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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Globos de Ouro - Sic: Vencedores

Os Globos de Ouro SIC 2024 foram anunciados na noite de Domingo, 29 de Setembro. Mal Viver/Viver Mal, Rabo de Peixe e Matilha foram alguns dos premiados nas categorias de cinema e ficção televisiva.

Eis a lista de nomeados e vencedores em cada uma das categorias:

Cinema

Melhor Filme

Baan, Leonor Teles

Mal Viver e Viver Mal, João Canijo

Nação Valente, Carlos Conceição

Nayola, José Miguel Ribeiro

Onde Fica Esta Rua? Ou Sem Antes Nem Depois, João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata


Melhor Actor

João Arrais, Nação Valente

Pedro Inês, Índia

Albano Jerónimo, The Nothingness Club - Não Sou Nada O Pior Homem de Londres

Rui Morrison, Sombras Brancas

Ruben Simões, Vadio


Melhor Actriz

Rita Blanco, Mal Viver e Viver Mal

Rita Cabaço, O Vento Assobiando nas Gruas

Carla Maciel, Légua

Anabela Moreira, Mal Viver, Viver Mal A Semente do Mal

Maria João Pinho, A Sibila


Televisão

Melhor Ficção

Codex 632

Lúcia, A Guardiã dos Segredos

Matilha

Rabo de Peixe

Senhora do Mar


Melhor Actor

José Condessa, Rabo de Peixe

Albano Jerónimo, Rabo de Peixe

Afonso PimentelMatilha Rabo de Peixe

Paulo Pires, Codex 632

Rodrigo Tomás, Rabo de Peixe


Melhor Actriz

Inês Aires Pereira, Erro 404

Márcia Breia, Lúcia, A Guardiã do Segredo

Helena Caldeira, Rabo de Peixe

Sofia Ribeiro, Senhora do Mar

Margarida Vila-Nova, Matilha

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Prémios Sophia 2024: Vencedores

A cerimónia da 13.ª edição dos Prémios Sophia aconteceu este Domingo, 26 de Maio. Numa noite marcada por mensagens muito políticas, ou não fosse o tema desta edição Cinema é Liberdade, Mal Viver conquistou quatro prémios: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actriz Secundária e Melhor Montagem. Também Great Yarmouth – Provisional Figures venceu em quatro categorias.


Eis a lista completa de vencedores dos Prémios Sophia 2024:

Melhor Filme
Great Yarmouth – Provisional Figures
Não Sou Nada – The Nothingness Club

Melhor Realização
Edgar Pêra - Não Sou Nada – The Nothingness Club
Marco Martins - Great Yarmouth – Provisional Figures

Melhor Argumento Original
Edgar Pêra e Luísa Costa Gomes  - Não Sou Nada – The Nothingness Club
Filipa Reis, João Miller Guerra, Sara Morais, José Filipe Costa e Letícia Simões - Légua

Melhor Argumento Adaptado
Eduardo Brito - A Sibila, adaptado da obra de Agustina Bessa-Luís, A Sibila
Júlio Alves - A Arte de Morrer Longe, adaptado a partir da obra A Arte de Morrer Longe, da autoria de Mário de Carvalho
Rui Cardoso Martins e Fernando Vendrell - Sombras Brancas, adaptado a partir da obra De Profundis, Valsa Lenta, de José Cardoso Pires

Melhor Actor Principal
Miguel BorgesNão Sou Nada – The Nothingness Club
Rui MorrissonSombras Brancas

Melhor Actriz Principal
Beatriz Batarda, Great Yarmouth – Provisional Figures
Joana Bernardo, A Noiva

Melhor Actor Secundário
Albano Jerónimo, Não Sou Nada – The Nothingness Club
Matamba Joaquim, Pátria
Romeu Runa, Great Yarmouth – Provisional Figures
Victor Correia, Não Sou Nada – The Nothingness Club

Melhor Actriz Secundária
Rita Cabaço, Great Yarmouth – Provisional Figures
Victoria Guerra, Não Sou Nada – The Nothingness Club


Melhor Direcção de Fotografia
João Ribeiro, Great Yarmouth – Provisional Figures

Melhor Montagem
Cláudio Vasques, Não Sou Nada – The Nothingness Club
Mariana Gaivão, Marco Martins e Karen Harley, Great Yarmouth – Provisional Figures

Melhor Som
Miguel Martins Rafael Cardoso, Great Yarmouth – Provisional Figures
Pedro Marinho Pedro Góis, Não Sou Nada – The Nothingness Club

Melhor Banda Sonora Original
Jim Williams, Great Yarmouth – Provisional Figures
Jorge Prendas, Não Sou Nada – The Nothingness Club
Manuel Rivero Gaiteiros de LisboaOs Demónios do Meu Avô

Melhor Canção Original
What is Fame After Death – Não Sou Nada – The Nothingness ClubLetra: Fernando Pessoa / Música e Interpretação: Jorge Prendas
Lápis Azul –  Sombras BrancasLetra: José Cardoso Pires (a partir de excertos censurados de Histórias de Amor) / Música: Eduardo Raon; Interpretação: Eduardo Raon e Rita Redshoes 
Caretos – Os Demónios do Meu AvôLetra: Possidónio Cachapa / Música: Carlos Guerreiro; Interpretação: Gaiteiros de Lisboa 
Casinha – A Minha Casinha; Letra, Música e Interpretação: Fábio Soares

