno Pernadas, realizado pelo próprio e Jep Jorba; Running in The Dark de Moullinex ft. GPU Panic, realizado por Bruno Ferreira; Magic de Ghetthoven, realizado por Vasco Mendes; Inatel de David & Miguel realizado por Francisco Lobo; Incompatibilidades de PZ, realizador por Alexandre Azinheira; Escravo do Patrão de Luta Livre, realizador por Cristina Viana; cinco de Pedro Augusto, realizado por Rafael Gonçalves; Yipman de Stereoboy, realizado por Luís Sobreiro; Disuelta de Lucrecia Dalt, realizado por Pedro Maia; Passo 2 de Chão Maior, realizado por Igor Dimitri; Stay In Bed dos FUGLY, realizado por Hugo Amaral; FP25 dos Sereias, realizado por Francisco Laranjeira; e Fogo Fera, de Vaiapraia, realizado por Eloísa Micaelo

Entre os 51 filmes em competição, oriundos de 24 países, destacam-se, na Competição Internacional, os regressos de Ana Elena TejeraVirpi SuutariGeorges SchwizgebelBárbara Wagner Benjamin de Burca e Guy Maddin; as estreias nacionais de David, de Zachary WoodsNight for Day, de Emily Wardill, que tem como eixo central um conjunto de entrevistas a Isabel do Carmo, revolucionária da resistência contra o regime fascista em Portugal, e Quattro Strade, de Alice Rohrwacher, um diário impressionista sobre a vida durante o primeiro confinamento geral em Itália. Na Competição Experimental, marcam presença seis filmes portugueses, realizados por Sandro AguilarLúcia PranchaPedro MaiaMargarida AlbinoKate Saragaço-Gomes Helena Gouveia Monteiro. Vencedores de prémios em edições passadas, estão de regresso este ano Rosa BarbaChristoph GirardetMatthias MuellerMorgan Quaintance e Peter Tscherkassky.

O Curtas 2021 decorrerá em Vila do Conde, de 16 a 25 de Julho, estendendo-se simultaneamente a Lisboa e Porto, juntando-se ainda uma programação no online. Mais informações em http://festival.curtas.pt/.


​PROGRAMA COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

A Love Song In Spanish, Ana Elena Tejera, França/Panamá, 2021, DOC, 24'

A Questo Punto, Pablo Cotten, Joseph Rozé, França, 2021, FIC, 26'

Aninsri Daeng (Red Aninsri; Or, Tiptoeing On The Still Trembling Berlin Wall), Ratchapoom Boonbunchachoke, Tailândia, 2020, FIC, 30'

Bestia, Hugo Covarrubias, Chile, 2021, ANI, 16'

Buried News, Bill Morrison, EUA, 2021, DOC, 12'

Comme Un Fleuve, Sandra Desmazières, França/Canadá, 2020, ANI, 15'

Condition D'élévation, Isabelle Prim, França, 2020, FIC/DOC, 20'

Dans Le Silence D'une Mer Abyssale, Juliette Klinke, Bélgica, 2021, DOC, 19'

Das Massaker Von Anröchte (The Massacre Of Anroechte), Hannah Dörr, Alemanha, 2021, FIC, 60'

Das Spiel (The Game), Roman Hodel, Suíça, 2020, DOC, 17'

David, Zachary Woods, EUA, 2020, FIC, 11'

Delenda Carthago, Guillaume Orignac, França, 2021, FIC, 39'

Farrucas, Ian de la Rosa, Espanha/EUA, 2021, FIC, 17'

I Gotta Look Good For The Apocalypse, Ayce Kartal, Turquia/França, 2021, DOC/ANI, 6'

Kansanradio - Runonlaulajien Maa (A People's Radio - Ballads From A Wooded Country), Virpi Suutari, Finlândia, 2021, DOC, 27'

L'enfant Salamandre, Théo Dégen, Bélgica, 2020, FIC, 26'

Le Journal De Darwin, Georges Schwizgebel, Suíça, 2020, ANI, 9'

Le Roi David, Lila Pinell, França, 2021, FIC, 41'

Los Ladrillos, Tito Montero, Espanha, 2020, DOC, 19'

Motorway 65, Evi Kalogiropoulou, Grécia, 2020, FIC, 15'

Night For Day, Emily Wardill, Portugal/Áustria, 2020, FIC/DOC, 47'

Noir-Soleil, Marie Larrivé, França, 2021, ANI, 20'

On N'est Pas Animaux, Noé Debré, França, 2021, FIC, 16'

One Hundred Steps, Barbara Wagner, Benjamin de Burca, Alemanha, 2021, DOC, 31'

Quattro Strade, Alice Rohrwacher, Itália, 2021, DOC, 8'

Ronde De Nuit, Julien Regnard, França/Bélgica, 2021, ANI, 12'

The Rabbit Hunters, Guy Maddin, Evan Johnson, Galen Johnson, Canadá, 2020, FIC, 9'

Vo, Nicolas Gourault, França, 2021, DOC, 20'

We Have One Heart, Katarzyna Warzecha, Polónia, 2020, DOC/ANI, 11'

Xia Wu Guo Qu Le Yi Ban (Day Is Done), Zhang Dalei, China, 2020, FIC, 24'

Zonder Meer, Meltse Van Coillie, Bélgica, 2020, FIC, 14'''


PROGRAMA COMPETIÇÃO EXPERIMENTAL

BaBaki Tadu É, Kate Saragaço-Gomes, Calum MacBeath Morgan, Índia/Dinamarca/Portugal, 2021, DOC, 13'

Berlin Feuer, Pedro Maia, Portugal/Alemanha, 2021, EXP, 6'

Black Beauty, Grace Ndiritu, Reino Unido/Bélgica/Espanha, 2021, FIC, 30'

Citadel, John Smith, Reino Unido, 2020, EXP, 16'

Depth Wish, Margarida Albino, Portugal, 2021, EXP, 12'

Dissolution Prologue (Extended Version), Siegfried Fruhauf, Áustria, 2020, EXP, 6'

Earthearthearth, Daïchi Saïto, Canadá, 2021, EXP, 30'

Emtza'i Meuchar (Belated Measures), Nir Evron, Israel, 2020, DOC, 35'