Melhor Direcção de Arte
Ricardo Preto, Não Sou Nada – The Nothingness Club
Sara Lança e Chris Barber, Great Yarmouth – Provisional Figures

Melhor Caracterização/Efeitos Especiais
Arnauld Chelet, Great Yarmouth – Provisional Figures
Bárbara Brandão, Carlos Amaral Júlio Alves, Não Sou Nada – The Nothingness Club

Melhor Guarda-Roupa
Isabel Carmona, Great Yarmouth – Provisional Figures
Susana Abreu, Não Sou Nada – The Nothingness Club

Melhor Maquilhagem e Cabelos
Bárbara Brandão, Não Sou Nada – The Nothingness Club
Bárbara Brandão, A Sibila
Maria Almeida (Nini), Great Yarmouth – Provisional Figures

Melhor Série/Telefilme
Cavalos de Corrida
Realização, Criação e Escrito por: André Santos Marco Leão
Produção: Pandora da Cunha Telles e Pablo IraolaUkbar Filmes

Emília
Realização, Criação, Dir. Argumento e Escrito por: Filipa Amaro
Produção: Maria João Mayer, Maria&Mayer


Salgueiro Maia – O Implicado
Realização: Sérgio Graciano
Inspirado em Salgueiro Maia – Um Homem da Liberdade, de António de Sousa Duarte
Dir. Argumento e escrito por: João Lacerda Matos
Produção: José GandarezSky Dreams Entertainment

Melhor Curta-Metragem de Ficção
As Gaivotas Cortam o Céude Mariana Bártolo Guillermo García López
Corpos Cintilantesde Inês Teixeira
Monte Clérigode Luís Campos

Melhor Curta-Metragem de Documentário
A Arte da Memória, de Rodrigo Areias
As Nossas Primaveras Passadas Não Voltam Mais, de Joel Cartaxo Anjos
Body Buildings, de Henrique Câmara Pina
Coney Island – As Primeiras Vezes, de Joana Botelho 

Melhor Curta-Metragem de Animação
Algo que Eu Disse, de Sara Barbas
Ana Morphose, de João Rodrigues
Foxtale, de Alexandra Allen
Sopa Fria, de Marta Monteiro

Prémio Sophia Estudante
Défilement, de Francisca Miranda – FBAUP
Kintsugi, de Martim da Cunha - Escola das Artes – Universidade Católica Portuguesa
Praia da Aguda, de Salvador Gil – ESAP
Seres Vivos, de Margarida Fonseca – Ar.Co

Prémio Sophia Carreira 2024
Luís Cília (músico e compositor)
Rui Simões (realizador)

Prémio Mérito e Excelência
José Manuel Costa

Prémios NICO
Ulé Baldé
Rúben Simões
Salvador Gil

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Os Melhores do Ano: Top 20 [20.º-11.º] #2023

2024 já vai bem lançado, e é mais que hora de fazer o balanço do ano cinematográfico que terminou. Gostava de ter visto mais filmes e, principalmente, que mais títulos me enchessem as medidas. Ainda assim, aqui está o Top 20 de 2023, com filmes bastante equilibrados, de diversos géneros cinematográficos, digitais e analógicos (e com um Top 10 muito renhido).

Eis o Top 20 de 2023 do Hoje Vi(vi) um Filme, sempre tendo em conta as estreias no circuito comercial de cinema em Portugal ao longo do ano e nas plataformas de streaming. Aqui ficam os meus eleitos, do 20.º ao 11.º lugares.

20.º Oppenheimer (2023), Christopher Nolan

Não há dúvida que Christopher Nolan ama a Sétima Arte e tudo tem feito para proporcionar a melhor experiência possível em sala de cinema, desta vez, ao filmar com câmaras IMAX 65mm e grande formato 65mm e inclui, pela primeira vez, secções rodadas em película de 65mm IMAX a preto e branco, criada propositadamente para este filme. Ao mesmo tempo, os efeitos visuais - incluindo as explosões - são criados recorrendo apenas a efeitos práticos. Oppenheimer começa bem, perde-se ligeiramente pelo meio, até que resplandece quando surge a criação do cientista, e tudo o que daí advém. 


19.º Légua (2023), Filipa Reis e João Miller Guerra

Légua, de Filipa Reis e João Miller Guerra, é uma obra sobre a passagem do tempo, no corpo e no espaço. É a Natureza (também a Humana) no seu estado cinematográfico mais puro. Há uma luz que paira sobre cada passo de Ana. Em comunhão com a Natureza e com os animais, ela transmite paz e tranquilidade, apesar das circunstâncias. Ao filmarem em película, Filipa Reis e João Miller Guerra captam esta dimensão quase metafísica de plenitude e nostalgia, uma dualidade aparentemente impossível que rodeia Légua em cada plano. Eis a magia e a elegia da passagem do tempo.


18.º Missão: Impossível – Ajuste de Contas Parte Um / Mission: Impossible - Dead Reckoning Part One (2023), Christopher McQuarrie

O incansável Tom Cruise - verdadeiro defensor do projecto e do Cinema enquanto experiência em sala - dá, como sempre, tudo de si, quer em frente da câmara, quer no trabalho de bastidores. A trabalhar com Christopher McQuarrie desde Nação Secreta (2015), a dupla tem dotado os filmes de uma forte personalidade e unidade, tornando a saga mais sólida e coerente. Numa verdadeira roda viva de emoções, sequências de acção de tirar o fôlego e as já habituais cenas que desafiam a física ou a lógica, eis que surge a primeira parte de Missão: Impossível – Ajuste de Contas.


17.º Nayola (2022), José Miguel Ribeiro

Nayola percorre três gerações de uma família marcada pelas guerras em Angola. A primeira incursão de José Miguel Ribeiro nas longas-metragens equivale à estreia comercial da primeira longa portuguesa de animação. Com argumento de Virgilio Almeida, a partir da obra de José Eduardo Agualusa e Mia Couto, Nayola é uma história de amor e liberdade, que mostra a crueldade da guerra, e a luta feminina pela sobrevivência, cada uma à sua maneira, na sua época, através de memórias e da sensibilidade mágica do realizador.


16.º Saint Omer (2022), Alice Diop

Em Saint Omer, Alice Diop recria um julgamento e filma os contraditórios sentimentos de compaixão, dúvida e humanidade, perante alguém que cometeu um crime hediondo. A realizadora cria um filme sobre relações, com grande foco na maternidade - Rama está grávida, Coly não soube lidar com o nascimento de uma criança - e na relação entre mães e filhas. Ao mesmo tempo, toca nos problemas da imigração para quem chega a França - as duas mulheres em foco são imigrantes senegalesas -, a integração, o sentimento de pertença e as relações que se estabelecem (ou não) no novo país ou que se mantêm com a cultura do país de origem. 


15.º Aftersun (2022), Charlotte Wells

Aftersun, longa-metragem de estreia de Charlotte Wells, é o diário, melancólico e sensível, da relação entre pai e filha durante umas férias. O filme consegue vaguear entre a visão ingénua da criança e a profunda maturidade do que fica por dizer.


14.º A Voz das Mulheres / Women Talking (2022), Sarah Polley

Em A Voz das Mulheres, Sarah Polley criou um filme sobre o empoderamento feminino contra uma comunidade violenta e patriarcal. É inevitável vê-lo sem lembrar 12 Homens em Fúria, de Sidney Lumet. Só que, neste caso, a decisão de uma vida está nas mãos das Mulheres, as vítimas, reunidas num palheiro. De tranças entrelaçadas ou de mãos dadas, partilham-se dilemas e o medo do desconhecido, mas todas sabem que urge tomar uma decisão. A Voz das Mulheres é todo sobre o futuro e uma intensa lição de união.


13.º Saltburn (2023), Emerald Fennell

Saltburn é um labirinto de perversidade e ambição que resulta numa experiência cinematográfica essencialmente sensorial. O filme é um prodígio visual, seja pelos planos impactantes, como pelo trabalho da direcção de fotografia, potenciado pelo uso da película, captando cores quase irreais e um trabalho de luz e sombras que torna a acção ainda mais tenebrosa e inebriante. Emerald Fennell continua o seu percurso como realizadora com garra, sem medos nem tabus: o futuro só pode ser radioso - e agitado.


12.º Mal Viver (2023) / Viver Mal (2023), João Canijo

Há mulheres que não nasceram para ser mães: ou porque não tiveram o melhor exemplo, ou porque nunca encontraram o instinto maternal, ou porque são egoístas o suficiente para se amarem incansavelmente sem sobrar um pouco de amor para os filhos. Mal Viver e Viver Mal são o retrato destas mães e das suas filhas sem amor, e daqueles que as rodeiam e são, de uma forma ou de outra, contagiados pelo desamor e pela angústia.


11.º Tár (2022), Todd Field

Todd Field constrói um filme opressivo, com uma forte tensão a pairar, seja pelo ritmo frenético da vida de Lydia Tár, pelos boatos que a assombram, pelos fantasmas mais ou menos reais que lhe passeiam pela casa, ou pelas pontas soltas que a maestrina tem deixado ficar no seu passado.


*Mesmo às portas mas sem entrar neste Top 20 de 2023, destaque para os portugueses O Misterioso Caso de Lázaro Lafourcade, de Tiago DurãoCidade Rabat, de Susana NobreÍndia, de Telmo Churro.

sábado, 12 de agosto de 2023

Anunciados os 4 filmes portugueses candidatos a Melhor Filme Internacional nos Oscars

A Academia Portuguesa de Cinema divulgou os quatro filmes nomeados para a votação do candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Internacional na 96.ª edição dos Oscars

Légua, de Filipa Reis e João Miller Guerra (Uma Pedra no Sapato), Mal Viver, de João Canijo (Midas Filmes), Nayola, de José Miguel Ribeiro (Praça Filmes), e Viver Mal, de João Canijo (Midas Filmes) foram os quatro escolhidos, entre as 35 longas-metragens elegíveis. 