Flowers Blooming In Our Throats, Eva Giolo, Bélgica/Itália, 2020, EXP, 9'

Glimpses From A Visit To Orkney In Summer 1995, Ute Aurand, Reino Unido/Alemanha, 2020, EXP, 5'

Inside The Outset, Evoking A Space Of Passage, Rosa Barba, Chipre/Alemanha/Itália, 2021, DOC, 31'

Misty Picture, Christoph Girardet, Matthias Müller, Alemanha, 2021, EXP, 17'

Of This Beguiling Membrane, Charlotte Pryce, EUA, 2020, EXP, 5'

Purkyně's Dusk, Helena Gouveia Monteiro, Irlanda/França, 2021, EXP, 9'

Sunrise, Lúcia Prancha, Portugal, 2021, EXP, 18'

Surviving You, Always, Morgan Quaintance, Reino Unido, 2020, DOC, 18'

The Detection Of Faint Companions, Sandro Aguilar, Portugal, 2021, EXP, 9'

Train Again, Peter Tscherkassky, Áustria, 2021, EXP, 20'

When Light Is Displaced, Zaina Bseiso, Palestina/EUA, 2021, DOC, 7'

Who Is Afraid Of Ideology ? Part III Micro Resistencias, Marwa Arsanios, Alemanha, 2020, DOC, 31'

'Pele Escura', de Graça Castanheira, leva filme e conversas ao CCB a 4 de Julho

Pele Escura - da periferia para o centro, de Graça Castanheira, tem estreia absoluta no Centro Cultural de Belém a 4 de Julho. À apresentação do novo projecto da realizadora, juntam-se várias conversas sobre racismo e pós-colonialismo.

Partindo de uma ideia original do músico Kalaf Epalanga, "o filme representa a viagem da periferia ao centro de seis amigos afrodescendentes, inscrevendo-se na paisagem branca e nas suas marcas exteriores de prosperidade".

Ao longo do dia 4 de Julho, terão lugar seis projecções de Pele Escura - o filme tem a duração de 15 minutos -, seguidas de conversas, onde se juntam oradores como o investigador António Brito Guterres, o arquitecto Ricardo Bak Gordon, a actriz e encenadora Zia Soares, a cantora Selma Uamusse, a socióloga Karina Carvalho, a jornalista Paula Cardoso, o sociólogo e fundador da plataforma de Reflexão Angola Manuel Dias dos Santos e o professor e historiador Diogo Ramada Curto, para além da realizadora Graça Castanheira, e do director de actores do filme, Meirinho Mendes. A ideia é reflectir acerca das temáticas da curta-metragem. As conversas serão moderadas por Angella Graça, presidente da direcção do INMUNE - Instituto da Mulher Negra em Portugal.

PROGRAMA

15h00: projecção do filme no Grande Auditório 
15h30: conversa com António Brito Guterres (urbanista e investigador no ISCTE-IUL) e Ricardo Bak Gordon (arquitecto)

16h00: projeção do filme no Grande Auditório 
16h30 conversa com Zia Soares (directora artística, actriz, encenadora) e Selma Uamusse (cantora)

17h00: projeção do filme no Grande Auditório 
17h30: Conversa com Karina Carvalho (socióloga, directora executiva da TI Portugal) e Paula Cardoso (jornalista)

18h00: projeção do filme no Grande Auditório
18h30: conversa com Manuel Dias dos Santos (sociólogo, membro fundador da Plataforma de Reflexão Angola) e Diogo Ramada Curto (Prof. UNL, historiador e investigador)

19h00: projeção do filme no Grande Auditório
19h30: Conversa com Graça Castanheira (realizadora) e Meirinho Mendes (encenador e director de actores de Pele Escura)

20h00: projeção do filme no Grande Auditório

domingo, 27 de junho de 2021

Sugestão da Semana #461

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o documentário romeno Colectiv - Um Caso de Corrupção, de Alexander Nanau. Podes ler a crítica do Hoje Vi(vi) um Filme aqui.

COLECTIV - UM CASO DE CORRUPÇÃO


Ficha Técnica:
Título Original: Colectiv
Realizador: Alexander Nanau
Elenco: Catalin Tolontan, Liviu Iolu, Razvan Lutac, Mirela NeagVlad Voiculescu
Género: Documentário
Classificação: M/14
Duração: 109 minutos

sábado, 26 de junho de 2021

Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira acontece de 27 de Junho a 4 de Julho

A 23.ª edição do Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira acontece de 27 de Junho a 4 de Julho, no Auditório da Biblioteca Municipal.

O Último Banho, de David Bonneville, fará as honras de abertura no dia 27, pelas 22h15, e estará também em competição. Na Sessão de Encerramento, a 4 de Julho, pelas 22h00, para além da cerimónia de entrega dos prémios do festival, será exibido o filme Separações, de Domingos Oliveira.

O evento apresenta uma retrospetiva da dupla brasileira Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, cujas obras "ziguezagueiam entre os recursos do documentário e da ficção, e usam os corpos e a música para gerar testemunhos e fantasias como forma de manifestos políticos", refere a direcção do festival, que vai exibir Faz que vai (2015), Estás vendo coisas (2016), Terramoto santo (2017) e Swinguerra (2019).

A secção Sangue Novo, que dá a conhecer "valores emergentes do novo cinema luso-brasileiro", destaca o trabalho da portuguesa Leonor Noivo. Serão exibidos os filmes: Tudo o que imagino (2017), Raposa (2019) e Dopping! Exercise with gloria (2019).

Este ano, o Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira homenageia três artistas cujas carreiras marcaram a cinematografia lusófona: o realizador Domingos Oliveira; o compositor Nelson Sargento (1924-2021); e Julião Sarmento (1948-2021). Destaque ainda para uma sessão especial com a exibição do documentário Gilberto Gil - Antologia - Vol. 1, de Lula Buarque de Hollanda.

Haverá ainda espaço para um debate sobre a actualidade da indústria cinematográfica luso-brasileira, com a participação do realizador João Nicolau, do investigador Daniel Ribas, do produtor Luís Urbano, do director de fotografia Mário Castanheira e da argumentista Mariana Ricardo.

Mais informações sobre o festival, programa completo e horários em https://cineclubedafeira.com/.