O comité responsável por esta pré-selecção era composto por Ana Rocha de Sousa (realizadora), Clara Agapito (Clara Diaz-Bérrio) (montadora), David Bonneville (realizador), Fátima Ribeiro (guionista) Frederico Serra, (produtor), Isabel Abreu (actriz), José António Loureiro (director de fotografia), Manuel Mozos (realizador), Miguel Guilherme (actor), e Mina Andala (actriz).

O processo de selecção passa agora por um período de votação entre os membros da Academia Portuguesa de Cinema, que decorre de 15 de Agosto a 12 de Setembro, até à revelação do filme seleccionado, anunciado a 14 de Setembro.

A 96.ª edição dos Oscars acontece no dia 10 de Março de 2023, em Hollywood, Los Angeles.

Sobre os filmes candidatos:

Légua - Crítica do Hoje Vi(vi) um Filme

Mal Viver - Crítica do Hoje Vi(vi) um Filme

Nayola - Crítica do Hoje Vi(vi) um Filme

Viver Mal - Crítica do Hoje Vi(vi) um Filme

domingo, 14 de maio de 2023

Sugestão da Semana #560

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca dois filmes: Mal Viver e Viver Mal, de João Canijo. Este díptico sobre maternidade já tem crítica no Hoje Vi(vi) um Filme. Vem mesmo a calhar, para aproveitar a Festa do Cinema, que começa hoje, dia 14, e se prolonga até 17 de Maio, com bilhetes a 3,50€, em todas as sessões 2D, em quase todas as salas de cinema do país.



Ficha Técnica:
Título Original: Mal Viver
Realizador: João Canijo
Elenco: Anabela Moreira, Rita Blanco, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Nuno Lopes, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Rafael Morais, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Carolina Amaral, Leonor Vasconcelos
Género: Drama
Classificação: M/14
Duração: 127 minutos




Ficha Técnica:
Título Original: Viver Mal
Realizador: João Canijo
Elenco: Nuno Lopes, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Rafael Morais, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos, Carolina Amaral, Anabela Moreira, Rita Blanco, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto
Género: Drama
Classificação: M/14
Duração: 124 minutos

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Crítica: Mal Viver (2023) + Viver Mal (2023)

João Canijo regressa aos cinemas com um díptico sobre maternidade: Mal Viver e Viver Mal são dois filmes que partilham o espaço (um hotel), o tempo e o tema central, mas de pontos de vista distintos. Mal Viver valeu a Canijo o Urso de Prata para Melhor Realização no Festival de Berlim. Em Portugal, os filmes tiveram antestreia, como uma obra em duas partes, no Festival IndieLisboa (onde também arrecadaram prémios). 


No centro da filmografia de João Canijo, são sempre as mulheres que se destacam e eis, mais uma vez, um elenco quase exclusivamente feminino - excepção para Rafael Morais e Nuno Lopes -, do qual o realizador consegue extrair o que de mais profundo cada actriz tem para dar à personagem.

Segundo o cineasta, "os dois filmes são sobre a ansiedade de ser mãe" (Mal Viver é onde tal se sente mais), sobre a incapacidade de amar incondicionalmente e como isso tem consequências naquilo em que as filhas se poderão tornar no futuro. São duas longas-metragens diferentes, até mesmo no tom, mas que se complementam.

Há mulheres que não nasceram para ser mães: ou porque não tiveram o melhor exemplo, ou porque nunca encontraram o instinto maternal, ou porque são egoístas o suficiente para se amarem incansavelmente sem sobrar um pouco de amor para os filhos. Mal Viver e Viver Mal são o retrato destas mães e das suas filhas sem amor, e daqueles que as rodeiam e são, de uma forma ou de outra, contagiados pelo desamor e pela angústia.


Mal Viver
*9/10*

"Num hotel familiar junto à costa norte de Portugal, vivem várias mulheres da mesma família de gerações diferentes. Numa relação envenenada pela amargura tentam sobreviver no hotel em decadência. A chegada inesperada de uma neta a este espaço claustrofóbico provoca perturbação e o avivar de ódios latentes e rancores acumulados."

No centro da narrativa de Mal Viver, estão duas mães - Sara e Piedade - e duas filhas - Piedade e Salomé -que herdaram das progenitoras a incapacidade para amar. Após a morte do pai, Salomé chega para viver com a mãe e avó no hotel que ambas gerem, e onde vivem com a prima Raquel e a cozinheira Ângela.


A câmara de João Canijo segue as actrizes pelos vários pisos, piscina e jardim, onde se cruzam com os poucos hóspedes, vêem televisão, nadam, conversam, discutem e fazem a gestão diária do funcionamento do alojamento. O hotel decadente, que lhes serve de sustento e de lar, surge como uma espécie de prisão para as cinco mulheres. Não há fuga possível, as suas vidas estão ali. A recém-chegada Salomé, apesar de não totalmente integrada, já sente o local como a sua casa - também ela não tem mais para onde fugir.