FEST 2021: De 4 a 11 de Outubro com foco na obra de Isabel Coixet

A 17ª edição do FEST – Novos Realizadores | Novo Cinema  acontece entre 4 e 11 de Outubro, em Espinho, e volta a estender-se às cidades do Porto (Cinema Trindade) e Lisboa (Culturgest). Em foco estará a obra de Isabel Coixet.

A cineasta catalã "rapidamente se tornou numa figura singular na cinematografia espanhola, fugindo a muitos dos estereótipos e discursos tradicionais do cinema local", refere a organização. Coixet é uma defensora da luta pela igualdade de género na indústria cinematográfica, e é uma das fundadoras e Presidente Honorária da EWA – European Women’s Audiovisual Network. O ciclo que o FEST lhe dedica vai exibir as longas-metragens Ninguém Quer a Noite (2015), A Livraria (2017), Ayer No Termina Nunca (2013), Learning to Drive (2014), A Minha Vida Sem Mim (2003), A Vida Secreta das Palavras (2005) e Elegia (2008); e a curta No Es Tan Fria Siberia (2016).

Este ano, regressa ainda a secção profissional do festival com um ciclo de masterclasses orientadas por profissionais de diversas áreas do cinema e audiovisual em formato presencial (no Multimeios de Espinho), com transmissão em simultâneo para o online. Em sala, mantêm-se as competições principais do festival (Lince de Ouro, Lince de Prata, Grande Prémio Nacional, NEXXT e FESTinha).

Isabel Coixet

Ao mesmo tempo e em formato digital, acontecerá a 10.º edição do FEST - Pitching Forum, que permite que cineastas apresentem os seus projectos em desenvolvimento a produtores, financiadores, gestores de fundos e investidores de topo, abrindo portas na industria cinematográfica. A direcção do Pitching Forum está a cargo do agente de talentos Tim Corrie e ao produtor Paul Miller. As inscrições para o FEST - Pitching Forum estão abertas até 30 de julho.

Para já, o FEST organiza um ciclo de conferências, para debater alguns temas pertinentes do presente e futuro do cinema global, que acontece nos dias 19, 20, 22 e 23 de Julho. As conversas serão online e terão acesso gratuito. 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

MOTELx Vai ao Nimas: Mas Porque É Que Não Morres?! / Why Don't You Just Die! (2018)

*6/10*


Mas Porque É Que Não Morres?! (Why Don't You Just Die!), de Kirill Sokolov, é um filme de terror sangrento repleto de humor negro e um circulo de relações e ajustes de contas inesperados. A corrupção, os abusos e até um pouco de amor são os elementos que combinam com o vermelho que predomina no ecrã.

"O jovem Matvei bate à porta de casa dos pais da namorada Olya armado com um martelo. O pai desta, Andrei, abre-lhe a porta e convida-o a entrar, sem desconfiar das suas intenções. Sentados à mesa e em conversa, Matvei descobre que Andrei, para além de ser o pior pai do Mundo, é também detective da polícia. Começa aqui um jogo sangrento de gato e rato de final imprevisível."

Mas Porque É Que Não Morres?! tem uma estética bem marcada, de cores vivas e padrões garridos (a direcção artística tem um papel fundamental para a personalidade da longa-metragem), a contrastar com o rasto de morte que vai deixando; os movimentos de câmara são intrusivos e impactantes, numa aproximação às personagens, fazendo-nos quase entrar para o outro lado do ecrã; ao mesmo tempo, a montagem revela-nos, aos poucos, cada segredo do enredo, mantendo o suspense e tornando cada vez mais surreal o labirinto de mal-entendidos e mentiras em que Matvei se vê preso.


Qual faroeste, a sala de estar de Andrei é o centro da acção e tudo se passa em seu redor, com os vestígios de destruição e morte visíveis por todo o lado. Poucos argumentos, muita ganância e um núcleo familiar disfuncional - a todos os níveis - resultam nesta primeira longa-metragem de Kirill Sokolov: cheia de violência, exageros e gargalhadas nervosas.

Pantalha - Mostra de Cinema a Céu Aberto: 26 de Junho, 3 e 10 de Julho em Cem Soldos

A Pantalha - Mostra de Cinema a Céu Aberto acontece, pela primeira vez, nos dias 26 Junho, 3 e 10 Julho, às 21h00, em Cem Soldos, Tomar, e exibe seis filmes portugueses.

Este Sábado, 26 de Junho, são exibidos A Balada de Um Batráquio, de Leonor Teles (2016), e Prazer, Camaradas!, de José Filipe Costa (2019); no dia 3 de Julho, a sessão inclui Califórnia, de Nuno Baltazar (2018), e Hotel Império, de Ivo M. Ferreira (2018); e, na última sessão, a 10 de Julho, são exibidos Penúmbria, de Eduardo Brito (2016), e Volta à Terra, de João Pedro Plácido (2014).

Os bilhetes para cada sessão custam 2€ (sócios SCOCS) e 4€ (não sócios), sendo necessária a inscrição prévia através do e-mail geral@scocs.pt ou do telefone 249345232.

Na Pantalha (significa tela de projeção), a ideia de serem exibidos apenas filmes de realização portuguesa vem reforçar o legado que a aldeia de Cem Soldos tem criado, principalmente através do Festival Bons Sons, de valorização e divulgação da cultura portuguesa. 

PROGRAMA

26 JUNHO, SÁBADO, 21h00

A Balada de Um Batráquio, de Leonor Teles (2016)

Prazer, Camaradas!, de José Filipe Costa (2019)


3 JULHO, SÁBADO, 21h00

Califórnia, de Nuno Baltazar (2018)

Hotel Império, de Ivo M. Ferreira (2018)


10 JULHO, SÁBADO, 21h00

Penúmbria, de Eduardo Brito (2016)

Volta à Terra, de João Pedro Plácido (2014)

Mais informações no evento de Facebook: PANTALHA - Mostra de cinema a céu aberto.

Cinema na TV generalista no fim-de-semana: Junho #4

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Crítica: O Homem que Vendeu a Sua Pele / L'Homme Qui a Vendu sa Peau / The Man Who Sold His Skin (2020)

*6/10*

Kaouther Ben Hania inspirou-se numa história real para criar O Homem que Vendeu a Sua Pele (L'Homme Qui a Vendu sa Peau). A jornada da obra de arte impressa na pele de um refugiado sírio traz para debate temas como a arte, a guerra, o tráfico de pessoas e o conceito do liberdade.