E é esta chegada que faz emergir todas as mágoas da família. Piedade é a maior vítima de uma mãe que não a soube amar: dilacerada pela solidão, pela falta de consolo e compreensão, por não conseguir lidar com a filha. Uma mulher incapaz de demonstrar afectos com naturalidade - a menos que seja para a sua inseparável cadela Alma -, que se culpa por não saber amar a filha, vivendo numa depressão silenciosa.

Mal Viver carrega todo o realismo trágico dos filmes de João Canijo, superando-se pela forma de filmar, e pela dualidade inevitável com Viver Mal - ambos com uma direcção de fotografia fabulosa de Leonor Teles, tirando o melhor partido da luz, dos reflexos e sombras, estimulando a curiosidade para o que cada quarto esconde, entre portas fechadas ou entreabertas.


Anabela Moreira supera-se como Piedade, revelando dor, angústia e desespero num olhar que aparenta, simultaneamente, uma tranquilidade aterradora. A Sara de Rita Blanco emana um egocentrismo e uma confiança de quem é rainha e senhora do seu hotel e das vidas das que a rodeiam. Cleia Almeida e Vera Barreto, habituais colaboradoras do realizador, são aqui mais observadoras (a Raquel de Cleia é também mais provocadora) mas fundamentais para o realismo da narrativa, e acolhem da melhor forma a jovem Madalena Almeida, que se revela à altura do desafio na pele de Salomé, desamparada, mas obstinada por chegar ao coração da sua mãe e ver respondidas todas as questões que a assombram.


Viver Mal
*7.5/10*

"Um hotel junto à costa norte de Portugal, acolhe os seus clientes, num fim-de-semana. Um homem vive dividido entre a atenção a dar à sua mulher e o espaço que ocupa a sua mãe no meio deles. Uma mãe promove o casamento da filha para facilitar a sua relação amorosa com o genro. Outra mãe vive através da filha, impedindo-a de tomar as suas próprias decisões. Três núcleos familiares em final de ciclo de aceitação."

Viver Mal é o outro lado de Mal Viver, desta vez, sob a perspectiva dos hóspedes - de meros figurantes passam agora a protagonistas -, três famílias instáveis, de relações pouco saudáveis. Aqui, cada grupo é apresentado muito para lá dos breves fragmentos de discussões que se ouviam, ao longe, em Mal Viver. Por outro lado, as desavenças das donas do hotel surgem agora apenas como pano de fundo, que os hóspedes ignoram.


Vagamente inspirado pelo dramaturgo August Strindberg (em especial nas peças Brincar com o Fogo, O Pelicano e Amor de Mãe), João Canijo divide em três capítulos as histórias paralelas de cada cliente e, mais uma vez, há uma mãe dominante em cada acto, a complicar as relações amorosas e a vida dos filhos.

Viver Mal dá a conhecer cada uma das três histórias de forma individual - embora partilhando o mesmo espaço -, e constrói-se com um sentido de humor mais apurado, mas com a mesma frieza de sentimentos e relações à beira da ruptura. O egoísmo das mães contrasta com a passividade dos filhos que poucos limites impõem à interferência da matriarca nas suas vidas, muitas vezes decidindo (ou arruinando) o seu futuro.


Em Viver Mal, juntam-se às actrizes de Mal Viver, Beatriz Batarda e Leonor Silveira, no papel de duas mães egocêntricas e controladoras; e as jovens e prometedoras actrizes Filipa Areosa e Carolina Amaral, que vestem a pele de mulheres decididas que desafiam sogras e companheiros, bem como Lia CarvalhoLeonor Vasconcelos, que interpretam filhas com ambições anuladas pelas mães e que vivem, principalmente, ao sabor das suas vontades. Nuno Lopes e Rafael Morais, os nomes masculinos do elenco, são Jaime e Alex, homens manipuladores e de pouca confiança.


Eis o díptico Mal Viver / Viver Mal, um exercício de estilo de realismo feroz e opressivo, onde João Canijo se supera e reinventa ao lado da sua equipa.

Estreias da Semana #560

Esta Quinta-feira, chegam às salas de cinema portuguesas sete novos filmes. Destaque para a estreia do díptico Mal Viver / Viver Mal, de João Canijo.

Amar... de Novo (2023)
Love Again
Mira Ray, confrontada com a perda do noivo, envia uma sequência de textos românticos para o seu antigo número de telemóvel não se apercebendo que o número foi redistribuído ao jornalista Rob Burns. Cativado com a honestidade dos textos confessionais, Rob pede a ajuda da estrela da canção Celine Dion para conhecer Mira pessoalmente... e conquistar o seu coração.

Argonautas: Heróis do Olimpo (2022)
Pattie et la colère de Poséidon
A vida na bela e próspera cidade portuária de Yolcos, na Grécia antiga, é pacífica, mas a população é ameaçada pela ira de Poseidon. Para salvar Yolcos, um ratinho aventureiro parte na companhia do velho Jasão e dos seus Argonautas com a perigosa tarefa de enfrentar o deus dos mares.