"Sam Ali, um jovem sírio sensível e impulsivo, deixou o seu país e foi para o Líbano para escapar à guerra. Para poder viajar para a Europa e viver com o amor da sua vida, aceita ter as costas tatuadas por um dos artistas contemporâneos mais sulfurosos do mundo. Transformando o seu próprio corpo numa obra de arte de prestígio, Sam perceberá que a sua decisão pode significar qualquer coisa, menos liberdade."

A realizadora é certeira na escolha dos temas críticos e actuais relacionados com os refugiados: as dificuldades que encontram na busca de asilo na Europa e o preconceito que os persegue. A este lado político-social, junta-se a fronteira homem-objecto, criada pela proposta aceite por Sam. Afinal, a quem pertence a sua pele?

Contudo, O Homem que Vendeu a Sua Pele nunca chega a encontrar o seu tom. Vagueia entre a comédia, o drama e o romance - misturando-os, muitas vezes - e a seriedade da reflexão perde-se. O desespero de Sam é pautado tanto por momentos verdadeiramente trágicos, como seguido de uma sátira feroz, mas incoerente com o todo.

Todo o potencial que se perde no argumento e no desenrolar do enredo, recupera-se, todavia, no visual, inevitavelmente marcado pela arte contemporânea e pelo contraste de cores, luz e sombra. O trabalho da direcção artística e de fotografia é fundamental para que disfrutemos do filme a um nível mais sensorial - onde a banda sonora também cumpre o seu papel.

As boas intenções de Kaouther Ben Hania e da sua ode à liberdade perdem-se no caminho sinuoso do protagonista mas, mesmo que não chegue a bom porto, O Homem que Vendeu a Sua Pele vale pelo desafio e pela estética.

Estreias da Semana #461

Esta Quinta-feira, chegam oito novos filmes às salas de cinema portuguesas, entre eles, dois nomeados para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: Colectiv - Um Caso de Corrupção (também nomeado para Melhor Documentário) e O Homem Que Vendeu a Sua Pele. Na Netflix, contamos com duas estreias.

A Floresta (2018)
Les
O jovem Danila tem 16 anos e Katya o dobro. Ele passa horas espreitando-a, numa velha cabana junto à floresta. Nem sequer pensa tentar estar com ela, até que o pai de Danila aparece à porta da casa de Katya, para tentar fugir da montanha de problemas que tem. Pai e filho são apanhados num turbilhão de acontecimentos em que os vizinhos se viram uns contra os outros, dividindo a comunidade entre "nós" e "eles". Os mais fortes mostram cada vez mais desrespeito e desprezo para com os mais fracos, levando a vida de cada um para uma situação de desastre.

Caminho Sem Retorno (2021)
Wrong Turn
Seis amigos de Nova Iorque iniciam uma caminhada através das montanhas Apalaches, na Virgínia Ocidental. Maravilhados pela beleza que os rodeia, depressa esquecem o conselho dado na estalagem: "não saíam dos trilhos". Ao deixarem o caminho marcado, caem numa armadilha mortal e são perseguidos por uma seita feroz conhecida como The Foundation.

Após um trágico incêndio na discoteca Colectiv, em Bucareste, vítimas de queimaduras começam a morrer devido à falta de assistência médica adequada nos hospitais públicos. Uma equipa de jornalistas descobre uma teia de corrupção em massa no sistema de saúde e nas instituições do Estado. Colectiv acompanha jornalistas, delatores e autoridades num olhar imersivo e intransigente sobre um sistema disfuncional que expõe a corrupção, a propaganda e a manipulação que afetam não apenas a Roménia, mas inúmeras sociedades por todo o mundo.

O Amor Move Montanhas (2020)
Wild Mountain Thyme
Rosemary Muldoon (Emily Blunt) é uma agricultora empenhada em conquistar o amor do seu vizinho Anthony Reilly. O problema é que Anthony (Jamie Dornan) parece ter herdado uma maldição familiar e ignora a bela admiradora. Espicaçado pelos planos do pai, Tony (Christopher Walken), para vender a quinta da família ao sobrinho americano Adam (Jon Hamm), Anthony é impelido a seguir os seus sonhos.

O Homem que Vendeu a Sua Pele (2020)
L'Homme qui a vendu sa peau
Sam Ali, um jovem sírio sensível e impulsivo, deixou o seu país e foi para o Líbano para escapar à guerra. Para poder viajar para a Europa e viver com o amor da sua vida, aceita ter as costas tatuadas por um dos artistas contemporâneos mais sulfurosos do mundo. Transformando o seu próprio corpo numa obra de arte de prestígio, Sam perceberá que a sua decisão pode significar qualquer coisa, menos liberdade.

Playlist (2021)
A história de duas raparigas livres, Sophie (Sara Forestier), que trabalha numa famosa editora de graphic novels parisiense, com o sonho de ver os seus desenhos publicados, e Julia (Laetitia Dosch), aspirante a actriz que trabalha num restaurante. Quando Sophie conta a Jean (Pierre Lottin), o seu namorado, que está grávida, tudo desaba. Como sobreviver em Paris em tais condições?

Uma Pequena Mentira (2019)
Fourmi
Theo, de 12 anos, joga no clube de futebol local e tem talento suficiente para se tornar profissional. Mas o pai iniciou uma espiral de autodestruição desde que se divorciou e começou a beber. Theo sente-se impotente e ansioso enquanto observa o pai, mas recusa desistir. Quando o olheiro de um grande clube britânico o observa, Theo vê uma oportunidade de reavivar a esperança do pai. Apesar dos seus esforços, não é escolhido, mas decide mentir e dizer que vai jogar para Inglaterra, na esperança de que o pai fique feliz e orgulhoso. O pai de Theo passa a dedicar toda a energia a ajudar o filho a preparar-se para a oportunidade da sua vida e, gradualmente, recupera o gosto pela vida e a motivação para o futuro. Mas a mentira atinge proporções imprevistas e fica fora de controlo...

Velocidade Furiosa 9 (2021)
F9 
Dom Toretto (Vin Diesel) leva uma vida tranquila, longe de tudo, com Letty (Michelle Rodriguez) e o seu filho, o pequeno Brian. Mas todos sabem que o perigo se esconde no horizonte. Desta vez, a ameaça forçará Dom a enfrentar erros do passado, se  quiser salvar aqueles que mais ama. A equipa une-se, mais uma vez, para impedir uma conspiração que pode abalar o mundo, liderada pelo melhor condutor e o mais impiedoso assassino que já encontraram, um homem que é também o irmão esquecido de Dom, Jakob. A ação tem lugar um pouco por toda a parte, de Londres a Tóquio, da América Central a Edimburgo, de um esconderijo secreto no Azerbaijão às movimentadas ruas de Tbilisi. Pelo caminho, velhos amigos vão ressuscitar, antigos inimigos regressam, a história vai ser rescrita e o verdadeiro significado de família vai ser testado como nunca.

Netflix Portugal

Estreou a 23 de Junho:

A Casa das Flores: O Filme (2021)
La Casa de Las Flores: La Película
Enquanto aguarda pela operação delicada de que precisa, Delia revela um segredo a Paulina: no quarto dos seus pais existe um esconderijo que guarda, entre outras coisas, um tesouro de família e as provas contra Agustín Corcuera, que foi recentemente absolvido pelo homicídio de Pato. Paulina engana então os irmãos, convencendo-os a ajudarem-na com as medidas de segurança da sua antiga casa e recuperando assim o tesouro. À medida que o seu plano é posto em marcha, nos anos 80, Virginia e Ernesto entram também eles em acção para obter a confissão de Agustin. O amor pela sua ama e a possibilidade de vingarem a família farão com que os de la Mora quebrem todas as regras.

Good on Paper (2021)
Andrea Singer sempre colocou a carreira na comédia stand-up em primeiro lugar. Embora namorar seja fácil, encontrar o amor nunca foi uma prioridade... até que conhece Dennis, um nerd peculiar com um charme irresistível, que a faz a baixar a guarda. A sua melhor amiga, Margot, não está convencida de que ele seja tudo aquilo que parece ser e convence Andrea a embarcar numa caça aos gambozinos para descobrir quem Dennis realmente é.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Opinião: Séries - Manhãs de Setembro / September Mornings - Temporada 1 (2021)

*7/10*

Manhãs de Setembro é a segunda produção brasileira Amazon Original, tem como protagonista uma mulher trans e estreia no Pride Month. Um conjunto de características que adensam a curiosidade em torno desta série de cinco episódios.

Criada por Josefina TrottaAlice Marcone Marcelo Montenegro, a história de Manhãs de Setembro constrói-se em volta da personagem interpretada por Liniker de Barros (que se estreia como actriz) e é com ela que estabelecemos a maior empatia: uma mulher segura e independente que está no auge da sua vida, após muitas superações.

Liniker é "Cassandra, uma mulher trans que trabalha como motogirl em São Paulo e que tem na música a sua maior força. Ela teve que abandonar a sua cidade para realizar o sonho de se tornar cover de Vanusa, cantora brasileira que fez sucesso na década de 70. Após anos de muito sofrimento, Cassandra vive agora um momento de estabilidade: ela consegue alugar um apartamento só seu e descobre o amor na figura de Ivaldo (Thomas Aquino). Mas tudo se complica quando a sua ex-namorada, Leide (Karine Telles), reaparece com uma criança que diz ser seu filho."

Com episódios curtos e cativantes, Manhãs de Setembro tem momentos inspirados e envolventes, onde os sentidos se apuram e não são precisas palavras para compreender o que vai na cabeça de Cassandra. Ainda assim, esperava-se uma série mais corajosa ao entrar na realidade de uma mulher transexual no Brasil actual. Se, por um lado, há uma normalização da protagonista - o que é bom que aconteça, e a naturalidade com que a série toca as temáticas LGBTQ+ é notável -, por outro, sente-se falta de mais algum confronto e crítica à sociedade brasileira, ainda tão intolerante. Para além do dia-a-dia de Cassandra, o foco de Manhãs de Setembro centra-se, em especial, no conceito de família e na marca que a mesma pode deixar em cada um.

A importância da música na vida da protagonista está espelhada na nostálgica banda sonora, repleta de temas e uma presença quase sobrenatural de Vanusa, cantora falecida em 2020, e a voz da "consciência" de Cassandra. Já Liniker enche o ecrã de corpo, alma e voz, numa entrega notória.

Fica aberta a possibilidade de uma segunda temporada para Manhãs de Setembro. Cassandra merece um mergulho mais profundo na sua vida e sensibilidade.

terça-feira, 22 de junho de 2021

LeiriaShopping exibe vencedores do Leiria Film Fest

O LeiriaShopping vai exibir uma selecção de filmes vencedores do Leiria Film Fest 2021 - Festival Internacional de Curtas-metragens nos dias 28 e 29 de Junho, às 21h00. As entradas são gratuitas, mediante inscrição em leiriashopping.pt.


Cada sessão terá a duração de 50 minutos. Entre os sete vencedores, estão quatro filmes portugueses: Dessa Água Não Beberei, de Pedro Caldeira e Paulo Graça; Lascas, de Natália Azevedo de Andrade; Moço, de Bernardo Lopes; e Mulher Como Árvore, de A. Vázquez San Miguel, C. Tortosa, D. Cajías, F. Ferreira e H. Faria. A estes títulos juntam-se também produções de Espanha, Islândia, entre outros países.

A edição especial da 8.ª edição do Leiria Film Fest marca o arranque do projeto Cultura no Centro no LeiriaShopping. Ao longo de 2021, serão realizadas várias atividades e movimentos artísticos nos centros comerciais geridos pelo grupo Sonae Sierra, de forma a tornar a cultura acessível a todos os portugueses. 

 Mais informações em https://www.leiriashopping.pt/lifestyle/events/filmes-do-leiria-film-fest-chegam-ao-nosso-centro/.