Do Jeito Que Elas Querem - Um Novo Capítulo (2023)
Book Club: The Next Chapter
As quatro amigas que em 2018 vibraram ao ler As Cinquenta Sombras de Grey, este ano decidem voar até Itália para dar uma despedida de solteira inesquecível a Vivian (Jane Fonda).

Jeepers Creepers Renasce (2022)
Jeepers Creepers: Reborn
O primeiro festival Horror Hound, no Louisiana, atrai centenas de cromos, aberrações e fãs para uivar e celebrar noite dentro. Entre o público está o amável cromo Chase e a sua querida Laine. Ela tem grandes notícias e espera o momento exacto para lhe dizer que vai ser pai. Mas à medida que o festival se aproxima, Laine começa a ter premonições inexplicáveis e visões perturbantes associadas ao passado da cidade e à lenda urbana do Creeper. Quanto o festival começa e o entretenimento ensanguentado se desenvolve num frenesim, Laine e Chase ganham uma visita à sala de fuga dedicada ao Creeper, onde serão acompanhados por uma equipa de filmagem e pelo estranho guia turístico Stu. Laine acredita que algo muito sobrenatural foi invocado... e procura por ela.

Mal Viver (2023)
Num hotel familiar junto à costa norte de Portugal, vivem várias mulheres da mesma família de gerações diferentes. Numa relação envenenada pela amargura, tentam sobreviver no hotel em decadência. A chegada inesperada de uma neta a este espaço claustrofóbico provoca perturbação e o avivar de ódios latentes e rancores acumulados.

Rodeo (2022)
Rodéo
Julia vive de pequenos esquemas e dedica uma paixão quase animalesca ao motociclismo. Num dia de Verão, conhece um grupo de motociclistas de acrobacias. Infiltra-se nesse ambiente clandestino, constituído sobretudo por rapazes, mas um acidente enfraquece a sua posição dentro do grupo.

Viver Mal (2023)
Um hotel junto à costa norte de Portugal, acolhe os seus clientes, num fim-de-semana. Um homem vive dividido entre a atenção a dar à sua mulher e o espaço que ocupa a sua mãe no meio deles. Uma mãe promove o casamento da filha para facilitar a sua relação amorosa com o genro. Outra mãe vive através da filha, impedindo-a de tomar as suas próprias decisões. Três núcleos familiares em final de ciclo de aceitação.

sábado, 6 de maio de 2023

IndieLisboa 2023: Vencedores

Já são conhecidos os filmes vencedores do IndieLisboa 2023. Safe Place, de Juraj Lerotić, e Mal Viver/Viver Mal, de João Canijo, foram alguns dos grandes premiados desta 20.ª edição.

Conhece a lista completa de vencedores:

Júris Oficiais

Júri da Competição Internacional de Longas-Metragens

Grande Prémio de Longa-Metragem Cidade de Lisboa (15.000 Euros)

SAFE PLACE, de JURAJ LEROTIĆ


Menção especial 

ROUGH RED, de AMANDA DEVULSKY


Prémio Especial do Júri CANAIS TVCINE (Aquisição dos direitos do filme para Portugal)

THE DAM, de ALI CHERRI


Júri da Competição Internacional de Curtas-Metragens

Grande Prémio de Curta-Metragem EMEL (4.000 Euros)

SUDDENLY TV, de ROOPA GOGINENI


Prémio Melhor Curta de Animação (500 Euros)

HOTEL KALURA, de SOPHIE KOKO GATE


Prémio Melhor Curta de Documentário (500 Euros)

LA MÉCANIQUE DES FLUIDES, de GALA HERNÁNDEZ LÓPEZ


Prémio Melhor Curta de Ficção (500 Euros)

HOWLING, de AYA KAWAZOE


Júri da Competição Nacional

Prémio para Melhor Longa-Metragem Portuguesa (5.000 Euros)

MAL VIVER/VIVER MAL, de João Canijo


Prémio Melhor Realização para Longa-Metragem NOVA/FCSH (1.000 Euros)

ASTRAKAN 79, de CATARINA MOURÃO


Prémio Melhor Curta-Metragem Portuguesa (2.000 Euros)

DILDOTECTONICS, de TOMÁS PAULA MARQUES


Prémio Novo Talento The Yellow Color (1.500 Euros convertíveis em serviços de pós-produção de imagem)

DIAS DE CAMA, de TATIANA RAMOS


Júri da Competição Novíssimos

Prémio Novíssimos (1.500 Euros + promoção e venda por Portugal Film)

A MINHA RAIVA É UNDERGROUND, de FRANCISCA ANTUNES


Júri Silvestre

Prémio Silvestre para Melhor Longa Metragem (1.500 Euros)

TRENQUE LAUQUEN, de LAURA CITARELLA


Menção especial 

SAINT OMER, de ALICE DIOP


Prémio Silvestre para Melhor Curta Metragem Escola das Artes (1.000 Euros)