Cinemateca disponibiliza 'Maria do Mar' em streaming no dia 23 de Junho

O filme Maria do Mar, de José Leitão de Barros, vai estar disponível para visionamento em streaming no próximo dia 23 de Junho, durante todo o dia no site da Cinemateca Portuguesa

Esta apresentação em streaming contará com a partitura original, composta por Bernardo Sassetti, encomendada pela Cinemateca em 1999, por ocasião do restauro de 2000, orquestrada por Vasco Pearce de Azevedo, Bernardo Sassetti e Luís Tinoco e gravada em 2010 por Bernardo Sassetti (piano), Filipa Pais (voz) e a Orquestra Sinfonietta de Lisboa (conduzida pelo maestro Vasco Pearce de Azevedo) com José Pedro Gil, Vasco Pearce de Azevedo e Bernardo Sassetti a cargo da produção.

Maria do Mar é um "notável trabalho de integração da paisagem marítima e da vida dos pescadores da Nazaré numa ficção construída à volta do ódio entre duas famílias, de onde brota uma história de amor que ultrapassa qualquer rivalidade. Um belíssimo filme, com imagens surpreendentes e um trabalho de montagem claramente marcado pela influência da vanguarda soviética da época, onde se notam ainda muitos outros sinais do cinema europeu e americano dos anos vinte do século passado".

Esta sessão online é organizada no âmbito do programa A Season of Classic Films, financiado pelo Programa Europa Criativa e coordenado pela ACE (Association des Cinémathèques Européennes), destinado a valorizar o património cinematográfico europeu.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

NOMA AZORES - Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos apresenta primeiras confirmações

O NOMA AZORES - Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos anunciou as primeiras confirmações desta primeira edição, a ter lugar em Ponta Delgada, entre os dias 27 e 31 de julho. 

Fora de competitivo, o programa de curtas integra agora dois filmes internacionais, Tahiti e La chambre, ambos de Latifa Said, e um filme regional, Novos Vizinhos: Um só Deus, de Bruno Correia. São três curtas-metragens "que têm como foco a emigração, as condições de vida dos migrantes e as suas relações com as populações dos locais em que estão inseridos", explica a organização em comunicado. 

Foram ainda anunciados alguns nomes que farão parte de um ciclo de conversas que integrará o festival: a actriz Ana Lopes,  a activista Carolina Brito e o realizador e produtor Filipe Tavares, marcarão presença no Teatro Micaelense, a 27, 28 e 30 de Julho, respectivamente.

Depois de um percurso como fotojornalista, a franco-argelina Latifa Said estreou-se no cinema com Jours intranquilles, curta escrita e realizada por ela. Com interesse pelos temas relacionados os direitos humanos, a realizadora traz aos Açores duas obras: Tahiti (2018), integralmente rodada em Argel, sobre a vida de um emigrante ilegal dos Camarões, e La chambre (2019), sobre a integração dos emigrantes do Maghreb em França. Novos Vizinhos: Um só Deus, do açoriano Bruno Correia, regressa agora ao grande ecrã, depois de estreada na RTP. O filme acompanha o surgimento da primeira mesquita do Atlântico Norte, localizada na baixa de Ponta Delgada, nos Açores. Apesar de todas as diferenças, um vizinho da mesquita, perdido numa existência solitária, ousa descobrir semelhanças entre as crenças espirituais de muçulmanos e cristãos. 

Mais informações em https://www.nomazores.com/pt/.

domingo, 20 de junho de 2021

Sugestão da Semana #460

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o filme português O Movimento das Coisas, de Manuela Serra, agora nos cinemas numa cópia restaurada.

O MOVIMENTO DAS COISAS


Ficha Técnica:
Título Original: O Movimento das Coisas
Realizadora: Manuela Serra
Género: Documentário
Classificação: M/12
Duração: 85 minutos

sábado, 19 de junho de 2021

Inside Out: Cinema ao ar livre nos jardins da Culturgest em Junho e Julho

O programa Inside Out - que inclui artes visuais, cinema, pensamento, música e teatro - acontece entre 24 de Junho e 10 de Julho e traz sessões de cinema ao ar livre nos jardins da Culturgest, nos dias 25 de Junho, 2 e 9 de Julho.

Créditos da foto: Vera Marmelo

O elo desta primeira edição do Inside Out é A Grande Magia - será que vivemos num mundo de ilusão? No que toca ao cinema, o programa inclui um ciclo de curtas-metragens: De Calder ao Deepfake, que acontece nos dias 25 de Junho, às 21h30, 2 Julho, às 22h00 e 23h00, e 9 de Julho, às 22h00 e 23h00, no Jardim Caixa, no Edifício-Sede da CGD e da Culturgest. As sessões são gratuitas, sujeitas à lotação do espaço e mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 20h00.

"Entre 1926 e 1931, o artista Alexander Calder construiu um conjunto de mais de 70 pequenas figuras de circo mecânicas, instrumentos musicais e adereços, como redes, bandeiras e tapetes. Estas esculturas cinéticas foram construídas com arame, madeira e outros objetos encontrados e eram operadas manualmente pelo próprio Calder em performances no que ficou conhecido como o Circo de Calder". Eis o ponto de partida para este ciclo, composto por 28 curtas-metragens sobre a magia e suas ramificações. Além do circo e da magia, não faltará "luz e sombra, universos e realidade paralelas, viagens no tempo, misticismo, prestidigitação, ilusões criadas pela manipulação de elementos visuais, inclusive um dos primeiros filmes a serem feitos com a tecnologia deepfake".

PROGRAMA

25 JUN | 21h30

Zona 1 | Grab Them | War of the Worlds | Non-contractuel (43')

Zona 2 | Circo | Cornstalk | Ursus | Estória do Gato e da Lua | Stampede - A Stamped Circus Story (40')

Zona 3 | Le grand cirque Calder 1927 (43')


2 JUL | SESSÃO DUPLA 22h00 + 23h00

Zona 1 | Synchronisation | The Centrifuge Brain Project | Random Principle (40')

Zona 2 | Instead of Abracadabra | White Echo (37')

Zona 3 | A Phantasy | A Chairy Tale | Pas de Deux | Spook Sport (37')


9 JUL | SESSÃO DUPLA 22h00 + 23h00

Zona 1 | World of Tomorrow | Undo | Plano Controle (43')

Zona 2 | Navigator | Papillon d'amour | Don't Know What | Suspension | Solar Walk (44')

Zona 3 | Do Céu e da Terra | Le cirque de Calder (46')


Mais informações sobre este ciclo de cinema e sobre todo o programa Inside Out podem ser encontradas em https://www.culturgest.pt/pt/programacao/inside-out-no-jardim-no-atrio-nas-galerias-no-anfiteatro-ao-ar-livre-da-culturgest/.

Ciclo de Cinema ao ar livre no Porto de 28 a 30 de Junho

O Ciclo de Cinema ao ar livre Tempo, Memória e Resistência acontece entre os dias 28 e 30 de Junho, no Museu de História Natural da Universidade do Porto, e é programado pelo Porto/Post/Doc e pela Casa Comum.

Esta "mostra integra títulos que propõem novas visões, críticas e poéticas, sobre temas que marcam a vida social e política do século XX". A abrir, neste mês de Junho, estão os filmes Nostalgia da Luz, de Patricio Guzmán, Honeyland - A Terra do Mel, de Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov, e Feliz como Lázaro, de Alice Rohrwacher. O ciclo irá estender-se até Novembro e passará também pelo Passos Manuel. As sessões de Junho no Museu decorrem sempre pelas 21h30 e são de livre acesso. 

O documentário Nostalgia da Luz, de Patricio Guzman, leva-nos a uma "perspectiva no feminino, das mães dos operários, mineiros e índios presos políticos desaparecidos e torturados, a eterna luta contra o esquecimento das vítimas do regime de Pinochet". O filme macedónio Honeyland - A Terra do Mel aborda o "equilíbrio e respeito pela natureza". Realizadores e protagonista "mostram-nos os perigos da ganância e do lucro fácil, parábola poética sobre o nosso tempo de grandes contradições". Feliz como Lázaro leva-nos às "memórias pessoais do protagonista, entre a inocência da sua existência e a maldade humana de qu em se aproveita dele, o grande cinema italiano revisto num conto encantatório que mistura actores profissionais e não profissionais".

O ciclo será retomado em Setembro e a restante programação será anunciada brevemente. No total, está prevista a exibição de 10 filmes de cineastas com perspectivas diferentes mas todos eles empenhados política e socialmente. "Memórias pessoais, familiares e colectivas são convocadas nestes filmes, num cruzamento de valores humanistas que urge realçar num momento único da nossa existência, em que o cinema também pode contribuir na luta contra o esquecimento, contra o irracional e contra a perpetuação de ideais populistas que só comprometem o futuro da civilização, o nosso futuro", acrescenta a organização.

 

PROGRAMA

28, 29 e 30 de Junho às 21h30. Entrada Livre.

Ar Livre no Museu de História Natural e Ciência da Universidade do Porto

Segunda, 28 de Junho

Nostalgia da Luz, de Patricio Guzmán


Terça, 29 de Junho

Honeyland - A Terra do Mel, de Tamara Kotevska, Ljubomir Stefanov


Quarta, 30 de Junho

Feliz como Lázaro, de Alice Rohrwacher

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Estreias da Semana #460

Esta Quinta-feira, chegam aos cinemas portugueses sete novos filmes. Conta-se ainda com a reposição de duas obras de Vittorio De Sica, Ladrões de Bicicletas (1948) e O Milagre de Milão (1951). Na Netflix Portugal, há duas estreias, e na Disney + há um novo filme para ver.

A Candidata Perfeita (2020)
The Perfect Candidate
Maryam é uma jovem médica que trabalha na clínica de uma pequena cidade na Arábia Saudita. Apesar das suas qualificações, Maryam tem de conquistar diariamente o respeito dos colegas homens e a aceitação dos pacientes. Impedida de viajar para o Dubai e procurar um emprego melhor, depara-se com uma confusão burocrática que a coloca perante os formulários de candidatura às eleições municipais da cidade e decide concorrer. Com o pai músico ausente numa digressão dos primeiros concertos públicos permitidos no Reino em décadas, Maryam convoca as duas irmãs mais novas para reunir fundos e organizar eventos de campanha. Enquanto enfrentam as restrições dos papéis tradicionais da mulher, a audaciosa candidatura de Maryam começa a ganhar impulso e a desafiar a comunidade conservadora. À medida que cresce a luta renhida com o seu oponente masculino, Maryam e a sua família mobilizam determinação e criatividade para fazer avançar a sociedade.

O Amigo de Sempre (2019)
Our Friend
Após saber que a sua esposa só tem seis meses de vida, um homem recebe o apoio do seu melhor amigo, que se muda para a casa deles para ajudar.

O Guarda-Costas e a Mulher do Assassino (2021)
Hitman's Wife's Bodyguard
O guarda-costas Michael Bryce (Ryan Reynolds) e o assassino Darius Kincaid (Samuel L. Jackson) estão de volta noutra missão arriscada. Ainda sem licença e sob escrutínio, Bryce é forçado a entrar em acção para proteger Sonia (Salma Hayek), a esposa ainda mais volátil de Darius. Enquanto a paciência de Bryce é levada ao limite, o trio envolve-se numa trama global e descobre que são tudo o que resta para proteger a Europa de um poderoso e vingativo louco (Morgan Freeman).

O Movimento das Coisas (cópia restaurada) (1985)
Histórias do quotidiano pontuadas pelo silêncio. Numa aldeia do Norte, a rotina diária de três famílias. Mais longe, o rio habitado por gente, uma barca, o sol, o largo da aldeia, a ponte em construção, a varanda, a refeição, a feira e a missa ao domingo. Restauro para suporte digital 4K efetuado a partir do negativo de câmara em 16mm conservado pela Cinemateca Portuguesa. Som digitalizado e tratado a partir da banda óptica de uma cópia de época e das pré-misturas em suporte magnético. Restauro digital da imagem e correção de cor pela Cineric Portugal usando uma cópia de época como referência e com a participação da realizadora. O último plano do filme, após o genérico, não fazia parte da montagem original e foi introduzido na nova cópia digital em 2020 por vontade da realizadora.