HOUSE OF THE WICKEDEST MAN IN THE WORLD, de JAN IJÄS


Menção especial 

A HISTORY OF THE WORLD ACCORDING TO GETTY IMAGES, de RICHARD MISEK


Júri IndieMusic

Prémio IndieMusic (1.000 Euros) ex-aequo 

MIÚCHA, A VOZ DA BOSSA NOVA, de LILIANE MUTTI, DANIEL ZARVOS

THE ELEPHANT 6 RECORDING CO., de C. B. STOCKFLETH


Menção especial

EVEN HELL HAS ITS HEROES, de CLYDE PETERSEN


Júris Não Oficiais

Júri Amnistia Internacional 

Prémio Amnistia Internacional (1.500 Euros)

ENDLESS SEA, de SAM SHAINBERG


Júri Árvore da Vida

Prémio Árvore da Vida para Filme Português (2.000 Euros)

ROSINHA E OUTROS BICHOS DO MATO, de MARTA PESSOA


Menção especial

AS LÁGRIMAS DE ADRIAN, de MIGUEL MORAES CABRAL


Júri Mutim

Prémio Mutim

A MINHA RAIVA É UNDERGROUND, de Francisca Antunes


Júri Escolas

Prémio Escolas

DIAS DE CAMA, de Tatiana Ramos


Menção Honrosa

MORTE EM AGOSTO, de Bruno Abib


Júri Universidades

Prémio Universidades

ÍNDIA, de Telmo Churro


Menção Especial 

MAL VIVER/VIVER MAL, de João Canijo

domingo, 26 de março de 2023

Batalha Centro de Cinema apresenta programa para Abril e Maio

O Batalha Centro de Cinema, no Porto, divulgou o seu programa para os meses de Abril e Maio. 

El Futuro Ya no Está Aquí é o novo ciclo temático do Batalha e será apresentado entre 6 e 31 de Maio, oferecendo uma perspetiva sobre o processo de libertação de Espanha e a sua transição para a democracia. Realizadores como Pedro Almodóvar, Carlos Saura, Eloy de la Iglesia e o movimento Quinqui, "com o seu foco na delinquência, representaram no grande ecrã as margens da sociedade, juntamente com a primeira realizadora feminista do país, Josefina Molina, e as novas expressões de cinema queer e trans, anteriormente proibidas pelo Franquismo". O ciclo traz ao público nove filmes e uma performance.

The Souvenir

A cineasta britânica Joanna Hogg terá a primeira retrospectiva em Portugal apresentada no Batalha, de 1 de Abril a 17 de Maio. Destaque para o filme de 2019, The Souvenir, drama autobiográfico sobre o crescimento pessoal e criativo de uma estudante de cinema. A retrospectiva inclui a estreia nacional do seu mais recente The Eternal Daughter (2022). O Batalha apresenta também uma retrospectiva dedicada a Luísa Homem, de 14 de Abril a 13 de Maio, que inclui os filmes da realizadora e uma selecção das suas colaborações. No dia 5 de Maio, será apresentado um foco dedicado a Riar Rizaldi, com as curtas-metragens do artista e uma performance-ensaio sobre a história propagandística dos filmes de terror indonésios.

A 29 e 30 de Abril, chega ao Batalha Towards the Last Movies, um programa que inclui uma selecção de filmes vistos por ícones do século XX momentos antes das suas mortes. São os “últimos filmes” de Anne Frank, Kurt Cobain, Pier Paulo Pasolini, Olof Palme, o culto Heaven’s Gate, entre outros. A proposta traduz-se num exercício de resistência pela noite dentro que termina na manhã do dia seguinte — entre as 17h15 e as 10h00 —, com bilhete único de 10 euros  - e os espectadores mais perseverantes serão premiados.

Em Abril e Maio, serão assinalados o centenário do mestre do cinema britânico Lindsay Anderson; o Dia da Terra, com uma sessão programada pela Greve Climática Estudantil do Porto; o 25 de Abril, com um filme e uma conversa-performance de Filipa César e Alexandre Alves Costa; e uma sessão dedicada a Louis Benassi, artista, cineasta e produtor da contracultura. Destaque também para a antestreia dos novos filmes de João Canijo, Mal Viver (2023) e Viver Mal (2023).

Mal Viver 

No programa mensal Luas Novas, dedicado aos nomes emergentes do cinema português, serão apresentadas as obras de Laura Carreira, a 20 de Abril, e de Welket Bungué, a 19 de maio.

O ciclo Seleção Nacional, dedicado ao cinema português e à sua história, continuará a apresentar a Constelação #2: El Dorado, com foco na relação do cinema português com as ex-colónias e filmes de Alberto Seixas Santos, Faria de Almeida, Inês de Medeiros, Carlos Conceição, José Miguel Ribeiro, Margarida Cardoso, entre outros.

Quinzenalmente, aos Domingos, acontecem as Matinés do Cineclube apresentam uma seleção de filmes que recordam momentos-chave da vida do Cineclube do Porto, o mais antigo cineclube português em actividade.