O Pecado (2019)
Il peccato
Florença, início do século XVI. Amplamente considerado um génio pelos seus contemporâneos, Michelangelo Buonarroti (Alberto Testone) encontra-se esgotado e reduzido à pobreza na sua luta para terminar o teto da Capela Sistina. Quando o seu comissário e chefe da nobreza Della Rovere, Papa Júlio II, morre, Michelangelo fica obcecado por obter o melhor mármore para completar a sua tumba. A lealdade do artista é testada quando Leão X, da família rival Medici, ascende ao papado e o encarrega de uma nova encomenda lucrativa - a fachada da Basílica de San Lorenzo. Forçado a mentir para manter o favor de ambas as famílias, Michelangelo é progressivamente atormentado por suspeitas e alucinações, levando-o a examinar as suas próprias falhas morais e artísticas.

Os Flofos: Viagem no Tempo (2021)
Extinct
Dois flofos são transportados para o presente e descobrem que a sua espécie está extinta. Apavorados, tentam regressar ao passado para salvar todos os flofos do desaparecimento.

Supernova (2020)
Sam e Tusker, companheiros há 20 anos, viajam pela Inglaterra na sua antiga autocaravana. Visitam amigos, família e lugares do seu passado. Desde que Tusker foi diagnosticado com um início precoce de demência há dois anos, o tempo que passam juntos é a coisa mais importante. No entanto, à medida que a viagem avança as suas ideias para o futuro chocam, segredos são revelados e o amor entre os dois é testado como nunca.

Disney +

Estreia a 18 de Junho:

Luca (2021)
Durante as férias de verão numa localidade à beira-mar na Riviera italiana, um rapaz chamado Luca trava amizade com um monstro marinho.

Netflix Portugal

Estreia a 18 de Junho:

O Mundo É Complicado (2021)
Jagame Thandhiram
O senhor do crime britânico Peter Sprott precisa que um rival seja eliminado, e o melhor homem para esse trabalho é Suruli, um gangster Tamil de Madurai. Suruli chega a Londres vê-se confrontado pela primeira vez com diversos dilemas.

Paternidade (2021)
Fatherhood
Um viúvo tenta criar a sua filha bebé após a morte inesperada da mulher, um dia após ter dado à luz.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Animação dos Estúdios Aardman na Filmin a 22 de Junho

A animação dos Estúdios Aardman chega ao catálogo da Filmin no dia 22 de Junho, com Wallace e Gromit, Ovelha Choné e o clássico Morph.

O estúdio britânico tem-se destacado pela animação em stop-motion, e Wallace & Gromit são das suas personagens mais famosas: Wallace é um inventor bem-humorado, excêntrico e fanático por queijo, e o seu esperto e fiel companheiro canino, Gromit. Ficará disponível na plataforma Filmin uma compilação de quatro curtas-metragens com os capítulos mais famosos da série: As Calças Trocadas, Dia de Folga, No Fio da Navalha e ainda Uma Padaria de Morrer

No dia 22 de Junho, chegam também as cinco temporadas da série Ovelha Choné (2007), spin-off da curta No Fio da Navalha, onde a ovelha mais famosa do mundo surge pela primeira vez. "Choné é uma ovelha que não segue o rebanho - lidera-o em todo o tipo de dificuldades e rixas, transformando a paz no vale em barafunda no prado". Do universo da Ovelha Choné, entram na plataforma a série Ovelhíadas (Championsheep) e Ovelha Choné: As curtas de Mossy Bottom.

Por fim, após quase 40 anos desde sua primeira transmissão, As Épicas Aventuras de Morph (The Epic Adventures of Morph) reúne as queridas personagens animadas em stop-motion, que se tornaram na marca registada dos estúdios Aardman

 Mais informações sobre a Filmin Portugal em https://www.filmin.pt/.

terça-feira, 15 de junho de 2021

Crítica: Cruella (2021)

"Cruella was in a box a long time, now Estella can be the one who makes guest appearances."

Cruella de Vil

*6/10*

Mais uma vilã da Disney ganha um filme em nome próprio que conta a sua versão dos factos - ou como é que ficou assim tão malvada -: depois de Maléfica, Cruella é a visada. Uma longa-metragem com um fabuloso trabalho de guarda-roupa e duas grandes interpretações: Emma Thompson e Emma Stone.

Cruella passa-se em Londres, nos anos 70, a meio da revolução do punk rock, e segue uma jovem vigarista chamada Estella, inteligente e criativa, determinada em fazer vingar o seu nome através das suas roupas. Faz amizade com um par de jovens ladrões que apreciam o seu apetite por problemas e, em conjunto, constroem uma vida nas ruas de Londres. O talento de Estella para a moda chama a atenção da Baronesa von Hellman. Mas, o relacionamento entre as duas origina uma série de eventos e revelações que farão com que Estella abrace o seu lado perverso e se torne na elegante e vingativa Cruella.

O realizador Craig Gillespie cria um universo mais obscuro que o habitual em filmes da Disney, mas falta alma e autenticidade a Cruella para realmente fazer a diferença. O artificialismo da longa-metragem, onde tudo é pouco genuíno, mostra fraquezas até ao nível dos efeitos visuais - tão pouco realistas. Mas o maior problema do filme da Disney é a falta de foco no íntimo da protagonista, que por muita rebeldia e revolta que demonstre, nunca nos deixa chegar ao seu âmago e compreender de onde vem a psicopatia que revela em 101 Dálmatas.

Todavia, são as duas Emmas, protagonista e antagonista, as verdadeiras forças de Cruella, a somar ao assombroso trabalho de guarda-roupa - que, esse sim, é capaz de demonstrar a personalidade forte de Estella -, direcção artística e uma banda sonora espelho do tempo em que a acção decorre. Emma Thompson está deslumbrante na pele da implacável Baronesa von Hellman, capaz de tudo para manter o título de lenda da moda, e derrotar quem quer que seja potencial ameaça ou rival; e Emma Stone incorpora o melhor que pode a dualidade Estella / Cruella, e carrega a personagem cheia de excentricidade, raiva, criatividade e empenho. Seguras e talentosas, as duas actrizes são capazes de passar de hilariantes a aterradoras, com a genialidade que as caracteriza.

Esperava-se um filme mais profundo, que nos desse a conhecer muito mais do que vai na cabeça e coração da vilã de 101 Dálmatas - mas ficamos apenas com o estético. Cruella pode não ser surpreendente, mas diverte e entretém q.b.