O programa para Famílias, com sessões quinzenais entre 1 de Abril e 27 de Maio, inclui filmes que se cruzam com a restante programação de cinema e o espectáculo Lanterna Mágica, no qual o realizador Abi Feijó e a professora Elsa Cerqueira propõem uma viagem até às raízes do cinema, musicada ao vivo por André Aires, Guilherme Magalhães e Rafael Silva.

No ciclo de palestras A Minha História de Cinema, o Batalha Centro de Cinema recebe o filósofo coreano Byung-Chul Han, a 11 de Abril, e a cineasta e escritora vietnamita Trinh T. Minh-há a 9 de Maio, para explicarem "a sua relação com diferentes formas de produção de cinema, através de experiências e a apresentação de filmes que marcam a vida e até práticas profissionais".

Entre 20 de Maio e 20 de Agosto, a Sala-Filme acolhe a exposição de CAConrad com Alice dos Reis e Pedro Neves Marques, Escondidas na caverna que forjamos umas das outras. Para introduzir ao públicoo trabalho da poeta americana CAConrad, esta exposição inclui elementos fílmicos produzidos em Nova Iorque no Verão de 2022 e novas obras produzidas a partir da escrita da autora. O programa da exposição inclui, a 21 de Maio, uma leitura de The Book of Frank com CA Conrad e convidados.

O programa completo está disponível em batalhacentrodecinema.pt.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Oscars 2023: Academia Portuguesa de Cinema revela os 5 nomeados para candidato português a Melhor Filme Internacional

A Academia Portuguesa de Cinema revelou quais os cinco filmes nomeados para a votação do candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Internacional na 95.ª edição dos Oscars

Alma Viva, de Cristèle Alves Meira (Midas Filmes), Lobo e Cão, de Cláudia Varejão (Terratreme Filmes), Mal Viver, de João Canijo (Midas Filmes), Restos do Vento, de Tiago Guedes (Leopardo Filmes), e Salgueiro Maia – O Implicado, de Sérgio Graciano (Sky Dreams), são os filmes escolhidos pelo comité de de pré-seleção, composto pelos membros da Academia Portuguesa de Cinema, Alexandra Ramires (realizadora de animação), Ivo Canelas (actor), Jorge Paixão da Costa (realizador), Luís Branquinho (director de fotografia), Margarida Marinho (actriz), Paulo Furtado (compositor) e Tathiani Sacilotto (produtora).

O processo passará agora por um período de votação entre os membros da Academia, que decorre de 1 a 18 de Setembro, e o filme seleccionado será anunciado a 19 de Setembro.

A 95.ª edição dos Oscars está marcada para 12 de Março de 2023, em Hollywood, Los Angeles, nos Estados Unidos da América. 

Sobre os filmes candidatos:

Alma Viva

"Na sua primeira longa-metragem, Cristèle Alves Meira filmou no norte de Portugal, na região de Vimioso, de onde a sua família é originária, a história de Salomé, uma menina filha de emigrantes portugueses em França que vem todos os anos passar as férias de verão com a sua avó, com quem tem uma forte ligação afectiva e espiritual. O filme retrata a emigração portuguesa, as famílias que se separam e as complexas diferenças económicas e sociais que daí advêm."


Lobo e Cão

"Rodado na Ilha de São Miguel, nos Açores, com um elenco de actores não-profissionais, a longa-metragem de Cláudia Varejão vai ter estreia absoluta na 79ª edição do Festival de Veneza, que acontece até 10 de Setembro. Com produção da Terratreme e coprodução da francesa La Belle Affaire, Lobo e Cão dá-nos a conhecer a realidade insular através de Ana, do seu grupo de amigos e da sua família. O filme cruza realidade e ficção, numa ode à comunidade queer desta ilha."


Mal Viver

"O filme de João Canijo, com produção Midas Filmes, é sobre mães que não conseguem amar as filhas que, por sua vez, não conseguem ser mães. Conta a história de uma família de cinco mulheres que herdou um hotel de província e tenta salvá-lo da ruína. Com a chegada da mais nova mulher da família, feridas e disputas adormecidas são reabertas, num fim-de-semana em que os próprios clientes do hotel, vivem relações atribuladas."


Restos do Vento

"Restos do Vento, realizado por Tiago Guedes, vai ter a sua estreia nos cinemas portugueses no próximo dia 22 de Setembro. A longa-metragem baseia-se numa tradição pagã de uma vila do interior de Portugal, que deixa traços dolorosos num grupo de jovens adolescentes. 25 anos depois, ao reencontrarem-se, o passado ressurge e a tragédia instala-se."


Salgueiro Maia – O Implicado

"Salgueiro Maia – O Implicado constitui o primeiro retrato daquele que é considerado o herói e o símbolo mais puro do 25 de Abril de 1974. Fernando Salgueiro Maia, o anti-herói não ocasional, produto de uma formação académica e militar, foi um homem que soube pensar o futuro, seguir as ideias, contestando-as, vivendo uma vida cheia, alegre e fértil, solidária e sofrida – se não tem morrido prematuramente aos 47 anos, teria agora 75. Através de uma abordagem moderna, intimista e emocional, Salgueiro Maia – O Implicado retrata as histórias que ainda não foram contadas sobre o Capitão de Abril."